Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 67
Capítulo 67




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A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.

Epicuro

Rick olhou para a sua frente. Eles tinham saído da igreja a dois dias e o caminhão tinha quebrado. Agora eles estavam sentados na estrada estudando um mapa e lista telefônica, procurando alguma coisa que pudesse usar. Esses dois dias tinham sido difícil para todos no grupo. Judith chorava muito durante o dia e era quase impossível fazer ela dormir. Estava agitada e não ficava muito tempo no colo de ninguém, além do pai. Pelo menos Rick conseguia fazer ela dormir. No dia que eles partiram da igreja, Judith falou sua primeira palavra, enquanto se esticava em direção a igreja. Rick sentiu seu coração parar quando ela começou a chamar a mãe e sempre a chamava. Partia o coração de Rick toda vez que via a filha se esticando no colo de alguém chamando pela mãe. Eles não tinham muita coisa para fazer sobre isso. Apenas esperavam para ver se ela se acostumava ficar sem a mãe.

– Tem uma loja de carro a alguns quilômetros daqui. – Daryl disse checando o mapa e a lista telefônica. – Acho que umas três horas de viagem a pé. Podemos ir e tentar a sorte.

– Temos que ir ver. Mas e a gasolina? – Maggie perguntou balançando Judith. Carl já estava com os braços doendo de tanto ficar com a irmã no colo.

– Podemos ver o que conseguimos nos carros. – Rick disse se levantando e pegando a filha no colo. – Daryl, Michonne e Glenn venham comigo. Vamos ver o que conseguimos.

– Eu posso ir, Rick? – Tyreese perguntou se levantando também. – Não quero ficar aqui. Quero me movimentar.

– Claro. – o líder disse beijando a filha. – Partimos em cinco minutos.

– Certo. – eles concordaram e foram para o canto.

Rick se sentou no chão ao lado do filho que estava segurando a foto que tinha ganhado do pai. Ele passava o dedo no rosto da mãe.

– Tudo bem? – Rick perguntou olhando para ele.

– Sim. Não é apenas ela que está sentindo falta da mãe. – Carl disse olhando para a mãe. – Sabe, depois de Terminus, pensei que nunca mais íamos nos separar.

– Eu também, filho. – Rick disse e olhou para a filha. – Eu vou encontra ela. Apenas preciso de um tempo. Vou encontra um lugar seguro para deixar vocês e vou atrás dela.

– Eu posso ir com você?

– Eu não sei. De pende muito do que vamos encontra pela frente. Temos que proteger a Judith.

– Eu sei. Ela é o que importa. – Carl disse segurando a mão da irmã. – Eu tenho outra foto dela. Sabe, eu tirei com ela, depois que Glenn voltou daquela corria antes das pessoas ficarem doentes. Eu vou dá para Judith quando ela estiver maior.

– Serio?

– Sim. Eu ia guarda, mas como me deu isso. – ele mostrou a foto no canivete. – Eu vou dá para ela. Acho que ela vai gosta de ver a mãe. Vou ver se encontro um porta retrato bem bonito. Ela e a mãe merecem.

– Sua mãe que escolheu o canivete. – ele disse e passou a filha para Carl. – Tenho que ir. Vamos procurar um carro. Voltamos o mais rápido que pudermos.

Rick se levantou e foi até onde os outros estavam esperando por ele. Junto, os quatros foram andando. Rick não conversou muito. Os pensamentos dele, estava na esposa. Queria saber como ela estava e se estava bem. Ele não apenas queria, precisava.

– Rick? – Daryl o chamou quando viu que ele estava olhando para longe.

– Oi?

– Está pensando em ver aquilo. – ele disse apontando para um local cercado. Parecia uma comunidade pós-apocalítica, mas um dos muros estava no chão. E alguns walkers andavam por ali. – Podemos encontrar comida, carros e outras coisas que precisamos. Principalmente formula para a Bravinha.

– Tudo bem. Vamos dá uma olhada nisso. – Rick respondeu pegando a arma. – Vamos com cuidado. O posicionamento de sempre, o modo de sempre e o cuidado de sempre. Não sabemos o que tem ali. Qualquer perigo procure os outros e vamos embora. Não precisamos de mais complicações do que estamos tendo nesses últimos dias.

Eles foram em direção ao muro e viram que uma parte estava caída. Juntos os quatro entraram e se separaram. Cada um foi para um lado.

