Travessuras do Destino escrita por Mystical Girl


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi moçada! Nem demorei a postar esse, mas eu estava ansiosa uahsuhaus enfim enfim, espero que gostem!!!



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— Você também é apaixonada por ele? – Yumi perguntou, se aproximando de mim.

Eu – ainda em transe –, estava tentando digerir aquele diálogo. Que petulância daquele garoto! Dizer que sou apaixonada por ele em frente ao colégio inteiro! Ah, se ele soubesse o quanto eu o odeio... é até difícil descrever em palavras!

— O que? – finalmente respondi. – Não! Claro que não! Oh meu Deus, Yumi, veja o que ele te fez! Agora você viu o tremendo babaca que ele é?

— Eu... eu... – ela não conseguiu terminar a frase, pois nesse exato momento Yumi estava ocupada demais se desfazendo em lágrimas. Peguei a carta que ainda estava em minha mão e a amassei, jogando-a no lixo mais próximo e logo voltando para abraçar minha amiga. – Nós precisamos ir para a aula agora – eu disse, cuidadosamente. Ela apenas assentiu com a cabeça e limpou o rosto. – E me escute bem: essa foi a última vez que você derramou uma lágrima por ele, entendeu? – Ela assentiu com a cabeça novamente, e assim nós duas fomos até nossas respectivas salas.

***

— Emi!! Yumi!! – já era fim de aula, e Yumi e eu estávamos no pátio quando ouvimos Ren gritando nosso nome.

— Oh, Ren! Oi! – Yumi exclamou. Ela estava tomando um potinho de sorteve de chocolate que eu comprei para ajudá-la a afogar as mágoas.

— Eu soube que aquele canalha do Naoki mexeu com vocês!! Eu juro que quando eu encontrá-lo, vou dar a surra que ele merece! – ele disse aquilo com convicção.

— Ah, mas não precisa! Emi já cuidou da minha dignidade! – Yumi disse, sorridente.

— É Ren, perdeu! – nós duas rimos um pouco, e foi quando percebi que já precisava voltar para casa.

— Bom, já vou indo. Até mais! Yumi, qualquer coisa me liga.

— Pode deixar! – ela disse, abocanhando o sorvete.

— Eu te acompanho até a saída! – Ren gritou, e logo se juntou a mim.

Eu e Ren éramos amigos desde sempre; eu nunca vi alguém que me tratasse tão bem quanto ele me trata; sempre armando surpresas, comprando presentes e me levando para sair. Temos uma relação bem saudável, posso assim dizer.

— Ahn... bem... Emi – ele chamou; parecia sério. – Eu ouvi de algumas pessoas no pátio que você... bem, que você gosta do... Naoki – ele praticamente cuspiu a última palavra.

Resolvi soltar uma risada; aquilo já estava começando a virar uma piada.

— É óbvio que eu não gosto dele, ok? Não há com o que se preocupar – eu disse logo. Não é que eu goste do Ren, ou coisa assim... mas dá pra perceber que há algo subentendido entre nós; e eu sabia que ele não ia com a cara do Naoki tanto quanto eu também não ia, então resolvi deixá-lo tranquilo.

— Ah! Nossa! – ele disse, claramente aliviado. – Por um momento eu até cogitei a possibilidade... mas agora que você esclareceu, bem melhor!

— É... – concordei. – Bom, realmente preciso ir. Tchau!

— Tchau, Emi!

***

Ao chegar em casa, fiz a mesma coisa que sempre faço; tomo banho, como alguma coisa, escovo os dentes, arrumo a casa, lavo a louça, limpo o que der e preparo o jantar; logo em seguida faço meus deveres de casa e por último, sento no sofar e espero meu pai chegar para jantarmos juntos.

Desde que minha mãe morreu, há seis anos atrás, somos apenas eu e ele. As coisas sem ela não foram muito bem no começo, já que meu pai é um terrível cozinheiro e, bem, pior ainda com tarefas domésticas, então basicamente eu tive de aprender tudo se não quisesse morrer de fome e viver em um chiqueiro. Não via problemas em fazer aquilo tudo pois eu via que meu pai também se esforçava bastante, e devo dizer que depois da morte da mamãe ficamos extremamente próximos; posso afirmar sem nenhum problema que meu pai é meu melhor amigo.

Não vou mentir que sinto falta dela; de uma presença feminina por perto, que sempre teus seus conselhos na manga! Mas meu pai vale pelos dois! Bem, mais ou menos.

Eu estava aprontando a mesa para o jantar quando vi algo escorregando por baixo da porta; era um papel. Pensei que fosse um daqueles papéis de marketing que de vez em quando apareciam, mas a última coisa que eu esperava era o que eu li em seguida: uma ordem juducial de despejo.

— Mas o que?... – perguntei, incrédula, enquanto olhava para o papel.

E nesse exato momento a porta se abriu, e um pai bastante feliz entrou por ela, carregando algumas flores nas mãos.

— Boa noite, querida! Olha o que eu te trouxe! – ele disse, me dando as flores e tirando o casaco. Mas então ele notou as rugas de preocupação e tristeza em minha face, e olhou para o papel em minha mão. – O que é isso?

— Pai... – eu o encarei bem séria; havia algo que ele não estava me contando. – O que significa isso? Por que nós recebemos isso?!

Ele tomou o papel das minhas mãos e leu atentamente. Sua expressão de felicidade logo tornou-se a mesma que a minha.

— O senhor tem algo para me contar? – segurei suas mãos e nos guiei até o sofá. – Eu já tenho 17 anos, pai; não sua mais uma criança. O senhor precisa confiar em mim.

