O Fim escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 12
Planejando não morrer




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Depois que eu e Happy contamos tudo o que sabíamos a Natsu, o garoto surtou, disse que ia acabar com a albina, estava quase destruindo sua cela, nós conseguimos acalmá-lo depois de um certo tempo, quando dissemos que íamos começar a execução do plano hoje.

Quando Natsu deixou que a gente partisse, encontramos Erza e Gray no topo da escada que ia as masmorras.

—E então? – Erza pediu.

—Bem, fora as masmorras serem quase destruídas, tudo ocorreu bem. – sorri de canto.

—Certo, nós não conseguimos nada. – Gray disse emburrado. – Lisanna tranca o escritório dela quando sai, e bem nenhum dos outros quer falar sobre o pessoal que está lá fora.

—Espera, lembra que Lisanna disse que alguns deles estavam numa missão, que era lutar contra aqueles zumbis que Wendy estava fugindo quando encontramos ela? – eu lembrei eles.

—E? – Erza pediu.

—Bem, podemos questioná-la sobre isso, afinal foi ela que nos disse, podemos nos oferecer para ajudar e sair daqui pra ver se descobrimos algo. – eu disse empolgada.

—Hum, interessante, e onde ela está agora para abordarmos ela? – Gray pediu olhando para os lados.

—Nós vimos ela a um tempo subindo. Mas não sei para onde ela foi. – Happy disse tímido.

—Vamos nos separar e dar uma olhada por aí. – sugeriu Erza.

—Eu vou com a Lucy! – Happy agarrou-se ao meu braço.

Olhei estranhando a reação do gato.

Ele baixou a cabeça um pouco vermelho. Reparei que Erza e Gray estavam intrigados, mas dei de ombro pra eles e segui na direção oposta dos dois.

A uma certa altura, olhei para Happy, ele estava sorrindo normal.

—Happy? Por que está assim? Tudo bem? – eu pedi preocupada ao gato.

—Sim. – ele respondeu simplório.

Parei de andar e ele me olhou.

—Natsu pediu pra mim nunca te deixar sozinha. – ele confessou olhando pra baixo.

—Não acha que eu estaria segura com Gray e Erza? – olhei questionando o óbvio.

—Sim, mas, ele me pediu pra ficar de olho em você, pra ter certeza que não ia fazer algo estúpido. – ele disse dando de ombros.

Não sabia se ficava irritada com isso ou feliz, caramba, Natsu não confiava em mim? Achava que eu ia morrer em qualquer esquina que encontrasse um zumbi? Ou era só proteção mesmo?

Suspirei e recomecei a andar.

—Lucy? Está brava comigo? – Happy pediu.

—Não, claro que não. – olhei pra trás sorrindo para o gato. – vamos achar a Lisanna.

—Estão me procurando por que? – Lisanna nos encontrou no corredor.

—Ah... é... – Happy começou a gaguejar.

—Queríamos saber sobre aquele pessoal que você mencionou que estavam em missão, de matar os zumbis que Wendy sem querer atraiu pra cá. – expliquei.

—O que tem eles? – ela pediu.

—Eles já voltaram? – perguntei.

—Não, ainda não. – ela informou e ia dando as costas.

—Bem se eles estão com problemas, nós podemos ir ajudar. – sugeri.

—Acredito que você, uma mera humana mortal, e um gato não ajudarão em nada. – Lisanna olhou pra trás com desdém.

—Lucy mesmo sem poderes é mais forte que você! – Happy xingou a albina. Lisanna adotou um olhar assassino em minha direção. Gato maldito.

—Happy está errado! Você é mais forte, mas eu e os outros estamos preocupados, por favor nos deixe ir atrás deles. – eu falei com os olhos fechados e adotando uma expressão de sofrimento.

—Se quer tanto assim dar sua vida de mão beijada, vá. – ela disse e continuou a andar.- Assim, você sai logo do meu caminho...

Era pra mim ouvir ou não essa ultima parte? Fiquei na dúvida, mas resolvi ignorar, logo eu e Happy estávamos voltando ao encontro de Erza e Gray.

—Lisanna nos deu autorização para sair e procurar os outros. – eu disse convencida.

—Perfeito. – exclamou Erza. – você vem?

—Sim, tenho que me certificar se Juvia e os outros estão a salvo. – Gray respondeu.

Assim nós fomos até a saída, mandamos Levy que estava nos controles abrir as portas e assim fomos para o porão da antiga guilda, ali já encontramos alguns zumbis que foram facilmente eliminados. Subimos as escadas e sorrateiramente fomos até a entrada, lá fora, um exercito se acumulou e ouvíamos barulhos de luta entre eles.

