Meio Príncipe escrita por OMajestosoLeãodeBolso


Capítulo 6
Capitulo 5: A Chuva


Notas iniciais do capítulo

Se já estão shippando, agora vão shippar mais.
Comentem se estiverem gostando e se não gostarem de algo. Assim eu posso melhorar. Fora que vocês me deixam bem alegres quando comentam.

Capitulo tenso, mas necessário. =3



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Relação entre o mago e o guerreiro melhorou muito naqueles dias, e agora Apolo já começava a ler com alguma dificuldade. Vez ou outra “pedia” para Táquion ler alguma coisa que ele não entendia ou ler uma história para ele. O mago não entendia o por que já que o outro poderia fazê-lo sozinho agora mas como o príncipe nunca se abria não sabia o motivo.

Táquion meditava na presença do príncipe que não mais achava tão estranho e agora começava a pensar no motivo de ele fazer aquilo.

– Você sabe que precisa praticar. - Riu o mago.

– Leia. - Disse o outro com seu habitual tom duro.

– Ok. Que tal... - Ele folheou um pouco. - A bela e a fera?

– Não gosto desse.

O mago olhou para Apolo surpreso. Ele nunca falara sobre ter gostado ou não de algo.

– Desculpa, não sabia que já tinha lido esse...

– Não li. - O guerreiro olhou para o lado.

– Então como pode não gostar?

– Eu li o começo.

– E o que não gostou?

O mago estava ficando interessado e pela primeira vez Apolo demonstrou sentir vergonha.

– O príncipe parece comigo.

Táquion começou a rir deixando o outro irritado.

– Tem razão, parece mesmo. - Ele começou a parar de rir. - Mas você deveria conhecer a história toda.

O mago então começou a ler e mostrar que não era bem assim. No fim das contas a Fera não era meramente um monstro.

– Bom, acho que por hoje deu. - Disse Táquion se levantando. - Amanhã no mesmo horário?

O outro apenas concordou com a cabeça e saiu.

Cada um seguiu seu caminho.

Quando Apolo chegou ao palácio seu pai veio falar com ele.

– Filho aconteceu uma coisa. - O príncipe fitou seu pai, este parecia preocupado. - Sua mãe desmaiou. Ela está no quarto...

O guerreiro saiu em passos rápidos até os aposentos de sua mãe derrubando suas armas pelo caminho. Lá chegando abriu a porta e encontrou sua mãe deitada e uma dama de companhia.

– Saia! - Ordenou para a moça.

Essa se levantou e deixou os dois a sós.

Apolo se aproximou da cama e pegou na mão de sua mãe.

– O que houve?

– Eu desmaiei filho. - O rapaz segurava sua mão como se ela pretendesse fugir. - Não tenho me sentido muito bem esses dias. - Disse com um sorriso.

– Está doente?

– Acho que sim. Mas não sabem o que eu tenho.

Aquelas palavras atingiram em cheio o príncipe.

– Quer que eu leia pra você?

A mãe olhou o rapaz com uma gentil surpresa.

– Você sabe ler? - Disse ela lentamente.

Ele assentiu.

– Quero sim filho. - Ela então indicou um livro. - É um poema.

Ela folheou e entregou nas mãos dele.

Ele então começou a recitar com dificuldade. A cada palavra que saia de sua boca uma lágrima de alegria escorria dos olhos de sua mãe. Ela estava orgulhosa de seu filho, não como guerreiro, mas como pessoa.

Ele terminou de ler então e fechou o livro.

– Fique melhor. - Disse Apolo.

A mãe não conseguia responder e então apenas concordou com a cabeça logo em seguida recebendo um abraço e um beijo de seu filho.

O príncipe saiu pela porta e seguiu até seus aposentos. Pensou muito em sua mãe e decidiu conversar com o mago, ele já havia visto ele se curar, poderia ajudar sua mãe.

