Should I Tell? escrita por Hp


Capítulo 3
III - Pequeno acidente proposital


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a miih (CookieAmbulante)
Sua maravilinda



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Capítulo III

Pequeno acidente proposital

Meus problemas

Não se preocupe, apenas sorria

Pois não serão necessárias palavras aleatórias

Pov Annie Baker

O mundo é preto e branco para mim, e naquele momento pude perceber que nada mudaria, minha vida continuaria a mesma e as cores neutras também. Amigos de que importam? Só servem para ser a sua fraqueza e descobrir todos seus segredos, não quero que saibam dos meus segredos, só quero viver minha vida normal e calmamente enquanto dura, apenas isso. Não preciso fazer laços e construir relacionamentos com ninguém, no meu pequeno espaço.

Por que passou pela minha cabeça que talvez fosse legal fazer amizades?

Que irônico eu sempre caio na real, e literalmente isso foi possível. Eu estava pensando em como poderia ser meu dia depois de tudo. Ah, o resultado talvez não fosse tão bom ou legal assim.

Enquanto eu olhava para o céu só pensando coisas que talvez não fizessem sentido e ouvindo músicas meio lentas que passavam pelo playlist, senti algo bater na minha cabeça como se levasse uma paulada, daquelas bem fortes.

Com o impacto eu perdi o equilíbrio e cai para trás, sabe aquele repentino medo quando se estar caindo de uma mini queda livre? Pois bem, foi isso que eu senti quando não via a hora de chegar ao chão, tudo pareceu uma eternidade assustadora.

Para ser sincera, da arquibancada ao chão tinha mais ou menos um metro e meio, então pensei que a queda não ia doer muito, mas estava terrivelmente enganada. Ao sentir minhas costas de encontro com a terra vermelha o ar se esvaiu de meus pulmões, arfei com a dor que se alastrou sobre meu corpo, não bastava só a cabeça latejar eu tinha que cair também.

Mas como doeu

Doeu para ca...

Minha vista começou a nublar, pequenos pontos pretos poluíam minha visão e aos poucos me senti mais fraca com a dor nunca deixando de ser insuportável. Difícil de respirar. Apaguei e não soube de nada que me acontecia ao redor. O último pensamento que tive foi mais assustador do que a própria situação em si. Talvez não seja apenas dor da queda.

Pov Daniel Sulivan.

Que porra eu fui me meter?

Era só uma aposta pensei que nada de sério iria acontecer, como eu ia imaginar que a menina fosse cair para trás?

Meu Deus.

Nesse rápido instante que pareceu uma eternidade senti a culpa me consumir por inteiro e depois ouvir as palavras ásperas de Alehara que quando terminou foi correr em direção a amiga. Nem prestei atenção no que ela disse, estava chocado de mais. Eric bateu no meu ombro me tirando do pequeno transe em que eu estava.

Corri com tudo para ver como a novata estava, já tinha um círculo ao redor dela que parecia estar desacordada. Sem nem pensar duas vezes, me agacho do lado dela, passo um braço ao redor de seus ombros e ou outro por baixo de suas pernas. Com esse toque senti uma descarga elétrica passar pelas minhas veias, e isso não era uma sensação ruim, pelo contrário, foi maravilhosa, mas não tenho tempo para pensar nisso, preciso levar a novata a enfermaria. Nem prestei muita atenção as pessoas, só sei que elas abriram caminho e eu comecei a andar até o meu objetivo, a novata também não era pesada e pude me mover com facilidade. Depois de andar alguns metros estava de frente a porta da enfermaria, como que eu iria abrir isso se minhas mãos estão ocupadas? Antes de cogitar chutar a porta, Alehara Grace a abre, não sabia que essa garota estava andando comigo.

Estranhamente me senti alheio do mundo, entrei na enfermaria e coloquei a novata delicadamente em uma das macas e suspirei. Olhei para o rosto dela, parecia que estava dormindo, mas estava fazendo uma careta de dor, então a culpa retornou duas vezes mais forte. Eu tinha machucado alguém, alguém inocente que não sabia de nada. Sou muito idiota.

Olho para trás e vejo Grace explicando toda a situação que rolou, ocultando que fora proposital, para a enfermeira e chamou o culpado de otário. Voltei a atenção para novata e sussurrei a ela um “desculpa” carregado de angustia e arrependimento, mesmo sabendo que ela não ouviria, só queria tirar um pouco do peso que estava carregando nas costas.

Noto uma movimentação do meu lado, a garota de cabelos ruivos tinha puxado uma cadeira para sentar perto da maca eu ia fazer o mesmo, mas ela me encara com ódio bem nítido em seus olhos, um arrepio percorreu pela minha espinha e não, não era uma sensação boa.

— O causador do acidente querendo ficar? — Perguntou irônica ainda me encarando. — É melhor você ir embora antes que eu te soque. — Me ameaçou com um sorriso maléfico se formando em seus lábios.

— Eu vou ficar. — Afirmei e ignorando a ameaça dela, puxei a cadeira para me sentar.

— O que você é dela para achar que tem o direito? — Indagou ríspida.

— Pergunto o mesmo. — Retruquei no mesmo tom cruzando os braços sobre o peito.

— Não te interessa.

— Hah, grande bosta.

— Olhe a boca! — A enfermeira que até então eu tinha esquecido da existência me repreendeu checando o pulso da novata. — Devo pedir que vocês dois se retirem. — Completou toda formal nos encarando.

— Por que? — Perguntei

A enfermeira arqueou uma sobrancelha

— Vou cuidar dela, voltem para a aula. — Falou gentilmente, não quero saber de voltar para a aula.

— Deixa eu ficar, por favor, Lucy. — Pediu Grace, ou a ruiva como prefiro chamar.

— Tudo bem, mas sua falta não será justificada. — Explicou Lucy e a ruiva deu de ombros pouco se importando. Logo as duas se viraram para mim me expulsando com o olhar.

— Que é? — Perguntei me fazendo de desentendido

— Então, é melhor você se retirar. — Lucy dirigiu-se a mim. Fiquei indignado, porque a Grace podia ficar e eu não? Uma puta sacanagem!

— Mas eu também sou amigo... — apelei mesmo mentindo e fui interrompido.

— Some daqui Sulivan! —A ruiva falou repentinamente usando meu sobrenome com a voz carregada de ódio e desprezo, me assustando. Por essa eu não esperava. Ela quase gritou, meu Deus, que garota estressada.

Dei de ombros fingindo desinteresse e me levantei da cadeira, sai da sala, mas não sem antes dirigir um último olhar a novata que ainda estava desacordada.

O que eu faço agora? O jeito é esperar que ela acorde para que eu possa me desculpar, mas no momento não estou afim de fazer nada. Suspirei, decidi ficar andando pela escola e matar esses dois últimos horários de Educação Física, sim, sou um aluno “exemplar”.


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Notas finais do capítulo

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