Paradoxo - Seson 2 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 44
Flash Reverso


Notas iniciais do capítulo

Oi meu povo, como passaram desde semana passada? Não tenho muito para dizer hoje, então nos vemos lá em baixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632863/chapter/44

CONNOR

Existe um antigo mito Chinês que se chama Akai Ito, O Mito do Fio Vermelho. Ele afirma que toda pessoa quando nasce é ligada por um fio vermelho invisível a sua alma gêmea. Segundo essa história, não importa quantas pessoas passem por sua vida, com quem se case, não importa o tempo que leve, mas as almas gêmeas sempre terminaram juntas. E quanto maior o fio, mais infelicidade a pessoa terá na vida, antes de conhecer a alegria genuína. Nunca acreditei em mitos, aliás, não acreditava até esse momento.

Isis, Damian e eu corremos dentro da Star Labs, em direção ao acelerador de partículas, no mesmo momento em que Felicity apontou os monitores e vimos Luna e Sara subjugadas por Hunter. Deixo os dois para trás ao me dar conta de que estavam lentos demais para acompanhar meu desespero, e sou o primeiro a entrar no acelerador.

Ajo por instinto apenas, atirando uma flecha explosiva em direção a cabeça do Zoom. Claro que ele a pegaria, mas isso o fez soltar Luna, que olha em minha direção com seus grandes olhos castanhos esverdeados, consigo captar o momento exato em que eles param de ter expressão, e passam a ser janelas vazias. Um grito de dor, desespero e revolta sai por minha garganta, enquanto corro na direção dela.

A flecha explode e Wally, gira seu corpo e atinge a garganta de Zoom com seu cotovelo, o lançando para longe das duas, vejo Sara engasgar e voltar a respirar de forma ritmada. Isis e Damian atiram dispositivos na direção do velocista, mas eu me jogo de joelhos em frente ao corpo da minha mulher, e faço a única coisa que sei. Começo a massagem cardíaca, enquanto sopro oxigênio em sua boca.

—Luna, por favor. –imploro sem me preocupar mais como que acontecia em minha volta. –Por favor, eu não posso te perder, não posso...

—Connor. –sinto a mão de Isis no meu ombro. –Ela está respirando? –sua voz sai cheia de insegurança. Nego balançando a cabeça, mas não paro de tentar reanima-la. –Ai meu Deus. –sussurra com a mão sobre o peito, e se agacha na frente de Sara para checa-la em seguida.

—Por favor, por favor. –repito sem parar, aumentando a pressão que fazia nas costelas dela, sinto um vazio que desconheci em toda a minha vida, mas que agora é tudo o que sobrou em mim. –Você me fez prometer que voltaria, prometer que iria me cuidar.

—Ele fugiu. –escuto a voz do Wally em algum lugar distante da minha mente. –Sara?

—Ela está bem. –alguém responde, não consigo mais distinguir as vozes.

—Luna?

—Sinto muito, ela...

—Não, não pode ser.

—É melhor tirá-lo daqui.

—Não, eu não vou simplesmente deixá-los! Me solta, Wayne. Não encostem em mim!

Então sou arrancado de onde estava, e vejo em meio ao susto o uniforme vermelho do Wally, que toma meu lugar. O corpo de Luna estava deitado no chão, enquanto Damian e Isis argumentavam sem parar ao redor dele, Sara que estava recobrando a consciência observa a cena horrorizada. Eu me coloco sobre meus pés com esforço, Caitlin e Felicity corriam em nossa direção, tão transtornadas quanto nós cinco.

—Se afastem! –Wally avisa, e vejo raios passarem ao redor de seu corpo, antes dele pressionar as mãos no peito de Luna.

O corpo dela sofre um espasmo, causado pela eletricidade, mas nada muda. Dou um passo em direção aos dois, e Wally olha para trás, seu rosto estava cheio de dor, aceno o incentivando a tentar novamente e ele volta a sua atenção para Luna mais uma vez, sopra oxigênio em sua boca.

