Paradoxo - Seson 2 escrita por Thaís Romes, Sweet rose


Capítulo 11
Katoptris.


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes!

Bom, não podemos deixar de agradecer a todos pelos comentários e a galerinha que favoritou, significa muito para nós.

Boa leitura!



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SARA

Não sei por que meu pai, ou Wally estão livres disso. Na verdade a razão do Wally ter se livrado eu sei bem qual é, mas meu pai, bom, ele pareceu simplesmente não querer se dar ao trabalho de vir. Agora estou aqui, perdida no meio do drama Queen vs Wayne, não que eles não formem um casal lindo, por que formam, talvez quando Isis ficar um pouquinho mais velha... E nem vou falar da minha vontade de correr na direção oposta no momento em que Bruce abriu a porta da mansão com um sorriso cordial nos lábios. Juro que tinha esperanças de o encontrar já vestido como o Batman, me ferrei.

–Não fique tão assustada Sarinha, Connor está aqui. –ele debocha colocando o braço sobre meus ombros, enquanto aguardávamos os outros chegarem.

Estávamos dentro de uma imensa sala de visitas, com quadros de todos os Wayne e agregados espalhados pela parede. Acho que fotografias não estão na moda dentro dessa família, mas até prefiro, só de pensar nos dentes perfeitamente alinhados de Bruce formando um sorriso, sinto um longo calafrio percorrer minha espinha. Isis parecia desconfortável, sentada ao lado do pai, e Damian estava do outro lado lendo alguns pergaminhos sentado em uma poltrona, ele se parece tanto com seu pai que chega a ser estranho, a mesma postura, reações faciais, mas ao menos Damian não me assusta.

–Por que mesmo não treinamos na Arrow Cave? –sussurro para Connor.

–Isis até sugeriu, mas era isso ou estávamos fora. –responde no mesmo tom.

–Entendo... Ollie?

–É, meu pai está de bom humor hoje, e sabe como ele gosta de nos torturar em seus bons dias. –contenho o riso, enquanto olhamos meu padrinho que conversava com Bruce, e Isis que se empenhava em parecer interessada na conversa, para ignorar Damian.

Laurel aparece no centro da sala, vestida como se tivesse acabado de ser teletransportada direto do trabalho, o que deve mesmo ser o caso. Ao seu lado Barbara parecia não ter dormido nada na noite passada, os outros se levantam imediatamente, indo em direção a entrada da caverna, finalmente, mais Batman, e menos Bruce Wayne. Solto o ar aliviada, e escuto o riso baixo de Connor a meu lado. Todos nos trocamos, ao voltar vejo o Asa Noturna mexendo nos computadores, parecendo irritado, o que era normal, já que o Capuz vermelho estava parado a seu lado.

–Vamos começar. –Batman diz parado ao lado da Canário e do Arqueiro Verde. –Um de vocês, contra um de nós.

–Mas o que torna esse treino diferente do que temos todos os dias? –Connor pergunta, e um largo sorriso surge nos lábios de seu pai.

–Você está com ele. –Ollie responde apontando para o Batman, e não contenho o sorriso que aparece em meus lábios.

–Ótimo, isso vai ser um tédio. –Damian solta, com seu brilhante humor.

–Você está com o Arqueiro. –Bruce aponta para o Arqueiro Verde a seu lado. –Batgirl e Artêmis. –caminho em direção a Barbara.

–Posso pegar leve se quiser. –Babs provoca com um sorriso doce.

–Vou querer não. –devolvo da mesmo forma. –E tenho a vantagem das noites que o Al não te deixa dormir, Babs, você está um caco. –o sorriso desaparece de seu rosto, mas me arrependo imediatamente, ninguém em sã consciência irrita a Barbara de propósito como eu burra, acabei de fazer. –Um caco muito bonito. –tento consertar, e vejo por sobre os ombros dela, Dick passando a mão na garganta como se a estivesse a rasgando, com seu sorriso zombeteiro no rosto. -Desculpe? –tento mais uma vez, mas a mulher apenas trinca os dentes.

–Sou treinada pela Canário... –Isis começa a protestar, quando Dick para ao lado de Laurel em sua frente e todos olhamos assustados. –O que? Por que tenho dois?

