And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 2
Transgressores à Vista!


Notas iniciais do capítulo

Valew pelas reviews do 1º Cap. Tô adorando isso aki! ^o^!!!Bjs.



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Ah, tinha me esquecido disso também: a "adorável" Academia de Ensino Médio de Beleville possuía - além de playboys ridículos que só sabiam se exibir e fúteis garotas que só sabiam se maquiar escondidas dos professores - um pequeno grupo de transgressores que nunca eram pegos. Isso geralmente me irritava, pois as "brincadeirinhas" deles muitas vezes resultavam em uma hora, um dia ou até uma semana de cancelamento de aulas.

x ) *tá, eu sou Cdf*

Esse pequeno grupo consistia de 4 garotos, todos ali, encostados no portão: um louro, de olhos muito azuis que conversava com outro garoto mais baixo; este por sua vez possuía óculos de lentes muito grossas e era bem magro; do lado desses dois, um garoto alto de grandes cabelos encaracolado, castanho claro armado, conversava com um outro rapaz; este por sua vez respondia de maneira indiferente tudo que o colega perguntava. Tinha cabelos negros que batiam pelo pescoço, de modo displicente, uma franja cobrindo-lhe um de seus olhos, muito verdes; sua pele era muito pálida, e ele possuía grandes olheiras.

x ) *parecia um morto-vivo*

 No momento em que eu e Frankie ficamos visíveis para eles, uns dos garotos, o alto de cabelos armados, cutucou o menino pálido, que em seguida olhou para mim e Frankie. Um sorriso frio se espalhou pelo seu rosto e ele esperou.

Olhei para Frankie. Ele parecia ter percebido alguma coisa que eu não percebi. Não disse que era assim?

Chegamos à entrada do colégio, onde aqueles garotos estavam. Já tinha passado pelo portão, quando alguém chamou o nome de Frankie; virei-me como se tivesse sido comigo e descobri que o garoto pálido (tô cansada de dizer isso) o chamara.

No momento não consegui imaginar o que ele ou qualquer um deles pudesse querer com Frankie. - não disse que eu sou desinformada? - Mas no segundo seguinte Frankie já passara por mim para ir ao encontro do outro garoto. De repente ele virou-se para me olhar.

- Me espera lá dentro - disse, apontando para o prédio - Eu te encontro em cinco minutos. - E foi-se.

Novamente, fiquei sem entender coisa alguma, mas eu fui - não antes de perceber o olhar que o garoto que chamara Frankie me dera: era incomodo, pois ele parecia estar me avaliando.

Subi sozinha os degraus que levavam as portas de entrada do prédio, passei pelas portas e logo vi que muitas pessoas já haviam chegado lá; o corredor que se abria depois das portas estava cheio das pessoa que eram o principal motivo de eu não gostar da escola: para eles, tudo tinha que ser rotulado.

E segundo a cadeia alimentar desses idiotas, eu devo estar bem lá embaixo. Mas eu ligo?

Claro que não. Aliás, eu não conheço a metade deles. E nem pretendo.

Andei em direção aos armários, que ficavam um pouco mais além. Não olhei para ninguém e tampouco senti vontade de responder as criticas que qualquer grupinho de garotas fúteis fazia a mim. Eu não sabia o nome delas mesmo.

Abri o armário que pertencia a mim e que realmente não tinha nada de mais: só um monte de livros.

Estava pegando os livros que usaria naquela manhã quando Frankie veio ao meu encontro; ele parecia satisfeito com alguma coisa, mas eu sabia que por mais que eu perguntasse, ele não responderia - pelo menos não agora.

Mas eu resolvi tentar.

- Ah... porque aquele garoto chamou você, Frankie?

- Depois eu falo - respondeu ele vagamente, abrindo o armário que lhe pertencia - Tem muita gente no corredor.

*Você não vai me contar mesmo, seu idiota!*

Fechei meu armário com um ar meio exasperado e passei por ele, seguindo por aquele corredor. Frankie me seguiu imediatamente.

- Que foi que te deu? - perguntou meio admirado com a minha reação.

- Nada.

- Claro, e eu sou a Chapeuzinho Vermelho... Espera aí!

 Ele puxou meu braço e, sim, na frente de um monte de gente que por algum motivo ridículo, começou a nos olhar.

- Vem comigo - disse Frankie.

Eu fui. Ele me guiou para fora daquele corredor. Dobramos no corredor seguinte e ele me encostou na parede.

- Você realmente tá com um humor negro hoje, Natallie. Que foi?

- Desde quando você fala com aqueles caras?

