Férias Inesquecíveis. escrita por Júnionline


Capítulo 2
Os segredos de uma cidade.




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Era para ser mais um 5 de julho normal. Os raios de sol atravessavam a janela, batendo nos olhos e acordando todos que ainda dormiam. Cris, Gus e Gerson já haviam descido para tomar café, enquanto seus amigos ainda iam fazer as higienes matinais.

Gabriel e Paula tomaram banho juntos, então terminaram ao mesmo tempo e desceram para tomar café. Quando os dois saíram ninguém sabia se estavam suados ou molhados. Apesar de que a Paula estaria molhada nas duas hipóteses.

Logo em seguida foram Linnah, Manda, Bia, OJ, Igor e Nathaniel. Eles eram os últimos, então desceram em conjunto

No restaurante da pousada, todos falavam sobre seus planos para o dia:

— Bom, sei que eu, Manda e Linnah vamos pegar o ônibus de turismo - Paula disse já acabando seu café - Já que certo namorado não acha interessante saber a história da cidade. 

— "Certo namorado" - Gabriel repetiu fazendo aspas com os dedos e olhando diretamente para a Paula - Eu sou seu único namorado.

— Até onde sabemos - Linnah cochichava para si mesma.

— Também vamos - OJ pegou sua câmera e puxou Bia - To pensando em bater fotos dos pontos.

E essa árvore tem 100 anos — Bia engrossou a voz imitando um guia.

— Vamos com vocês - Nathaniel se levantou trazendo junto de si, Igor.

— Pera - Igor tossia entalado, seu café mal havia descido pela garganta.

Depois que todos haviam terminado seu café foram pegar o ônibus turístico, que apresentaria a cidade para eles. Mas Gabriel, Gerson, Gus e Cris preferiram não ir, estavam aparentemente se divertindo, conversando juntos. 

No ônibus, Manda, Linnah e Paula eram as únicas que realmente prestavam atenção no que a Guia dizia. OJ batia foto de todo lugar que o ônibus parava e Bia ficou o passeio todo fingindo ser uma gringa. Nathaniel e Igor apenas sussurravam um para o outro, ninguém conseguia decifrar o que eles falavam. De repente, ao passarem em frente a uma casa de 2 andares, todos se aquietaram para ouvir a história que a Guia contava com calma:

— Essa era a casa de um dos fundadores da cidade, era sem duvida o homem mais rico de Santo Peter, mas então - Ela ficou séria - Ele desapareceu da noite para o dia, deixando a casa abandonada com todos os pertences dentro.

— E por quê o governo não vendeu as mobílias? Deviam valer algo - Igor perguntou.

— Por quê a casa e tudo que tem nela ficaram amaldiçoados com os espíritos da família do fundador.

— Eles morreram? - Igor disse confuso - Você acabou de dizer que eles somente desapareceram.

— Eram o quê todos achavam, até que dois policiais entraram na casa para investigar e apareceram mortos.

— Os policiais ou a família?! - OJ indagou a Guia com um tom sarcástico.

— Os policiais, digo, a família, pera - A Guia começava a ficar nervosa e gaguejar constantemente - Dá para ficarem quietos e aproveitarem o passeio?

— Okay - Igor virou para Nathaniel - Essa história ta muito confusa.

— Sim, ela se contradisse - Nathaniel respondeu entre sussurros.

O tour acabou na orla e todos desceram do ônibus por 2 horas para poderem explorar e depois voltarem. Mas ao se encerrar o tempo do passeio, nem todos estavam de volta. OJ, Paula, Linnah e Manda não subiram novamente no ônibus:

— Não sei o porquê de eu ainda ir na sua - OJ falava para Paula - Percebeu que sempre nos perdemos?

— A gente só vai ter um tempinho a mais de visita, relaxa - Paula disse indo na direção da Igreja local.

Paula entrou na Igreja Gótica para falar com o Padre. Seus amigos ficaram no lado de fora.

Manda e Linnah sentaram-se na calçada esperando por Paula.

OJ observava Manda, buscando algum assunto na sua cabeça, mas o medo o consumia. Depois de desistir, ele foi para a praia "procurar suas bolas".

Manda mexia no celular, enquanto Linnah observava OJ:

— Ele gosta de você, sabia? - Linnah disse.

— Uhum - Manda pareceu não ter prestado atenção.

— O que foi? - Linnah notou que a Manda estava viajando.

— Nada - Ela sorria para o celular.

— Tá legal - Linnah sabia que Manda adorava demonstrar seu conhecimento em história, por isso as duas viraram amigas - O quê você acha que a cidade ta escondendo?

— Eu ouvi uma estória antes de vim para Santo Peter, sobre os fundadores da cidade - Manda guardou o celular e virou-se para Linnah - Ou melhor, sobre

— E como era?

Quando Manda ia responder, Paula surgiu com uma cara assustada. Ela tinha uma foto na mão de uma mulher ao lado de um homem, segurando uma menina com uma aparência de apenas 5 anos de idade. Paula se sentou entre Manda e Linnah, interrompendo-as:

— Manda, acho que eu conheço essa estó... - 

— Mas que droga de estória é essa, gente? - Linnah interrompeu exasperada.

Na praia, OJ estava deitado na areia com os olhos fechados, quase dormindo.

Talvez, nunca iremos saber se o que ele "veria" seria uma simples ilusão de um pesadelo ou um aviso em forma de presságio. Enquanto descansava seus olhos, sentiu alguém se aproximando, escutava uma assustadora risada de criança, não conseguia abrir seus olhos, mas em sua mente conseguia ver claramente uma criança se aproximando, uma garota de pele bem pálida, como um defunto, com maria chiquinhas em seus cabelos de cor vibrante, de seus olhos, escorria um líquido negro, que parecia a consumir. Então um forte arrepio seguiu suas costas, chegando a nuca, até alguém tocar seu ombro. Abriu os olhos rapidamente e deparou-se com Paula o chamando:

— Tudo bem? Você está pálido! - Disse em um tom preocupado enquanto tocava freneticamente na testa do amigo.

— Acho que tive um pesadelo.- OJ disse com dificuldade, por conta dos flashes de imagens, que vinham em sua mente

— Da próxima vez você não deita em baixo do sol - Ela segurou a mão gélida e branca de OJ, que apenas assentiu. - O Padre daquela Igreja disse que batizou a filha do fundador.

— E? - OJ se mostrou confuso e um tanto quanto desinteressado.

— Ela tinha doenças mentais que a impediam de falar, porém, ela chorava bastante e vivia fazendo desenhos.

— Deixa eu adivinhar - OJ se acalmava aos poucos - Desenhos macabros?!

— Estranhos.. - Paula puxou algo de seu bolso - Ela desenhava duas dela mesma, idênticas.

— Como gêmeas? - Paula assentiu.

— O pai dela mandou fazer uma boneca com as mesmas características da menina, a criança ficou apegada demais a boneca, não largava de jeito nenhum, até que foi encontrada morta, um ano antes da família ir embora - Paula respirou fundo - Então eles...

— Acho melhor nós irmos - Linnah interrompeu os dois. - No quarto continuamos.


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