—Eles estão lá! – Erza afirmou. – precisamos de um plano para atrair esses zumbis para a colina e assim conseguimos tirar o pessoal dali.

—Eu cuido disso. – Gray disse indo para a colina.

—Tem certeza? Você parece dolorido ainda. – eu pedi.

—Sim, vamos salvar esse pessoal. – ele disse e assim seguiu para a colina indo atrás de pedras grandes e fazendo o mínimo de barulho possível.

Erza, Happy e eu ficamos ali espiando e aguardando Gray chamar a atenção deles.

Logo, ouvimos árvores caindo e um grito forçado de Gray, esse era o sinal, e como planejado os Zumbis mudaram sua direção para lá.

Aos poucos, eles se dispersaram o bastante para que víssemos Juvia exausta e Gildartz da mesma forma, eu comecei a atirar com meu arco nos zumbis que se aproximavam deles e de nós enquanto ajudávamos os dois.

—Obrigada... Cadê meu Gray-sama?? – Juvia pediu.

—Eles está bem, foi ele que atraiu o zumbis para a colina. – Happy respondeu.

—E o Natsu? – Gildartz pediu ofegante.

—Não sei se você vai gostar de saber, mas te contamos quando chegarmos na guilda. – Erza respondeu e logo percebeu a reação assustada do mago. – Ele está bem.

—Vamos! – eu exclamei, os zumbis estavam começando a querer voltar para nós. – apurem.

Eu atirava uma ou outra flecha com perfeição, mas na maioria das vezes precisava de mais que uma para derrubar o zumbi. Mas estava mantendo eles afastados, até minhas flechas acabarem, o que aconteceu antes que eu imaginava.

—Droga!.. – olhei para trás, Erza estava com Gildatz e Happy ajudava Juvia, eles não podiam fazer nada, em nossa volta, os Zumbis começaram a se acumular de novo. – Gente..

—Lucy, pegue Gildatz, agora.! – fui até ela e segurei o mago, ele gemeu de dor, enquanto isso Erza reequipava sua armadura das fadas e ativava a sua habilidade de cem espadas lançadas em seus alvos específicos ao mesmo tempo.

Eu sempre me esqueço o quão poderosa Erza é, e como ela é boa em proteger seus amigos, um dia quero chegar pelo menos aos seus pés. Mas com meus poderes tirados de mim, isso nunca será possível.

Quase, repito, quase todos os mortos foram mortos, digo definitivamente. Alguns sobraram, e foram detidos pela espada impiedosa da armadura habitual da ruiva.

—Vamos! – ela se virou para nós e exclamou. Corremos de volta a guilda esperançosos.

—Grhssssrrrgh. – o som veio de um zumbi que parou em nossa frente, interrompendo nosso caminho, ele era tipo o triplo do tamanho de um zumbi normal que estávamos acostumados a lutar, as veias que já não bombeavam sangue estavam inchadas, o rosto do morto todo desfigurado e os dentes podres e cobertos de sangue a mostra, de seu abdômen saía suas entranhas aos poucos, mas ele parecia não ligar, ele só queria lanchar.

—Mas o que...? – Erza ia questionar a criatura provavelmente, mas não houve tempo, ela pulou em alta velocidade e em suas mãos surgiu uma fumaça negra de odor repugnante, lembrava um pouco o poder de Romeo, o que se tornou um pouco estranho comparar com ele, já que o mesmo não foi citado por Lisanna entre os mortos e provavelmente estava desaparecido.

Erza não conseguiu desviar e acabou sendo nocauteada, ela foi arremessada a no mínimo uns dez metros de distancia, deu contra uns escombros e provavelmente não levantaria cedo.

—Era contra esse que estávamos lutando... – Juvia disse com esforço. Eu comecei a entrar em pânico, se Juvia e Gildartz, magos extremamente poderosos apanharam para essa criatura, o que eu e Happy poderíamos fazer?

Olhei para onde Erza havia caído, mas ela não fazia menção alguma de que iria levantar, e pra piorar, zumbis começaram a rodear ela, prontos para almoçá-la.

—Erza!!!!! – gritei na esperança de acordá-la.

—Vá até ela e acorde-a, é nossa melhor chance. – Gildartz me empurrou.

—Não posso deixá-los. – argumentei.

—Vá até ela e acorde-a, nós vamos ficar bem! – Gildartz sorriu forçado, olhei para Juvia e ela sorriu pra mim também.

—Pode ir. – ela disse pra mim entregando-me Happy. O mesmo estava chorando, como se soubesse o que estava por vir.

Me contive, segurando minhas lágrimas.

—Eu já volto. – prometi.

