O Fim escrita por Khatleen Zampieri


Capítulo 11
O mistério da albina


Notas iniciais do capítulo

OOOOPA, me desculpem a demora, problemas de internet, fiquei sem por um bom tempo... mas aí está o próximo capítulo.
Aproveitem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632953/chapter/11

—Isso é loucura! – A única frase que ouvi depois de contar tudo a Gray, Erza e Happy.

—Você acreditou nisso? – Erza questionou.

—A princípio não, mas depois de vê-los tão convencidos e de Levy ler o livro de Zeref, sim acredito. – Respondi me sentando em uma das camas.

—Repito, isso é loucura. – Erza levantou as mãos aos céus em indignação. – E Natsu acreditou?

—Ele lutou e deu risada no inicio, mas depois aceitou e disse para treinarmos, e quando chegar a hora, todos juntos vamos dar o fora daqui. – Expliquei o plano.

—E os outros da guilda? – Gray se manifestou. – Digo, estou preocupado com alguns, eles não mencionaram Juvia, Evergreen e os outros...

Ele tinha razão, ficamos preocupados com nós mesmos e Natsu e nos esquecemos dos outros.

—O que vamos fazer? – Happy pediu chorando. – Eu não quero que o Natsu lute com Zeref, mas também não quero deixar a guilda.

Suspirei, os outros me olharam com a mesma expressão que o exceed, preocupação.

—Vamos seguir o plano! – todos fizeram menção de me interromper. – Eu sei, eu sei que é loucura, que estão com medo, que não querem acreditar, mas devemos isso ao Natsu, por todas as vezes que ele nos salvou, que nos deu esperança, ele... ele pode ser um demônio, mas ele é o único demônio com amigos, vamos ficar ao lado dele nessa hora difícil como ele sempre fez, vamos dá-lo esperança em troca de todas as vezes que ele esteve conosco. Vamos acreditar no plano de Natsu e ir até o fim com ele, e sim Gray, vamos fazer o possível pra descobrir o que aconteceu com todos da guilda durante esse período que vamos ficar por aqui.

—Acho um bom plano Lucy. – Happy disse mais animado.

—Ok, vamos dormir então, está tarde, amanhã vamos dizer a Lisanna que concordamos com tudo e aos poucos ganhar a confiança dela para que nos conte mais sobre o que ela sabe. – Erza disse enquanto se ajeitava para dormir.

—Ok. Boa Noite! – Gray deitou-se e virou-se para o lado.

Fui até a minha cama e sentei, mas continuei olhando para o nada, eu disse tudo aquilo para dar esperança a eles, mas eu mesma estava em dúvida sobre isso, como nossa vida poderia mudar tão rápido? Como tudo o que conhecemos e lutamos para salvar morreu assim? Por que Natsu tinha que ser uma criação de Zeref? Por que Mãe? Por que isso estava acontecendo?

—Lucy? Por que está chorando? – Happy subiu no meu colo e olhou pra mim preocupado.

—Eu estou triste Happy. – expliquei.

—Não precisa, vamos ficar bem, nós vamos passar por tudo isso e depois vamos construir uma guilda nova, Natsu vai ficar bem, e vocês dois vão se casar e ter bebês não é? – Happy me abraçou.

No mesmo instante as lágrimas vieram com mais intensidade, Natsu e eu termos bebês? Happy as vezes me assustava com seus comentários, mas dessa vez, eu fiquei feliz por apenas ele estar ali, ele e mais ninguém, eu fiquei um bom tempo abraçada com ele, até sentir a respiração dele ficar pesada e perceber seu peso cair sobre meu ombro, ele havia adormecido, cuidadosamente coloquei ele na cama e o cobri.

Olhei em volta, todos pareciam ter pego no sono, então eu me levantei e sai do quarto, os corredores estavam desertos, as tochas que iluminavam o caminho não ajudavam muito, então cautelosamente fui em frente, caminhei mais ou menos uns 5 metros até achar uma escada pra baixo, era a que levava a masmorra, por mais que eu queria ver o Natsu, eu decidi continuar em frente, por mais uns 5 metros, encontrei uma escada que subia, eu não entendi como era possível, pensei que a única saída daquele bunker era pela entrada onde viemos, mas fiquei curiosa, então subi.