–Isso é exagero, quero trocar com a Nightmare. –Robin diz de forma protetora, como que por reflexo, e todos nós o olhamos, menos Isis, que permanece sem o encarar. Coitado, não imagina que só o meu padrinho vai dar tanto trabalho quanto os outros dois.

–Ela dá conta. –Asa Noturna responde. –Se alguém souber que você tem a Katoptris, precisa estar preparada para protege-la, e será muito mais atacada do que os outros, como pode ver, muita gente vai querer te proteger por instinto. –ele acena com a cabeça em direção ao irmão, e Isis lhe devolve um olhar mortal. –Só não te queremos morta, entendeu?

–Tudo bem, vamos começar. –Ollie encerra as discussões.

Foi brutal, levamos a maior surra nos primeiros cinco minutos, eles não estavam brincando, e não foi nem de longe parecido com nenhum dos treinamentos que já tivemos antes. Se isso é a versão “acabei de ter um filho, não como, não durmo, e estou exausta” da Batgirl, já estaria toda quebrada lutando contra ela em um dia normal. Quando comecei a entender os padrões da Babs e desviar com menos dificuldade, ela reinventava sua forma de lutar, e lá estava eu apanhando mais uma vez. Por fim quase consegui derrubá-la, mas o Capuz Vermelho assumiu seu lugar, nem sei se era justo, mas Jason parecia querer me matar, era como lutar contra um terremoto humano.

–Ouvir dizer que você era boa. –ele diz saltando sobre mim, e me atingindo no meio das minhas costas, minha visão fica turva por um segundo com o choque causado pela dor. –As pessoas exageram.

–Você é muito rápido. –penso alto desviando de uma rasteira.

Os padrões de Jason, são os mais semelhantes ao do próprio Batman, de todos os outros Robins, Dick é mais acrobático e objetivo. Tim é estrategista, ele usa a forma do oponente lutar como vantagem a seu favor. Damian parece um demônio, é como se ele visse todas as junções de seu corpo e tivesse como único objetivo de vida separá-las. Mas Jason é intrigante, ele é rápido, forte e tem certa calma, como se soubesse o que fazer e quando fazer por puro instinto.

–E você namora um velocista, como lutaria contra o Flash? –dou a ele um meio sorriso, grata por ter me dado a resposta de um milhão.

–Os movimentos do Flash precisam de espaço, a força dele é pura física. –murmuro diminuindo a nossa distância. –Se ele não tiver como expandir, começa a atingir ao próprio corpo.

–Acabei com uma! –anuncia segurando meu punho antes que acertasse sua face. –Estavam certos, você não é das piores.

–Obrigada, eu acho... –murmuro olhando para o lado, e vendo Damian ser lançado contra uma grade. Depois dessa, vou aceitar o elogio.

WALLY

–Você anda jogado pelos cantos a dias. –escuto a voz de Zoom, em seguida sinto a coberta saindo de cima do meu corpo, e me viro para a parede colocando o travesseiro sobre meu rosto, incomodado pela claridade. –Não era isso que tinha em mente, quando fechei o trato com sua garota, o senhor deveria estar me arrumando líderes de torcida, bem gostosas!

Essa é a desvantagem quando as pessoas não sabem de sua vida dupla, ou fico parecendo um atoa que vive cansado, ou um irresponsável que dorme até as duas da tarde em plena terça-feira. –Qual é, não tenho aula antes das três, sai daqui! –resmungo me controlando para não o amarrar com a minha própria coberta.

–Wally, são três e cinco! –ferrou. Nada de super velocidade Wally, o que inferno uma pessoa normal faz em uma situação dessa? –Vai perder os primeiros vinte minutos da sua aula. –ele parece responder minha pergunta, e levanto em uma velocidade normal, mas apressado, já poderia estar na porta da classe em uma hora dessas.

Na privacidade do banheiro posso usar minha super velocidade para fazer minha higiene. Visto uma camisa vermelha e jeans, pego meu casaco e coloco o anel com meu novo uniforme no dedo, já estava indo em direção a porta... –Cara, você está descalço.

–Claro, os sapatos. –pego meus tênis e as meias, e saio com eles nas mãos.

