And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 1
As Malditas Pedras na Janela




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Crac! (pedra na janela)

"Só mais cinco minutos por favor..."

CRAC! (ah...outra pedra na janela)

"Os cinco minutos ainda não acabaram...então pare com isso..."

Crac! CRAC! (duas pedras seguidas)

Acordei quase imediatamente. Sabia que ele não ia desistir. Olhei para o relógio na cômoda ao lado da cama e percebi que já eram quase 7 horas. Levantei.

Crac!!!!!! (pedras seguidas)

Quase corri até a janela. Olhei pela vidraça: lá estava ele, meio aborrecido, meio alegre por ter conseguido me acordar. Sinalizei "formalmente" para ele parar com aquelas pedras ou acabaria por quebrar a janela. Ele entendeu e desapareceu de vista.

Amaldiçoando-o por ter conseguido me acordar mais cedo naquela segunda-feira nublada de Setembro, fui lentamente para debaixo do chuveiro, jogando pragas também na água, por estar gelada.

Depois de 20 minutos, voltei para meu quarto, procurando aquele maldito uniforme escolar. Era sempre a mesma coisa: saia, camisa de gola branca, blazer ou o que seja azul, e uma droga de gravata. Por que tinha sempre que ter gravata nesses colégios americanos?

Calcei os tênis pretos, que eram recomendação da direção estudantil, penteei meus cabelos a esmo, pois isso não era realmente necessário, de tão lisos que eram e, pegando minha mochila do canto do armário corri para sala de estar.

- Demorou cinco minutos a mais hoje - comentou a voz de um garoto antes mesmo que eu chegasse à metade dos degraus do escada - Se não te conhecesse, Natallie, diria que está aprontando algo.

- Cale a boca - respondi do meu jeito "meigo" - Você me acordou 15 minutos mais cedo hoje! Não tem o que fazer, Frankie?

- E tem coisa melhor do que perturbar você ?

Não respondi. Minha raiva para com ele desaparecia quase instantaneamente.

-Vamos logo, idiota - respondi, na falta de algo melhor.

- Nossa, você tá com um humor negro hoje, hein? - disse ele, aos risos. - Mas pensei que você iria me convidar para tomar café.

- Pensou errado. Ela ainda não acordou, e não sou burra de tentar fazer café sozinha.

Frankie pareceu saber que decididamente não me pegara no meu melhor dia, e abandonou a idéia do café. Levantou-se do sofá em que se largara e contrariado se dirigiu até a porta. Acompanhei-o, satisfeita. Minha avó devia estar acordada, mas a sala não era perto da cozinha e não queria dar trabalho pra ela por causa dos caprichos de Frankie.

Ele parou com a mão na maçaneta e me encarou.

- Sabia que você é muito vingativa?

- Sabia - respondi, contente. - Vamos logo.

Ele abriu a porta, ainda chateado. Saí atrás dele e fechei com o cuidado a porta.

Caminhamos pela rua que seguia reta até a Academia de Ensino Médio de Beleville, onde nós estudávamos. Tudo estava silencioso, pois Frankie e eu éramos os únicos que seguiam por aquele caminho onde as arvores bloqueavam o pouco sol matinal de Setembro. Depois de 10 minutos de silencio decidi quebrar o tédio.

- Por que exatamente você foi me acordar mais cedo?

Seus lábios formaram um sorriso pouco perceptível.

- Nada de especial - Frankie respondeu vagamente, sem me olhar - Ah... cai da cama hoje, só isso.

Percebi que ele não ia dizer a verdade.

- Vou fingi que acreditei. - ironizei, desviando meus olhos para as árvores a direita de uma pequena praça.

- Estou com a minha consciência tranqüila.

- E desde quando você tem uma?

Ele não respondeu e fingiu não ter ouvido o comentário.

Não é que estivesse realmente interessada na resposta, mas eu adorava quando o vencia em alguma discussão. Conheço Frankie há anos e somos assim desde criança - ou pelo menos desde que me mudei para Beleville, com a minha avó, depois que meus pais morreram sabe-se lá como. Nunca dei muita importância para o assunto.

Então, desde dessa época, Frank Anthony Iero tem sido meu único amigo, principalmente pelo fato de que eu simplesmente não tenho talento para conhecer as pessoas de livre e espontânea vontade.

Não sou muito alta (mas sou maior que o Frankie), meus olhos são muito negros, não sou nem anoréxica, nem obesa, meu estilo não demonstra quem eu realmente sou, e eu não ligo realmente para o que os outros dizem - isso me deixa sempre por fora de alguma coisa. Prazer (ou não), sou Natallie Alice Hill.

Segundo Frankie, do que eu preciso é de um namorado (mas isso é somente segundo ele, pois "garotos" é assunto de outro mundo pra mim), ele vive dizendo - resmungando, na verdade - que eu sigo muito as leis (traduzindo, sou "certinha") e que estudo demais, e que não me divirto e etc. ...

Pra mim, Frankie é parecido com um pigmeu, só que mais bonitinho - uma maldade que sempre falo quando ele me irrita -, fala pelos cotovelos e dá péssimos conselhos. Porém, ele sabe escutar e ficar calado quando alguém (eu) manda. Além do mais, sinto que Frankie não é bem um amigo, mas também não é um irmão: temos um relacionamento "fraternal", digamos, um tanto incomum, mas respeitamos a nossa amizade.

Nunca tive intenção de namorá-lo ou vice-e-versa, mas é melhor assim.

Pouco minutos depois, ou assim me pareceu, o "purgatório" ficou visível, com seus portões de ferro e seu gramado impecável (argh, como isso me dá enjôo); olhei para Frankie, que não parecia muito feliz e andamos o que restava até aquele maldito portão. Porém, percebi que não éramos os únicos a chegar lá: um grupo de 4 rapazes estava encostado nas barras de ferro, conversando.

Meu dia estava apenas começando.


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Notas finais do capítulo

HAHA,Adianta se eu pedir reviews com uma cara pidona?
ahhhh, nã?
Até o próximo.



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