Travessuras do Destino escrita por Mystical Girl


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Gente! Mais um capítulo novinho pra vocês! Ele pode estar meio chato, mas é que to meio sem criatividade... mas espero que gostem!



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Enquanto eu e meu pai esperávamos o táxi, aproveitei para dar uma última checada no meu visual em frente ao espelho. Eu estava usando o vestido mais gracioso que achei entre minhas roupas, que consistia em um verde-água com mangas curtas e saia godê, com um lindo rendado na parte de cima. Resolvi prender meu cabelo em um rabo de cavalo, ao invés da trança escama de peixe que sempre faço. Afinal, eu tinha que estar apresentável e causar a melhor impressão possível.

***

— Chegamos! – anunciou o motorista. Eram por volta de sete da noite.

— Nossa, é aqui mesmo?! – questionou meu pai, bastante surpreso.

Bom, dava para entender sua reação: a casa era incrível! Não era nenhuma mansão, mas grade o bastante para abrigar ao menos sete ou oito pessoas. Jardim impecável, fachada linda e um enorme portão que impedia qualquer ladrão de entrar.

Após pagarmos o taxista e despacharmos todas as malas, fomos até o portão e falamos na pequena caixa eletrônica que permite as identificações.

— Akira! Sou eu! – gritou meu pai, animado.

— Ah, Kou! Entrem, entrem! – Akira-san gritou, com a mesma animação.

O portão se abriu e nós entramos, e a cada passo que eu dava eu admirava o incrível lugar que eu moraria a partir de agora. Chegamos até a porta e pudemos ouvir alguns latidos de cachorro, enquanto a mesma se abria e um Akira-san sorridente saía de lá. Ele e meu pai trocaram um abraço apertado, e logo em seguida ele veio até mim.

— Nossa, Kou! Que bela menina você tem! – então beijou levemente minha mão. Sorri, agradecida. – Sejam muito bem vindos! Agora, vamos entrando.

E claro, a parte interna da casa era ainda mais bonita que a parte externa; papéis de paredes exuberantes, móveis e objetos delicadamente postos em seus devidos lugares. Devo admititr, quem decorou aquele lugar tinha um enorme bom gosto.

— Oh, vocês chegaram! – uma mulher sorridente saiu da cozinha e veio até nós, com um lindo Labrador a seguindo. – Bem vindos! É um enorme prazer recebê-los aqui! Meu nome é Hana.

Ela foi até meu pai e o cumprimentou, e logo depois veio até mim; me deu um abraço apertado e depois sussurrou, com os olhos brilhando: "Vamos nos dar muito bem!"

— Deixem as malas aí e vamos jantar! Hana preparou uma refeição maravilhosa! – exclamou Akira-san. – Aproveitamos a família toda para... espere, onde está o Naoki? – ele perguntou, mais para si mesmo.

E eu pensei não ter ouvido direito; Naoki? O mesmo nome do garoto mais repugnante que eu conheço? Não, não poderia ser a mesma pessoa; a vida não poderia me pregar uma peça deste enorme tamanho, não mesmo.

— Me desculpe, você disse Naoki? – perguntei, para confirmar se de fato havia ouvido direito.

— Eu ouvi o meu nome, por acaso? – uma voz masculina vinda da escada soou grave pela sala de estar.

Você só pode estar de brincadeira com a minha cara!

E então, o belo e cínico Shinohara Naoki desceu a escada a passos leves e lentos, com um uma expressão fechada no rosto. Minha boca estava aberta desde o momento em que ouvi sua voz na escada, e permaneceu assim até ele parar exatamente na minha frente.

— Sejam... – ele começou a falar. Mas então me encarou com seu melhor olhar de desprezo e logo desviou, completando a frase. – bem vindos.

Que ódio!!! Minha cabeça estava fulminando, meus punhos estavam fechados na lateral do meu corpo , que se contorcia loucamente. Nunca pensei que pudesse ter esse sentimento alguma vez na minha vida, afinal, não sou a favor do ódio gratuito; acredito que amar em tempos de guerra é um ato revolucionário. Mas a questão é que aquele garoto conseguia ser tão desprezível que era impossível sentir algo diferente por ele. Mas então apenas respirei fundo, abri minhas mãos e segui até a sala de jantar; não havia nada que eu podia fazer para mudar o fato de que, daqui para a frente, eu moraria na mesma casa que o meu pior pesadelo.

***

— Então, Emi – Hana chamou meu nome, sorridente como sempre. Ela parecia de fato interessada em mim. Mas eu a entendo; ter um filho como o Naoki deveria ser como criar um dragão selvagem em casa. – Conte-nos um pouco sobre você! Seus gostos, planos para o futuro!

Hesitei um pouco; a partir do momento que alguém pede para você falar um pouco sobre si, todo o tempo de convivência que você teve consigo mesma é totalmente esvaído da sua mente, e além do mais, eu não estava afim a falar sobre minha pessoa para o garoto sentado na minha frente. Mas ao notar os olhares curiosos de todos sobre mim – incluindo o do cachorro, a quem depois eu descobri o nome ser Koda –, resolvi me concentrar e soltar as palavras o mais resumidamente rápido que pude:

— Ah... bom, não há nada de muito especial. Eu gosto bastante de estudar, ler e tocar piano. – falei, e imediatamente lembrei-me de minha mãe; ela era pianista, e havia me ensinado tudo que eu sabia sobre o instrumento, o qual eu tanto amava. – E quanto aos meus planos para o futuro... eu desejo me formar em Cinema e Audiovisual. Essa sim, de fato, é a minha maior paixão.

