Falling in Love escrita por Luna Lovegood


Capítulo 10
I love the way you lie


Notas iniciais do capítulo

Hey leitores!

Obrigada pelo carinho nos comentários do capítulo anterior, vocês são os melhores!

Sem muita enrolação, espero que gostem!

Beijos!!

Musica:
https://youtu.be/PJgYRZ_JuzE



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On the first page of our story
The future seemed so bright
Then this thing turned out so evil
I don't know why I'm still surprised
Even angels have their wicked schemes
And you take that to new extremes
But you'll always be my hero
Even though you've lost your mind

Just gonna stand there and watch me burn
But that's all right because I like the way it hurts
Just gonna stand there and hear me cry
But that's all right because I love the way you lie
I love the way you lie
Ohhh, I love the way you lie

(I love the way you lie - parte II - Rihanna)

 

Oliver Queen

Algo estava terrivelmente errado. Eu percebia isso só de olhar para Felicity. Seus olhos azuis que sempre continham um brilho radiante agora estavam inexpressivos, não havia vida ali apenas um abismo sem fim. Seu rosto estava lívido, sem as características bochechas rosadas e seu sorriso lindo. Eu temia que ela pudesse a qualquer momento desfalecer. Eu não sabia o que estava acontecendo com ela, mas eu sentia um buraco se formar no peito, me dizendo que aquilo era apenas o prelúdio de algo muito maior.

Eu estava assustado, porque eu tinha certeza que nós dois estávamos bem. Aquele dia inteiro que passamos juntos serviu para me certificar de que Felicity me amava e que estava feliz comigo, ela dissera isso várias vezes durante o dia, ela demostrara isso em seus atos. Por isso era tão complicado entender a reação dela nesse momento, ela parecia distante e...  Eu não tinha certeza se estava lendo seu rosto corretamente, mas ela parecia decepcionada.

Eu era meramente consciente da presença de Thea ali, ela havia entrado e dito algo, mas eu não prestei muita atenção. Eu estava totalmente focado em Felicity, tentando entender o que estava acontecendo com ela, pensando em uma maneira de trazer a vida para seus olhos novamente, em como fazê-la sorrir. Eu precisava que ela sorrisse para mim, eu precisava que ela dissesse que estava bem.

— Você está bem amor? — perguntei ao mesmo tempo em que coloquei minhas mãos em sua cintura, tentando dar a ela algum suporte.  Mantive meu olhar preso no dela, esperando por algum indicativo do que estava acontecendo com ela. Mas Felicity apenas fechou seus olhos com força, balançou a cabeça como se tentasse se livrar de um pensamento e deu passos vacilantes se afastando de mim.

— Thea! — Felicity exclamou ao mesmo tempo em que se virou para Thea — Que bom ver você! — A observei abraçar minha irmã com carinho. Deixei um pequeno sorriso escapar, eu estava de certa forma aliviado que Thea e Felicity estivessem se dando tão bem.

— Está tudo bem com você? — Thea a questionou, e eu percebi que eu não fui o único a notar  que algo de errado estava acontecendo com Felicity — Eu vou embora se estiver interrompendo algo.

— Está tudo bem Thea. Eu só estou um pouco cansada. — Felicity garantiu com um sorriso polido, mas ainda assim ela não me convencia. — E você não interrompeu nada. Na verdade eu estava pensando em você  nesse exato momento.

— Estava? — minha irmã perguntou surpresa. E para ser honesto eu também estava surpreso, eu tinha certeza que seja lá o que Felicity tinha em mente isso não estava relacionado a Thea.

— Bem, você disse que viria para o jantar, mas eu não sei o que você gosta de comer. — se explicou.

— Oh, não se preocupe comigo eu como qualquer coisa. Eu não quero incomodar e de qualquer modo daqui a pouco eu preciso ir para o aeroporto.

— É uma pena que você tenha que ir tão cedo, eu realmente gostei de te conhecer Thea. — Felicity me surpreendeu ao dizer essas palavras, eu sentia a sinceridade nelas, ela tinha nos lábios um pequeno sorriso, não era o imenso sorriso que eu estava habituado a ver, mas já era algo.