Quando chegou lá no dia seguinte viu o mago meditando e então se aproximou.

– Bom dia! Pronto para um dia de aprendizado e …

– Táquion. - Cortou o guerreiro, mas este não continuou.

Vendo que o guerreiro parecia meio esquivo perguntou.

– Você está bem?

O guerreiro negou com a cabeça.

– O que houve? - Disse preocupado.

– Quero que cure minha mãe.

O mais fraco olhou seu amigo e entendeu o que estava havendo.

– Tudo bem, vamos lá. - O mago se levantou. - Vou me transformar em algo pequeno pra que ninguém me veja. Cuide bem de mim. - E este se transformou em uma pequena ave de olhos brilhantes, uma narceja.

Apolo estendeu suas mãos e acolheu a ave então correu pela campina e floresta até chegar ao castelo. Ele não era muito jeitoso e Táquion piava muitas vezes devido a sua falta de delicadeza.

Avançou até o quarto de sua mãe e expulsou as damas de companhia.

– Mãe, trouxe ajuda. - Disse libertando o pequeno pássaro que voou graciosamente até a beirada da cama sob os olhos perplexos da rainha e então se tornou o mago.

– Você podia ter sido mais cuidadoso. - Doeu.

O outro apenas bufou como sempre fazia.

A rainha estava muda, o que acabara de presenciar? Quase gritou mas a voz não saiu.

– Me deixe a sós com ela. - O guerreiro ia retrucar mas saiu e sentou-se na frente da porta pra impedir que alguém visse o mago.

– Quem é você? - Indagou a rainha.

– Meu nome é Táquion Sommerfeld e eu sou um mago. - A rainha estava perplexa com aquilo. - Seu filho pediu que eu viesse vê-la.

– Sou Charlote Wholfrang. - A rainha olhou o jovem. - Você que ensinou ele a ler?

– Foi sim. - O mago sorriu. - Ele é bem esforçado.

– Obrigado disse ela.

O mago estendeu sua mão sobre ela e uma luz azul e aconchegante repousou sobre seu corpo.

– Estranho. - Disse o mago.

Ele pegou a mão da rainha e passou para ela uma luz esbranquiçada e depois outra luz e outra.

– Eu não estou conseguindo curá-la. Me perdoe. - Disse o mago abaixando a cabeça.

Uma mão então passou por seu rosto.

– Você é gentil como meu filho.

O mago ergueu os olhos para poder ver melhor a rainha.

– Obrigado Sra. - O mago pensou melhor na frase e fez uma careta. - Eu acho.

A rainha riu baixo e olhou para a porta.

– Ele é gentil do jeito dele. - Ela olhou para o mago. - Ele se preocupa com os outros e tenta não ser um incomodo...

– Grunhe e bufa quando quer xingar para não ofender e evita dizer o que está pensando. - Completou o mago rindo. - Tem razão, ele é gentil. Também é atencioso.

Os dois se entreolharam e disseram em uníssono.

– Do jeito dele. - E então riram.

– Ele está preocupado com você.

– Eu sei. - Ela se mostrou preocupada. - Não acho que eu vou melhorar.

– Não diga isso! O que eu puder fazer eu farei.

Ela abraçou o mago e Táquions sentiu um calor amável que há muito tempo não sentia.

Uma memória saltou a sua mente. Táquion devia ter seus oito anos e Mari o acompanhava, eles foram até uma venda e ele disse-lhe algo. Ela se abaixou e o beijou com carinho e depois envolveu-o em seus braços. Ele não conseguia lembrar o que tinha dito ou o motivo de ter recebido aquele carinho mas sentia que aquela lembrança era algo feliz.

– Obrigado por ser amigo do Apolo. - Agradeceu a rainha. - Vou poder partir feliz por saber que ele não estará sozinho. - Uma lágrima correu pelo rosto dela.

– Vamos tentar descobrir o que você tem.

