Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 25
25


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora!
Vigésima quinta drabble que eu dedico a OopsUchiha por haver recomendado Monotonia. Espero que goste! *-*
...
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XXV

Dias depois, eles seguiram para o país vizinho, o país dos Pássaros — para alívio de Sakura, cujo humor começava a espelhar o mau tempo de Ame. Em comparação, entretanto, Tori era ensolarada e colorida, um bálsamo para os seus olhos.

O castelo do Senhor Feudal fornecia uma vista e tanto com seus labirintos em formato de jardins bem cuidados e suas lagunas cristalinas, além da cidadezinha pacata que o cercava. Era um país pequeno e pacífico, embora se avistasse alguns Shinobis caminhando a esmo pelas ruas.

Sasuke seguia ao seu lado, no mesmo ritmo, enquanto Sakura absorvia a tudo, fascinada. Era nesses momentos que percebia como a viagem de Sasuke havia feito bem a ele: ele precisava disso, e ver o mundo sem o ódio lhe toldando os olhos aparentemente apaziguou seu espírito inquieto. Ela havia notado como o marido estava sereno desde o dia em que voltou para buscá-la na vila.

Poucas coisas ou quase nada parecia ser capaz de perturbar sua serenidade agora.

Ela havia o convencido naquela manhã a fazerem uma pequena pausa em Tori para enviarem a primeira mensagem à Konoha desde que haviam partido, algumas semanas antes. Conhecendo Kakashi e Naruto como ela os conhecia, era bem capaz que eles estivessem subindo as paredes à espera de notícias deles.

Por isso, eles se encaminharam até um grande prédio de pedra, o local onde escreveriam a carta e a enviariam através de um pássaro para Konoha por um pequeno preço. Sasuke havia sugerido usar um de seus falcões, mas Sakura suspeitou que transportar a carta através de um deles seria muito óbvio e ela gostaria de surpreender a todos na vila.

Já no balcão, ela solicitou ao atendente por papel e caneta e ditou a destinação da mensagem. Com Sasuke ao seu lado, escreveu saudações por ambos numa letra caprichada, fazendo um breve relato do trajeto que já percorreram e para onde iriam a seguir. Tranquilizou a todos e não poupou elogios à viagem, enfatizando como estava feliz — e Sasuke também, é claro.

Finalizou a carta e a selou, entregado-a lacrada ao atendente junto do dinheiro com um sorriso de apreço. Notou que Sasuke deslizou para longe de forma discreta, decerto impaciente para ir embora, e aguardou que o jovem homem prendesse sua carta a uma das aves plumosas que se amontoavam no viveiro.

Em seguida, ele desapareceu por uma das portas atrás do balcão para completar a tarefa. Sakura estava prestes a se juntar ao (impaciente) marido quando ouviu uma voz inconfundivelmente masculina chamá-la e detê-la:

— É você mesmo?

Confusa, ela girou o corpo para a direita e se deparou com um semblante vagamente familiar: pele bronzeada, cabelos castanhos e ondulados que eram mantidos afastados dos olhos por um hiataite de Iwagakure, e olhos pequenos mas brilhantes que espelhavam o sorriso gentil dos lábios.

— Ahh, eu... — ela apertou os olhos, vasculhando sua memória afiada atrás daquela fisionomia e ele pareceu notar seu desconforto.

— Não se lembra de mim? Nos conhecemos durante a guerra, você curou o meu braço. — O Shinobi levantou o braço esquerdo como que para sinalizar que ela havia feito um trabalho excelente. — Vê? Ficou perfeito.

Num rompante de reconhecimento ela conseguiu se lembrar do jovem Shinobi que havia invadido sua tenda tarde da noite para confessar seus sentimentos e lhe entregar uma carta de amor. Corando, ela também se recordou da presença de Sasuke no mesmo recinto e estremeceu.

— Sim, agora eu me lembro — aquiesceu com um sorriso nervoso, que passou despercebido pelo Shinobi.

— Puxa, você está ainda mais bonita — ele coçou a parte de trás da sua cabeça, o mesmo tique que ela conhecia em Naruto de quando estava embaraçado.

— Obrigada — agradeceu sem jeito e limpou a garganta de leve, decidindo mudar o rumo daquela conversa antes que Sasuke a flagrasse. — Mas o que faz aqui?

— Estou com o meu Time — ele indicou para dois Shinobis carrancudos no canto do recinto. — Estamos só de passagem — esclareceu com um sorriso — e indo para casa. Mas e você? O que faz em Tori?

Sakura estava prestes a respondê-lo quando ficou consciente da aproximação de Sasuke. Ela sentiu ondas de calor devastadoras se alastrarem pelo seu estômago e subirem pelo seu pescoço e rosto.

— Sakura, já podemos partir? — ele perguntou e só depois pareceu se dar conta da presença do outro ninja, mesmo se recusando a olhá-lo.

— Também está em missão? — ele perguntou inocentemente e os olhos de Sasuke se arrastaram até o sujeito levemente estreitados, como se só agora ele, de fato, reconhecesse sua existência.

— Na verdade não — Sakura esclareceu com outro sorriso nervoso; espiou de novo a expressão de Sasuke apenas para encontrá-lo com a boca levemente franzida e com olhos dardejantes.