—Você não vai me deixar agora. –falo irritado, dando mais um passo na direção deles, ninguém tem coragem de tentar me impedir. –Sabe quantos anos, todo o esforço para afastar aqueles abutres, e a quantidade de alto controle que precisei ter? Agora você quer morrer horas depois de finalmente eu poder dizer que você é minha? –Wally tenta, todos nós mal respirávamos, ele deita a cabeça sobre o peito dela, depois se levanta com o semblante irritado e dá o que só pode ser descrito como um soco elétrico, o que aconteceu em seguida pode ter levado horas ou segundos, não sou capaz de dizer.

—Ela está respirando, o pulso está fraco, mas existe. –Wally diz com a voz trêmula.

—Precisa leva-la para cima, onde posso examinar melhor. –Caitlin fala, e Wally desaparece com Luna em seus braços, em seguida Caitlin some diante de nosso olhos.

—Ela vai ficar bem, Connor. –Felicity toca meu braço para atrair minha atenção, desvio meus olhos para ela com muita dificuldade, minha mente estava um turbilhão. –Não vá por esse caminho, querido. Eu sei o que a escuridão pode fazer com um bom homem, e o preço que vai precisar pagar para emergir novamente.

—Olha o que Zoom fez com todos nós, e me diz se não quer acabar com isso? Se no fundo, não quer acabar com ele? –minha mãe não é capaz de responder, a conheço bem demais para acreditar em qualquer mentira moralista que dissesse.

Voltamos todos em silêncio ao convex, vejo a destruição deixada para trás, mas não consigo me importar de verdade. Meu sangue ferve em minhas veias, isso não é algo que sinto normalmente, passei anos em um mosteiro aprendendo a perdoar, a isolar a raiva e coloca-la em um lugar da mente onde não atrapalhe meu julgamento ou ações. Todos aqueles anos são jogados no lixo, com a menor possibilidade de perder a pessoa que sou ligado por um fio vermelho.

—Como vamos encontrar Zoom? –Damian pergunta quando entramos no convex, mas só o que vejo é Luna deitada em uma maca na área isolada da enfermaria.

—As flechas dos Arqueiros Verdes costumam ter micro rastreadores, se tivermos sorte Zoom pode ter inalado algum deles. –Felicity responde se sentando em frente aos computadores, suas mãos estavam trêmulas, e ela desvia seu olhar para a maca onde sua aprendiz estava e uma lágrima escorre por seu rosto.

—Zoom sabe como alimentar o ódio alheio. –Damian comenta ajeitando a máscara sobre seus olhos, eu não consigo falar, mas quero muito que ele tenha inalado o maldito rastreador, quero muito seu maxilar em meu punho.

—Connor, posso falar com você por um momento? –escuto Sara, e sinto quando me puxa para o corredor. –Conheço esse olhar, fui treinada pelo cara que o inventou. Não vai entrar na luta se continuar dessa forma.

—A Luna está naquela maca entre a vida e a morte. Como espera que eu fique? –digo entre dentes, a olhando de cima, seu rosto estava machucado com um de seus olhos inchados e roxo, o lábio inferior cortado e um corte perto de seu ouvido.

—Ela está lá por minha causa. –a dor em suas palavras me desperta de minha própria dor. –Luna não precisava descer, ela foi soltar Wally, mesmo sabendo dos riscos.

—O que?

—Me desculpa, eu falhei em derrota-lo e agora Luna pode morrer. –Sara abraça o próprio corpo. –Deveria ter pensado nessa possibilidade, é o que ela sempre faz. Ela sempre me salva.

—Não é sua culpa, dela ou do Wally. A culpa é do Zoom. –digo controlando minha fúria.

—Pode ser, mas esse não é o ponto. Ele vem tentando nos desestabilizar, Wally é muito mais poderoso do que ele, só não o derrotou por que está furioso, e vivendo um impasse de se deve ou não mata-lo. Hunter nos conhece, sabe bem quais botões apertar com cada um de nós.

—Acho que agora ele apertou todos os que deveria.

—Não Connor, você não é o Ollie. Não tem escuridão em você, não vai começar a ter agora. Luna odiaria isso, não foi por esse cara que ela se apaixonou. –engulo em seco.

