— Eu . Vou. Te . matar! - Disse Elena do outro lado da linha.

— Você pode fazer isso, depois que conhecer a minha mãe! - Tentei soar engraçado, mas ela não riu.

— Damon, você é um louco... O que eu vou falar? Eu nem te conheço direito, e se ela perguntar alguma coisa? O que eu vou responder ? Ai meu Deus... Quando eu te ver eu vou.... - A interrompi.

— Me dar um abraço bem forte pra minha mãe não desconfiar de nada!  - Não sei o porque de ela esta se preocupando, bom, na verdade sei sim... Minha mãe não é nada gentil e agradável, sem contar que fala tudo o que pensa... Na lata.

—Nem que você me pague o dobro eu apareço ai... - Ela disse forçando uma risada.

— Elena! - A repreendi. Se fizer isso, vou levar ela até a sua casa... - Ameacei... Ela bufou e finalmente cedeu.

— Tá, mas você vem me buscar, não quero correr o risco de ficar com a sua mãe e ainda por cima, sozinha! - Revirei os olhos.

— É, Elena Gilbert, você está se saindo uma boa medrosa! - Brinquei.

— É a convivência ! -  Advertiu. - Mas é sério, não me responsabilizo pelas minhas atitudes! - Avisou.

— Não vai ser tão ruim assim... - tentei a tranquilizar.

— Tá, tenho que ir, a Bonnie chegou... - E desligou, e toda a vez que nós nos falarmos pelo telefone, eu vou me perguntar... Qual é o problema dela em se despedir?

Mas pelo visto, ela e as meninas estavam mesmo firmando a amizade, não se desgrudavam mas... Certo que as três tinham personalidades dessemelhantes, isso por uma lado, era bom... Mas por outro, é péssimo... Afinal, são mulheres, brigam por qualquer coisa e sempre querem estar certas, mesmo estando erradas.

...

No outro dia, bem pela manhã, fui até a casa de Elena, buscá-la... Eu liguei pra ela, umas 30 vezes, sem exagero, e ela não me atendeu nenhuma... Por isso, fui até ela, assim que cheguei em frente a casa dela, dei algumas batidinhas na porta, e então, suponho que a mãe dela atendeu.

— Oi... - A mulher sorriu. - Você deve ser o Damon, né? - Eu assenti. - Entre, querido... Não tenha medo! - Relaxei um pouco e entrei, era uma casa, simples comparada a minha, mas era grande espaçosa... - Elena está dormindo, você quer que eu a acorde?- ELA AINDA ESTAVA DORMINDO?

— Na verdade, eu tinha marcado de sair com ela... - Cocei a nuca um pouco desconfortável.

— Acostume-se, a Elena é uma cabeça de vento! - Isso eu tinha certeza... - Será que você mesmo não prefere acordar ela? - Ela me encarou e eu assenti.- É só subir as escadas, é o segundo quarto a direita! - Apontou para a escada.

— Tá, obrigado! - Ela sorriu e saiu, na verdade, ela saiu mesmo... Porta a fora, talvez ela estivesse atrasada para ir a algum lugar.

Segundo quarto a direita... Pensava enquanto subia a escada, assim que avistei a segunda porta a direita, me aproximei e dei algumas batidinhas, mas nenhuma resposta foi dada, então eu a abri, Elena dormia, me aproximei pra ver se ela dormia mesmo, dei uma olhada ao redor, e até que o quarto dela era maneiro, tinha fotos por todo ele, as paredes pretas, claro... Nada original!

Me sentei na cama dela e a balancei um pouco, mas ela nem se mexeu.

— Elena? - Chamei, e então ela abriu os olhos.

— Damon? - Ela arregalou os olhos e então com a coberta cobriu o rosto.- Aai, que horas são? O que você ta fazendo aqui? Cade a minha mãe? - Ela perguntou tudo embolado, mas deu pra entender.

— 10:00hrs, vim te buscar, acho que ela saiu! - Respondi. - Anda, acorda, minha mãe já está te esperando! - Sacudi ela de novo.

— Eu não vou, to passando mal! - Respondeu ela manhosa.