A primeira casa em que Daryl entrou tinha crianças. Assim que ele colocou o pé lá dentro viu brinquedos. Com a besta na mão ele foi olhando cômodo por cômodo. Encontrou algumas coisas, mas nada para Judith. A segundo, tinha muitos livros e isso o fez pensar ainda mais na irmã. Ele se sentia culpado pelo que tinha acontecido. Ele não fez nada, apenas viu aqueles homens leva-la sem poder fazer nada. Ele passou a mão pelos livros e pegou um quando reconheceu o nome. Ally tinha um daquele e vivia dizendo que era o seu favorito. Ele entregaria para ela. Um dia, isso era uma promessa.

Michonne estava procurando armas. Ela sabia que precisavam de comida, mas também precisavam de munição. Ela passou por algumas casas até que encontrou algumas facas boas. Mas nada além disso. Ela estava quase indo para a casa da frente quando viu alguma coisa brilhando no chão. Ao se abaixar, viu que era um pingente de criança. Daqueles que Ally tinha na pulseira. Ela tinha visto, assim como os outros do grupo como o sequestro da outra mulher estava afetando, Rick, Daryl, Carl e Judith. A pequena não parava de chorar, Rick estava mais frio do que nunca, Daryl mal falava com alguém. Apenas com Carol continuava o mesmo, isso porque ela obrigava. E Carl... O menino tinha chorado por uma noite inteira e não falou mais sobre a mãe com mais ninguém além da irmã. Michonne tinha aprendido a respeita e gosta de Ally como uma irmã. Alguém que conseguisse fazer com que o pior lado de Rick abaixasse o rabinho e ficasse no canto quieto, merecia respeito.

Tyreese estava em uma casa vendo algumas fotos. Ali, viviam famílias. Ali, de certo modo, era igual a prisão antes do Governador. Ele não conseguia entender como as pessoas ainda podiam continuar morrendo. Como o mundo podia ser assim tão cruel e essa crueldade não acabar nunca. Ele estava tão distraído que gritou quando sentiu alguma coisa grudar em seu braço, antes e sentir uma dor forte.

Glenn olhava para os corpos na cama. Tinha um bilhete ao lado do homem, quem ele jugava ser o pai. O coreano pegou o papel e leu. Nunca confie em ninguém. Você não está seguro nesse mundo. Glenn se lembrou do que tinha acontecido na igreja. Ele sabia que seu grupo não era mal. Que aquelas pessoas queriam apenas se proteger. Mas as coisas saíram de controle naquele dia. Mas ele não podia culpa-los. Eles passaram por tanto e parecia que nunca conseguiam fazer as coisas darem certo. Primeiro o acampamento, depois o CCD, depois a fazenda, depois a prisão, depois Terminus, depois a igreja, depois descobrirem a mentira e Eugene e por último, e provavelmente mais importante, o sequestro da Ally. O grupo estava quebrado, perdido. Rick estava frio em uma tentativa de não mostra a todos o quanto estava sofrendo. O quanto aquilo estava matando ele por dentro. Glenn estava tão distraído em seus pensamentos que se assustou quando escutou o grito de Tyreese.

Rick olhava para os lados atento enquanto andava. Ele precisava encontra formula para a filha e isso sem falar em remédios. Ele entrou em algumas casas e pegou algumas coisas. Comida, remédios. Ele estava com uma mochila nas costas quando foi em direção aos carros. Ele começou a revistas. A maioria estava com a chave. Ele ligou alguns e começou a tirar a gasolina. Ele escolheu dois carro, mas colocou as coisas que tinha pegado apenas em um. Não tinha muitas coisas. Ele olhou para o céu e depois para uma das casas a frente. Foi rápido, mas ele podia jurar que Ally estava ali parada olhando para ele. O xerife estava quase indo lá ver isso quando escutou os gritos.

– Rick, Rick. – Glenn gritou correndo até ele.

– O que aconteceu? – ele perguntou pegando a arma.

– Tyreese foi mordido. Ele está perdendo muito sangue.

– Merda. – Rick disse e começou a correr em direção a casa que o homem estava.

Quando ele chegou na casa em que o homem estava Michonne já estava lá e tinha cortado o braço dele. Rick e Glenn correram em direção ao homem e o pegaram.

– Onde está Daryl? – Rick gritou enquanto eles andava. – Temos que levar Tyreese para Edwin agora.

– Ele está vindo. – Michonne respondeu passando por eles. – Ele estava do outro lado, mas deve ter escutados os gritos. Vou chamar ele.

– Não precisa. – o caçador disse correndo até eles. – Vamos logo. Michonne foi a primeira a entra no carro e segurou a cabeça de Tyreese. Daryl entrou no banco do passageiro, enquanto Glenn ia sentado no chão do carro tentando estacar o sangramento. Eles andara, por alguns quilômetros e ainda nada do sangramento diminuir.

– Aguente firme. – Michonne falava. – Vamos estamos chegando. Aguente.

– Dez minutos da saída. Meia hora do acampamento. – Daryl disse para Rick apontando o caminho.