—Mas e você?

—Eu tenho mais escuridão do que pode imaginar, só o que me impede de acabar com a vida dele é saber o que isso significaria para meus pais, os seus, Wally, o time e a Luna. –algo no olhar de Sara me leva a pensar que ela já tinha um meio para fazer o que dizia. –Hunter foi meu amigo, assim como foi do Wally. Ele nos traiu, enganou e tem usado tudo o que sabe para nos destruir. O que me faz pensar se não deveríamos fazer o mesmo...

—Desculpe interromper. –Isis aparece na porta. –Mamãe o encontrou.

Sara e eu nos entreolhamos, e saímos em direção aos computadores, onde Felicity estava ladeada por Damian e Wally que observavam os monitores. Paramos atrás deles enquanto víamos que os outros heróis já estavam terminando com as batalhas nas ruas e se juntando ao Barry contra o Flash Reverso. Caitlin caminha em nossa direção com o semblante cansado, e vou até ela prendendo a respiração.

—Ela continua estável. –me tranquiliza.

—E o que mais? –seu rosto estava repleto de preocupação.

—Não sei explicar o que Wally fez para trazê-la de volta, mas os sinais vitais estão bons. Zoom quebrou o braço direito dela em dois lugares diferentes, tem uma fratura leve na clavícula e em uma das costelas, mas o soro pode curar isso em dias. –estremece ao dizer, e tenho vontade de retribuir o favor a ele. –O mais grave era a hemorragia no abdômen, mas consegui contê-la. -Não sei dizer quando ela vai acordar, ou...

Se ela vai acordar. –completo, ao perceber que Snow não conseguiria.

—Sinto muito.

—Posso vê-la?

—Claro, só tente não mexer nela, precisei imobilizar algumas partes de seu corpo para ajudar o soro.

—Obrigado Cait. –digo com sinceridade. –E obrigado, Wally.

—Fiz o que precisava ser feito. –dispensa meu agradecimento, provavelmente por estar se culpando, seu rosto estava tão sombrio quanto o meu.

Entro na enfermaria, e vejo Luna na maca com as partes visíveis de seu vestido de noiva rasgado, o restante estava coberto por um lençol azul. O rosto mais pálido do que o normal, e um cateter no nariz que a ajudava a respirar. Contenho minha vontade de tocá-la com medo de fazer algo que não deveria, mas é reconfortante ouvir o barulho do monitor que acompanhava seus batimentos cardíacos.

—Nós estamos quase prontos, Wally acabou de sair. –escuto a voz de Damian.

—Já estou indo. –respondo para ele. –Leve o tempo que precisar, mas volte. –beijo com cuidado o alto da cabeça de Luna e sigo para o centro do convex.

—Essas flechas podem ser úteis. –Felicity me entrega três flechas com compartimento líquido, e dá outras três para Sara. –Nós as usamos anos atrás, pode deixar Zoom mais lento por poucos segundos, essas aqui, -entrega mais duas para cada, de tamanhos diferentes, mas também com compartimentos líquidos. –são tranquilizantes muito fortes, o vão o deixar inconsciente pelo tempo necessário para prendê-lo. Lyla ligou a pouco e nos disse ter duas celas para os velocistas na ARGUS, vamos acabar com isso rapidamente. -acenamos e vamos em direção ao teletransporte.

BARRY

Me sinto vivendo um roteiro de um filme ruim, cheio de reviravoltas desnecessárias, por que esse tipo de coisa não pode acontecer na vida real. como fomos perder Zoom e na confusão, uma confusão de merda não só não perdemos Zoom como também soltamos Flash Reverso? Não faz sentido, ou pelo menos não deveria fazer.

‘Barry?’ Felicity me chama pelo comunicador.

—Perdi o rastro dele. – além de tudo, era o que me faltava, mais um louco a solta.

‘Thawne invadiu Belle Reve, libertou todos os prisioneiros.’ Esse desgraçado, mesmo depois de todas as merdas que enfrentamos durantes esses anos, continua sendo o maior calo no meu sapato. ‘Barry.’ Felicity faz uma pausa e eu sabia que seja o que fosse, não era coisa boa. ‘Ele matou um a um todos os carcereiros do presidio.’ Perco o passo por um momento, até conseguir arrumar meus pensamentos levaria um tempo.