Uma expressão incrédula de riso espalhou-se pelo rosto dele.

- Era só isso? Esse era o motivo da sua tempestade num copo d\'água?

De repente eu me senti realmente idiota. Acenei indicando que sim.

- Nunca vi você andando com eles, Frankie. - disse para os meus pés.

- Então isso foi, digamos, uma demonstração de ciúmes?

- Cala a boca - exclamei.

Ele me fitou longamente. Ergui meu rosto, por que não agüentava mais olhar para os meus pés.

- Acha que eu trocaria você por um bando de garotos? - perguntou Frankie, ainda com aquela expressão de riso no rosto.

Não respondi. Meramente me senti envergonhada.

- Bem, antes que você tenha outro acesso esquisito de ciúmes, eu posso te assegurar que não trocaria você por eles - começou ele, encarando-me serio agora - Hey, estamos nessa desde o começo. Eu vou ser sempre o seu melhor amigo.

- Então porque você foi falar com eles?

- Não é nada de mais. - disse Frankie, pouco convincente.

- Não mente. Você tá querendo entrar na turma deles, não é? - perguntei, desconfiada.

Ele procurava ganhar tempo.

- E se for?

- Isso foi uma confirmação, Frankie?

- Você tá sendo infantil agora.

Sorri sem querer. Não ia adiantar mesmo eu continuar a interrogá-lo.

- É que eu não gosto de ser colocada de lado - respondi inocentemente.

Frankie se aproximou de mim e colocou sua mão no meu rosto.

- Você nunca vai ser colocada de lado. - ele sussurrou.

Por poucos segundos nossos lábios se tocaram e depois nos afastamos. - Não falei que tínhamos uma amizade maluca?

- Agora eu acho que você deveria ir para sua aula. - disse Frankie decidido - Faz parte da sua política de ser certinha...

Senti vontade de rir de tudo aquilo. Ele sabia realmente me fazer a melhor pessoa do mundo.

- Tudo bem, eu já vou - respondi sorrindo - Vejo você no intervalo?

- Talvez.

Encarei-o novamente com aquele ar tempestuoso e fui embora. Mas Frankie sabia que era quase impossível ter raiva dele.

Subi as escadas rapidamente até o segundo andar. Era mais um daqueles corredores enormes com muitas salas. A minha ficava bem no fim daquele "túnel" - 3º ano.

Empurrei devagar a porta e vi que a sala tava vazia. Que bom. Eu gostava de ficar um pouco sozinha antes de toda aquela gente chegar.

Escolhi uma cadeira bem no fim e me sentei. Abri a mochila e tirei meu caderno de dentro. Corri até a ultima folha dele. Havia um poema que eu estava fazendo ontem à noite e não tinha terminado. Peguei um lápis e li o que eu já havia escrito.


"Tantas são as noites, de lembranças incompletas,

Resvalando em algum lugar do meu cérebro.

Ainda consigo enxergar, mesmo a distancia,

O seu ultimo sorriso, naquele mar de estrelas.

Você explicava o significado de cada uma delas, e eu entendia

Mesmo que o tempo me fizesse esquece-las.

Mas eu saberia que elas vieram da sua boca.

Assim como tantas outras palavras.


Você confiou suas tristezas em mim,

Sabendo que..."

E aí terminava. Procurei inspiração, olhando a sala a esmo. Comecei a escrever:

"... eu nunca as confidenciaria a mais ninguém.

Nem vivo, nem morto.

Pois você foi a alegria dos meus dias, como o vento que se espalhava pelo campo.

Mais agora...

Nunca mais verei seu sorriso.

Talvez simples palavras curem isso.

Nunca mais, nunca mais.

Seus olhos ainda são visíveis.

Nunca mais, nunca mais.

Os seus braços acolherão meu sofrimento.


Pois as circunstâncias me levam pra longe,

Onde eu não posso tocá-lo,

Onde eu não posso vê-lo

Onde eu não posso senti-lo.

Então..."


Senti um barulho vindo da porta. Alguém acabara de chegar. Olhei sem realmente me importar.

Era ele. Aquele garoto pálido que chamara Frankie quando eu chegara. Ele entrou na sala e percebeu que ela não estava vazia. Encarou-me imediatamente com o mesmo olhar avaliador.

Talvez por ser a segunda vez que ele fazia isso, eu deva ter corado um pouco. Ele sorriu novamente daquele jeito frio e fechou a porta com um estalo.


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Notas finais do capítulo

Ah... poesia não é meu forte, decididamente... ¬¬'...



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