— Para de bobeira, anda! - Continuei a sacudi-la.

— Tá... - E então ela se levantou e foi pro banheiro e eu me deitei , a viagem da minha casa pra dela, era bem cansativa.

...

— Hey... Elena jogou uma toalha em cima de mim. -  Levanta... Tenho que arrumar a minha cama! - Joguei a toalha de volta pra ela, que pegou e jogou em cima de uma poltrona.

— Nossa, que moça prendada! - Disse enquanto me levantava. Ela deu uma risadinha e depois levantou o dedo do meio . - Que coisa feia! - Olhei ela arrumar a cama.

— É sério... Vou falar com a sua mãe e vou vir embora, não quero perder o meu dia... - Revirei os olhos.

— Seus dias não estarão perdidos enquanto você estiver comigo!- Ela terminou de arrumar a cama.

— Tá bom...- Respondeu ela desacreditada.

— Anda logo, você demora muito! -  Reclamei enquanto deitava na cama novamente.

— Só vou pentear o meu... - Ela me olhou furiosa.- Eu acabei de arrumar a cama, sai daí! - Pediu ela estressada.

— Você é chata demais! - Fora minha vez de reclamar, ela deu de ombros e voltou pro banheiro e então eu me levantei.

...

— Tô com fome... - Elena disse enquanto passava a mão pelos cabelos ainda molhados.

— Espera um pouco, já estamos chegando! -  Declarei.

— Nem vem, não vou comer na sua casa, já pensou? Sua mãe vai fazer um mal juízo de mim... Era só o que me faltava. Ela vai pensar... Não tem comida em casa. - Imitou miseravelmente a voz da minha mãe, que por sinal ela nem conhecia. - Quando na verdade, o filho dela é um apressado que não me deixou nem tomar o meu café!

— O que a Bonnie andou te dizendo?- Perguntei .

— O necessário! - Respirou fundo. - Vai rápido, antes que eu vomite aqui dentro! Depois disso, eu acelerei... Claro!

...

— Relaxa. - Disse enquanto saia do carro, Elena saiu também e se espantou ao ver o tamanho da casa.

— Eu não to preparada!- Ela disse baixinho, quando eu parei ao seu lado e olhei para a enorme mansão a minha frente.

Peguei a mão dela e a puxei até a entrada de casa.

— Minha mãe não é um bicho de 7 cabeças! - Tentei passar pra ela um pouco de tranqüilidade, mas foi em vão.

— Pelo que a Bonnie me disse é de 8 cabeças!- Respondeu rapidamente.- Foi mal... Se desculpou.

— Tá... - Peguei a chave do bolso e abri a porta, nós dois entramos... - Mãe? - Gritei, Elena me olhou feio e eu dei de ombros, ainda segurando a mão dela a guiei até a sala.

— Oi querido... - Diz minha mãe se levantando do sofá, pude ver o susto que ela tomou ao ver Elena.- Você....?- Olhei de rabo de olho pra Elena que sorriu um pouco sem graça.

— Sou Elena... - Minha mãe se aproximou, Elena estendeu a mão para que ela apertasse, e assim ela fez, mas não de bom grado, fez por obrigação mesmo, pude ver isso em seu rosto.

Depois disso um silencio constrangedor tomou conta da sala, talvez por estar na cara da minha mãe que ela não gostou da Elena... É, minha mãe era desse tipo, julgava as pessoas pela cara... Bem, eu também sou assim, mas agora que conheço, pelo menos um pouco da Elena, sei que ela não é tão estranha quanto parece!

— É... Vou levar a Elena pra conhecer a casa! - Minha mãe assentiu e assim eu fiz... Levei ela pra conhecer a casa... E meu quarto, claro!

...

Assim que ela adentrou o meu quarto pulou em cima da cama.

— Ouu... - A repreendi.

— Relaxa... - Ela suspirou. - O clima estava tenso lá embaixo, sua mãe não foi nenhum pouco com a minha cara... - Fui até a cama e deitei ao lado dela.

— Não foi mesmo... - Era melhor eu falar a verdade, afinal... Elas se veriam muito dali pra frente.