Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 41
Capítulo 41




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A grande arte é mudar durante a batalha. Ai do general que vai para o combate com um esquema.

Napoleão Bonaparte

– E você vai mesmo? – Ally perguntou com os braços cruzados olhando para o marido que estava terminando de colocar a blusa dentro da calça.

– Vou. Quero saber o que ele tem a dizer.

– Eu sei o que ele vai dizer. – ela disse olhando para ele pegar a arma. – Sei o que ele quer. De dois um. Ou ele quer a prisão, ou quer Michonne. Ela veio conversa comigo ontem. Disse que ele mantinha a filha zumbificada em casa e ela a matou. Ele quer vingança.

– Não tem como você saber isso.

– Ele é louco, Rick. – ela disse indo até ele a arrumando o cabelo dele. – Se fosse Judith ou Carl, morto por ela, o que você faria?

– Isso é diferente. Eles são humanos.

– Na cabeça dele, a filha também é. – ela se afastou um pouco dele. – Ele não é normal. Não sei como ele era antes disso tudo começar, mas sei como ele é agora. Ninguém que começa a atirar em outras pessoas sem motivo, ou engana, sequestra e tortura outras pessoas sem motivo para isso, é normal. Entramos na cidade dele, mas tínhamos motivos. Pessoas que amamos estavam lá. Mas na mente dele, entramos lá em busca de poder.

– Vamos apenas conversar. – ele disse passando a mão no rosto dela. – Vai ficar tudo bem.

– Não estou falando que vocês vão brigar. Estou falando que não temos motivos para tentar qualquer coisa para falar como ele. Ele não quer conversa, Rick. Ele quer mexer com a sua cabeça.

– Amor...

– Se quer ir. Vá. Não vou te impedi. – ela disse se afastando dele e indo até o berço, onde Judith estava reclamando. – Não vou te dizer o que deve fazer. Apenas estou te falando que ele está louco. E nada do que qualquer um de nós falar para ele, vai adiantar.

– Eu volto rápido. – ele disse beijando na nuca dela. – Em pouco tempo estarei aqui.

– Tudo bem. – Ally pegou a filha e se virou para ele. – Se você quer ir, vá. Eu te amo, Rick. Sou sua esposa, mas não sua dona.

– Eu volto. – ele disse a beijando e dando um beijo na testa da filha.

Ally suspirou, vendo ele se afastar. Ela sabia que nada do que eles falarem ia ajudar em nada. Sabia que o Governador queria guerra. Falaria que eles fariam um acordo e atacaria quando eles não estiveram esperando. Ela deu de mamar para a filha e saiu da cela. Ela foi para fora. Como ainda estava cedo, dava para Judith tomar sol. Ela não gostava muito de tomar sol, mas era bom para a filha. Ela foi até um banco e se sentou. Ela ficou vendo Carl, Beth e Sofia passarem de um lado para o outro com munição e armas. Ela sabia que isso queria dizer que a guerra estava cada vez mais próxima. Em pouco tempo Carl estava ao lado dela.

– Oi. – ele disse sorrindo.

– Oi.

– Ela está bonita. Cada dia maior. – ele disse pegando a mão da bebê. – Eu mal posso acreditar que ela é a mesma bebê que eu peguei assim que saiu de você.

– Falando assim parece que sou uma espécie de pacote. – ela disse sorrindo para Carl. – Como foi a corrida ontem?

– Bem. Papai ficou com Morgan enquanto eu e Michonne formos atrás de um berço. – ele parou e mordeu os lábios. – Eu fiz uma coisa que meu pai não sabe.

– O que?

– Eu foi até um bar que eu e meus pais formos para um jantar, antes deles se separarem. Tinha uma foto lá e eu queria. Sei que você de certo modo é minha mãe, mas quase não lembro do rosto da minha mãe biológica. Mesmo não fazendo muito tempo desde que a vi pela última vez, mas mesmo assim...

– Ela é sua mãe, Carl. E fico feliz que tenha uma foto para se lembra dela. – Ally disse sorrindo para ele. – Quem sabe quando sua irmã crescer você não mostra para ela?

– É.

– Posso ver?

– Pode.

Carl colocou a mão no bolso e tirou a foto. Nela, Rick e Lori estavam sentados lado a lado, sorrindo. Carl estava na frente deles. Todos estavam vestidos com roupas sociais.

– Vocês estão bonitos. – ela disse pegando a foto. – Posso te contar um segredo?

– Pode.

– Eu tenho uma foto da minha família. A mantenho em minha bota. Fiz um rasgo e a coloquei lá. Assim sempre que senti muita falta deles, eu posso olhar. – ela entregou a foto para ele. – Quando Judith for maior, eu vou mostra para ela.