Escuto o blábláblá do professor por quase uma hora inteira, mas parte da minha mente vagava de forma involuntária, entre Sara com a tal ideia de ir para o exército, e os outros caçando o Amazo, e em nenhuma das duas situações existia algo que pudesse fazer para ajudar. Pessoas deveriam ser como carros, onde os problemas podem ser resolvidos removendo as peças defeituosas ou dando um upgrade nas antigas. A aula termina e saio apressado, encontro Zoom sentado nas escadas de nosso prédio, observando o treino das líderes. Seria bom poder resolver alguma coisa para variar.

–Isso que está fazendo, é esquisito. –tiro a mochila dos meus ombros e me sento a seu lado.

–Não tenho nada mais interessante para fazer. –dá de ombros desanimado.

–Okay... –suspiro sabendo que vou me arrepender.

–Okay, o que? –ele me olha de lado desconfiado.

–Qual é a garota?

–Vai me ajudar? –não parecia acreditar muito.

–Qual é Hunt, vai dizer qual é a garota, ou quer desistir? –ameaço a me levantar, mas ele me puxa pelo braço impedindo.

–É aquela. –aponta para a capitã das líderes de torcida. –Lindsay Lang, a futura mãe dos meus filhos... Claro, se você me ajudar.

Lindy era uma das garotas mais populares do campus. Uma ruiva de olhos verdes, que tinha todo o time de futebol a seus pés, mas claro que Zoom não escolheria a Clair, uma garota muito branca e baixinha, que tem olhos bonitinhos, e nisso se resume a beleza dela. Olho para meu colega de quarto a meu lado, e ele encarava Lindsay de uma forma muito estranha.

–Tudo bem. –suspiro. –Mas antes, precisa parar de planejar a morte da garota.

–Planejar o que? –me olha confuso.

–Só não pareça tanto assim com um psicopata. –dou de ombros me levantando quando sinto meu celular vibrando em meu bolso.

–Isis? –estranho quando vejo sua foto no visor, não temos nos falado muito desde... Bom, não consigo me lembrar da última vez em que falei com ela sozinho.

‘Oi Wally.’ Sua voz parecia desanimada, peço licença a Zoom e entro no prédio para ter mais liberdade.

–Como foi o treino? Você está bem? Quer que eu dê uma surra no Damian? –questiono rapidamente, e já estava no meu quarto, onde jogo a mochila sobre minha cama.

‘Uma tortura, eles nos bateram, até que descobríssemos como vencer um de vocês com super poderes. Eu estou bem. E meu pai chegou antes de você, na história da surra, apesar que se decidir dar outra, não serei eu a impedir...’ Ela se perde no meio do que estava falando, e dou risada. ‘Mas preciso de você.’

–Qualquer coisa. –já estava a caminho de Star City.

‘Estamos todos a caminho de uma pista do Amazo na América do Sul, e Luna vai nos ajudar a distância, minha mãe estará na torre, e o resto do time em outras mas Connor nunca levou a namorada em nossa caverna. Pode fazer isso?’

–Ele sabe que está a chamando de namorada dele? –pergunto parando em frente a Luna que deixa uma pilha de papel escapar de suas mãos por causa do susto.

‘Sabe, mas não gosta que eu faça.’

–Legal. –aprovo devolvendo os papeis para Luna que me olhava boquiaberta.

–Fla... Flash? –seguro o riso, e desligo a chamada de Isis. –Po... po... posso ajudar?

–Você foi uma boa garota esse ano, Srta. Delphine. –vibro minhas cordas vocais, e ela me olha como se perguntasse que diabos eu estava fazendo.

–Não era assim que eu te imaginava. –ela sussurra.

–Assim como?

–Bobo. –aut!

–Sou eu, o Wally. –tiro a máscara.

–Isso, faz mais sentido... Sem ofensas. –dou de ombros desanimado. –Mas gostei do uniforme novo.

–Obrigado... Eu acho.

–O que faz aqui, aconteceu alguma coisa com Connor, ou Isis?

–Eles estão bem. –me apresso a dizer vendo a tensão que havia se formado em seu rosto. -Sou sua carona, é melhor se segurar firme em mim. – antes que ela pudesse dizer qualquer coisa em protesto estávamos parados na Caverna do Arqueiro.