— Eu sei, eu sei querida! É só que... — seu rosto assumiu uma expressão melancólica — Não parecia certo tirar sua paz com isso... eu estava tentando resolver sozinho, mas...

— Pai – chamei.

Após alguns segundos de tensão, ele simplesmente desabou.

— Nossa loja... faliu – as palavras saíram de sua boca como lamúrias. – Estou devendo muito ao banco, e tenho várias outras dívidas externas. Estava tentando administrar o melhor possível, mas as coisas só pioravam. Pensei que ainda assim iríamos conseguir manter a casa, mas... pelo visto eu me enganei.

— Você tinha que ter me dito! Pai, isso é algo muito sério! Somos um time, lembra? O senhor pode contar comigo pra tudo. Estamos juntos nessa! – eu disse, o abraçando. Ficamos um tempo assim até que eu resolvi voltar para a realidade. – Mas e agora? Aonde vamos morar? A ordem judicial dá apenas três dias para sairmos daqui.

— Não se preocupe, ok? Eu vou resolver isso – ele se levantou. – Mas por agora, eu preciso da sua comida! Podemos apenas jantar?

Sentei na mesa junto a ele, e olhamos um para o outro com nossos copos em posição de brinde.

— Problemas à parte!

***

A escola no outro dia foi um verdadeiro inferno; tive de lidar com todas aquelas fofocas de que eu era apaixonada por Naoki, e foi realmente complicado explicar que eu não o amava, eu o odiava! Mas cheguei a um ponto de desistir; eu tinha coisas mais importantes para preocupar-me naquele momento.

— Então vocês ainda não têm lugar pra ficar? – Yumi perguntou, preocupada, enquanto dava uma mordida em seu sanduíche.

— Por enquanto não, mas papai tirou o dia de hoje para procurar imóveis disponíveis – eu disse, enquanto dava uma mordida no meu próprio sanduíche. – O que me deixa mais aflita é que não temos dinheiro para nada! Nem se acharmos uma casa para ficar teremos como pagar a entrada. 

— Sinto muito não poder te ajudar – Yumi segurou minha mão. – Lá em casa, além de ser pequena, ainda vamos receber meu irmão e sua noiva que virão pra cidade passar um tempo.

— Droga! Eu sou um inútil! Também não posso te ajudar Emi... – Ren parecia realmente deprimido. – Eu não precisava ter cinco irmãos morando em uma casa só, precisava?!

Não me segurei e acabei soltando uma risada. É realmente bom ter pessoas que se importam com você.

***

Eu já estava prestes a sair do colégio para ir para casa quando acabo me esbarrando em alguém. Estava tão dispersa em meus pensamentos tentando achar uma solução para o meu problema que acabei perdendo a atenção.

— Oh, desculpe... – levantei o olhar apenas para ver que havia me esbarrado com meu pior pesadelo. – Ah, é você – eu disse, em alto e bom tom de desgosto. – Retiro minhas desculpas. – Então tornei a caminhar. Precisava mesmo ter a infeliz coincidência de me esbarrar nesse ser?

— Pois não deveria, garota estúpida – seu tom era de total desprezo. – Já tentou me agredir verbalmente, e agora fisicamente? O estrago que você fez à minha imagem falando coisas da quais não faz a mínima ideia realmente me chateou. Então sugiro que não faça mais nada para essa chateação aumentar. – ele basicamente cuspiu as palavras em mim, partindo logo em seguida.

— Eu juro que te agrediria das duas formas agora mesmo com o mair prazer! Só que tenho coisas mais importantes no momento! – gritei, para que ele me ouvisse. – Mas nada impede que isso não se torne realidade! Babaca.

***

— Filha! – meu pai adentrava a casa, eufórico. Eu estava empacotando algumas coisas. – Você não vai acreditar!

— Conseguiu achar uma casa para morarmos?!

— Ah, pode crer que sim! Mas o melhor, querida, é que é de graça!!! – meu pai alargou ainda mais seu sorriso ensolarado e me deu um grande abraço. – Deus é fiel!

— Como assim? Pai, eu não estou acompanhando.

— Lembra-se do Akira? Meu amigo de infância? Um dos meus melhores amigos dessa vida, aliás!

— Sim, lembro de você tê-lo mencionado algumas vezes.

— Ótimo, ótimo! Bom acabei trombando com ele hoje por acaso, enquanto eu procurava pelos imóveis. Ele logo de cara percebeu que eu não estava bem, então me chamou para tomarmos um café. Acabei desabafando toda a nossa situação para ele, pois eu estava a ponto de explodir! E então... ele não pensou duas vezes antes de nos oferecer sua casa para ficar.

— O que?!

— Mas só por um tempo, é claro! Filha, ele insistiu! Bastante. Disse que não havia problema algum, pois sua casa era enorme e moravam apenas ele, sua esposa e seu filho! Bem, e um cachorro, mas isso não vem ao caso. A questão é que ele quer muito me ajudar, e disse que também me ajudaria a achar um emprego e a pagar minhas contas. Somos amigos de longa data, filha, enfrentamos bastante coisa juntos. E ele sabe que eu faria o mesmo por ele se a situação fosse contrária. – meu pai me olhava com olhos brilhantes. – Então, o que me diz?

Pensei naquilo. Não parecia certo morar em uma casa em que já habitava uma família, com toda sua rotina e seus problemas, mas não tínhamos escolha. Ou era isso, ou a rua. E meu pai parecia bem certo do que estava dizendo. Por fim, respirei fundo e abri um sorriso.

— Quando nos mudamos?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem e façam uma escritora feliz! Bjocas



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