– Você já pensou como estaria agora se tudo fosse diferente? Se você estivesse com seus pais?

– Eu tento não pensar nisso, querido. Mas sou humana e penso. Acho que teria sobrevivido. Sei me defender de walkers. Teria aprendido tudo o que sei. Mas não teria essas pessoas maravilhosas que tenho aqui. Eu não teria essa princesa que tenho hoje. – Ally olhou para a filha e sorriu. – Não teria você e seu pai. Eu tento não pensar neles. Tento manter outras coisa em mente.

– Mãe, a senhora já pensou em desisti? Deixar tudo para trás.

– Sim. Mas eu me lembro que não posso. Quando estávamos na estrada e a cada dia minha barriga crescia mais e mais, eu pensei. Mas bastava olhar para você, e eu sabia que tinha que continuar.

– Eu tenho medo de perde tudo isso que conseguimos.

– Se perdemos. Vamos encontra outro lugar. A vida é assim, querido. Caímos hoje, levantamos amanhã.

– Por que não levantamos no mesmo dia?

– Porque ás vezes precisamos chorar. – ela sorriu para ele. – Temos que colocar para fora o que estamos sentindo.

Eles ficaram em silêncio. Apenas olhado para os walkers nas cercas.

– Eu posso pegar ela? – Carl quebrou o silêncio olhando para a irmã.

– Pode.

Ally entregou a bebê para o garoto e sorriu. Ela teve medo de como ele reagiria quando a irmã nascesse. Ele aceitou bem a notícia da gravidez, mas ela temia que quando visse a bebê ficasse com um pé atrás. Mas Carl está se saindo um ótimo irmão mais velho. Eles ficaram ali por um tempo, até que Ally decidiu que estava na hora de levar Judith para dentro. Carl disse que levaria e cuidaria da irmã. Ally se levantou e foi para a cerca com sua espada na mão. Ela começou a matar os walkers. Sua menta estava longe do que estava fazendo, mas mesmo assim isso a ajudava a relaxar.

– Você está bem para fazer isso? – Michonne perguntou parando ao lado dela.

– Estou. – respondeu sem olhar para a outra mulher.

– Olha, eu sei que você não gosta de mim. – Michonne começou se aproximando da cerca com sua espada em punho. – Mas temos que tentar nós dá bem. Não pretendo ficar aqui para sempre. Quero fazer parte desse grupo, mas como recolhedora. Vou sair atrás de comida, armas, essas coisas. Quero apenas esperar isso acabar. Matamos aquele desgraçado e eu vou passar a sair mais.

Ally olhou rapidamente para o lado e viu que Michonne também matava walkers. Ela ficou em silêncio por um tempo, antes de voltar a falar.

– Eu sei que sente alguma coisa pelo Rick. – ela disse calmamente. – Sei que de certo modo o quer. E eu não posso te culpar. Rick tem um charme que deixa qualquer mulher atraída. Amo meu marido, assim como amo meus filhos. E por isso posso te afirma, Carl e Rick, gostam de você. Eles confiam em você. Eu não vou falar que confiou em você, porque estaria mentindo. Mas você conquistou seu lugar aqui. Esse grupo também é seu. Mas faça qualquer coisa que prove que você não é confiável, que eu te mato. Posso estar fraca, pelo parto. Posso menti para meu marido dizendo que estou bem, mesmo quando sinto minhas pernas tremerem. Mas quero que tenha certeza, que por essas pessoas, nenhuma dor que esteja sentindo, pode me parar. Amo a todos e isso é o que importa para mim. Rick, Carl, Hershel, Maggie, Glenn, Edwin, Amy e Sofia podem te ver como uma de nós. Mas até eu ter certeza sobre você, não vou confiar em você. Sei que Glenn e Maggie culpam Merle por estamos nessa situação, mas você é esperta Michonne. Assim como eu sabe que era apenas uma questão de tempo até esse louco está no nosso pé. Pode odiar Merle por seus motivos, mas sabe tão bem como eu que a culpa por temos encontrado com o Governador agora é sua. Você era a pressa. Merle apenas mudou o prêmio que levou para o chefe.

– Você confia no Merle. Eu não entendo como pode confiar nele.

– Conheço Merle a mais tempo que vocês. Sei o que ele e Daryl passaram. Sei as feridas que levam e as cicatrizes que eles tem. – ela disse olhando para o menino que zumbificado e que andava até a cerca, não deveria ter mais do que cinco anos. – Ele me salvou. Ele matou por mim, antes mesmo disso começar. Tenho uma dívida com ele.