–Vocês precisam entender o que é espaço pessoal. – ela diz parecendo estar aborrecida, mas não sei dizer ao certo, Luna é uma Felicity de cabelos castanhos, mesmo brava, muito brava, ainda é adorável. Já era hora de Connor acertar a mão.

– Briga comigo depois, temos uma missão para coordenar. – indico a cadeira da minha madrinha. – Só não se acostuma com o posto, podemos até criar uma área especial para você, mas a Fel é bem ciumenta como o equipamento dela. – Luna senta e começa a olhar os monitores.

– O que exatamente eu devo fazer? – tinha retomado a postura mas introvertida de antes.

–Você é gestora de recursos não é? – pergunto e ela concorda com a cabeça. – Mestrado, doutorado e tudo mais? – Concorda novamente. – Eu. -aponto para o meu peito. – E cada um desses pontinhos aqui. – coloco o dedo sobre os pontos luminosos que indicavam todos os membros da equipe que estão focados no Amazo. – Somos os seus recursos, se divirta. – Sorrio puxando uma cadeira para outro dos computadores e procurando um alguma coisa em que possa ser útil.

Precisava manter minha mente ocupada. Já resolvi todos os exercícios de cálculo desse semestre e dos próximos três durante a última aula só para tentar desviar a minha atenção do fato da minha namorada estar indo para o exército. E Isis, que é praticamente minha irmã, estar em um relacionamento esquisito como a pior praga que já pisou na torre de vigilância, e claro, o fato de não poder ajudar em nada nessa missão, com esse androide idiota. Parece que ultimamente se tornou impossível conseguir me aclamar...

–Wally? – Luna diz com uma voz muito animada, algo atípico dela. -Seu forte é engenharia. – não era uma pergunta, mas confirmo mesmo assim com um aceno. – Te desafio a achar uma falha no Amazo. – ela sorri feliz, eu sorrio de volta. –Você me mandou gerenciar você. – ela dá ombro como se não fosse nada de mais, mas era uma ótima ideia. Acesso os arquivos e imagens que tínhamos disponíveis, finalmente algo em que possa colocar minha atenção!

Passo o que me parecem horas procurando alguma falha, mas para uma gerigonça que foi feita a quase trinta anos atrás, aquilo era brilhante. Claro que era brilhante, ele copiava os poderes de meta-humanos, alienígenas, se duvidar ele copiaria até o dom culinário do tiozinho do Cake Boss. Recrio todas as engrenagens holograficamente do Amazo, não conseguia ver um defeito real. E a cada segundo que passava olhando para todas aquelas ligações, me sentia mais admirado pelo defunto que o criou. Ivo era mesmo um gênio.

–Talvez se... – aquilo era absurdo, tento de novo. – E se eu... – idiota isso nunca vai da certo. – Quem sabe se... – ridículo! – Não tem nada errado nessa maquina! – explodo me jogando na cadeira.

–Mas você não está nisso nem a trinta minutos. – Luna me olha espantada.

– Você sabe qual é a velocidade do meu raciocínio?

–Eu deveria dizer que é muito rápido, não é? – pergunta e eu concordo com a cabeça. – Não parece. –deveria estar me sentindo ofendido, mas não podia discordar dela sem uma prova real. -Talvez se você olhar por outro ponto de vista. - espero que formule sua ideia. –Esse Amazo é como uma criação do Gepeto, cheguei a ouvir Felicity se referindo a ele como Pinóquio, e não consigo pensar em uma definição melhor. –fazia sentido, o robô tinha uma estrutura espantosamente humana. -Talvez você deva explorar os nossos pontos fracos, não os da máquina, sabe como é: virilha, dedão do pé, os olhos, a nuca... – Luna era um gênio, Connor definitivamente tinha acertado a mão. Vou até ela e dou um beijo em sua face.

–Você é incrível! –elogio com um sorriso largo.

–E você ainda não aprendeu a respeitar o meu espaço pessoal. – diz limpando o rosto e se afastando um pouco de mim, o que só alarga ainda mais o meu sorriso.

–Se conseguir implantar uma bomba de Kriptonita em seu olho podemos conseguir desativá-lo. – estranho por que até mesmo a maneira dela era para Luna estar animada, me viro a sua procura quando a vejo em um canto da sala com o celular em mãos, ela parecia exausta. – Algum problema?