— Eu também! Imagine só, eu vim aqui ver meu irmão e ganho de presente uma irmã nova! — Elas riram uma para outra.

— Então que horas é o seu voo? — perguntei.

— Às onze horas, mas eu preciso estar lá até as dez. — falou se jogando no sofá e logo Felicity sentou ao seu lado.

— Que tal pedirmos uma pizza? — sugeri. — É rápido e eu sei que você adora.

— Contando que eu fique com o último pedaço!

— Sem chances disso acontecer, Speedy. — falei, fazendo um cafuné em sua cabeça  bagunçando os seus cabelos, minha irmã bufou de irritação.

— Cresça Ollie. — cruzou os braços e emburrou a cara para mim.

— Eu cresci, você que continua do tamanho de um dos sete anões! — provoquei.

— Idiota. — me insultou ao mesmo tempo em que me lançava uma almofada do sofá. Eu ri alto com a falta de  pontaria dela, sentia falta dessa dinâmica de irmãos com Thea. Desviei meu olhar para Felicity que sorria ao observar a cumplicidade entre Thea e eu, mas tão logo nossos olhares se cruzaram o semblante dela caiu. E aquele buraco no meu peito ficou um pouco maior.

— Eu vou pedir a pizza. — falei deixando-as na sala e indo para o escritório onde havia deixado o meu celular.

Assim que estava longe do ouvido das duas, antes de pedir a pizza eu liguei para John e expliquei rapidamente a situação, contei sobre o cartão de memória e a ameaça de James Smoak a minha irmã. Tudo o que eu precisava fazer para garantir a segurança de Thea era deixar Felicity, mas eu não poderia fazer isso. Não poderia deixá-la a mercê de Amanda, eu tinha essa necessidade de protegê-la a todo custo e eu a amava perdidamente, não se abandona quem se ama quando as coisas ficam difíceis. Essa é uma das regras do casamento, e o meu poderia até não ter começado do jeito certo, mas eu estava disposto a fazer tudo do jeito certo agora. Por isso eu pedi a John que providenciasse segurança para Thea, enquanto ela estivesse aqui e em New York também, enquanto eu lidaria com James. Eu só não tinha certeza se ele era mesmo o meu real inimigo. Eu tinha suspeitas de  que algo um pouco mais perverso estava por trás de toda essa história de envolver minha irmã. Em anos James Smoak ficou na surdina, porque justamente agora me provocaria? Não fazia sentido, mas faria sentido se eu colocasse alguém que usava saltos altos e gostava de manipular as pessoas nessa equação.

Voltei para sala e encontrei Thea animada em uma conversa com Felicity, aparentemente ela estava contando alguma história embaraçosa de quando éramos crianças.

— Não acredite em nada do que ela diz. Ela é uma mentirosa. — brinquei, me sentando ao lado de Felicity que ficou imediatamente tensa com a minha proximidade. Eu não estava conseguindo lidar com isso, com toda essa tensão entre nós, uma hora estávamos bem e outra hora nós não estávamos. 

Assim que a pizza chegou Felicity foi a cozinha, e eu logo a segui com a desculpa de ajudá-la. Precisava falar com ela a sós, saber se ela precisava de algo. Entender ainda que minimamente o que estava acontecendo com ela.

— Você tem certeza que está bem? — falei  em seu ouvido, recebi um “estou” e logo se afastou de mim outra vez. — Felicity — falei seu nome pausando entre as sílabas e puxando-a pelo braço delicadamente — Se tem algo te incomodando eu quero saber. — pressionei, mantendo-a presa no meu olhar.

— Já te disse que está tudo bem — respondeu num tom ríspido que me assustou, e soltou seu braço da minha mão bruscamente. Felicity nunca tinha falado assim comigo. Na verdade eu nunca a tinha ouvido falar assim com ninguém.

— Me desculpe, eu me exaltei. — se desculpou se afastando novamente.