– Não posso ver como ele possa fazer algo assim.

– Por uma pessoa que Daryl ame, Merle é capaz de qualquer coisa. Se ao invés de Maggie fosse eu, ele teria deixado a gente voltar para a prisão e não falaria nada para o Governador. Mas não. Eu não estava lá.

– Eu o vi segurando a bebê. Daryl estava com ele. – Michonne disse quando Ally acertou a cabeça do menino, com um pequeno sorriso.

– Eu sei. Você não viu, mas Rick estava lá também. Com a arma pronta para ser usada, caso achasse que Merle fosse fazer qualquer coisa com Judith. – Ally puxou a espada e se virou para Michonne. – Eu confio em Merle. E de certo modo, confio em você. Apenas não sou tão cega quanto os outros. Você é uma mulher misteriosa, Michonne. Não sei de onde veio, não sei sua história. Mas sou capaz de ver coisas que os outros deixaram passar. Você sofre por uma dor maior que deixa que vejam. Merle me disse dos walkers que você carregava. Quem eram?

– Ninguém importante.

– Isso é mentira. Você não os prendeu por eles serem qualquer um. Teve um motivo. Eles te machucaram e você quis se vingar e se lembra que não deve confiar nas pessoas. Isso eu posso ver nos seus olhos.

– Se eu contar isso você vai confiar em mim?

– Não. – ela respondeu dando de ombros. – Eu não confio nem em mim mesma no momento. Mas isso será um passo importante para mim. Mostra que você não é um bicho de sete cabeças. Mas o motivo que perguntei sobre isso é que vejo que seja o que foi que aconteceu com você, a machuca. Estou disposta a te escutar. Sou boa nisso. Não vou te força a falar. Sei que quando se senti pronta, vai se abri comigo, ou com qualquer outro do grupo.

– Por que você quer me fazer me senti melhor se não confia em mim?

– Porque ninguém deve carregar o peso do mundo sozinho. Eu tentei quando estava gravida, e quase pirei. Não disse nada do que senti para qualquer um daqui e não pretendo dizer. Mas Daryl sabe. Ele me conhece como ninguém. Ele tenta me manter firme. Ele tenta me mostra que posso falar com ele, mas isso só vai servi para deixar ele mais confuso.

– Quer falar para mim?

Ally olhou para baixo e sorriu.

– Eu nunca conto sobre meus fantasmas para ninguém, Michonne. Eu os guardo. Sabe por que ás vezes eu toco a noite? Toco porque eles estão me assombrando. Eles estão atrás de mim e eu não posso mudar isso.

– Não tem medo de ficar louca com eles atrás de você?

– Eu de certo modo já estou. Todos estamos. Quem pode ficar normal em um mundo com esse que vivemos? – ela disse antes de olhar para longe. – Eles chegaram.

Ally passou por Michonne e foi em direção ao portão que Tyreese abriu. O carro entrou e eles saíram do carro. Sofia e Carl saíram correndo de dentro da prisão. Mike, que estava brincando com Edwin de futebol, correu até Daryl e abraçou a cintura dele.

– Como foi? – ela perguntou abraçando o marido.

– Temos que conversa mais tarde. – ele disse beijando a bochecha dela e se afastando para abraçar Carl.

– Então? O que vamos fazer? – Hershel perguntou olhando para Rick.

– Vamos lutar. – Rick disse. – Ele quer guerra.

– Rick...

– Agora não Hershel. Eu preciso de um tempo. – Rick olhou para a esposa e fez um sinal para ela.

Ally olhou para ele se afastando e depois de respirar fundo foi para atrás de Rick. Carl olhou para os dois, mas nada disse, assim como os outros. Ally seguiu Rick até a sala onde ele teve Judith. Não sabia o que o marido queria lá. Mas entrou e fechou a porta.

– Você está certa. Ele quer Michonne. – ele disse assim que ela fechou a porta.

– E o que vai fazer?

– Eu não sei. Pensei que poderia me falar o que fazer.

– Eu não vou. – ela disse encostando na parede. – Sabe que não confio nessa mulher. Você terá que pergunta para outra pessoa.

– Por que isso agora?

– Ela gosta de você e eu não quero fazer uma escolha pensando nisso. Eu não vou falar o que você deve fazer, porque não sei o que vai acontecer mais para a frente e não quero me culpar por isso depois.

– Estou perdido.

Ally se aproximou dele e o abraçou.

– Eu estou aqui, Rick. É o máximo que posso no momento. Sinto muito.

– Isso já me ajuda bastante. – ele disse a apertando mais perto dele.


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