–Nenhum...- sua voz é contida, mais que o normal, parecia está lidando com um problema maior que ela mesma.

–Então eu começo, quem sabe assim você se sente melhor. – Luna não me conhecia além das visitas repentinas a minha madrinha, mas ela tem essa coisa que faz você confiar quase instantaneamente, acho que é o universo te falando que ela é uma boa pessoa. –Minha namorada vai para o exercito, eu disse que estava tudo bem, para e incentivar, mas não sei quanto disso é realmente verdade. – dou de ombro, era muito bom colocar isso para fora.

–Sara vai para o exercito?

–Eu sei, eu sei... John vai enfartar. – antecipo.

–John? E a Felicity, ela está fazendo um dossiê das melhores universidades do país, e algumas da Europa, os melhores cursos, um comparativo, os pros e os contar de cada uma delas. Está trabalhando nisso a meses. Tive até que ligar para o reitor de Oxford para consegui dados sigilosos. –senta na cadeira a frente dos computadores novamente. -Imagina quando for a vez da Isis?

– E ai está outro problema. – Luna inclina a cabeça parecendo curiosa. – Eu sempre vi a Isis como uma irmã, minha irmãzinha mais nova, mas ela não me via da mesma forma. –bufo de frustração e Luna leva as mãos à boca para suprimir a gargalhada. – É... Mas esse tempo ficou para trás, por que agora ela está envolvida com o Problema Wayne. De todos os caras para ela se interessar Isis tinha que gostar justo da Peste? Sério, você precisa conhecer o histórico familiar do garoto.

–Conheci o Sr. Wayne. – não consegui entender a cara de Luna, acho que ela estava entre a admiração e o medo.

–Wayne é a parte menos problemática da carga genética do moleque. A parte materna que é traumatizante. – reviro os olhos lembrando de quando enfrentamos os Al Ghul em 2014, e de todas as vezes, para mim, anteriores a essa. – Se esquecermos a genética, ainda tem o fato de Damian ser o maior caso de garoto problema da história desde...

–Miley Cyrus? – Luna cogita e eu começo a rir dela.

–Acho que ela queria entrar para o grupo dos 27. – cogito.

–É, mas ela só entrou para o grupo dos malucos mesmo. – era bom ter um momento de descontração.

–Mas isso não me livra das minhas dores de cabeça.

–Damian pode não ser a melhor pessoa com o resto do mundo, mas ele é um bom amigo...

– Que já brigou com Isis, ela me ligou e parecia estar chateada com a peste. E não é que não me alegre, por mim se estiverem em continentes diferentes, a distância ainda será pequena. – é instintivo sair um sorriso maldoso em meu rosto.

– Claro que eles vão brigar, são diferentes, tanto que parecem a duas faces de uma mesma moeda. Ele se preocupa com ela, e por mais que se esforce em demonstrar o contrário, fica obvio o cuidado que tem, ao ver a interação dos dois. – Luna tinha razão, mas não significava que a ideia de ver Isis e Damian juntos um dia, me alegraria. – Mas você já sabia e estava usando isso apenas para desviar o que realmente está te preocupando que no caso é o fato de Sara ir para o exercito...

–Agora entendi, você é uma dessas garotas quietinhas que sempre sabe mais do que deixa transparecer. –Luna me dá um meio sorriso, tirando uma mexa de cabelo que se prendeu em seus lábios.

–E você está tentando mudar de assunto. -era obvio que eu queria mudar de assunto, Sara, minha melhor amiga, a pessoa com quem via um futuro desde ... sei lá, o dia que a Lyla me contou que tinha uma filha, e agora minha Sara decidiu seguir um caminho totalmente diferente, eu sei, eu sei que estou exagerando. Sei que com meus poderes não estou longe qualquer um nesse planeta, mas eu tenho essa sensação de que vamos acabar nos separando, é algo novo para mim, e está acabando comigo.

–Acho que já falamos muito de mim. Que tal falarmos um pouco do que está te deixando assim? – e antes que ela possa falar alguma coisa ou se quer protestar, somos interrompidos.

‘Luna, me diz que você está ai? Precisamos de reforço.’ a voz de Connor parecia alarmada.

