Monotonia escrita por Deusa Nariko


Capítulo 21
21


Notas iniciais do capítulo

Vigésima primeira drabble.
Boa leitura!



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Monotonia

Por Deusa Nariko

XXI

 

De Takumigakure, Sasuke e Sakura rumaram para o norte do país do Rio, seguindo sem descanso até a fronteira com o país da Chuva. Levaram cerca de um dia e meio para alcançarem o extremo norte do país.

Apesar da apreensão inicial — e razoável — que sentiu, Sasuke fez questão de tranquilizá-la, garantindo que há tempos que o país da Chuva vinha se reestruturando e reerguendo desde a Akatsuki. Para a sua surpresa, ele também assegurou que Ame foi um dos locais que mais o agradou conhecer em suas viagens.

— Apesar da atmosfera soturna que a cerca, há algo intrigante em Ame.

Ele murmurou tão logo decidiram parar para levantar acampamento, uma vez que o poente se intensificava em tonalidades vívidas a oeste, na paisagem pitorescamente montanhosa que os cercava.

Sakura ajudou Sasuke a recolher a lenha para a fogueira e mais tarde, pela primeira vez, ergueu uma barraca, sentindo-se vitoriosa ao final por fazê-lo. Seria uma noite ventosa a julgar pelas rajadas que farfalhavam as árvores ao seu redor e a barraca lhes forneceria maior proteção contra o vento.

Depois de havê-lo feito, ela se distanciou em direção à floresta com o pretexto de se lavar, pois havia sido um dia longo e cansativo percorrendo a mata fechada ao norte do país do Rio.

Chegou à beira de um riacho límpido e encantador, com calhaus cintilantes reluzindo na sua rasa fundura e uma charmosa queda d’água a alguns metros dali, desaguando numa laguna com juncos ondulantes à sua margem.

Sakura suspirou de alívio, permitindo a sua faceta mais feminina e vaidosa aflorar finalmente. Secou o suor da testa com o dorso da mão e abaixou-se para desafivelar suas botas de cano curto. Removeu os protetores em ambos os joelhos e cotovelos e suas bolsas de equipamento ninja.

Então mergulhou os pés no riacho até cobrir os tornozelos, estremecendo primeiramente devido à frieza, e logo em seguida relaxou, deixando que a água gelada fizesse o efeito calmante desejado na sua pele, entorpecendo seus pés cansados.

Curvou-se e lavou a sujeira nos braços, depois refrescou o pescoço e a nuca. Por fim, reunindo água com as mãos em concha lavou o rosto, sentindo-se feliz por poder remover o suor e a poeira da viagem. Encostou-se a uma rocha grande à margem e fechou os olhos, apreciando a quietude da floresta até que ouviu passos e seus instintos Shinobi a colocaram em alerta no mesmo instante.

— O que está fazendo aqui? — quem se aproximou, recuando da floresta sombreada por árvores frondosas e imensas, foi Sasuke, trazia no semblante uma expressão indecifrável.

— Estava apenas relaxando um pouco — disse para ele, sem graça, enquanto o via se curvar à margem do riacho para pegar um pouco de água com a mão, como ela fizera antes, e lavar o rosto e pescoço.

Então, ele pareceu ponderar a respeito e retirou a capa dos ombros, dobrando-a meticulosamente. Quando se levantou, ela ainda estava recostada àquela pedra, usando nada mais do que seu vestido curto de gola chinesa e os costumeiros shorts apertados de batalha.

Eles se encararam por um bom tempo em silêncio enquanto um magnetismo irresistível parecia querer atrair seus corpos para mais perto, para que dividissem o mesmo ar, o mesmo calor. Havia algumas noites que não se permitiam render a esse desejo e Sakura sentia que aquele anseio pulsante dentro dela desbordaria a qualquer momento.

— Você pretende ficar muito tempo aí? — Sasuke quebrou o contato visual primeiro, embora o rubor mal escondido no seu rosto e pescoço traísse seus pensamentos.

Sakura foi impelida por uma coragem que não soube de onde tirou a partir daí. Levou as mãos até o zíper lateral do seu vestido e puxou-o para baixo, fazendo esbugalhar os olhos do marido, que assistia inerte, da margem, a esposa despir-se com naturalidade.