—Quantas pessoas, Oráculo? – essa era uma luta com baixas, e cada uma delas era nossa responsabilidade também.

‘370’ me esforço para segurar o vômito. ‘O Esquadrão está segurando as pontas, mas não vão aguentar por muito tempo.’

—Estou aqui. – paro a frente dos muros da prisão que parecia mais uma tocha acessa na escuridão. –Vou precisar de todos. – e antes que eu termine de falar, Arqueiro, Canário Negro, Arqueiro Negro, Espartano, Batman, Asa Noturna, Batgirl estão me ladeando.

—Alguém tem um plano? – Tommy é o primeiro a falar, espantado, com o tamanho do inferno em que estávamos nos metendo.

—Contenção, ninguém pode sair.  – Batman explica. –Espartano e Arqueiro Negro, apaguem os focos de incêndio. Batgirl, assuma o controle operacional do presidio. 

—Que controle, a essa altura não tem mais nada. – bufa enquanto e eu a pego e a levo para dentro do presidio, fazendo isso com todos.

‘Barry, Thawne está na ala sul.’ Felicity me instrui. Então eu sinto a sua vibração desprezível, meu estomago embrulha antes mesmo que eu o veja.

—Faz um longo tempo que eu não sentia cada molécula do meu corpo vibrar dessa maneira. É excitante! -sua voz parece se agitar mais a cada possibilidade de destruição que deve estar passando por sua mente.

Um som de explosão nos desvia a atenção por um momento, era como se ele esperasse, por que o sorriso megalomaníaco em sua face crescia a cada segundo, animado com a destruição que ele estava planejando infligir.

—Soube que temos um novo xerife na cidade. Gostei particularmente das roupas. –outra explosão, o gora ainda mais perto, mas nenhum dos dois desvia o olhar.

—Cisco o apelidou de B2 em sua homenagem. – o sorriso de Thawne desaparece, e ele vem me atacar.

—Não sabe o quanto esperei por esse momento. – desvio do seu soco que atinge uma parede atrás de mim abrindo uma cratera.

—Pois nem lembrava da sua existência. – precisava que ele perdesse o controle, para poder usar a flecha com sonífero que surrupiei da aljava de Oliver. Thawne disfere outro golpe e me esgueiro dessa vez com mais dificuldade, ele com o passar do tempo estava ficando mais rápido, e era um jogo perigoso, precisava terminar logo, ou o B1 aqui poderia gostar da partida.

Dou um soco que Thawne escapa por pouco, mas faz com que baixe a guarda lhe acerto um chute no rosto que o faz voar, literalmente a um quilometro de distância, vou até ele que parece desacordado. Hoje Thawne não passaria a noite em liberdade. Pego a flecha de Oliver, mas quando tento acertá-lo, ele desvia, a flecha cai no chão e se estilhaça em pedaços.

—Não, não, não. – Thawne indica com o dedo. – Não vai se livrar de mim, tão fácil. – e desaparece em alta velocidade, me fazendo de novo correr o planeta atrás dele.

— Houston, nós temos um problema.

OLIVER

Estranho como sempre que estou em um empasse de entre a vida e a morte, ou em uma batalha contra os dois maiores vilões velocista já existentes, o que é praticamente a mesma coisa, começo a divagar sobre a existência. Ok, não é desde sempre, mas depois que eu já tinha adquirido algumas milhas de viagens, muitas milhas de viagens. Mas é sempre a mesma divagação, de como minha vida havia mudado nesses últimos vinte anos, sempre penseis que, vigilantes, heróis, justiceiros, ou como quiser nos chamar, não deveriam esperar por felicidade na vida, muitas vezes nos contentamos com bem menos do que a maioria das outras pessoas. Quando comecei, lembro que a felicidade se resumia a uma missão cumprida, e estava bem assim, ou pelo menos era o que pensava. Então John apareceu e me mostrou que podia contar com alguém, depois desse dia nunca mais precisei me preocupar em cobrir a minha retaguarda, por que sabia que Diggle estaria lá, depois veio Roy, Barry, Laurel, Thea e todos os outros, mas foi com o John que ignorou o homem quebrado que voltou da ilha, e me fez acreditar novamente em amizade.