O jantar seguiu tranquilo, mas Felicity estava hesitante. Fugindo dos meus toques, evitando olhar em meus olhos, mantendo-se um pouco afastada de mim e calada demais. Isso não era normal, não para Felicity,  ela era sempre tão tagarela e cheia de vida. Talvez ela estivesse apenas cansada e o analgésicos estivessem deixando-a um pouco abatida e aborrecida, me agarrei a essa teoria como um náufrago se agarra a um bote salva vidas. Mas ainda assim, não pude deixar de pensar que era algo relacionado a mim.

— O quê? — exclamei quando ouvi uma Thea impaciente chamar o meu nome “Oliver” e não meu apelido.

— Onde você estava com a cabeça Ollie? — minha irmã me repreendeu — Eu estou te chamando há horas e você não me respondeu.

— Me desculpe, eu estava apenas pensando em algo do trabalho. — respondi fazendo Thea bufar.

— Esse é o seu problema, sempre ocupado demais com o trabalho! — me recriminou — eu estava dizendo que você e Felicity deveriam ir para New York, passar um tempo conosco, talvez no natal! — sugeriu empolgada— Mamãe está sempre dizendo o quanto sente a sua falta. E agora que Felicity se juntou a família tenho certeza que essas épocas festivas serão muito mais divertidas, já que nós paramos de comemorar desde quando papai... — A voz de Thea foi sumindo e o olhar se perdeu um pouco, ela ainda era criança quando nosso pai morreu, mas a morte dele teve um impacto imensurável em nossas vidas.

— Thea... — Felicity olhava para nós dois atentamente, parecia querer dizer algo, mas optou por manter-se calada.

— Está tudo bem Ollie, sério. — me assegurou — Mas talvez tudo ficasse muito mais interessante se vocês dois me providenciassem alguns sobrinhos... Seria uma mudança e tanto, já estou louca para ser tia! E mamãe iria amar ter alguns netos correndo pela casa e quebrando aqueles vasos horríveis dela!

Sorri tolamente com as palavras de Thea, eu via a imagem se materializando em minha mente, uma pequena garotinha com cachinhos dourados e o sorriso de Felicity, bochechas coradas e olhos azuis brilhantes saltitando pela casa, me chamando papai... Ou um garotinho que eu pudesse ensinar a jogar baseball. Ou melhor ainda, os dois. E eu queria isso. Eu queria muito essa vida com Felicity.

— Talvez um dia, Thea. — respondi sorrindo com  a possibilidade de um futuro que vi em minha mente, busquei a mão de Felicity que estava  sobre a mesa e entrelacei na minha, ela estava gelada.

— Um dia quando? — Thea insistiu, apoiando o queixo sobre  uma das mãos e piscando seus olhos para mim e Felicity. Há anos que eu não via minha irmã fazer essa cara de cachorrinho pidão.

— Nós não planejamos ainda. — o semblante de Thea caiu em decepção, ela parecia uma criança que não havia ganhado presente de natal — Mas nós queremos. — completei e logo o sorriso imenso voltou para o  rosto de Thea.

— Então planejem!

— Amor, me ajude aqui. — falei apertando sua mão, eu precisava de alguma reação dela.

— Sim Felicity! Você está muito quieta, e já que eu preciso de você para me dar sobrinhos... Nada mais justo do que você participar dessa decisão também.

— Então já estamos decidindo? — questionei Thea num tom divertido.

— Diga-me Felicity, quantos filhos você quer ter? — queria criticar Thea por essa pergunta tão direta, mas eu estava ansiando por uma resposta também.

— Bem, eu não sei Thea. — Felicity começou hesitante. — Eu cresci sendo filha única, meu pai desapareceu quando eu tinha sete anos. Eu não acho que uma criança deva crescer assim tão sozinha. Além  disso, filhos são uma responsabilidade muito grande, é preciso um empenho incrível e comprometimento dos pais. E amor, isso é essencial. Um filho tem que se sentir amado por ambos os pais. —  Não pude deixar de me  sentir estranho com a resposta de Felicity, será que ela achava que eu faria isso? Que eu abandonaria assim como o pai dela?

