Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 26
26


Notas iniciais do capítulo

Vigésima sexta drabble dedicada à Haru Uchiha pela recomendação linda e à Dark Moon que pediu por uma Sakura ciumenta em Monotonia, espero que gostem! XD
...
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XXVI

 

Sasuke não podia negar que não estivesse se divertindo com toda aquela situação. À sua frente, com a cara amarrada e tamborilando os dedos de forma impaciente no tampão da mesa, Sakura bufou pela terceira vez.

Ele achou no mínimo interessante que os papeis tivessem se invertido agora e que fosse ela a fulminar a atendente que tão descaradamente flertava com Sasuke, insinuando os seios grandes ao se abaixar provocativamente para recolher as tigelas vazias sobre a mesa.

O Uchiha, é claro, mantinha a expressão neutra e desinteressada. Na verdade as reações exageradas da esposa eram definitivamente muito mais atrativas para ele do que qualquer par de peitos sendo esfregado — sem qualquer educação — na sua cara.

— Gostaria de pedir mais uma coisa? — a atendente do restaurante indagou ao apoiar a mão na cintura e remexer os quadris e Sasuke não deixou de notar como sua esposa — furiosa — havia sido excluída da frase da moça.

— Não, não queremos mais nada. — Foi a própria Sakura a dispensá-la com um floreio exagerado da mão e palavras ditas com um notável sentimento de desprezo.

Mal disfarçando um bico de desapontamento, ela não se importou em adejar os cílios para o Uchiha, que não lhe deu atenção, e deixou o casal a sós na mesa, mantendo o gingado de seus quadris ao se afastar. Sakura cruzou os braços sobre o peito, ainda enfezada, e o poder de seu olhar poderia ter aberto um buraco na mesa se ela tivesse algum dōjutsu.

Contendo um sorriso malicioso — que ele sabia que só agravaria o mau humor da esposa —, Sasuke deixou o dinheiro sobre a mesa e não precisou nem pedir para que Sakura o acompanhasse, ela parecia tão ansiosa para sair dali quanto ele.

Estavam próximos à divisa do País dos Pássaros com o País da Terra, numa cidade pacata embora essencialmente comercial.  Havia muitos prédios e estabelecimentos brotavam em cada esquina. Restaurantes e casas de chá tradicionais dividiam espaço com lojas que vendiam de tudo um pouco, inclusive os apetrechos eletrônicos que marcavam uma nova era no mundo Shinobi.

Sakura ia marchando à frente e Sasuke ergueu uma sobrancelha para o comportamento curioso da esposa. Bem, havia sido sugestão dela que almoçassem naquele restaurante e embora a comida estivesse boa, o Uchiha não podia dizer o mesmo do atendimento. É claro que ele estava acostumado ao assédio feminino, por mais que detestasse ser alvo desse tipo de atenção, afinal era uma pessoa reservada, até mesmo um pouco reclusa, e gostava que seu espaço pessoal fosse respeitado — ou faria com que respeitassem.

O mais engraçado é que ele nunca havia se importado com os toques de Sakura. Muito pelo contrário, estar tão perto dela era muito bom e fazia bem a ele. Por isso, mal podendo conter um sorriso de canto, ele se apressou para alcançar a esposa que, percebeu, ia resmungando através dos dentes cerrados.

— Um absurdo! Como não conseguem respeitar o espaço pessoal de um homem casado, Shannaro?! — ela murmurava com rabugice, o tom mais estridente ao final por conta da irritação; Sakura sempre havia sido uma mulher fogosa (em todos os sentidos, ele lembrou). — Ela não notou que você não estava nem aí para os peitos imensos dela?!

— Sakura — Sasuke a deteve, chamando-a baixinho, e tocando no ombro dela para detê-la. — Está tudo bem, já saímos de lá.

— Não, não está tudo bem! — ela teimou, direcionando para ele aqueles olhos verdes brilhantes de fúria. Oh, ela estava zangada.

— Acalme-se. Já passou — ele recomendou, traçando círculos suaves com o polegar no ombro descoberto dela e Sakura suspirou, deixando que a fúria escoasse do seu corpo e desse lugar à frustração.

— Sasuke-kun chama tanta atenção — sussurrou com uma nota de pesar que não escapou ao Uchiha.

Mas não teve tempo de respondê-la apropriadamente, pois ela se desprendeu do seu toque e seguiu pela rua sem esperá-lo. Sasuke franziu o cenho, intrigado, mas se pôs a acompanhá-la outra vez, de volta para a floresta densa que circundava toda a fronteira com o País da Terra, onde eles haviam decidido acampar.

Seus pertences haviam sido guardados numa caverna que ofereceria proteção contra o vento e contra o sereno quando a noite caísse. Sakura não disse uma só palavra no trajeto e isso foi atípico. Havia lenha recolhida ainda naquela manhã para a fogueira que os aqueceria com o cair da noite e através da madrugada, já que quanto mais avançavam para o norte, mais baixas as temperaturas se tornavam.

Desconfiado do comportamento incomum da esposa e não suportando vê-la cabisbaixa, Sasuke decidiu que o melhor seria interceptá-la, por isso, quando ela passou por ele, segurou seu braço e a encarou, sério.