E não posso divagar sobre minhas mudanças sem falar de Felicity. Com ela na minha vida comecei a almejar aquela felicidade que ouvimos nas musicas dos Beatles ou vemos nos filmes do Woody Allen. Felicity me mostrou algo que não sonharia nem mesmo em meus melhores dias. Com ela aprendi o significado de amor verdadeiro, é piegas, eu sei, mas é a única forma de descrever como suportamos todas as brigas, desentendimentos e reconciliações. E com ela veio algo ainda maior que eu, ou ela mesma, a nossa família. Nos contentamos com pouco, mas quando conseguimos algo que nem sonhávamos se tornar parte de nós, entra por de baixo da nossa pele e se mistura com o nosso sangue, sendo indivisível em nível celular.

Como disse sempre divago em momentos assim. Disparo uma flecha no ombro da Tigresa que não se abate, e vem para cima de mim, sendo impedida pela Canário Negro que a joga na parede com o seu grito.

 ‘Oliver?’ Felicity me enquanto disparo uma serie de flechas em Bane que lutava contra o Aza Noturna.

—Como ela está? –precisa de boas notícias.

‘Estável, mas precisamos esperar que acorde para saber se ouve alguma sequela pelo tempo sem oxigenação.’

—O que não está me contando? –salto sobre a tigresa, e lanço uma flecha em direção ao bandido qualquer que Arsenal estava batendo.

‘Connor, ele está com aquele olhar que você tinha quando começamos tudo isso.’ Entendo o desespero dela, ser parecido com o que eu era não é saudável para ninguém. ‘E ele foi atrás do Hunter com os outros. Dá um jeito nisso.’ Pede angustiada.

—Vou tentar. – Felicity desliga o comunicador, e entre um soco na cara do Cobra Venenosa e uma flecha dando cobertura ao Deadshot, chamo Connor através do meu comunicador. Sei que estava lutando, mas carregar culpa era só um peso em batalha, ele pode até sentir raiva, e querer justiça isso nos impulsiona, mas culpa nos leva a cometer idiotices que não podemos desfazer depois. - O que está sentindo não muda nada, você não é um assassino, não saberia ser.

 ‘Pai, essa não é uma boa hora.’ tenta cortar, claro que não era uma boa hora, Flash Reverso e Zoom estavam soltos, uma rebelião em Belle Reve, Batgirl lutando ao lado da Arlequina, não consigo pensar hora pior para nada em minha vida.

—Ouça bem, seja o que for que esteja passando pela sua cabeça, saiba que nada mudaria o que Luna é. Você pode até ter sido o catalizador da transformação dela, mas a essência de Gláuks sempre existiu. -Connor fica em silencio, mas consigo ouvir sua respiração por meio dos barulhos da batalha.

‘Ele quis matar Sara, pegou a minha irmã, e não sabemos se Luna vai acordar um dia.’ Felicity não me contou essa parte, respiro fundo com o choque da notícia. ‘Eu deveria ter ficado, ter protegido elas.’

—Posso te dizer por experiência própria que ela não precisa mais de você para ser uma heroína. Mesmo se um dia cair em batalha, ela vai sofrer, pode se afastar a princípio, mas assim que precisássemos ela voltaria. Vejo isso a anos na Oráculo, Gláuks aprendeu bem com a mentora.  – respiro fundo. –Tudo vai dar certo no final.

‘Como você tem tanta certeza?'

—Tenho que ter, com o que fazemos, essa deve ser a nossa maior certeza, de outra forma enlouquecemos e acabamos fazendo mais mal do que bem.

‘Então, esse é o concelho do meu velho?’ consigo ouvir um pouco mais de leveza em sua voz, pouca mas esse era o caminho.

—Agora vai brincar no play que os adultos têm trabalho para resolver. – desligo o comunicador não antes de ouvir seu riso do outro lado. -Onde estávamos Cobrinha?

