Amor Real escrita por AneQueen


Capítulo 7
Capítulo 7




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Robin deveria estar enfrentando a culpa também. Regina não culpava ninguém por isso, mas sentia a dor de Robin. Como ele iria passar por essa última crise ela não poderia imaginar. Provavelmente com o trabalho. Era dessa forma que ela pretendia sobreviver.

Vinte minutos depois Regina entrou no edifício neoclássico onde ficava seu escritório de advocacia e caminhou direto para a sala de Emma Swan. Sua amiga advogada se tornara tão próxima a Regina quanto uma irmã. Infelizmente ela estava na corte, então elas teriam que conversar mais tarde.

Regina falava três idiomas: francês, inglês, italiano. Seus pais direcionaram seus estudos desde que ela era muito jovem. Graças a eles, suas habilidades fizeram com que se tornasse a primeira da classe. De qualquer maneira, nessa manhã, a mente de Regina não estava em seus últimos casos. Ela se sentia perturbada pela revelação de que Marian mantivera a mãe no escuro sobre um dos eventos mais importantes de sua vida. Regina fizera sua pesquisa. Com a morte do rei Hans Gold, a rainha Helena se tornou a governante de Arendelle, e era conhecida por ser rígida e difícil. Regina se sentira reprovada e não invejava a tarefa de Robin em convencer a sogra. Regina esperava, porém, que algo do que dissera pudesse ser absorvido pela rainha e amolecer seu coração. No momento, o próprio coração de Regina estava se partindo por todos eles.

Seis horas depois, após terminar de ditar alguns memorandos para seu secretário, Regina deixou o prédio para entrar na limusine. Mas quando chegou à calçada, notou que os carros do serviço secreto do palácio tinham estacionado na frente e atrás da limusine. Um dos homens da segurança saiu do veículo e abriu a porta do banco traseiro do carro para ela. O que estaria acontecendo? Ao entrar no veículo, Regina deparou com quem a aguardava ali dentro, com óculos escuros, camisa esporte colorida e calça creme. O sangue começou a pulsar em seus ouvidos. – Robin... O tremor na voz de Regina mexeu com cada célula do corpo de Robin. Após ter exposto a alma para Helena naquela manhã, o príncipe percebeu não apenas o preço que ela pagara por se sacrificar para que o sonho deles de um bebê se tornasse realidade, mas também a dor imensa de Regina por ter perdido a mãe

Regina era uma excelente nadadora e conseguia se virar bem no mar. Como alguns dos amigos dele tinham observado anos atrás, quando a viram nadando em alto-mar, ainda garota, Regina prometia vir a ser uma boa esportista. Quando Regina tinha 17 anos, Robin se flagrou olhando para ela mais do que deveria. Regina era uma daquelas garotas americanas com cabelo castanho natural e traços clássicos, além de pernas lindas. Naquele tempo Robin já estava noivo de Marian. Uma vez que o casamento só iria se realizar dali a dez anos, ele tinha liberdade de namorar a mulher que o atraísse.

Regina era muito jovem, claro, mas agradável aos seus olhos. Ela se transformara em uma garota linda que era estudiosa, inteligente e falava italiano como uma nativa. Robin apreciava cada minuto em sua companhia; o entusiasmo de Regina por tudo o surpreendia e o entretinha. Mas mesmo que Robin não estivesse noivo, Regina se achava fora de alcance para ele por mais motivos do que a pouca idade dela ou o fato de ela não ser da realeza. Os pais dela tinham se tornado amigos próximos dos pais de Robin. Era uma amizade especial que exigia total respeito. Embora os olhos castanhos de Regina sempre parecessem sorrir para ele com interesse quando estavam perto um do outro, havia um limite invisível entre os dois que ela também reconhecia. Nenhum deles jamais cruzara esse limite até o dia da ventania... Como Regina dissera à rainha Helena mais cedo, ela e sua mãe, navegavam em um pequeno veleiro na costa quando a tempestade começou. Nada poderia vir tão rápido e dar tão pouco tempo para o preparo quanto aquela ventania.

Robin se achava no escritório do pai, antes do almoço, discutindo uma tarefa que ele precisava fazer quando notaram o céu escurecendo. A borrasca desceu, transformando o dia em noite. Eles não viam uma tempestade tão feroz em anos, e lamentaram muito por qualquer um que tivesse sido pego de surpresa. Os dois comentavam sobre a força do vento quando uma ligação foi recebida informando ao rei que o veleiro de Mills estava desaparecido. Alguém pensou que eles tivessem visto a Senhora Mills e a filha velejando mais cedo, mas elas ainda não haviam voltado.

Diversos barcos já tinham saído a sua procura. Regina... Robin ficou horrorizado. Ela estava no mar?! A doce garota que sempre estivera ao seu lado estava combatendo essa tempestade com a mãe, sozinha? Um medo como Robin nunca experimentara atacou seu interior e ele começou a suar frio. – Tenho que encontrá-las! – Espere, filho! Deixe o resgate lidar com isso! No entanto, Robin já tinha alcançado a porta e saído da sala. Guiado pelo medo, correu pelo palácio. Uma vez do lado de fora, Robin disparou para a doca, onde estava reunido um grupo de homens. Ele agarrou um deles para que o acompanhasse, e os dois foram em seu barco encarar o mar agitado. O outro homem manteve um rádio em contato com os barcos de resgate. Dentro de um minuto eles ouviram que o veleiro tinha sido localizado. Robin rumou na direção das coordenadas citadas, esquecido dos elementos. O barco de resgate já se achava na cena enquanto o barco de Robin se aproximava do veleiro. Não havia ninguém a bordo. – Será que elas já foram resgatadas?

