And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 36
Dark Sky


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, de novo estoy atrasada...
Foi mal, amo vocês, um poster do Gerard posando para Calvin Klein para quem deixar reviews.
Brinks.



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Não havia muitas estrelas naquele céu. Tudo era puro e simplesmente um céu negro com uma enorme lua cheia iluminando aquele recanto noturno.

Prendi a respiração, maravilhada. A mão fria de Gerard encostou-se à minha ao emparelhar comigo.

- Por essa você não esperava, né? – a voz dele era um sussurro divertido.

- Pois é – e foi só o que consegui dizer, os olhos grudados na enorme lua bem próxima de nós.

A risada de Gerard roçou nos meus ouvidos e olhei-o, assustada repentinamente com sua proximidade.

- Eu não sou um maníaco, Natallie – assegurou, sorrindo cinicamente – Mas me desculpe por essa.

Alguma resposta malcriada ficou presa na minha garganta. Engoli em seco, mas não consegui lembrá-la.

Corei pelo fracasso.

- Que droga.

Os dedos frios dele tocaram meu rosto e a sensação era estranhamente agradável.

- É bom ter vantagem no próprio território – concluiu suavemente.

Seus dedos desceram pelo meu pescoço e eu lutava para controlar o fluxo de emoções que percorriam meu corpo.

- Bem vinda ao meu esconderijo, Natallie – ele se inclinou, os olhos estreitando-se.

Seus lábios pressionaram de leve os meus, hesitantes e receosos de uma possível rejeição.

Nem me lembrava por qual motivo eu pensaria em afastá-lo.

A mão de Gerard puxou-me pela cintura, encurtando a distância entre nós. Sua língua invadiu minha boca, sedenta e finalmente de forma menos inocente do que das outras vezes. Fiquei na ponta dos pés enquanto ele me puxava para mais perto, quase sufocando-nos.

Definitivamente não parecia como antes.

Havia algo que nos movia. De minha parte, o sentimento de traição e a culpa por estar cometendo um novo erro; quanto à Gerard, sua solidariedade com o que me afetava, pois ele via através de mim e sugava aquele sentimento da minha alma como quem suga veneno.

Por fim, eu estava concordando com muito mais que um beijo. Estava lhe transmitindo toda a intensidade da minha dor. Quando meus pés firmaram-se no chão novamente e pude ver seu rosto, não conseguia deixar de pensar que o meu inimigo na verdade era eu mesma.

Porque Gerard Way nunca me odiara. Através do verde de seus olhos escondia-se o arrogante garotinho das remotas lembranças infantis e ao mesmo tempo eu encarava os olhos de uma nova pessoa, de alguém que outrora não podia enxergar: o verdadeiro dono do meu coração.

Eu amava Gerard Way.

Talvez eu pedisse amanhã para Jessica me internar em um hospício.

- Sem ressentimentos? – perguntou ele, ainda com os braços em volta de minha cintura.

Sabia exatamente do que se tratava.

- Sem ressentimentos – concordei.

Ele se afastou dois passos, deixando de me tocar. Sua palidez era ainda mais evidente ao luar e tornei a pensar nele como o morto-vivo que viera até minha casa no aniversário de Frankie.

Com um pigarro, voltou a se aproximar.

- Boa noite – cumprimentou, estendendo a mão – Meu nome é Gerard Arthur Way.

Aderi ao teatro.

- Prazer em conhecê-lo, Way – e peguei a mão que me oferecia – Sou Natallie Alice Hill.

- Lindo nome – disse ele – E, se me permiti acrescentar, você me enlouquece e beija excelentemente bem, se é que tal palavra existe.

- Sim, existe. E você convence muito bem, para meu profundo espanto.

Gerard riu, tomando minha mão e girando-me para depois me puxar de encontro ao seu peito.

- É de família – gabou-se, encostando a boca em meu pescoço.

- Agora está parecendo um libertino – murmurei, sentindo as borboletas despertando em meu estomago – Eu ainda sou comprometida, lembra? – acrescentou, como se fosse brincadeira.

Gerard voltou os lábios para minha orelha.

- Não por muito tempo – sussurrou.

- É mesmo?

Ele tornou a me girar, seus olhos fixos nos meus.

- É mesmo. Seus dias com o McCracken estão contados, honey – prometeu – Eu sou seu agora.

Tomei suas palavras por surto. Como ele poderia dizer isso?

- Meu? – repeti, incrédula.

- Seu, sim. Por que o espanto, Natallie? – o sorriso cínico despontou seu rosto – Sou completamente apaixonado por você.

Não era sonho.

Foi irresistível não beijá-lo de novo.

Era como se um vírus infectasse meu sistema, corrompendo todo o bom comportamento e moralidade da minha cabeça. Não havia cura.