BARRY

—Arqueiro – o chamo pelo comunicador.

‘Fala que temos menos um Bananão para nos preocuparmos?’

—Não, mas tenho um plano. Vou distrair o B1 e leva-lo para o pátio de Belle Reve, quero você no alto da torre de vigilância, com todas as suas outras flechas com tranquilizantes a posto.

‘Três minutos.’ Oliver desliga o comunicador, e a essa altura estávamos em Singapura, matinha uma distância de Thawne, precisava que esse plano desse certo, mas a cada momento ele gostava mais da velocidade, parecia um viciado que havia ficado muito tempo em abstinência forçada, e quando mais usava da sua droga, mais longe queria ir.

Dois minutos. Preciso dar esse tempo para Oliver, teríamos só essa chance. Conduzo Thawne para o norte, Índia, Irã, Síria, Egito. Mais um minuto, Grécia, Marrocos, Ilha Madeira, Oceano Atlântico.  Eu estava ficando bom nesse lance de Geografia.

—Melhor que esteja na torre, estou na Florida. – ouço sua respiração entrecortada, não me responde, mais ouço um disparo da sua flecha e o barulho da roldana correndo na corda de fibra de titânio.

‘Agora estou.’

—Ótimo. – encurralo Thawne novamente no presidio, conseguia ver Ollie atrás de uma barreira, estava em posição, precisava apenas distrair o Bananão aqui. – Esse é o seu lugar. – indico os murros de Belle Reve com as mãos. –Pare de lutar é aqui que você pertence.

Thawne vem para cima de mim, agora acertando o meu estomago com um soco, dou uma rasteira que o faz cair, mas desvia do meu soco que, literalmente, abre uma fenda no chão de concreto. Oliver se prepara para atirar, mas um reflexo da sua flecha atinge o olho de Thawne que desaparece da minha frente no momento em que Oliver dispara, pego a flecha no ar, enquanto Reverso está no alto da torre com as mãos na garganta de Oliver.

—Deus, a Felicity vai me matar. –e antes que consiga raciocinar, subo a torre cravando a flecha de Oliver nas costas de Thawne ao mesmo tempo que vejo Ollie atingi-lo em seu peito com outra. Eddie cai quase que de imediato, essa batalha tínhamos ganhado.

—Por que demorou tanto? – Oliver me pergunta massageando o próprio pescoço.

—Sabe como é, o transito indiano é uma loucura.

WALLY

As pessoas costumam dizer que não tem tempo, ou que seus dias deveriam ter mais doze horas. É de se imaginar que um velocista tenha tempo de sobra para tudo, mas é como alguém que recebe meio salário mínimo por anos, então passa a receber um salário integral, depois triplica seu orçamento. Essa pessoa vai ser como todas as outras na metade do mês, sem nenhum centavo. Pois quanto mais possui, mais vai gasta. É a mesma coisa com o tempo, a diferença é que humanos normais dividem por horas, eu sinto cada milésimo de segundo e isso é o que me mata quando faço merda, pois consigo saber o instante exato em que errei.

Passei o dia do casamento ajudando a modificar o acelerador, sendo escravo da Sara nos preparativos, e evitando que Jason atirasse em minha esposa enquanto ela estava sendo mandona. Fiz mais coisas do que posso listar sem tornar isso aqui um tédio completo, mas não costumo me sentir sobrecarregado já que posso praticamente estar em dois lugares ao mesmo tempo. Eu emergir em meus problemas, acreditei estar fazendo minha parte como amigo quando organizava cadeiras, prendia flores em pilastras ou corria pelo mundo atrás de um agente da ARGUS que é muito bom com foto filmagem. Luna pode morrer, e nem mesmo tirei um segundo para vê-la no que deveria ser o dia mais feliz de sua vida. A pior parte é que enquanto eu fui um amigo de merda, ela salvou nossas vidas mais uma vez.

—Prometo que se você acordar, paro de te chamar de “môlesma”.  –falo sozinho, enquanto corro pelas cidades gêmeas e encontro o rastro do raio de Zoom entrando em nossa antiga universidade.