O mago então começou a analisar e fazer perguntas para a Charlote e esta o respondia e vez ou outra ela falava sobre seu filho. Amava-o muito. Quando o rapaz terminou abraçou novamente a rainha e bateu à porta transformando-se novamente em narceja.

O príncipe olhou sua mãe que sorriu, pegou a pequena ave e saiu.

Quando os dois chegaram na campina o mago retornou a sua forma original. Estava triste.

– Você está bem? - Perguntou o príncipe.

– Desculpe. Eu não consegui.

Ao ouvir aquela frase o mundo de Apolo desabou e ele caiu de joelhos.

– Eu vou partir para a vila e procurar magos mais experientes, eles devem poder ajudá-la.

– Vá. - O mago exitou e então o guerreiro gritou. - Vá!

Ele entendia que aquilo não era grosseria, era desespero e então partiu o mais depressa que podia.

Ophiuchus observou Apolo ver seu amigo sumir totalmente impotente. Muito depois que ele desapareceu no horizonte o príncipe continuou lá.

Táquion voou direto até a casa do professor atrás de ajuda. Uma fina chuva fina começava a cair. Ele então bateu na porta de Schrödinger e este o chamou para dentro.

– Professor, preciso da sua ajuda.

– O que houve Táquion? - Disse o professor surpreso.

– A mãe do meu pupilo está doente e eu não sei o que fazer.

O professor o acalmou.

– Táquion, eu não posso ajudar muito, minha especialidade é magia natural. - Ele passou a mão na barba. - Acho que Fóton e Rosalind são os mais indicados para isso. - Ele mostrou preocupação. - Mas se eles souberem minha neta também saberá.

O mais novo mordeu os lábios tentando encontrar outra saída.

– Não tem outro jeito professor. - Concluiu o mago. - É melhor assim. - e saiu as pressas da casa esquecendo até de agradecer.

Bateu à porta do Dr. Fóton e este atendeu.

– Pequeno Táquion? O que houve? Por que está na chuva? Entre, por favor.

Uma moça de cabelos roxos e olhos vermelho e laranja veio em sua direção.

– Pequeno Táquion? - Indagou ela. - Fóton pegue uma toalha pro rapaz!

O marido saiu para buscar a toalha.

– Rosalind, preciso da ajuda de vocês. - Disse o rapaz nervoso.

O marido chegou com a toalha e entregou a Táquion que o agradeceu e começou a se secar.

– Então o que aconteceu? - Perguntou o mais velho.

– Eu tenho um pupilo. A mãe dele está doente e...

– A Bósson sabe? - Indagou Rosalind.

– Não. E eu não queria que ela soubesse.

– Táquion, onde você foi se meter? - O homem passou a mão na cabeça preocupado. - Quem é seu tutorado.

Táquion explicou a situação toda e os dois só ouviram. Depois eles perguntaram sobre a doença e pediram para que Táquion fizesse outros testes e explicaram alguns tratamentos.

Fóton então invocou seu familiar, uma libélula azul elétrico de nome Azuna que o auxiliaria na cura ou chamaria os doutores para irem ajudá-lo.

– Mais uma coisa, assim que isso terminar vamos falar com a Bósson. - Rosalind abraçou Táquion. - Mas vamos fazer isso juntos.

No dia seguinte o mago saiu cedo deixando as coisas habituais para trás. A pequena libélula o acompanhava. Pousou na campina e esperou o guerreiro.

A chuva da noite passada ainda caia fina e depois de algum tempo o guerreiro saiu em passos lentos.

– Apolo, vamos eu...

– Ela morreu.

O mago sentiu a frustração atingir seu corpo. Bater fundo.

– Desculpe Apolo eu... Eu...

– Não foi sua culpa.

O príncipe se virou, pretendia ir embora mas a mão de Sommerfeld segurou seu braço.

– Você não está chorando.

– Homens não choram.

O mago o abraçou e disse.