— Sakura, aconteceu alguma coisa?

Ela se apressou a negar, mas ao ver a expressão do esposo e por saber que não poderia mentir pare ele, deixou os ombros caírem e suspirou, decidindo que o melhor seria contar a verdade.

— É que você é muito popular com as mulheres, Sasuke-kun. Sempre foi.

— E isso te incomoda muito? — ele perguntou, erguendo uma sobrancelha, mas Sakura meneou a cabeça. — Você sabe que nunca gostei desse tipo de atenção.

— Mas você é tão bonito e atraente, Sasuke-kun, não pode evitar — ela explicou o óbvio e o Uchiha precisou discordar; nunca dera muito valor para a sua aparência, fora sim arrogante e orgulhoso no passado, mas isso não tinha nada a ver com o seu físico.

Mas de que adiantava que sua aparência atraísse tantas mulheres? Nenhuma delas conhecia o seu interior quebrado, a sua alma compungida e o seu coração que por anos lamentou a solidão e o ódio. E embora estivesse ainda em processo de cura, todas aquelas mulheres não sabiam nada dele, não como Sakura havia aprendido e descoberto em todos esses anos, rompendo cada muralha que ele construiu para se proteger.

Nunca interessou a ele o que todas as outras mulheres achavam dele porque ele só precisava da opinião de uma única pessoa e ela era Sakura. E Sasuke também sabia que o acontecido de hoje havia reaberto uma ferida antiga nela: a insegurança que a afligiu por anos, a incapacidade de se reconhecer como a mulher belíssima e Kunoichi extraordinária que era.

Inseguranças não eram superadas de um dia para o outro e disso ele falava por experiência própria. Por isso, decidiu que mostraria a ela que pouco importava a atenção que recebia de outras mulheres, para Sasuke havia Sakura.

Pegando-a de surpresa, abaixou o rosto e pressionou os lábios com gentileza nos dela. O beijo inesperado a levou a fitá-lo com olhos grandes e brilhantes de desejo e amor.

— Só você — ele sussurrou contra os lábios úmidos dela e Sakura os apartou num arquejo, surpresa.

Então não esperou que ela o respondesse: enlaçou-a pela cintura e trouxe-a para perto, voltando a pressionar sua boca na dela, mas desta vez com mais urgência. Sakura suspirou, extasiada, e envolveu os ombros fortes do marido, rendendo-se ao toque agradável que compartilhavam.

Mas não demorou a sentir a brandura de Sasuke se tornar desespero, e a intensidade do desejo dele por ela a deixou trêmula de satisfação. Ele afundou o rosto no seu pescoço e pressionou a virilha contra o ventre dela para que sentisse como ansiava por ela.

— Só você — ouviu-o repetir, a voz abafada contra a sua pele em chamas e Sakura deixou a cabeça pender para trás, totalmente entregue.

Deixou que ele a conduzisse mais para o interior da caverna úmida e aguardou, ansiosa, enquanto ele forrava o chão com sua capa e voltava a procurá-la. A mão que ajudou a despi-la foi a mesma a percorrer as curvas do seu corpo com sofreguidão, acompanhada de lábios que a fizeram fremir de expectativa.

Abraçada aos ombros dele e ainda de pé no meio da caverna, deixou que percorresse seu ventre desnudo com beijos que despertavam arrepios de prazer na sua pele. Então aconteceu, e ele a puxou para baixo, para que se deitasse sobre a capa que ele havia estendido.

Por mais que quisesse retribuir o favor e dar prazer a ele, Sasuke permitiu que ela pouco ou nada fizesse, transformando o ato de amor numa ode ao corpo dela e unicamente dela. Não se lembrava de já tê-lo visto tão intenso ou dominante durante o sexo quanto agora.

E quando ele enfim permitiu que ela o puxasse para cima, envolvendo-o com braços e pernas para que não saísse mais do seu agarre, foi lento e incrivelmente doce, prolongando ao máximo o prazer dela.

Assim que acabou, ele puxou outro manto sobre ambos e Sakura se acomodou, agradecida, nos braços dele. Nunca imaginou que terminariam no chão, nus e esgotados, por causa de uma crise sua de insegurança.

Sasuke continuava a ser um enigma, percebeu, e ele não parecia se fartar nunca de surpreendê-la. Por isso sorriu, sentindo-se muito mais que amada ou desejada por um homem tão incrível — e intenso, acrescentou num resfolego.

— Só você, Sakura — ele voltou a sussurrar contra a sua pele, que já esfriava, perdendo o calor do ato de amor.

Ela entendeu e alargou o sorriso sonhador.

— Só você, Sasuke-kun — sussurrou de volta e fechou os olhos, contente.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem! Digitei essa drabble (que não é drabble) todinha agora e apesar de revisar eu sempre deixo um errinho bobo ou outro escapar Hahaha
...
Obrigada pela paciência e compreensão de todos, aos poucos eu vou conseguindo atualizar uma Fanfic de cada vez :)
Responderei os reviews sem falta amanhã, é uma promessa :*
...
Ahh, e estamos chegando perto da parte que todos querem ver (aka gravidez, sejam só mais um pouquinho pacientes :v)
Obrigada a todos que comentaram e nos vemos nos reviews!
Até o próximo!