Soltei Happy para ele ir voando e fui recolhendo as flechas que eu consegui achar no caminho até Erza, logo ouvi um grito e olhei para traz, Juvia havia sigo arremessada como Erza para o outro lado.

Virei-me de costas para a cena e vi um Zumbi se aproximando do corpo inanimado de minha amiga, a tempo consegui preparar uma flecha que atravessou de um ouvido ao outro, matando o zumbi de uma vez.

Cheguei perto o suficiente para pegar minha adaga da cintura e cravar no crânio de outro que se aproximava.

—Happy, leve Erza para a guilda. – eu disse.

—E você? – ele olhou para mim.

Só olhei para ele e sorri.

—Não, eu tenho que cuidar de você! – ele começou a fazer manha.

—Happy! – eu chamei sua atenção grosseiramente. – agora não é hora disso, Erza precisa ser cuidada imediatamente pela Wendy, e eu preciso tentar ajudar eles, por favor, seja realista. Se quer me proteger, proteja Erza!

O gato ficou um pouco quieto mas seguiu com a ruiva nas alturas até entrar na guilda. Armei meu arco e apontei para o grandalhão que lutava com Gildatz. Atirei e acertei em seu nariz, mas não foi forte o suficiente para cravar, ela só causou um pequeno arranhão. Mas foi o suficiente para chamar a atenção do bicho.

—Gildatz, se conseguir, pegue Juvia e vá para a guilda, eu dou cobertura. – gritei, o mago estava boquiaberto, provavelmente pela minha estupidez em querer salvá-los, mas o que posso fazer? Além de serem meus amigos, são pessoas importantes para pessoas importantes para mim. Juvia é, mesmo Gray não admitindo, sua amada, e Gildartz é como um pai para Natsu. Como posso pensar em deixá-los para traz e magoar essas pessoas? Sem chance.

—Lucy, não vou deixá-la... – Gildartz começou a falar mas logo desmaiou. Droga. Isso acaba com meus planos.

Me aproximei dele para protegê-lo, Juvia estava um pouco distante, mas não havia sinal de zumbi perto dela, por enquanto ela estava segura. Eu mirei novamente meu arco para a cabeça do zumbi grandalhão e atirei, novamente causou um pequeno e insignificante arranhão.

Ele pulou para cima de mim do mesmo jeito que pulou em Erza, se aquele golpe me acertasse, era desmaio senão morte na certa. Não sei como mas consegui rolar para a esquerda e desviar do seu ataque, ele acertou o chão onde eu estava e uma cratera de tamanho considerável se abriu ali. Como normalmente faço, tento contra atacar acertando as pernas ou a cabeça do zumbi, mas não funcionou, ele não se desviou, deixou-se ser acertado e veio direto pra cima de mim novamente, comecei a entender um pouco o raciocínio desse zumbi especial. Ele não raciocinava.

Age só para comer, ataca só para mastigar e não se importa em ser atacado. E o pior, como Gajeel explicou, os poderes desses zumbis especiais saem sem nenhum padrão ou ritmo, é o mais inesperado possível.

Não consegui me desviar dessa vez, ele conseguiu parar em cima de mim e fazia uma força absurda para me puxar em direção a sua boca. Eu não iria conseguir impedir que isso acontecesse por muito mais tempo. Minhas forças estavam se esvaindo e minha visão escurecia aos poucos.

De repente Gray grita meu nome e eu desperto, para obter mais força levantei minhas pernas e utilizei da força delas para empurrar a criatura para mais longe.

—Ahhhhhhhhhhh... – gritei e consegui afastá-la um pouco, Gray aproveitou e com sua espada de gelo criada através de magia de criação, ele cortou os grossos braços do zumbi.

—Você está bem? – ele pediu me ajudando a levantar. – onde está Erza?

—Foi nocauteada, Happy a levou de volta para a guilda. – fiquei em pé com dificuldade e observei o zumbi correndo em nossa direção. - O que vamos fazer?

—Eu não quero virar comida, então acho que nossa única alternativa é matar ele. – Gray me respondeu dando-me esperança com um singelo sorriso.

—Ok! Vamos acabar com isso. – o zumbi veio esfomeado em nossa direção, pronto para nos lanchar. De seus lábios podres, saliva escorria misturada com sangue das coisas que ele já se alimentou, me concentrei no tamanho ódio que sentia por aquele ser canibal. Levantei a flecha e me lembrei de um conto antigo, que o leão tinha o pelo todo blindado e nenhum ataque externo funcionaria, pois nada poderia penetrar aquela pele, pois então com um ataque direto na garganta o poderoso leão morreu. E assim com uma flecha pequena atirada pelo arco de uma pessoa insegura toma o rumo da garganta do zumbi levando-o ao chão como o leão de Nemeia.


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