–Qual a situação? – pergunto ao perceber que Luna parecia uma criança em seu primeiro dia de aula, completamente perdida, nós crescemos vendo nossos pais na correria do dia a dia, ela não, esse era o seu primeiro rodeio.

‘Três robôs, mas com isso podemos lidar.’ Fala enquanto Luna liga o sistema de monitoramento da Torre para que possamos visualizar a luta. Connor e Asa Noturna estavam combatendo três maquinhas do tamanho de armários.

– Eles parecem uma versão robótica do Dwayne Johnson. –olho sem entender o que Luna estava dizendo. – O The Rock. – ela tinha razão, aqueles robôs passaram um bom tempo na academia, mas Dick e Connor estavam lidando bem com aquilo. Não entendi o por que da solicitação de reforço. – Onde a Isis está?

‘Por isso o reforço. Ela estava aqui, estava nos ajudando, quando olhei para o lado ela não estava mais, não responde o comunicador.’ Connor para atirando uma flecha com explosivos no meio da cabeça de um dos androides. ‘Luna me fala onde está a minha irmã?’ Ele tentava procurar por Isis ao mesmo tempo em que lutava, não tem como aquilo acabar bem.

–Segundo o localizador ela está aí. –Luna olhava para o monitor a procura de alguma coisa.

–Talvez os robôs bombados estejam interferindo no sinal. – tento.

–É isso. – ela continua atenta e mexe freneticamente nos computadores, acessando sistema de segurança. – Não consigo localizar a origem.

‘Isso cheira ao CADIMUS.’ Dick comenta.

‘Esqueçam os robôs, Isis, encontrem a Isis!’ Connor tinha razão, me preparo para ir até eles. ´Nem pense em aparecer aqui Wally, não sabemos se Amazo está escondido. Encontre uma outra maneira de localizar a minha irmã.’ Merda, nem ajudar eu podia. Onde Isis havia se enfiado?

ISIS

Tudo estava correndo normalmente, dois pontos de energia haviam sido localizados na América do Sul no final da tarde, então nosso grupo foi dividido em dois, e nem pelas barbas de Netuno, eu ira no mesmo grupo do idiota que estou preferido não nomear, acho que vou começar a chama-lo de Você-sabe-quem. Então no final ficamos Arqueiro Verde (Connor), Asa Noturna e eu, nos mandaram para as pirâmides Incas. Enquanto Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, Artêmis e Capuz Vermelho foram parar em algum ponto da Cordilheira dos Andes, e juro que estava com pena da minha amiga, Sara devia estar tendo que lidar com duas das pessoas mais difíceis que se tem notícias na humanidade. Tim e Arsenal foram auxiliar meu pai e Bruce em uma outra investigação, pelo menos se um desse dois estivessem com Sara ela poderia conversar um pouquinho. Por fim, Speed, Diggle e Batgirl estavam com Felicity na torre, para servir como reforços aos primeiros que encontrassem o Amazo.

Como disse, tudo estava correndo tranquilamente, até que não estava mais. Aquele lugar tinha uma vibração estranha, mas acho que só eu estava sentindo, era como se tudo aqui fosse banhado de uma aura energética muito grande. Me sinto como se estivessem me atraindo. Mas minha atenção foi roubada quando três dos robôs mais grandes que já vi, caíram, literalmente, sobre nós, tivemos que nós jogar para o lado para não sermos atingidos.

Começamos a lutar quase que de imediato. Como já imaginava, Connor tentava me proteger, mas se ele o fizesse acabaria baixando a guarda, então me coloquei ao seu lado para facilitar a sua visão, assim ele lutaria e perceberia que eu estava bem. Acho desnecessário, ele sabe que sei me virar à minha maneira, mas depois de minhas experiências vendo meu pai ser morto, ou o irmão da Luna quase explodir, não me importo mais em deixar minha família tranquila.

Bom, ao menos esse era o plano, até aquela força estranha começar a interferir novamente. Katoptris começou a brilhar em minha bota, algo novo até então, e não posso ignorar o pisca-pisca em minha canela. Ela parecia uma lâmpada, mas não sei se os outros conseguiram enxergar, ou se estavam muito ocupados com os Decepticons para notar. Tiro a adaga logo vejo um caminho traçado, e juro, não sei o que deu na minha cabeça, por que sai correndo como se minha vida dependesse disso.