— Eu tenho certeza que os filhos de vocês dois serão muito amados.  E nós sabemos que Oliver não vai te abandonar como seu pai fez.  — falou dando-lhe um sorriso — Olha só as horas! Preciso ir! — Thea levantou-se apressada da mesa. — Eu amei passar esse tempo com vocês, espero vê-los de novo em breve.

Thea se despediu com um abraço apertado em Felicity, ela sussurrou algo em seu ouvido, mas eu não estava perto o suficiente para ouvir.

— Eu vou com você até o táxi. — falei e Thea assentiu. Ela sabia que eu queria conversar sobre o cartão de memória. Minha irmã não ficou nada satisfeita ao saber que eu não tinha conseguido acessar a pasta restrita, mas se conformou quando eu disse que tentaria outras vezes e que investigaria o caso. Eu estava cansado de todas as mentiras que eu contava na minha vida, parecia que uma sempre estava me obrigando a contar mais outra e outra, era como uma teia de mentiras e quanto mais eu tentava sair mais eu ficava preso nelas.

Quando voltei para o apartamento encontrei Felicity apoiada sobre a bancada da cozinha de costas para mim. Ela não parecia estar nada bem. Me aproximei hesitante, disposto a descobrir o que estava acontecendo. Já era hora de esclarecermos as coisas.

— Amor, o que está acontecendo com você? — verbalizei minha preocupação.

— Como você consegue? — Fiquei alerta assim que escutei o tom acusatório em sua voz embargada, ela parecia que tinha chorado.

— Consigo o quê? — questionei aproximando meu corpo do dela tocando de leve seu ombro com a minha mão. — Felicity, você está me assustando amor.

— Fingir que me ama. — ela disse virando-se para mim, colocando suas mãos em meu peito e me obrigando a me afastar dela. Então tudo começou a fazer sentido. A mágoa em seus olhos, a distância que ela estava colocando entre nós. Ela sabia. — Me usar dessa forma, não se importando com os meus sentimentos. — A cada frase que ela dizia a voz ganhava força e a raiva dela ficava mais latente, eu sentia cada acusação rasgando o meu peito. — Como você pode ser tão frio, manipulador e egoísta?

Eu sentia com se meu mundo estivesse ruindo bem na minha frente, saber que eu era a razão da decepção em seu rosto, da tristeza que emanava de seus olhos azuis, eu era o culpado por fazê-la sofrer. Eu era o culpado por causar dor a pessoa que eu mais amava nesse mundo. E aquele buraco que crescia cada vez mais em meu peito simplesmente tomou conta de mim, e eu finalmente entendi o que ele era: culpa.

***

Felicity Smoak

Eu havia me esquecido completamente de que Thea viria jantar conosco hoje, se ela não tivesse aparecido exatamente naquele momento, eu estaria bem longe de Oliver agora. Mas a vida parece que gosta de me testar e Thea apareceu no exato momento em que eu estava prestes a explodir. Então eu segurei toda a raiva que eu estava sentindo de Oliver, o que foi uma péssima ideia, porque quanto mais eu o via agindo como se estivesse realmente preocupado comigo, mais a minha raiva aumentava. Essa raiva era como um monstro se alimentando de cada toque, de cada sorriso ou olhar que Oliver me lançava, esperando apenas o momento certo para despejar tudo.

Eu tratei Thea com todo o carinho apesar de estar morrendo por dentro, ela era adorável e a culpa não era dela se Oliver era um mentiroso manipulador. Duvido que ela conhecesse esse outro lado dele também. Na verdade pelo pouco que conversei com Thea, pude perceber que Oliver era uma pessoa completamente diferente com ela, um pouco mais parecido com o Oliver que eu acreditei ser meu marido.

Cada vez que eu ouvia Oliver falar de nós, planejar o nosso futuro, ainda que fosse uma simples visita à mãe dele em New York isso me machucava. Eu não entendia como ele conseguia ser capaz disso, brincar dessa forma com os meus sentimentos. Eu estava certa que tão logo eu servisse para os seus propósitos de pegar o meu pai, em seguida Oliver desapareceria da minha vida. Porque eu não era nada além da missão dele, e talvez um corpo para aquecer a cama. Me senti mal por todas as vezes em que me entreguei a ele, porque quando eu o fazia era por amor. E Oliver? Ele apenas me usava como um corpo qualquer?