— Oh, mas que surpresa! – exclamou Akira-san. – E você a apoia Kou?

— Mas é claro! O mercado apenas cresce, e minha filha é a mais dedicada moça que eu conheço. – ele me olhou, sorrindo. – Não há motivos para ela não conseguir o quer.

— E além do mais – Hana continuou, como se estivesse a meu favor. – Sempre haverá mercado para aquele que é bom no que faz – ela disse, olhando para mim e soltando uma piscadela.

Quando eu pensei que o assunto já estava acabado e que eu poderia finalmente voltar a jantar calmamente...

— É uma carreira bastante arriscada – a voz zombeteira de Naoki soou pela sala mais uma vez. – Viver de incertezas nunca é uma boa escolha.

— Me desculpe – eu disse, sorrindo cinicamente. – Mas eu enho certeza do que eu quero. Só porque é difícil não significa que seja impossível.

Ele apenas desviou o olhar, enquanto tomava um gole de sua bebida.

— Se você diz...

***

— Meu Deus! Sua casa é realmente linda, Hana – eu falei, encantada principalmente com o lindo e grande piano que se localizava na segunda sala de estar, o qual eu não tinha visto antes.

— Ah, querida, obrigada! – retrucou ela. – E agora que estamos todos reunidos nesta sala, que tal termos o prazer de ouví-la tocar um pouco? O único que toca nesta casa é o Naoki, mas ele nunca quer dar uma palhinha para nós! – ele lamentou, fazendo um biquinho. Mas logo depois sua expressão se revigorou. – Tive uma ideia! Por que vocês não tocam alguma música juntos agora?!

— É uma ótima ideia! – Akira-san juntou-se à conversa, animado.

— Não é não – Naoki surgiu, sentando-se no sofá. – Barulho à essa hora da noite pode incomodar os vizinhos.

Salva pelo gongo! A última coisa que eu gostaria naquele dia era dividir o mesmo banco; ou melhor; o mesmo piano com aquele projeto de ser humano.

— Naoki tem razão – eu disse, obviamente odiando falar aquilo. Mas não podia deixar transparecer meu ódio por ele na frente de sua família! Mas então percebi que todos me olhavam curiosos e surpresos, inclusive ele. Então notei o que eu havia feito... eu o havia chamado pelo primeiro nome! Onde eu estava com a cabeça?! Resolvi mudar de assunto antes que o anterior tomasse repercussão. – Na verdade, eu já estou cansada, acho que já vou dormir.

— Ah... mas tão cedo! – Hana lamentou. – Tudo bem querida, eu entendo você. Mas pelo menos vou mostrá-la seu quarto! – ela disse, me pegando pela não e guiando até a escada. – Naoki! Traga as malas da Emi, por favor!

— Virei carregador agora? – ouvi-o resmungar, mas mesmo assim ele levantou-se.

***

— Oh... Hana, esse quarto é... – eu não tinha palavras para o que estava vendo; um quarto extremamente belo. Não era tão grande, era do tamanho ideal. As paredes pintadas de branco, mas com diversos adesivos típicos de "mulherzinha" as decorando. Uma cama de solteirão se localizava na extremidade da janela, a qual tinha uma vista incrível para as estrelas. Uma penteadeira e uma escrivaninha, junto com um guarda-roupa igualmente lindo estavam perfeitamente colocados no quarto. – Isso é pra mim mesmo?

— Mas é claro! Eu o decorei o maior prazer! – ela me puxou para sentarmos na cama. – Sabe, eu sempre quis ter uma menina... mesmo depois de ter o Naoki, continuei tentando, mas nada... e quando eu soube que você viria, fiquei mais que feliz! Fiz de tudo para que se sentisse em casa!

— Muito obrigada, mesmo – sorri e a abracei. – Tenho certeza de que vamos ser grandes amigas.

Ela deu um risinho e se levantou, indo até a porta, onde Naoki chegava com as minhas malas. Ele não era exatamente forte... seu corpo era mais de um tipo atlético; o que não me espantava, já que aquele garoto participava de todas as competições esportivas daquele colégio.

— Naoki, ajude-a a desfazer as malas! – ela disse, logo saindo. – Tenha uma boa noite, querida!

Naoki simplesmente largou minhas malas no chão.

— Você sabe que não vou te ajudar a fazer nada, não é mesmo? – ele disse, encostando-se na parede.

— Como se eu precisasse da sua ajuda – disparei, pegando minhas malas. – E você não tem mais nada o que fazer aqui, será que pode me dar licença?

— Me dizendo o que fazer em minha própria casa? Você, além de estúpida, é petulante – ele soltou uma risada cínica. – Não vou tolerar isso, ouviu bem? E também não quero que ninguém da escola saiba que estamos morando juntos.

— Acredite, a última coisa que eu quero é virar motivo de fofoca naquele lugar.

— Estamos entendidos, então – ele desencostou-se da parede e dirigiu-se até a porta. – E só para você ficar sabendo: durante sua estadia por aqui, eu terei o maior prazer de fazer da sua vida um inferno – ele sorriu. – Tenha uma péssima noite.

E com isso, deixou o quarto.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu tenho medo de fantasmas, então não sejam um ok? Bjocas