‘Arqueiro Verde em posição.’ Connor informa.

‘Artêmis em posição.’

‘Nightmare em posição.’

‘Robin, sem mais saco para prolongar essa luta.’

—Vou colocar vocês na festa, a qualquer momento.

Precisávamos atraí-lo para um lugar neutro, que no caso seria a fazenda onde estávamos escondendo Sara. Aquele lugar estava repleto de mágica que Zatana fez para manter fora o meu vínculo de âncora com Sara. O que o transforma no que posso chamar de fenda no universo, ele não vibra na frequência de nenhuma das terras, sendo assim um território neutro por natureza. Não sou do tipo de cara que acredita em mágica, mas já tentamos a ciência que é minha praia, e não deu muito certo, então quando Sara sugeriu colocar Hunter na fazenda, pensei “Por que não? O que mais poderia dar errado que já não deu?”

—Você demorou. –ele diz com seu rosto coberto pela máscara. Estávamos dentro do nosso antigo dormitório, que agora deve abrigar duas garotas julgando pelos pôsteres de boyband na parede.

—Não vou mais perder meu tempo falando com você. –corro em direção a ele, o lançando contra a janela que se parte em vários pedaços.

Zoom impulsiona seu corpo no meio da queda, e nem chega a tocar o chão, antes de sair correndo e gargalhando como o louco que é. O sigo, sem me conter, o que me faz perceber que ele estava mais rápido, quase tanto quanto eu, a ponto de fazer com que me esforçasse.

—Estava pensando Wally, em tudo o que passamos na nossa juventude. –falava enquanto seguíamos em direção a Smallville. –Já que não quer mais se lembrar de nossa amizade, nada melhor do que apagar o nosso passado, se lembra dela? –entra em disparada em uma casa de cercas brancas, e levanta uma garota loura pelo pescoço, Lindsay Lang. -Oi querida. –os olhos da garota estavam confusos e repletos de pavor.

—Solte ela, Zoom. Esse jogo já está ficando repetitivo demais. –falo, tentando manter minha voz calma.

—Por, favor. Me. Ajuda. –Lindy diz com dificuldade, e as luzes se apagam. Percebo uma flecha cravada no interruptor.

—Se soubesse quem é o ex namorado da mãe dela, não faria isso. –Connor aparece ao meu lado, através do teletransporte. Apesar da piada, seu rosto era uma máscara de fúria. –Você precisava de ajuda. –dá de ombros quando o encaro preocupado.

—Arqueiro, como vai a Gláuks? –Hunter provoca, e se Connor tivesse a capacidade de matar pessoas com o olhar, nesse momento Zoom não existiria mais. –As flechas são inúteis, não vou cair no mesmo truque duas vezes. –aponta para o arco de Connor, e Lindy começa a se debater, quase sem ar.

—Não preciso que caia. –enquanto Connor fala, prendendo a atenção de Zoom, vibro meu corpo a ponto de ficar quase intangível e consigo me aproximar dos dois, e arrancar Lindy das mãos dele. A deixo no centro de Metrópoles e volto para a batalha.  

—Então, vamos pelo modo difícil. –Zoom diz, desaparecendo.

—Vai, vou voltar para o ponto de encontro.

Encontro o rastro de Zoom, que me leva até uma casa na periferia de Star City. No chão da sala havia o corpo de um homem da minha idade, conheço esse cara. Os cabelos castanhos espetados, a pose de valentão. Esse é Mark Bomer, um dos caras que estavam atacando Hunter no dia que o conheci. Não...

—Oráculo. –minha voz sai em um sussurro, enquanto me abaixo para fechar os olhos de Mark. –Preciso que descubra o endereço de todos os meus colegas de faculdade, clubes, aulas extras, amigos de trabalho. Qualquer um que tenha cruzado meu caminho depois que conheci o Hunter.

‘Wally, o que aconteceu?’

—Zoom, ele vai matar todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente... A coisa tá feia, tipo muito. Mas nos deixem saber o que acharam.
Beijo e até semana que vem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paradoxo - Seson 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.