Beatrice Baudelaire escrita por Jhiovan


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Aconselho que tenha lido os livros de Lemony Snicket, "Desventuras em Série" para se familiarizar com a história. Mas caso não o tenha, não será muito difícil de entender.



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Beatrice tinha seus cabelos pretos e curtos, presos por uma fita roxa. Adorava se fantasiar e brincar de ser outras pessoas. Naquela mesma tarde, usava um terno e uma bengala que seu pai havia emprestado . Brincava de ser um banqueiro importante que tinha frenéticos ataques de tosse, apesar de não conhecer ninguém assim. Ela havia criado o personagem e estado em sua pele. Era uma ótima atividade em sua concepção.
Ao cansar, pôs-se no corredor atrás da parede na intenção de ouvir a conversa, ou discussão de seus pais.
"Acho que é mais do que certo fazer isso, querida", disse o sr. Baudelaire.
"Mas nós não veremos nossa filha por um longo tempo!", disse a sra. Baudelaire.
"Eles precisam dela! Não seja egoísta, eu também amo Beatrice.", neste momento ele se pôs a chorar.
A pequena menina, não aguentou mais se esconder e foi abraçar o pai.

"Já lhe falamos o quanto é feio bisbilhotar, mocinha.", resmungou sua mãe enxugando as lágrimas.
"Vocês vão me abandonar?" perguntou a menininha.
"Claro que não, querida! Nós nunca abandonaríamos você. Só vamos..." ele não pôde completar a frase.
"O que seu pai quer dizer é que vamos passar um tempo sem nos ver." sua mãe completou.
"Então você concorda comigo? Ela deve ir, afinal?"
"Sim, querido. Você tem razão. Não posso ser egoísta. As habilidades de nossa filha não devem ser desperdiçadas", lamentou-se a sra. Baudelaire.
"Ir aonde? Do que vocês estão falando, papai e mamãe?"
A Baudelaire mais nova começava a ficar nervosa. Seu pai pôs as mãos em seu ombro, ato que a confortava bastante, e falou calmamente:
"Essa noite, caso você escute um barulho, lembre-se de perguntar o que é. Eu responderei e você deve dizer: 'se não há nada lá fora, então o que foi esse barulho?'. Por favor, filha, não tenha medo. Eles não vão machucar você. Estará segura com eles."
Apesar da tentativa de acalmá-la, ela só ficava mais ansiosa e nervosa com o que estava ouvindo.
"Quem são 'eles'? O que vão fazer?" indagou aos pais.
"Você saberá no momento certo. Agora vá se deitar, pois a noite será longa." disse sua mãe.
Beatrice, que nunca fora uma menina desobediente, obedeceu aos pais. Foi a seu quarto e deitou-se, porém não conseguiu dormir, como lhe aconselharam. Sua ansiedade era grande. Sabia que algo aconteceria a ela, só não sabia o que e quem faria aquilo.
Ficou deitada e coberta até o pescoço sentindo-se minimamente protegida, pelo menos do frio. Era um inverno intenso. Ela via a neve através da janela caindo lentamente e se acumulando no chão que se tornava branco e nas árvores secas. Foi quando próximo à árvore, percebeu que uma figura usando chapéu olhava diretamente para ela. O escuro da noite não a permitia ver seu rosto, apenas que a observava.

Houve um ruído vindo de fora da casa. Um som que a menina não saberia dizer do que se tratava. Percebeu que era a hora de falar o que seus pais lhe disseram.
"Papai! Mamãe!", gritou.
"Sim, querida?" perguntou o sr. Baudelaire entrando com sua esposa no quarto de Beatrice.
"O que há lá fora?"
"Nada" respondeu a sra. Baudelaire.
"Se não há nada lá fora, então o que foi esse barulho?", perguntou. Apesar de muito insegura, não queria desobedecer os pais.

Então outro barulho foi ouvido. O quebrar da janela. Os cacos voaram pelo quarto. A sra. Baudelaire se pôs a chorar no peito do marido. Dois homens com ternos pretos, um usando chapéu, o outro não, entraram pela janela quebrada. Um deles levantou Beatrice nos braços e o outro segurou o seu tornozelo. Ele tinha em mãos um objeto metálico que parecia uma caneta. Com isto, desenhou algo parecido com um olho de sobrancelha franzida. Seus pais não impediram nada, assistiram tudo. Beatrice estava apavorada, porém não emitiu nenhum grito. Era uma criança corajosa.
"Beatrice, não tenha medo.", disse seu pai tristemente.
"Não se esqueça de nós!", gritou sua mãe quando os homens de chapéu a carregaram pela janela, levando-a para longe da casa.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam do primeiro capítulo e me animem para escrever o próximo, se achar que devem. Obrigado!