– A Senhora Mills foi encontrada boiando inconsciente na água, vestindo um colete salva-vidas, mas ainda não há sinal da filha dela – o colega respondeu. Robin sentiu o coração perder uma batida. Regina se afogou? Era como se a sua vida inteira tivesse passado diante dos seus olhos. Ela não poderia ter se afogado! Ele não poderia perdê-la! Não sua Regina… – Temos que procurar por ela! Regina sabe usar um colete salva-vidas. O vento deve tê-la empurrado na água. Você conduz o barco enquanto eu faço a busca. – É muito perigoso para você, alteza!

– Não me importo com o perigo! Você não entende?! – ele gritou. – Há uma garota de 17 anos no mar que precisa de ajuda! – Diga-me para onde ir. Robin estudou a direção do vento. – Ao longo da costa, próximo às cavernas! Robin conhecia esse litoral como a palma da mão. Se Regina estivesse inconsciente também ela poderia ter sido arrastada para uma das cavernas mais à frente. Quando alcançaram a abertura de uma larga caverna, Robin mergulhou e nadou até a terceira gruta escondida, onde estivera muitas vezes com seus amigos. Na segunda, seu coração acelerou quando viu Regina flutuando, como sua mãe. Rapidamente a amparou e nadou com ela até o barco, onde retirou o colete salva-vidas que Regina usava e começou a fazer respiração boca a boca. No começo não houve resposta. O rosto dela estava completamente pálido. No último segundo, Robin ouviu sons de vida e as pálpebras dela se abriram devagar. Ele se virou para o lado dela enquanto Regina tossia e regurgitava água. – Aí está, minha preciosa Regina... Solte toda a água.

Quando terminou, ela ergueu os olhos para encará-lo, confusa. – Robin? – Sim – murmurou ele, aliviado. – Você esteve em uma tempestade, mas eu a encontrei em uma das grutas, e agora você está bem. Regina piscou. – Minha mãe? – Regina gritou. – Onde ela está?! – Com seu pai. – Isso não era uma mentira, mas uma vez que ele não sabia a total verdade sobre a condição de Cora, manteve-se tranquilo. – Graças a Deus. – Os olhos dela procuraram os dele. – Eu poderia ter morrido ali. Você salvou a minha vida, Robin. – Em um gesto totalmente inesperado, Regina lançou os braços ao redor do pescoço dele e o abraçou. – Graças a Deus... – ele sussurrou, embalando-a junto a si, enquanto ela soluçava.

Robin nunca se sentira tão próximo a outro ser humano em sua vida. Quando a levaram para o hospital e ela soube que a mãe tinha morrido após um golpe do mastro, Regina se atirou nos braços dele mais uma vez. Foi quando Robin soube que Regina significava mais para ele do que poderia colocar em palavras. O relacionamento dos dois mudou naquele dia. Seus sentimentos por ela estavam muito mais profundos do que ele imaginava. Regina ficou inconsolável demais para ele fazer qualquer coisa que não fosse deixá-la desabafar sua dor e o amor que sentia pela mãe. Seu único desejo era confortá-la. Robin a abraçou por um longo tempo, porque o pai dela, dominado pelo sofrimento, teve que ser sedado. Na frente da rainha hoje, ambos reviveram aquele momento. Embora Robin soubesse que era errado, decidiu quebrar uma de suas próprias regras e buscá-la no trabalho. Helena impusera a Regina uma sessão de tortura. Apesar da culpa que ele sentia por tê-la procurado por um motivo que não era uma necessidade médica, não poderia continuar vivendo até que visse por si mesmo que ela estava bem.

– Vim para ver como você sobreviveu a este dia. – Minha preocupação é com você. – Regina se sentou do lado oposto ao dele e prendeu o cinto de segurança. – Para mim, trabalhar é uma grande terapia. Mas é evidente que a rainha esteve em uma agonia absoluta. – Ela vai voar de volta para Arendelle com muita coisa para pensar. – Pobrezinha... Vamos esperar que ela se liberte de suas crenças para que possa apreciar este momento especial. Havia uma grande doçura no tom de voz de Regina que tocou o coração de Robin. – É com você que estou preocupado. Sinto muito por você não ter mais sua mãe para desabafar. – Até agora ele não pensara no quanto Regina deveria se sentir sozinha. Ela dirigiu o olhar para ele. – Mas eu tenho meu pai, você e o médico. Quem melhor do que vocês para me confortar quando eu preciso? Exceto que Robin queria mais do que confortá-la, que Deus o perdoasse. Ele sustentou o olhar dela.

– Sinto muito se algo que a rainha disse a aborreceu, mas prometo que tudo vai ficar bem. – Acredito nisso também, Robin. Ela disse mais alguma coisa? – Não, mas um dos filhos dela, e eu somos bons amigos. Robin foi com a rainha e o cunhado visitar o túmulo de Marian e eles almoçaram antes de Robin os acompanhar até o jato. – Ele prometeu que vai manter contato. Agora, vamos mudar de assunto. – Você está se arriscando demais, alteza. Não devemos ser vistos juntos dessa maneira.

– A limusine nos protege. – Por favor, alteza. O fato de haver muitos homens da segurança fará com que as pessoas locais especulem sobre quem é tão importante a ponto de ser levado neste carro pelas ruas lotadas da cidade. Peça para que o motorista dê meia-volta e me leve de volta ao escritório. – É muito tarde para isso. – Robin não tinha intenção de liberá-la ainda. – Depois da minha reunião com a rainha, você deve entende meus receios. – Após a forma como Helena a procurou, passei a ter meus próprios medos, Regina. Você não merecia isso, e eu quero compensá-la.


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