Agora estou aqui parada no meio de uma sala redonda no interior da pirâmide, Katoptris brilha iluminando todo o local. Minha mente é tomada por várias imagens desconexa, minha mãe segurando um pote de sorvete com o que parecem dezoito velinhas de aniversário. Tudo muda, então Connor está jogado em um sofá enquanto Luna estava ao seu lado parecendo muito irritada. Sara vestida de branco, meu pai correndo atrás de algum bandido, Flash correndo pelas ruas do que parece ser Keystone City, mas não tenho certeza se aquele era Barry, com seu envelhecimento lento, não tem como o distinguir de Wally. Um Damian em seus dezoito anos, sentado em um carro no portão da minha casa, a velocidade de tudo parece diminuir quando ele sorri em minha direção.

As imagens dançam na minha mente até se fixar em uma, tão real que parece que estou dentro do quarto muito iluminado de paredes brancas e mobilha vitoriana. Sentado em uma cama há alguém perto da morte, e a sua frente o que parece ser o androide Amazo, mas havia algo diferente, a cor não era a mesma, e ele parecia ser um pouco mais baixo do que o Amazo que estamos a procura.

‘Se aproxime.’ O velho diz com sua voz áspera, mas não sabia se era para mim ou se para o androide, graças aos Céus o mostrengo começou a andar, por que eu não queria chegar muito perto do homem idoso, ele emanava maldade, podia sentir o cheiro. ‘Chegou a hora, nem mesmo a Amanda poderá me impedir.’ O androide coloca sua mão sobre a testa do velho que aos poucos foi fechando os olhos.

A imagem muda e agora eu estou correndo, ofegante, só que essa não sou eu, mas não me importei com o fato, só queria correr, sair dali o mais rápido possível. Me vejo em um prédio, em meio a escuridão da noite, e reconheço os cabelos cacheados, a pele negra, eu era Sara, uma Sara mais velha, talvez uns vinte e dois anos. Continuei a correr, precisava me esconder, estava muito escuro mas um raio vermelho ilumina a escuridão.

‘Eu gosto de você.’ O som vibrado sai em meio a luz do raio. ‘Gosto de você desde que te conheci.’ um tornado me envolve fazendo o ar ser sugado dos meus pulmões. ‘Mas ele precisa ser melhor, e você é um sacrifício necessário.’ Caio no chão e tudo fica escuro, apenas um barulho esquisito vem crescendo pouco a pouco, até eu reconhecer o que é, um grito, um grito de desespero, forte, a pessoa só podia estar com muita dor, o grito ia aumentando, aumentando, até ficar insuportável, eu queria tampar meus ouvidos, mas não sentia as minhas mãos, eu não sentia nada, apenas a dor do grito. Até que finalmente sinto algo envolver meu corpo.

–Isis? -a voz de Damian me faz abrir os olhos, e perceber que o grito era meu. –Isis?

– O que aconteceu? – minha garganta estava ferida, era como se tivesse engolido um saco de terra. Vejo por um instante Damian respirar aliviado, como se estivesse prendendo o ar por um longo tempo.

–Você sumiu, Connor chamou ajuda para te localizar. – ele me olhava como se procurasse algum ferimento. –Estamos te procurando por horas.

–Esse lugar. Acho que tem muita magia aqui, Katoptris está enlouquecendo. – minha voz sai rouca, sinto dor a cada palavra que pronuncio.

Mas a dor física não se compara a que senti a segundos atrás, ou o que seria a morte dela. De todas as visões que tive essa foi a mais real, pude sentir a vida deixando seu corpo, eu não sei como lidar com algo assim, nem mesmo sei se seria real nesse mundo, Sara morta, outro Amazo e tantas outras imagens. O que vou fazer? Como acharia uma solução se tudo for verdade?

–Vamos, todos estão pirando. -Damian passa a mão pela minha cintura, sustentando a maior parte do peso do meu corpo pelo caminho tortuoso até chegar a superfície, vejo Connor parado em uma ponta em meio aos destroços dos robôs, me livro dos braços de Você-sabe-quem e me jogo em Connor, ao lado vejo Sara, ela me olhava preocupada, saio dos braços de do meu irmão e abraço minha amiga.