Só havia Gerard naquele instante.

Nosso instante.

 

***

Crac.

Me revirei na cama.

Crac.Crac.

“Que merda, por que eu tô imaginando isso?”

Crac!Crac! CRAC!

Caí da cama, acordando de vez. Corri para a janela, zonza.

Frankie estava lá embaixo, com um punhado de pedras na mão. Quando me viu saiu correndo.

- Que ótimo – resmunguei indo pro chuveiro.

Só quando já estava calçando o tênis é que reparei o quanto o número “Pedras na Janela” não era utilizado fazia tempo.

“O que está acontecendo?”

Não me pareceu de um todo um bom augúrio.

- Bom dia, Natallie! – cumprimentou-me Frankie quando desci as escadas, morrendo de sono.

- O que aconteceu com você, hein? – perguntei sufocada, pois Frankie me puxara para um abraço surpreendentemente forte.

- Mas que milagre é esse?

Ele soltou-me e nos deparamos com minha avó, acordada e encostada no corrimão da escada com uma caneca de café na mão.

- ‘Dia, vó Elisabeth! – ele correu para abraçá-la.

Seus olhos encheram-se de uma ternura conhecida.

 

***

- COMO ASSIM?!

- Quer parar com o escândalo?

- Mas... – balbuciei surpresa – Pensei que fosse apaixonado por ela!

Frankie balançou a cabeça, enterrando as mãos nos bolsos da jeans.

- Eu costumava gostar de Jamia – admitiu, sorrindo – Mas tudo tem limite.

- Como assim? – repeti.

- Ela realmente me encheu com as insinuações dela sobre a “temporada no hospital” – explicou, chutando pedrinhas enquanto andávamos para a escola – E ficou pior depois da sua tapa... Jamia ficou histérica, mandou que eu nunca mais olhasse na sua cara pelo bem do nosso namoro.

Sorri, amargurada.

- Não precisava terminar com ela por minha causa.

- Rá! – bufou, carrancudo – Tá pra nascer a mulher que vai mandar eu abandonar meus amigos e eu vou obedecer!

Mordi o lábio, confusa.

- Você ainda gosta dela, não é?

- Claro que gosto, mas não dava pra continuar assim – respondeu, suspirando – Apesar de ser tão possessiva, mandona e arrogante... Eu acabei me envolvendo demais com ela.

- Sinto muito – murmurei, me sentindo idiota por não saber como consolá-lo.

Frankie passou o braço pelo meu ombro.

- Não se desculpe – disse ele, sorrindo.

Eu é que acabei sendo consolada. Que ridículo.

- Frankie, se eu não desse motivos para que ela desconfiasse, talvez vocês ainda... Quer dizer, se ela não ficasse supondo que havia algo a mais entre a gente...

Ele me puxou para mais perto.

- Se? – desdenhou – E não havia?

- Não do jeito que ela pensava – exasperei-me com o pouco caso que ele estava fazendo – Enquanto vocês estavam juntos, nós nunca...!

- Calma, Natallie. Isso é meia-verdade.

E uma meia-mentira.

Lembrei subitamente do dia no quarto de hospital. As razões para Frankie se acidentar, nossa discussão e o último beijo.

- Você contou sobre aquilo para a Jamia?

Ele balançou a cabeça, indiferente.

- Ia fazer diferença no resultado?

- Olha, eu sei muito bem que você está sofrendo com isso, mas do que aparenta – retruquei, cansando daquele frieza fingida dele – Eu vou dar um jeito de conserta as coisas.

- Não precisa fazer nada – replicou, irritando-se e me soltando – Eu estou bem... E faz o favor de esquecer a Jamia, tá? Vamos, a escola já tá perto.

Frankie meio que empurrou para dentro do colégio, querendo se desviar do assunto a qualquer custo. E eu não ia deixar barato, ele não se sacrificaria desse jeito, mesmo que eu não gostasse de Jamia.

E mesmo que ela não gostasse de mim.

Divaguei sobre isso, não reparando direito aonde ia depois que Frankie correu para a própria sala. Acabei colidindo com algo e me desequilibrei, mas me puxaram pelo braço.

- ‘Cê tá bem? – uma juba de cabelos castanhos e encaracolados entrou em foco.

- Oi, Ray! – gaguejei, corando – Foi mal...

Ele revirou os olhos.

- Com você já são dois – comentou, me acompanhando.

- Dois o quê? – perguntei, curiosa.

- Dois bobalhões que colidem comigo – explicou, contraindo as sobrancelhas – Você e o Gerard. Eu, hein? Estão tão estranhos...

 Eu ri, me esquecendo de Jamia Nestor por um momento.

Gerard já me esperava na sala, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

o próximo, só Deus saber... ¬¬
OU não
Kissu, minna-san!



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