— Acho que vou tomar um banho primeiro — escusou-se com olhos fugidios, sentia-se ousada e até mesmo sexy ao fazer aquilo e não entendeu por quê.

Sasuke até tentou perguntar a ela o que estava fazendo, mas perdeu a fala no instante em que a viu retirar o vestido e os shorts pelas pernas cremosas e torneadas, revelando a lingerie que vestia por baixo e o corpo esbelto e firme, deixando as roupas de lado sobre a rocha que se recostara mais cedo.

— Quer se juntar a mim, Sasuke-kun? — ela indagou ao tombar o rosto para ele com uma expressão tão inocentemente fingida que destoava da malícia que empregava em cada balançar do seu quadril ao caminhar.

Ele engoliu em seco e percebeu que ainda não havia recuperado a habilidade da fala. E se sobressaltou quando ela apareceu bem à sua frente e pegou na sua mão, instigando-o a acompanhá-la.

— Vem! A água não está tão fria assim — disse, intentando persuadi-lo.

Sasuke mal pôde esboçar uma reação decente quando as mãos de sua esposa passaram a ajudá-lo a despir suas roupas. É verdade que haviam sido dias difíceis, percorrendo estradas de terra sulcadas ou viajando através das árvores incansavelmente até o ponto da sujeira e do suor se grudar à pele.

Por isso, a ideia de um banho naquele riacho não era de todo repulsiva, mas a pressão que Sasuke sentia crescer nas suas calças, bem, isso era inapropriado para o lugar e o momento, não?

De todo modo, ele não conseguiu escapar do poder de persuasão de sua esposa e logo se viu sendo arrastado para uma parte mais funda do riacho, embora ambos conservassem as roupas íntimas. Sasuke a seguiu sem dar ouvidos ao bom senso pela primeira vez e até mesmo apreciou a sensação gostosa de poder se lavar pela primeira vez em algum tempo.

Mas em certo ponto, o banho inocente tornou-se algo mais e, de alguma forma que nenhum dos dois conseguia se recordar, Sakura acabou sentada no seu colo com os braços enrolados em torno do seu pescoço e a boca colada na sua. Ah, há quanto tempo eles não compartilhavam esse tipo de intimidade?

A lingerie molhada dela pouco escondia, deixando os botões rosados dos seus seios transparecem sob o tecido fino e encharcado, e a roupa íntima dele muito revelava a respeito das suas urgências.

Beijaram-se e perderam-se um no outro, alheios ao âmbito que os cercava e à passagem do tempo. As unhas de Sakura cravaram-se nos seus ombros e os dentes de Sasuke trincaram com força conforme os quadris dela balançavam vagarosamente sobre os seus, testando a sanidade de ambos. A água fria pouco fazia para amenizar a flâmula que ardia entre seus corpos.

Jamais havia passado pela cabeça de ambos fazer amor em um riacho no meio de uma floresta, mas aconteceu e nenhum dos dois se mostrou arrependido quando acabou. Beijaram-se ao término, ainda entrelaçados, com as roupas íntimas encharcadas deslocadas dos lugares certos no corpo e quase que completamente imersos na água cristalina.

Então, Sakura encostou o rosto ao dele e procurou recuperar o fôlego que perdera nos últimos arquejos e gemidos do ato. Muito lentamente, depois de aquele desejo insano haver escoado dos seus corpos, desprenderam-se e voltaram à margem para se vestir.

E embora não tenham comentado o acontecido, estampavam a satisfação com pouca reserva: ela ia sorridente à frente, quase esfuziante, e ele vinha mais atrás, contido, mas incapaz de esconder o sorriso ínfimo no canto dos lábios.

 

 


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Notas finais do capítulo

São dois lindos e safadinhos, não são?! jaijaijaijaia Esse OTP ainda será a causa da minha morte! XD
...
Perdão por não haver postado semana passada, precisei cuidar de alguns assuntos pessoais. Mas trouxe essa drabble para vocês e espero que tenha compensado. Hehehehehe
...
Obrigada a todos que seguem comentando! Nos vemos nos reviews ;)
Até o próximo!



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