A cada degrau que eu subia, ficava mais claro e o ar do ambiente mais puro. Subi mais um pouco e vi uma porta, quando fui tocar a maçaneta para abri-la, alguém do outro lado faz isso antes, e esse alguém era Wendy.

—Lucy? O que faz aqui? – ela me perguntou baixinho. – Se te pegam nessas horas perambulando fora do seu quarto você estará encrencada.

—Preciso falar com você! – eu entrei no seu aposento e a arrastei de volta comigo.

—Lucy, não é uma boa ideia. – ela me avisou.

—Eu sei Wendy, mas preciso falar com alguém de confiança. – expliquei.

—O que você quer? – ela perguntou derrotada e se sentou ao meu lado.

—O que aconteceu com a Lisanna pra todos respeitarem ela? -  perguntei.

Wendy suspirou.

—Eu não sei bem ao certo, quando eu acordei na ilha, era nos braços dela que eu estava, parece que ela despertou todos. Mas havia algo estranho, por que antes de sairmos de lá, nós perguntamos a ela onde estavam vocês, falamos que não podíamos sair de lá sem nossos amigos. Ela adotou uma expressão de raiva e disse que vocês haviam morrido, que ela havia visto. Perguntamos como, ela disse que foi Acnologia, na hora que todos fomos enterrados ele abocanhou vocês, eu nunca quis acreditar nisso, mas vocês não estavam lá, então, viemos pra casa. – Wendy contou, mas havia algo faltando ali.

—Wendy, por que Lisanna parece ser a nova mestre da guilda, onde está Makarov? – quando fiz essa pergunta, ela pareceu se abalar mais ainda.

—Eu acho, que Lisanna o matou. – ela disse entre lágrimas.

—O que? – isso não podia ser verdade. - Como assim você acha?

—Eu não sei, quando viemos perguntamos onde o mestre estava, ela respondeu que ele estava diferente, que queria matar todos nós, então ela disse que fez o que precisava. – Wendy começou a soluçar, eu a abracei, será que o mestre se transformou em Zumbi e atacou a Lisanna na Ilha, ou ela o matou pra se tornar mestre? E por que ela mentiria sobre nós?

—Wendy, é só você que percebeu que ela estava mentindo? Ou outros também estão desconfiados? – perguntei, isso era importante.

—Ninguém fala sobre isso, mas todos ficaram em pânico quando vocês apareceram, principalmente ela. Mas nós, digo eu não sei o que pensar Lucy, desculpe ter abandonado vocês na ilha, desculpe. – ela chorou mais ainda.

—Está tudo bem Wendy, onde está a Charlie? –perguntei, a gata geralmente não saia de perto da Dragon Slayer.

—Lisanna disse que era pra ela dormir em um quarto separado do meu, disse que eu precisava de privacidade e Charlie podia ser uma distração pro meu sono, disse um monte de coisas nesse sentido. – Wendy explicou desanimada.

—Como você fizeram esse quarto mais alto? – perguntei, fiquei curiosa sobre isso.

—Bem, nem todo o bunker fica embaixo da guilda, os corredores se alongam pra vários lugares, e meu quarto acabou se afastando mais, digo, se eu abrir o sótão, vou direto pra fora, tenho ar livre se precisar. Eu costumava passar mal lá em baixo. – ela explicou sorrindo.

—Wendy, eu prometo que vamos ter a nossa antiga vida de volta ok? – ela estreitou os olhos em dúvida. – mas precisamos da sua ajuda.

Contei a ela o plano de Natsu e disse pra ela não contar a ninguém, nem mesmo a Charlie, na hora certa ela saberia. Wendy concordou e me abraçou, disse que sentiu nossa falta, a Dragon Slayer estava assustada demais para reagir, ela seguia Lisanna por medo e dúvida do passado, não sei bem o que a Strauss caçula estava tramando, mas eu e os outros não iríamos mais deixar ela machucar ninguém.

Voltei para o meu quarto e por sorte ninguém me viu, todos estavam dormindo em sono profundo, a viagem foi de deixar qualquer um abatido e exausto, eles mereciam um repouso. Eu deitei e peguei no sono quase que na mesma hora.

A fumaça que eu estava inalando não ia me fazer muito bem, mas eu precisa achar todos, continuei gritando pelos nomes dos meus amigos.

