Contagem de tempo: oito anos após o último "era uma vez"

–-Vamos lá Rayle! Virar o mundo de cabeça para baixo!--Fora com essa frase que aquele moreno estranho pulara pra dentro do navio.
Quem diabos era aquele ser com um chapéu de palha? E com que direito ele simplesmente entrava no barco alheio daquela forma?

–-Você tem um belo barco Rayle. -o visitante olhava tudo ao redor- Roubou de quem?

–-Se eu soubesse teria pedido emprestado, não roubado.-- Raylegh continuava encarando abismado o novo tripulante. Por que ainda se dava ao trabalho de respondê-lo?- Espera, como você sabe o meu apelido?

–-Ouvi você falando sozinho agora a pouco! "Isso mesmo Rayle! Foi um ótimo saque Rayle! É um bom barco Rayle!"e coisas assim. Hehe você é um cara estranho.

Raylegh piscou duas vezes. Não conseguia acompanhar o raciocínio que saia atropelado pela boca do homem a sua frente.

–-Ta tá tá, primeiro, quem é você?

–-Ah, é. Ainda não me apresentei né? Meu nome é Gol D Roger, e eu vou virar o mundo de ponta cabeça!

"...e fez uma referência tão grande que os bigodes tocaram o chão."

–-E como pretende fazer isso?

–-Eu já comecei! Eu falei com uma princesa!

O que?

–-Agora só preciso fazer um rei cantar para um besouro!

"Um rei tocar uma música para um besouro não faria o mundo virar de pernas para o ar, de ponta cabeça?"

Mas o que diabos?

–-Agora pode me falar de que hospício você fugiu?

–-Hospício? Isso é outro modo de chamar a marinha?

–-O que?

–-Ah, e é melhor correr. Eles estão vindo ali.

Raylegh se virou a tempo de ver um bando de marinheiros correndo na direção da pequena embarcação de pesca.

–-Droga!-Ele abriu as velas com um puxão- Nem tive tempo de atracar!

–-ROOOOOGGGGGEEERRRR VOLTE JÁ PRA BASE!-- Um dos líderes da corrida gritava

–-THAU GARP! EU VOU VIRAR O MUNDO DE PONTA CABEÇA!
Raylegh virou o leme para sair da baía.

–-ESPERA AI, VOCÊ CONHECE ELES?- ele gritou para o tripulante indesejado.

–-São a minha família de criação hehe.

–-VOCÊ É DA MARINHA?

–-Não, só fui criado por eles.

–-E QUE DIFERENÇA FAZ?

–- Pra você, nenhuma. Pra mim, toda.

Raylegh perdeu a paciência.

–-Me diga um bom motivo pra eu não te jogar pra fora desse navio agora.

–-Porque você precisa me levar até a princesa e me ajudar na minha demanda.

Ele encarou o moreno que inexplicavelmente sorria divertido com a situação.

–-Isso não é um bom motivo.

–-Por que?

–-Porque não tem o menor sentido!-Ele tentava fazer com que o barco fosse mais rápido.

–-Tem sim! Pra mi tem sentido, e pra Rouge também.
Detalhe: Silvers não fazia a menor ideia de quem era Rouge.

–-Invente algo mais convincente!

–-Hun.... Se me jogar pra fora agora vai perder o controle do barco e, se não afundar com nós dois aqui dentro, vai acabar sendo capturado pela marinha?

Isso, meus caros, é o que nós chamamos de raciocínio lógico.

–-Certo... Você pode viver. Por enquanto.--E, com um segundo puxão, as velas foram direcionadas a favor do vento.
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Algum tempo depois.

Raylegh estava encarando aquele rosto sorridente e idiota havia cerca de três minutos, tentando decifrar alguma coisa sobre o desconhecido "Roger".Obviamente, sem sucesso.

Ninguém consegue conhecer uma pessoa só de olhar para ela, isso só gera falsas concepções.

–-Então Rayle...-O hóspede começou- Por que você vive num barco?

–-Minha casa pegou fogo então eu... ESPERA AI, EU FAÇO AS PERGUNTAS AQUI!

–-Então faz ué! Aqui tá um silêncio... Nem parece um barco de pirata.

–-Hunf. Eu gosto do silêncio.

–-Então por que estava falando sozinho?

–-Porque eu também gosto de falar sozinho!

–-Então você está se contradizendo.

Raylegh bateu com força na mesa.

–-NÃO ESTOU!

–-Meu Deus, você tem o pavio bem curto...-ROGER colocou a mão no ombro do outro- Calma! Eu não sou a Rouge, então não precisa gritar!

"--Senhorita Migalha, não precisa gritar. De jeito nenhum."

Detalhe: Raylegh ainda não sabia quem era Rouge. E ignorava completamente quem quer que ela fosse.

–-Rouge, Rouge,Rouge.... Quem é essa que você tanto fala?

Perdão, eu disse completamente?

–-É a princesa Ervilha.

–-E daí se o pai dela é fazendeiro! Ela é sua amiga?

–-Amiga? Uhnn.... É. E eu estou numa demanda pra salvar ela.

–- Sei lá o que é isso mas se ela te conhece então você é problema dela! Onde ela tá?

–-Nós vamos pra Long Town!!

–-Não é você que decide isso!

–-Mas nós temos que buscar a Rouge lá!

–-É o que? Eu não vou buscar ninguém! Você que vai ficar lá!

–-Ei, não questione as ordens do capitão!

–-EU SOU O CAPITÃO!

–-Não, sou eu! E você é meu imediato!

–-O QUE? ESSE NAVIO É MEU!

–- E daí?

Raylegh bufou. Ele nunca conseguiria colocar alguma lógica naquela cabeça dura, e isso porque só o conhecia a algumas horas.

–-Se quer pensar assim é problema seu. Eu vou te largar lá e nunca mais vou te ver.

–-Não! De lá nós temos que ir até a Grand Line!

–-O QUE? Cruzar a Rever-se mountain é impossível!

–-Não, não é! Você vai ver! Nós vamos até o final do mundo!

–- Você é louco. Não que eu ainda precise falar isso, já deve ter realizado por si mesmo.

–-QUE SEJA! VAMBORA!- Roger pulou para a popa com um só impulso.-- a Rouge tá esperando!

Raylegh revirou os olhos.

–- Espero que ela exista, pelo menos.

–-É claro que ela existe! Qual seria a graça de uma história sem princesa?

Aquele ser era muito estranho. Muito estranho mesmo. Mas, mesmo uma pessoa como Raylegj, que se esforça para manter a frieza, não conseguiria conter um pequeno sorriso diante daquela estranha animação que combinava com o exagerado e estranho bigode.

Meu Deus! Dias estranhos, mesmo!