E então o assunto mudou para filhos. Thea estava animada com a possibilidade e Oliver disse que talvez um dia tivéssemos, que ele  queria ter filhos comigo. Isso me magoou de uma forma que não imaginei que fosse possível, porque houve um tempo em que eu queria filhos com Oliver, eu costumava sonhar em como seria o nosso futuro com duas ou três crianças. Mas agora meus sonhos parecem tão estúpidos e ingênuos.

Eu deveria ir embora, fazer as malas nesse exato momento aproveitar que Oliver estava com Thea. Mas eu não consegui. A raiva contida em mim precisava ser extravasada, eu precisava olhar dentro dos olhos de Oliver e dizer tudo o que estava preso em mim. E então,  antes que eu estivesse preparada ele voltou. Agindo novamente como o Oliver atencioso e preocupado que eu conhecia tão bem, o Oliver que eu aprendi a amar. O Oliver que não existia.

E então eu finalmente o confrontei, o acusei de fingir para mim, de ter me usado. Mas a resposta que obtive não era o que eu estava esperando.

— Eu não fingi Felicity, eu te amo. — foi tudo o que Oliver me disse enquanto me encarava com um olhar triste. Isso me irritou ainda mais. Ele não tinha o direito de demostrar tristeza, não quando ele era o culpado de tudo. Não quando eu era a única com o coração partido no final dessa história. Me surpreendi comigo mesma ao notar que minha mão havia ido até seu rosto num gesto rápido e forte. O estalo do tapa reverberou por toda a cozinha e deixou a palma da minha mão ardendo.

— Nunca mais diga que me ama! Você não vai mais brincar com meus sentimentos Oliver, esse jogo acabou. — sentenciei. E sai da frente dele me dirigindo ao quarto enquanto Oliver me seguia, peguei uma mala e comecei a jogar minhas roupas de qualquer jeito dentro dela.

— Eu entendo que você me odeie Felicity. Eu mesmo me odeio por ter feito isso, mas eu preciso que você entenda meus motivos e me deixe explicar tudo. —  As palavras de Oliver soaram desesperadas, em outra época eu teria cedido ao tom de súplica em sua voz, eu teria sentado e escutado o que Oliver tinha a me dizer. Mas agora eu estava cansada das mentiras dele.

— Que motivos? Que você se aproximou de mim, me fez amar você, se casou comigo e tudo isso só porque você quer encontrar o meu pai? — acusei — Isso é insano e seriamente doentio! Deixe-me te contar uma novidade Oliver, meu pai não matou o seu pai.

 — Ele chegou até você — falou sentando-se na cama, seus ombros estavam curvados numa postura derrotada — ele te convenceu, Felicity, você não conhece o seu pai, você não sabe do que ele é capaz.

— Você está errado Oliver. Sobre tudo. — eu disse simplesmente, eu gostaria de dar maiores explicações, mas esse não era meu segredo para contar. — Não foi meu pai  que  me contou a verdade sobre você.

— Então quem foi? — pressionou.

— Não vê que isso não importa? Como eu fiquei sabendo, quem me contou, nada disso muda o que você fez! — acusei duramente, e voltei minha atenção para a mala.

— Desde quando você sabe? — O tom dele era baixo, e a voz parecia falhar um pouco.

— Há alguns dias. — confessei, e imediatamente seu rosto se ergueu surpreso para mim.

— Porque agora? Porque você não me confrontou antes? Porque esperou? — suspirei com suas perguntas.

— Pode se dizer que eu fui uma tola apaixonada. Eu acreditei que talvez você pudesse me amar, apesar de tudo ter começado da forma errada. Pensei que se talvez eu conversasse com você, as coisas pudessem se resolver...