– Vamos. Aguente. – Michonne continuou pelos próximos três minutos, quando o coração do jogador de futebol parou. – Rick, pare. Ele morreu.

– Mas que droga. – o líder gritou parando o carro e descendo batendo a porta atrás de si com raiva.

Glenn e Daryl desceram do carro enquanto Michonne acertava a cabeça do homem com uma faca. Eles levaram alguns minutos para voltarem para seu caminho. Estava sendo difícil. Não, estava sendo impossível. Estava igual ao começo. Quando não sabiam com que estavam lidando. Estava parecendo que a cada dia que passava perdiam uma pessoa. Depois de arrumarem o corpo, eles voltaram para a estrada. Assim que avistaram o acampamento improvisado na estrada, Rick suspirou. Sasha tinha acabado de perde o namorado. Agora perdeu o irmão.

– Conseguiram alguma coisa além desse carro? – Sasha perguntou assim que Rick parou o carro e desceu. – Cadê o Tyreese?

– Sinto muito. – Rick disse e mostrou as mãos com sangue. – Ele está no colo de Michonne.

Sasha colocou a mão na boca e soltou a arma enquanto começava a chora. Maggie e Tara olharam para ela sem saber ao certo o que fazer. Ally tinha tomado a frente quando Bob morreu. Ally sempre tomava a frente quando alguém morria.

– Não. Não. NÃO. – ela gritou soluçando alto. – Não.

Carl se aproximou da mulher e a abraçou. Ele sabia como ela estava se sentindo. Ele estava se sentido do mesmo modo. E no fim, ele se lembrava do que a mãe uma vez tinha dito a ele. Ás vezes, precisamos apenas saber que tem alguém lá. Não precisamos de palavras ou conforto. Apenas precisamos saber que não estamos sozinhos. Sasha abraçou o menino e chorou. Rick se aproximou dos dois e ajudou Sasha a se levanta e ir até o irmão. Ela tirou o lençol que o cobria e beijou sua testa antes de desmoronar. O chora dela era tão sofrido, que até mesmo, Abraham sentiu uma lágrima descer.

– Fiquem de olho nela. – Rick disse pegando um pá e se afastou do grupo.

Ele foi para um lugar mais distante e começou a cavar. Podia se lembra que alguns dias atrás, estava fazendo o mesmo por Bob, mas com Tyreese ao seu lado. Ele batia na terra com tanta força que acabou cortando a mão no cabo dá pá. Xingando, ele tirou a farpa que tinha entrado e continuou o que estava fazendo.

– Não faça isso com você mesmo, baby. Não se culpe. – ele escutou Ally sussurrar para ela. Assustado, olhou envolta. Não tinha nada.

– Rick? – Daryl o chamou parando ao lado dele. – Tudo bem?

– Sim. – ele respondeu voltando sua atenção para o chão.

Daryl olhou para ele descrente, mas deixou para lá. Juntos, os dois cavaram, depois com a ajuda de Abraham e Glenn levaram o corpo de Tyreese. Sasha se ajoelhou no chão e pegou um pouco de terra jogando por cima do corpo do irmão na cova, para Daryl e Rick começarem a enterrar ele logo depois.

– Queria poder falar palavras que ajudem a superar o perda. – Gabriel começou. – Queria ser capaz de fazer com que a dor e o medo passem, mas não posso. A cada dia, o mundo está caindo, mais e mais. A cada dia nos perdemos em nossos medos e pecados. Vivemos com muitos sentimentos. Bons e ruins. Mas principalmente, passamos pela dor. A dor de perde uma pessoa que amamos, a dor de perde um animal de estimação. A dor de perde um amigo, de perde um lugar. Seja sua casa, seu refúgio ou apenas um lugar que tem algum significado para você. Mas a pior dor que podemos conhecer é a dor de nós perdemos. Por que no memento que esquecemos quem somos, esquecemos quem um dia queríamos ser. E podemos, a parti daí, ser qualquer coisa. Uma coisa melhor ou pior do que um dia sonhamos. Podemos se o herói ou o vilão. Podemos até mesmo os dois. Mas a dor que sentimos, ao olhar no espelho e não reconhecer quem somos, não pode ser superada, ou compreendia. Apenas sentindo isso, saberá o quão ruim é não saber quem é. A dor, sempre esteve presente na vida do ser humano. E sempre estará, mas temos que acreditar que um dia, vamos aprender a viver com ela.

Rick olhou para Judith que dormia em seu colo e depois para Carl parado ao seu lado. Carl olhava para o chão enquanto Gabriel falava. Rick sentiu uma brisa em seu rosto e olhou para cima. Parada, encostada em uma árvore, Ally olhava para ele.


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