–Preciso sair daqui. – minha voz rouca não conseguia esconder a minha emoção.

–Vamos. – Connor passa a mão por meus cabelos.

WALLY

Não sei ao certo quem estava mais tenso, Luna ou eu, mas as horas passavam e nada de notícias. Rastreamos o sinal o mais longe que pudemos, mas era como se Isis estivesse no mesmo lugar de sempre, mesmo depois de em um surto de raiva, Connor e Damian destruírem cada pedaço operante dos robôs bombados, tentando liberar o sinal, nada mudou. Foi quando a peste saiu para o meio do nada, como se tivesse com medo de se ficasse perto dos outros, eles fossem os próximos que ele quebraria até não sobrar mais nada. E Luna começou a cantar algo com o sinal do comunicador de Connor ligado, esses dois tem mesmo uma relação estranha, mas parece que funcionou para ele, seja lá o que for que ela fez. Quando voltaram a procurar, apenas ficamos andando de um lado a outro na caverna.

–Eles a encontraram. –Solto o ar aliviado, e Luna corre em direção aos monitores e abre a imagem de Isis deixando os braços do irmão pelos de Sara, ela olha como se fosse uma espécie de filme de terror.

–O que foi? –me aproximo vendo as duas se afastarem, e Isis se volta para o irmão.

–Nada. –Luna balança a cabeça como se quisesse afastar algum pensamento indesejado. –Mais cedo. –diz rapidamente se sentando na cadeira da minha madrinha, e aponta para a que ocupei anteriormente. –Me perguntou o que aconteceu, que me deixou tensa. –uma parte do meu cérebro, a parte inteligente, gritava que aquilo era uma distração, mas a garota estava mesmo parecendo precisar desabafar, e depois dela me ouvir tão paciente era o mínimo que poderia fazer em troca.

–Conta tudo para o titio. –ela sorri de forma involuntária, quando e sento, apoiando meu queixo nas mãos.

–Eu tenho um irmão, o Philippe. –começa a dizer desviando seus olhos dos meus. –Nós perdemos nossos pais quando éramos muito novos, ele foi adotado e eu não. –sinto uma empatia maior por ela. –Bom, eu não tinha condições de cuidar dele antes, mas agora tenho, e entrei com um pedido pela guarda, o telefonema que atendi, era Laurel, me dizendo que minha audiência de conciliação vai acontecer depois de amanhã.

–Uau, mas isso é uma boa notícia, não é? –me confundo vendo seu semblante triste.

–As mães dele, não querem dividir a guarda e alegaram que sou incapaz de cria-lo. –o sentimento de frustração era palpável por sua voz.

–Não acho que estejam certas. –afirmo cheio de certeza, e ela me olha tímida com um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

–Mal me conhece Wally.

–Fato. –confirmo. –Mas quando Connor me falou sobre você pela primeira vez, a voz dele mudou, quando me contou que revelou a identidade dele, eu pirei. Nós definitivamente não fazemos esse tipo de coisa! –gesticulo com meus braços tentando passar para ela o absurdo que era. –Mas então passei algumas horas ao seu lado, e já sabe dos meus maiores problemas. Posso entende-lo agora, existe algo em você Luna, algo que faltava em nossa equipe, em Connor, e com certeza deve faltar para seu irmão.

–Espero que esteja certo. –sussurra com os olhos cheios de lágrimas.

–Já te contei que fui eu quem juntou meus padrinhos? –cruzo minhas pernas dando impulso para que minha cadeira pare ao lado da dela, que pela primeira vez no dia, não demonstra incômodo com a proximidade. –Geralmente estou certo.

–Isso é impossível Wally, eles estão juntos a praticamente sua idade! –diz pretenciosa.

–Vou te contar minha história favorita, onde o protagonista sou Eu! –digo rapidamente. –Já assistiu aquele filme, De Volta Para o Futuro?

–Claro! –ela parece se animar um pouco.

–Bom, por que eu não tinha visto, e acredite, fica muito mais fácil entender quando já o viu!


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Notas finais do capítulo

Nos contem o que acharam!
Wally contando a história de 2014 para Luna, Damisis ainda brigados e Luna mais perto de ter a guarda de Phill, esperamos que estejam curtindo!

Bjnhos.

Thaís Romes e Sweet Rose.



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