Amor Real escrita por AneQueen


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

só uma coisa a dizer ... Essa Rainha Helena é uma pessoa difícil viu!!!



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As mãos da rainha tremeram nos braços da poltrona. – Você não sabe o que é ser mãe. Quantos anos têm? – Vinte e oito anos, e é verdade que nunca fui casada ou tive um filho. Mas não serei mãe da forma como a senhora está querendo dizer. Estou apenas suprindo um lugar seguro até que o bebê nasça. Sim, eu vou passar pelas dores da gravidez, mas vejo isso como algo sagrado. Os traços do rosto da mulher enrijeceram. – Chama isso de sagrado? – Sim. Durante o meu processo de check-up, conheci uma dúzia de pais diferentes e os substitutos deles, que haviam passado pela experiência e agora têm crianças lindas. Eles estavam todos radiantes e concordaram que isso é uma parceria especial entre eles e Deus.

Pela primeira vez, a rainha desviou o olhar para o outro lado. – O príncipe é um total companheiro nisso. Ele e a princesa discutiram a respeito muitas vezes. Sua alteza sabe o que quer, e eu vou cooperar de todas as maneiras. Se vossa majestade tem sugestões, eu vou recebê-las com todo o meu coração. O silêncio reinou.

Percebendo que não havia mais nada a dizer, Regina dirigiu o olhar para Robin, aguardando que ele a liberasse. Ele leu sua mente com facilidade. – A limusine está aguardando-a para levá-la ao seu escritório. – Sim, alteza. Ao ouvir essas palavras, a mãe de Marian ergueu a cabeça. – Você pretende trabalhar? – Ela parecia chocada. – Sim. Sou apaixonada por minha carreira de advogada. Após o parto, terei minha própria vida para levar, e preciso continuar planejando para isso. Robin se inclinou para a frente.

– Ela vai parar de trabalhar quando for o tempo certo. – Onde irá morar após o nascimento do bebê? A questão dizia a Regina exatamente para onde os pensamentos da rainha estavam indo. Nenhum lugar perto do príncipe. Não podia culpar a mulher de meia- idade por isso. Como a mãe de Marian poderia não suspeitar do pior? Os medos dela espicaçavam a culpa de Regina, que estava se aprofundando porque ela se viu sentindo falta de Robin mais do que deveria durante sua ausência. Ele não deveria estar tanto na sua mente, mas ela não conseguia impedir seus pensamentos. Não quando o bebê que crescia em seu ventre era um constante lembrete dele.

Por semanas as dúvidas impediram Regina de dormir. E se o bebê fosse dela e de Robin? Como quem iria se parecer? Onde eles iriam criar um quarto para a criança no palácio? Quando comprariam um berço e todo o necessário? Ela queria fazer uma manta especial para o bebê e começar um álbum de recortes. Mas então Regina se sentava na cama, suando frio com a culpa e repreendendo-se por ter aqueles pensamentos.

A morte de Marian poderia ter mudado tudo, mas esse bebê real não era seu. Como podia ela ter tais pensamentos quando Marian confiara em sua pessoa tão cegamente? Isso era uma traição da confiança e do respeito que duas mulheres tinham uma pela outra. No segundo em que o bebê nascesse, seu trabalho como mãe de aluguel terminaria, e ela iria retornar à sua antiga vida. Mas Regina ficou perplexa ao descobrir que a morte de Marian a jogara em um abismo de remorso. Precisava conversar com o psicólogo sobre encontrar estratégias para lidar com essa nova situação ou enlouquecer.

A rainha Helena lhe fizera uma pergunta e estava aguardando por uma resposta. – Pretendo comprar minha própria casa em outra parte da cidade, no mesmo prédio de uma amiga minha. Meu contrato com o príncipe e a princesa inclui viver no palácio e isso termina no momento em que o bebê for entregue. Robin estreitou os olhos para ela. – Que amiga? Esse era provavelmente o único detalhe nos planos dos três que eles não haviam discutido nos últimos meses. – Você já me ouviu falar de Emma Swan e sabe que ela é minha melhor amiga, que trabalha na mesma empresa de advocacia que eu. Frequentamos juntas o curso de direito na Universidade.

A rainha parecia angustiada. – Essa situação inteira é anormal. – Não é anormal, majestade, apenas diferente. Sua filha queria tanto um bebê a ponto de pensar em tudo isso e concordar com a situação. Espero que venha logo o dia em que a senhora se reconcilie com essa decisão. – Esse dia nunca virá – a mulher mais velha declarou em um tom imperioso. – Eu me empolgava cada vez que ela me dizia que esperava um filho e sofri com ela a cada um dos abortos espontâneos. Mas nunca vi uma mãe de aluguel como algo eticamente aceitável. – Mas é uma substituição de gestação – Regina argumentou tranquila. – O dr. DeLuca disse que milhares de mulheres no mundo são mães de aluguel, e isso está se tornando mais desejável que uma gestação tradicional, porque assegura a ligação genética de ambos os pais. Pense em quantas vidas podem ser mudadas. Certamente a senhora pode ver que milagre é isso. – Todavia, é uma tradição do exterior. Isso interfere com um processo natural na violação da vontade de Deus.