—Weeeeendy? Chaaaaaaaarlie? Graaaaaaaaaaay? Eeeeeeeeeeeerza? Alguém... – eu desabei no chão, meus joelhos cederam, estava fraca, em meio a tanta fumaça e destroços, não achava ninguém, mas ouvia gritos e sons de batalha por todos os lados.

—Ahhhhhhhhhhhhhrg.- ouvi um grito de mulher, parecia ser Lisanna, mas o que estava acontecendo. Reuni minhas forças e levantei, fui até onde o som veio.

—Meu Deus! – Gray estava mordendo as pernas de Lisanna com tamanha fome que ele nem esperava mastigar um pedaço e já queria outro.

Corri até lá, e chutei Gray para o lado.

—Você está bem? – Lisanna me olhou com raiva.

—É tudo culpa sua! – ela gritou se levantando. – você tirou tudo de mim, tirou meu lugar na guilda, roubou meus amigos, minha glória, roubou minha vida, roubou o Natsu, ele prometeu casar comigo! EU... EU ODEIO VOCÊ, QUERO QUE MORRA!

Ela veio correndo e me empurrou, eu me desequilibrei e cai em cima de Gray, ele tentou me morder de todas as maneiras, era forte, extremamente forte, mas estava conseguindo contê-lo, até Lisanna vir com um tipo de adaga e em um só golpe cortar meus braços, no mesmo instante que senti o formigamento e a queimação de perder um membro do corpo, senti a mordida mortal de um Zumbi que era meu amigo no pescoço, a dor imensa me fez desmaiar, mas antes vi o sorriso de Lisanna e ela caindo no chão sendo devorada por Wendy e Charlie que ansiavam por carne humana.

Acordei toda suada, estava ofegante, Happy estava no chão naquele momento, pois quando acordei acabei chutando-o para fora da cama.

—Lucy, o que houve? – Erza pegou Happy no colo o devolveu a minha cama.

—Teve outro daqueles seus pesadelos? – Gray perguntou se sentando nos pés da cama.

—Meu Deus... sim... eu tive outro sonho... – coloquei a mão na cabeça, meu rosto estava quente. – preciso de um banho...

—Calma... – Erza me parou. – Antes conte-nos o que sonhou.

—Minha morte! – eu respondi me levantando, fui até o banheiro e me tranquei lá.

Olhei para o espelho e vi o quão assustadora eu estava, olheiras, cabelos oleosos, dentes amarelos de tempo que eu não os limpo, pele sebosa, estava horrível. Entrei no banho, me senti tão bem, tão leve, mas aos poucos as cenas do meu sonho vinham me atormentar.

Quando sai do banheiro estava com a cara nova, uma outra roupa, eu decidi me tornar forte, não iria deixar aquilo que vi no sonho acontecer, Gray, Wendy e Charlie se transformar, Lisanna me matar ou ela ser mordida, bem talvez essa ultima parte eu deixe.

—Lucy, onde vai? – Erza me pediu, ela também estava  nova em folha.

—Vou sair, pegar um ar, matar alguns Zumbis, surrar a Lisanna, sei lá, são tantas coisas que não sei o que fazer antes. – respondi.

—Lucy, você saiu ontem a noite não foi? – Gray adivinhou.

—Sim, fui falar com Wendy, eu confio nela, contei o plano e ela disse que vai nos ajudar. – contei tudo a eles, tudo o que Wendy me disse.

—Por que Lisanna mentiu sobre nós? Qual o sentido disso? – Erza parecia furiosa.

—Tem outra coisa também. – eles me olharam curiosos.- No meu sonho Lisanna é mordida e me culpa por tudo o que aconteceu na vida dela. Tudo, desde a “morte” dela a não se casar com Natsu. Como se eu tivesse culpa que ele é o END.

Eles se entreolharam e sorriram.

—O que? – eu pedi, mas ninguém me respondeu.

—Ok? Devido a essas informações, precisamos avisar o Natsu e começar a treinar o quanto antes, pelo visto estamos correndo risco de vida. – Gray disse.

—Eu e Happy vamos pedir a Lisanna para ver o Natsu. – eu falei e o gato já pulou no meu colo.

—Quanto a nós dois vamos ver o que descobrimos sobre os desaparecidos. – Erza afirmou e todos saímos do quarto.

Happy e eu fomos até o escritório de Lisanna, a porta estava aberta então fomos entrando.