– Não segure isso, deixe sair. - O mago já havia passado por isso antes e segurar a mágoa só tornaria isso pior. - Não vou deixar ninguém ver.

Uma barreira se ergueu sobre os dois e Táquion acomodou a cabeça do príncipe na volta de seu pescoço e esse começou a chorar contidamente.

– Não segure, deixe sair. - Ele tentava consolar o amigo. - Quando Marie morreu eu senti muita dor. Se você segurar isso só vai te fazer mal.

Apolo então começou a chorar sendo consolado pelo mago que lhe acariciava a cabeça passando a mão entre seus cabelos carinhosamente

Começou então a cantar uma música para ajudar a acalmar o outro. Sabia que aquela era uma ferida que nunca fecharia, ele aprenderia apenas a se acostumar com a dor.

– Sua mãe me agradeceu por ser seu amigo e pediu que eu cuidasse de você. - O guerreiro chorava sonoramente. - Desculpa eu ser tão fraco...

– Obrigado por estar ao meu lado. - Disse chorando.

– Minha tutora. Vou ter que contar para ela. - Ele mordeu o lábio inferior. - Ela não vai me deixar voltar mais.

Quando Apolo parou de chorar Táquion o acompanhou até próximo ao palácio para que voltasse em segurança.

Ele ia seguir em direção ao palácio quando Táquion o puxou em um novo abraço e este retribuiu.

– Foi muito bom esse tempo com você. Cuide-se.

Ambos estavam devastados por aquele dia negro. Se separaram e a batalha do guerreiro havia acabado mas a do mago continuava.

Chegando em sua casa a libélula começou.

– Vou avisar meus mestres.

– Obrigado Azuna. Diga-lhes que eu já vou para lá.

– Não prefere fazer isso amanhã? Eles não vão achar ruim.

– Azuna, se eu não fizer isso acho que não vou poder dormir essa noite.

– Então vou indo. - A libélula voou e o rapaz entrou e se arrumou.

Sua batalha começaria logo.

Quando chegou a porta dos doutores ficou parado alguns momentos pensando em desistir, mas já era tarde.

Bateu a porta e essa se abriu. Lá dentro estavam os três magos. Os donos da casa pediram para que ele se sentasse entre eles.

– Nossa! O que foi que aconteceu? - Perguntou Bósson vendo toda aquela cena.

– Bósson aconteceu uma coisa muito séria. - Começou Rosalind.

– Não foi culpa do Táquion. - Completou Fóton.

A moça começou a ficar mais irritada.

– O que aconteceu Táquion? - Disse a tutora furiosa.

– Eu estava tutorando uma pessoa.

– A quanto tempo?

– Aproximadamente um mês e meio.

Bósson gritou furiosa.

– Acalme-se Bósson. - Pediu Rosalind. - Por favor, escute até o final.

Ela ignorou completamente a dona da casa.

– Por que não me contou?

– Por que você nunca ia deixar eu tutorá-lo.

– Nos deixem a sós por favor.

Rosalind ia retrucar mas seu marido o impediu. Pousou a mão no ombro de Táquion e disse-lhe:

– Boa sorte pequeno Táquion.

Quando os dois ficaram a sozinhos ela começou a conversar com ele.

– Porra Táquion! Você não confia em mim?

– Bósson, você é brava, explosiva e difícil de lidar. Não gosta de ouvir a opinião dos outros e sempre impõe a sua. - O mago respirou fundo. - Bósson você não é como sua mãe...

Sentiu a mão de sua tutora lhe atingir a face com força e então...


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Notas finais do capítulo

Agora danou-se.
Bósson perdeu a paciência com seu aprendiz, Apolo perdeu sua mãe e possivelmente seu melhor e único amigo num único dia. Táquion perdeu seu aluno, seu amigo e sua liberdade.

E agora?

Comentem! Assim eu fico mais animado e sei o que vocês estão achando. =3
Do seu amigo O Majestoso Leão de Bolso.



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