– Então como explica esse mundo que Deus criou, e toda a nova tecnologia que ajuda pessoas como sua filha e Robin a realizarem o sonho de ter uma família? – Isso não precisa de uma explicação. É uma forma de adultério, porque você é a terceira parte fora do casamento deles. Algumas pessoas acham que isso poderia resultar em um incesto de certa forma. Torturada pelas palavras dela, Regina trocou um olhar agoniado com Robin. – O que quer dizer? – Como o padre me lembrou, o filho deles poderá um dia se casar com um de seus filhos. Embora não haja ligação genética entre o filho gerado pela mãe de aluguel e ela, outro filho que ela venha a ter, que seja de fato seu, será de todo modo irmão do primeiro. Naturalmente Regina esperava se casar um dia e ter filhos, mas nunca em um milhão de anos teria chegado a uma conclusão tão improvável.

Naquele momento, as feições de Robin enrijeceram. – Há também a questão de saber se você vai ou não ter direito a uma herança, e certamente você há de querer uma. Regina ficou estupefata. – Quando o príncipe salvou minha vida, ele me deu uma herança mais preciosa do que qualquer coisa na Terra. O único dinheiro envolvido foram 1.500 dólares que o príncipe pagou para os médicos e o hospital a fim de realizar esse procedimento – informou Regina. – Eu recebi toda a compensação que poderia desejar ao ter a permissão de viver aqui no palácio, onde minhas necessidades são cuidadas. Sinto muito se essa situação lhe causou tanto sofrimento. Posso ver que vocês dois precisam discutir isso sozinhos. Eu vou para o trabalho, agora. Regina fitou o príncipe, em silêncio pedindo-lhe para ajudá-la a ir antes que a rainha ficasse ainda mais aborrecida.

Ele entendeu a mensagem e se ergueu da poltrona, gesticulando para que ela também se erguesse. – Obrigada por ter se unido a nós – ele murmurou. – Não importa a reação da minha sogra, está muito tarde para discutirmos o porquê de você estar grávida de um filho meu e de Marian. Não vamos dizer mais nada. Eu prometo que quando a rainha for apresentada com seu primeiro neto, ela irá esquecer todas essas preocupações. A rainha lançou um olhar de desprezo para ele que feriu Regina. Ela não poderia sair dali com algo tão feio e não dizer suas últimas palavras:

– Foi um privilégio conhecê-la, majestade. Marian costumava falar sobre a senhora o tempo todo. Ela a amava muito e estava ansiosa para que a senhora a ajudasse nesses meses que estão por vir. Espero que saiba disso. Se um dia quiser conversar comigo novamente, por favor, me telefone. Não tenho mais uma mãe e gostaria de ouvir qualquer conselho que tivesse para me dar, para me ajudar a passar por isso – ela falou com humildade. – Mais uma vez, deixe-me dizer o quanto sinto pela sua perda. Marian era tão amável e talentosa... Tenho dois dos quadros que ela pintou pendurados na parede de meu apartamento. Todos vão sentir uma falta terrível dela, sobretudo o bebê. Mas felizmente ele terá a avó para contar-lhe sobre todas as coisas que apenas a senhora sabe sobre a mãe desta criança.

A rainha encarou Regina. Regina podia sentir a dor dela. – Adeus, por enquanto. – Ela fez uma reverência mais uma vez. Seu olhar se concentrou em Robin por alguns segundos antes de ela se virar e deixar a sala. A limusine a estaria aguardando. Embora desejasse correr, Regina se forçou a permanecer centrada, para que não caísse ou fizesse algo que pudesse machucá-la.

A rainha testara Regina. Não era de admirar que a esposa de Robin temesse se aproximar da mãe com uma ideia tão diferente. Apenas agora Regina começava a entender o quão desesperada e corajosa Marian tinha sido para considerar uma terceira parte a entrar no aspecto mais íntimo de suas existências. Encarar a rainha fora um dos piores momentos que Regina já enfrentara. Mas isso tinha que ser um pesadelo ainda pior para Robin. Ele vinha tentando lidar com a morte da esposa enquanto, ao mesmo tempo, tinha que defender a decisão que ele e Marian tomaram em usar uma mãe de aluguel.


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