— Eu a amo Felicity! — Oliver afirmou com convicção, buscando avidamente por meus olhos. Tentei ignorar essas palavras, ignorar o que elas me faziam sentir. 

— ....Mas aí eu ouvi você no telefone com a Amanda. O que você disse a ela... —meneei a cabeça me lembrando das palavras —...Aquela mulher quase me matou apenas para chamar a atenção do meu pai, e você disse que iria ajudá-la. Você disse que iria me usar para chegar até ele. — Meu tom subiu alguns oitavos — Que tipo de amor é esse? Você estava disposto a me machucar ainda mais só por uma vingança pessoal? — retirei a mala da cama e a coloquei no chão, eu estava pronta para partir.

— Eu menti para Amanda. Eu nunca faria isso a você Felicity. — A mão de Oliver agarrou o meu braço que segurava a mala.

— E por que eu deveria acreditar em você Oliver?  — questionei acidamente — Você mente para Amanda, mente para mim. Eu sequer conheço o Oliver verdadeiro. Eu me apaixonei por um desconhecido — O rosto de Oliver se contorceu com minhas palavras, eu via as lágrimas descendo pelo rosto dele, mas eu não me compadeci — Sabe, eu estou me sentindo aliviada de ter descoberto isso agora,  antes que fosse muito tarde, antes que eu estivesse fazendo planos de ter filhos com você e viajar para passar um tempo com sua mãe e irmã.

— Felicity... Tudo o que eu disse à Thea é verdadeiro, são coisas que eu quero viver com você. Eu quero construir uma família, um futuro ao seu lado. Eu a amo, eu fiz muitas coisas  erradas na minha vida, mas a única que coisa certa que eu fiz foi amar você!

— Você precisa parar de dizer que me ama! — explodi.

— Eu não posso fazer isso Felicity. Porque eu a amo. — fechei meus olhos, pensando talvez se eu não olhasse para Oliver aquelas palavras pudessem ser mais facilmente ignoradas. Eu estava errada.

— Você diz que nunca quis me machucar, mas toda vez que você diz isso você o faz. — falei, não conseguindo esconder o quanto aquilo me magoava.

— Eu sinto tanto Felicity. — fechei meus olhos absorvendo o significado daquelas palavras, as lágrimas que eu tanto segurei finalmente começaram a cair.

— Eu também sinto Oliver. — disse com a voz embargada por tristeza, raiva, amor. Sim, amor, esse sentimento ainda estava em mim e era por isso que minha raiva era tão grande. — Sinto por tudo o que vivemos ter sido uma grande mentira. Sinto por ter me casado com um desconhecido. Sinto por ter entregado meu coração a alguém que claramente não se importava com ele.  — Me virei indo em direção à porta do quarto puxando a minha mala, eu precisava ir embora.

— Você não me entendeu Felicity. — Oliver disse puxando o meu braço e me forçando a encará-lo. Ele colocou suas mãos uma de cada lado do meu corpo, me prendendo a porta. Fechei meus olhos tentando ignorar o que o meu corpo dizia, estar assim tão perto dele e ainda querê-lo apesar de toda raiva que fervilhava em mim, era assustador — Felicity olhe para mim. — pediu, e eu acabei cedendo. Havia algo em seu tom de voz, uma tristeza de partir o coração. Eu abri meus olhos e logo estava presa na imensidão azul que eram os olhos dele. — Eu sinto por ter te enganado, por ter te machucado. Eu nunca quis te causar nenhum tipo de dor, saber que eu  sou o responsável por cada lágrima que caiu de seus olhos me machuca de uma maneira que eu não sei explicar. — uma de suas mãos se ergueu até meu rosto e começou a trilhar o caminho de uma das lágrimas — Mas eu não me arrependo do que vivemos, não vou pedir desculpas por ter me apaixonado por você, por ter me casado com você ainda que pelos motivos errados. Eu a amo Felicity, e eu não sinto muito por isso. 


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?
O capítulo estava ficando muito grande aí achei melhor dividir, espero que não briguem comigo por isso.
E então, o que vocês acham que vai acontecer agora?



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