Should I Tell? escrita por Hp


Capítulo 5
V- Assunto delicado


Notas iniciais do capítulo

Não sei...
Esse capítulo tá curtinho mesmo, mas acho que ficou interessante.
me deu vontade de postar hoje .-.
é isso.
enjoy ou não...



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Capítulo V

Assunto delicado

Acordei lá para o finalzinho da tarde, parecia ser umas cinco e meia, constatei olhando para janela. Me espreguicei e ainda estava sentindo uma baita dor de cabeça.

Levantei da cama e decidi que ia lavar minha blusa, antes que eu esqueça e não tenha de ir com uniforme amanhã.

Pensei que tinha jogado ela em cima da mochila, mas ela estava no chão. Não faz diferença. Peguei a peça de roupa e fui até a área de serviço, mas no meio do caminho vi minha mãe na cozinha preparando a janta.

A porta para passar para a área de serviço é do lado da geladeira e então ela me viu.

— Filha, já está acordada? — Perguntou enquanto secava as mãos em um pano de cozinha. Assenti dando um sorriso mínimo. — O que você vai fazer no tanque?

— Vou lavar meu uniforme, ele está imundo. — Afirmei dando um sorriso ao mostrar a blusa cheia de terra vermelha na região das costas.

— Meu Deus, você se esfregou no chão ou coisa parecida? — Falou olhando para a blusa com uma sobrancelha arqueada e então deu uma olhada na panela de arroz para ver se estava pronto.

— Mais ou menos isso — Falei rindo da frase dela e abrindo a porta de metal meio enferrujada passando por ela.

A área não tinha nenhum telhado para cobrir, era mais um cubículo sem tento, tipo, não sei explicar, mas era pequena. Tinha um tanque de lavar roupa que ocupava a lateral da parede todinha e as paredes não eram pintadas, o puro cimento. Não dava nem um ar de “oh, ar livre. Estou do lado de fora” e sim de “nossa, que legal, parece que sou um animal preso em quatro paredes com direito a chuva e sol no lombo

Enfim, não sei porque estou pensando nisso.

Logo comecei a lavar a roupa no tanque e quando terminei coloquei no pequeno varal para secar. Voltei para dentro e esperei minha visão se acostumar um pouco com o escuro. Sentei no sofá do lado da minha mãe, e na tv passava uma novela qualquer nada interessante, não curto novelas.

— Annie, como foi seu primeiro dia de aula? — perguntou um pouco entusiasmada tirando a atenção da tv para mim.

— Um dia normal, aparentemente. — Ela arqueou uma sobrancelha — Levei uma bolada na cabeça e cai da arquibancada... ah, e conheci uma garota chamada Alehara.

— O que? Você se machucou? — Falou realmente preocupada procurando machucados em meus braços e quando percebeu que não foi coisa séria suspirou aliviada.

— Só ‘tô dolorida. Qual vai ser a comida? — Mudei de assunto.

— Comida. — ela respondeu sorrindo e eu ri disso.

Se levantou do sofá e eu fiz o mesmo. Fomos para cozinha fiz meu prato com uma caprichada generosa no strogonoff, e um pouco de arroz, uma pequena porção de salada também, mesmo não gostando de salada.

Nos sentamos numa mesa de madeira que só permite quatro lugares, fiquei de frente a minha mãe. Começamos a jantar em silêncio, mas ela logo acabou com ele.

— Tomou seu remédio? — Perguntou cansada, encarei o rosto da minha mãe e percebi que ela aparentava ser mais velha do que a própria idade, céus, ela só tinha quarenta e dois, mas parecia que estava com cinquenta. Uma mulher bonita de cabelos pretos presos num rabo de cavalo, olhos azuis gelo e um rosto gentil.

Assenti e suspirei, toda essa mudança na vida dela, do meu pai e na minha é tudo minha culpa. Seria melhor se eu simplesmente morresse.

— Sabe... não seria melhor se eu morresse? — sussurrei remexendo minha comida, apesar de amar strogonoff não estava com apetite.

— Nunca — Disse minha mãe com o tom de voz bem assustador, levantei meu olhar para ela e percebi que eu a tinha magoado — Nunca mais diga essas palavras novamente e nem pense em coisas como essas, está me ouvindo, Annie? — Assenti

—Eu só achei que...

—Você não achou nada. Por acaso está subestimando o meu esforço e o do seu pai para falar uma coisa dessas?

— Não claro que não, mas vocês estão se sacrificando por mim... eu, eu me sinto culpada. — Nem tinha percebido que comecei a chorar, coloquei as mãos no rosto, odeio chorar na frente da minha mãe.

Não sei quando ela se levantou, mas só senti seus braços magros me rodearem em um abraço aconchegante.

—Tudo bem, não precisa se sentir assim, sabe que te amo muito que até que daria minha vida por você. — sussurrou perto do meu ouvido e notei que ela também chorava — Mas tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem — completou repetindo essas pequenas palavras.

“Tudo vai ficar bem, não chore, vai passar” Essas sempre foram as palavras de consolo da minha mãe, mesmo que eu não acredite muito nelas, mas só pelo fato de saírem da boca dela me conforta.

—Ok? Tudo bem... — Ela tirou minhas mãos que tampavam boa parte do meu rosto. — Não chora. Meu bem — limpou as lágrimas da minha bochecha.

—Ok — sussurrei, mas estava cansada, chorar é exaustivo, mesmo que chore várias vezes você não se acostuma com a sensação.


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Notas finais do capítulo

É isso u.u
estou feliz com as pessoas que estão acompanhando.
Acho que vocês nem leem as notas, né? kkkk
:D



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