Ela se adiantou com as apresentações, indicando para o marido, de quem desprendia agora uma aura pesada.

— Esse é o Sasuke-kun, ele é...

— Sou o marido da Sakura — o queixo de Sakura caiu quando o próprio Sasuke completou sua frase, um sorriso torto havia acabado de despontar nos seus lábios até então franzidos. — Uchiha Sasuke.

O Shinobi de Iwa pareceu engasgar uma tosse e ruborizou tanto quanto a própria Sakura. Então, ele lhe deu um último olhar desolado e fez uma pequena mesura, despedindo-se do casal com a cabeça e os ombros caídos.

Sakura não conseguiu encarar o marido, não de imediato, portanto apenas o seguiu porta afora quando ele a apressou uma última vez para que partissem; a mensagem já havia sido enviada, não havia mais motivos para que permanecessem ali.

Estavam de volta às ruas, e numa parte mais tranquila da cidade, quando ela finalmente reuniu coragem suficiente para encará-lo:

— Sasuke-kun, por que fez aquilo? Foi um pouco grosseiro — tentou censurá-lo, mas o rubor nas suas faces e o ritmo descontrolado do seu coração no peito faziam com que se sentisse uma boba.

Ele estacou, mas não lhe mostrou o rosto.

— Fiz o quê?

Sakura poderia ter rido do ar dissimulado que emanou do marido, mas apenas cruzou os braços e fulminou as costas dele.

— Não banque o inocente, Sasuke-kun. Você foi um pouco grosseiro com aquele Shinobi e sabe disso.

Ele deu de ombros e voltou a caminhar como se não desse a mínima para bons modos e convenções sociais. Sakura o alcançou, pondo-se ao seu lado, e insistiu com a censura.

— Podia ao menos ter sido um pouco mais delicado!

Ele bufou pelo nariz e voltou a estagnar, fazendo-a parar também. Desta vez olhou-a nos olhos sem reservas ou remorso.

— Por que eu faria isso? Para que ele continuasse te comendo com os olhos?

Sakura corou com a escolha vulgar de palavras e até tentou convencê-lo de que não era isso o que havia acontecido, mas Sasuke havia voltado a andar e ela se forçou a acompanhá-lo outra vez.

— Quem era aquele idiota, afinal? De onde o conhece? — Agora era a vez de ele interrogá-la e Sakura ficou lívida antes de gaguejar uma resposta convincente.

— Só um Shinobi de quem cuidei na guerra.

— Humpf — Sasuke bufou em sinal de que não engoliria sua resposta.

— É a verdade. — ela sentiu a necessidade de se defender. — Já faz muito tempo, Sasuke-kun, eu mal o reconheci!

— É, mas ele parece se lembrar muito bem de você. — Foi a resposta ácida que obteve dele e Sakura sufocou uma risada.

Sasuke estagnou uma última vez e se virou para sua esposa com uma careta. Sakura não conseguiu esconder o riso dessa vez e se aproximou do marido para enlaçar seu braço no dele, escondido sob a capa.

— Ah, meu amor — usou um tom doce para amansá-lo —, eu confesso que ele tentou se declarar para mim e até mesmo escreveu uma carta de amor! — ela riu de novo e Sasuke estreitou ainda mais os olhos. — Mas eu disse a ele que já amava outra pessoa.

A tensão pareceu abandonar os ombros fortes de Sasuke e a expressão azeda, aos poucos, desfez-se no seu rosto. Ele olhou a esposa de forma suave, pelo menos até que ela tornou a rir:

— Não precisa ter ciúme, Sasuke-kun, eu só tive, e ainda tenho, olhos unicamente para você.

Ele tornou a bufar pelo nariz como se a mera sugestão de que ele estivesse com ciúmes fosse uma estupidez sem tamanho.

— Humpf.

Mas Sakura não deixou de notar que ele não admitiu e tampouco negou que sentiu ciúmes dela — e com isso já se deu por satisfeita. Assim, eles voltaram a caminhar pelas ruas tranquilas de Tori, sob um céu azul e um sol ameno, até que ele voltou a se pronunciar sobre o assunto:

— Você não está com a carta... Está? — A intensidade dos olhos dele a fez querer se esconder, talvez.

— Mas é claro que não, Sasuke-kun! — respondeu-o esbaforida e corada, e Sasuke lamentou o fato secretamente.

Não poderia queimá-la com as chamas eternas do seu Amaterasu, afinal.


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Notas finais do capítulo

Sempre imaginei o Sasuke conhecendo o cara da cartinha, desculpa, mas eu vivo pra ver o Sasuke se remoendo de ciúmes da Sakura HAHAHAHAHA E olha que nem é preciso muito pra ele ficar mordidinho!
...
Como informei em Cosmos, comecei a trabalhar recentemente e, por isso, a imensa demora para atualizar minhas Fanfics. Meu único tempo livre agora é nos fins de semana e às vezes estou muito cansada ou sem disposição pra escrever, portanto, é preciso esperar pela inspiração mesmo. Peço compreensão de todos.
...
Os intervalos entre as postagens serão maiores, mas eu sempre vou voltar para atualizar, ok? =)
Nos vemos nos reviews e até o próximo!



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