Lisanna estava sentada atrás da mesa analisando um mapa, que foi rapidamente guardado quando ela nos viu.

—Vejo que ainda tem coisas que você está escondendo. – eu disse sínica.

—A muitas coisas que vocês ainda não sabem. – ela respondeu séria. – o que vocês querem?

—Precisamos falar com o Natsu! – eu fui direta.

—Muito bem, acho que está na hora mesmo. – ela saiu de traz da mesa e nos acompanhou até a ponta da escada que desci ontem escondido pra espiar eles. – só descer até o final e verão ele. Podem falar com ele, acredito que será muito chocante, levem o tempo que precisar.

Olhei para Happy, nós dois já sabíamos do que se tratava, mas para Lisanna, Natsu ainda ia nos contar sobre END.

Chegamos até a cela de Natsu e ele abriu um grande sorriso quando nos viu. Happy voou e tentou passar pelas frestas da cela mas não conseguiu, começou a chorar então.

—Happy... – Natsu o chamou. – vai ficar tudo bem amigão, não se preocupe.

—Mas eu não quero que você morra. – Happy dizia entre soluços. Natsu me olhou triste, eu desviei o olhar, me abaixei e peguei o gato azul no colo, o abracei e o mesmo se acalmou.

—Natsu não vai morrer Happy, lembra do que você mesmo me disse ontem? Sobre a Guilda? – eu olhei para o gato sorrindo. – ele me olhou manhoso.

—Que vocês dois vão ter bebês? – Eu fiquei vermelha e sem jeito, não pude olhar para o Natsu e ver sua expressão, mas não me contive, olhei.

Ele estava cabisbaixo e desanimado.

—Happy, pare de dizer bobagens.. – tentei remediar, Natsu não deve ter gostado da brincadeira. – eu quis dizer do que você disse sobre reconstruir a guilda lembra?

—Sim. – o gato olhou para Natsu. Que ouvindo isso levantou a cabeça e sorriu.

—Sim, vamos reconstruir a guilda amigão. – o mago disse sorrindo.

—E vocês dois vão se casar! – Happy disse convencido cruzando os braços.

Eu fiquei vermelha de novo e tapei a boca do gato com a mão.

—Hahahhahaha... – mas parei quando ouvi uma voz rindo de deboche ao fundo. – Como vocês são ingênuos. Acreditam mesmo que vão conseguir fazer tudo voltar ao normal? Sério?

—Lisanna?! – eu exclamei. – por que está aqui?

—Bem eu tinha que verificar se vocês não estavam tramando nada. – ela disse sorrindo sarcasticamente. – vejo que já contou a Lucy e a Happy sobre END. Então o que vão fazer?

Estreitei os olhos, soltei Happy e fui até Lisanna, fiquei de frente pra ela.

—Vamos ajudar o Natsu no que for preciso, mas estamos de olho no que você está aprontando Lisanna, eu vou descobrir e quando eu fizer isso, você vai pagar caro se machucar um dos meus amigos. Fui clara? – falei dura. Ela ficou um pouco espantada, acho que fazia tempo que alguém falou com ela assim.

—humf. – foi tudo o que ela disse e virou as costas para subir as escadas. – ah Natsu, lembra que você prometeu se casar comigo.

Olhei para ele que estava sorrindo de canto, então era verdade, ele planejava mesmo casar com ela depois que tudo terminasse.

—Bobagem! – Happy disse.

Olhei pra ele e ele piscou pra mim.

—O que? – perguntei o que aquela piscada significava.

—Happy tem razão, o que Lisanna disse é bobagem, há muito tempo ela pediu pra mim ser o esposo dela, e eu nem sabia o que era isso, concordei, agora que eu sei o que é, que eu sei o que é o amor, não é por ela que sinto isso, não é com ela que quero viver minha vida. – Natsu disse sorrindo.

—E com quem é então? – perguntei bem de metida.

—Não é óbvio Lucy? – Happy me pediu.

—Happy.. – Natsu o repreendeu. E depois olhou pra mim. – Na hora certa você vai saber.

Eu não sei bem o que eles dois estavam tramando, mas precisávamos contar a Natsu tudo o que Wendy havia me dito noite passada, e isso tinha que ser agora, já que a albina tinha subido para o seu quartel.

—Natsu, precisamos conversar! – eu me abaixei séria em frente a sua cela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.