Se todas as batalhas dos homens se dessem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras.

Augusto Branco

Ally acordou ao senti Rick se mexendo muito na cama. Ela fechou os olhos com força entes de se virar para o marido. Desde que eles entraram no bloco de celas, Ally sabia que ia ser difícil para ela e Rick dormirem na mesma cama, mas mesmo assim quis tenta. Mas a cada dia o marido estava mais inquieto. Quase não parava quieto e já tinha quase derrubado ela duas vezes. Ela olhou para Rick. Ele estava virado meio para cima, meio de lado, olhando para cima.

– O que foi? – ela perguntou olhando para ele.

– Conversei com Hershel. Ele acha o mesmo que eu. O Governador está apenas esperando uma chance para nós atacar. Ele vai nos matar sem ou com Michonne.

– E o que está pensando em fazer? – ela perguntou passando a mão no cabelo dele.

– Eu não sei. – ele escondeu o rosto nos cabelos dela. – Eu preciso de você. Preciso de seus conselhos.

– Eu já disse que prefiro não falar o que deve fazer. – ela riu quando escutou ele gemendo. – Mas ela nos ajudou. Mostrou que podemos confiar nela e que aqui também é seu lugar. Se você e Hershel acham que nada vai ajudar em nada entregar ela, que mesmo assim ele vai tentar nos matar, não devemos entregar. Amor, você sabe que as coisas não estão fáceis, sabe que não queremos lutar, mas é o que temos que fazer. Eu estava fazendo uns planos e com as plantas da prisão sei quase um plano de ataque perfeito. Só preciso dá uma volta completa pelo lado de fora da prisão. Preciso ter uma visão completa. Todo potencial ponto de entrada.

– Então, vamos deixar ela aqui?

– Eu não sei. Vamos?

– Sim.

– Certo. – ela disse dando um pequeno sorriso.

– Amor, eu quero que saiba que independente do que ela senta por mim, eu te amo. Você e apenas você.

– Eu também te amo. Mas amo meus filhos também. – ela disse rindo baixinho.

– Eu não ligo em dividir seu coração com eles. – ele disse a beijando. – Quando vamos poder voltar tudo ao normal?

– Edwin disse que seria melhor esperar pelo menos um mês. – ela disse se afastando dele.

– Quanto tempo a Judith tem mesmo?

– Duas semanas.

– Temos que esperar um mês desde do parto? – ele disse enquanto beijava o pescoço dela.

– Um mês desde hoje. – ela riu quando ele bufou.

– Eu sinto falta de você. – ele disse se afastando para olhar para ela. – Mas tudo bem. Posso esperar. Você está bem? Sentindo alguma dor?

– Minhas pernas ainda doem. E ás vezes sinto uma leve tontura. – ela disse passando a mão no rosto dele. – Eu estou bem.

– Por que não me disse que estava sentindo dor?

– Eu não sei por que estou te falando isso agora. Você tem coisas mais importantes para pensar, Não precisa se preocupar comigo. Edwin e Hershel estão cuidando de mim. Minhas dores são fracas e estou tomando remédio.

– Você quer que eu vou atrás de mais?

– Não. São chás que eu estou tomando. Estou bem. – ela disse mordendo o queixo dele. – Estou bem, meu bem.

– Certo. – ele disse a abraçando. – Vamos dormi?

– Durma. Daqui a pouco Judith acorda para mama. – ela disse puxando ele para mais perto dela. – Pode dormi.

– Tudo bem.

Em pouco tempo Ally sentiu Rick relaxando, quando olhou para o rosto dele, viu que ele tinha finalmente dormido. Ela sorriu e o abraçou um pouco mais forte. Ela estava quase dormindo novamente quando Judith começou a chorar. Com cuidado, saiu dos braços de Rick e pegou a filha. Ela deu de mama para a bebê e antes mesmo de ter terminado, ela já estava dormindo. Ally fez Judith arrotar e a deitou. Ally saiu da cela e foi para a cela ao lado. Carl e Mike estavam dormindo esparramados nas camas, ambos descobertos. Ela suspirou e cobriu os dois. Depois saiu da cela. Assim que saiu da cela, viu Daryl sentado na grade com a besta na mão. Ele parecia cansado, mas mesmo assim sorriu.

– Ei. – ele disse baixinho.

– Ei. – ela disse sorrindo para ele. – Cansado?

– Muito. Vim apenas ver como Mike estava. Carol me pediu.

– Carol pediu. – ela disse sorrindo.

– Calada.

– Ei, não fale assim comigo. Sou uma mulher casada e mãe. – ela disse tirando o cabelo dele do rosto. – Quando vocês vão se assumir?

– Ally...

– Tudo bem. Tudo bem. – ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo na bochecha dele. – Vou dormi. Você deveria fazer o mesmo.

– Já vou. Apenas vou passar na cela para avisar para Carol que eles estão dormindo.

– Certo. Boa noite, Daryl.

– Boa.

Ally voltou para a cela dela e deitou ao lado do marido novamente. Assim que ela deitou, Rick a abraçou e eles dormiram.

Ally acordou de manhã com o choro de Judith. Ela se levantou e foi coçando os olhos até i berço. Assim que se esticou e pegou a filha no colo. Ela viu que a filha estava com a fralda suja. Ela colocou a filha no trocador e foi atrás de uma fralda.

– Quer que eu troque? – Rick perguntou com a voz rouca.

– Quer mesmo fazer isso? – ela perguntou olhando para ele.

– Eu tenho que te ajudar mais. Você cuida dela sozinha. – ele disse parando ao lado dela. – Eu troco e se não for pedi demais, eu quero dar mamadeira para ela.

– Tudo bem. – ela disse entregando a fralda para ele. – Eu vou preparar a mamadeira.

– Tudo bem.

Ally saiu da cela e desceu as escadas. Ela fez a mamadeira rapidamente e voltou para a cela. Quando chegou viu Rick segurando a filha no colo e mostrava o ursinho que Michonne deu para a bebê. Ally entrou e entregou a mamadeira para ele.

– Ela está comendo bem. – ele disse olhando para a pequena em seu colo.

– É. Desde que nasceu ela come muito bem. – ela passou a mão na cabeça loira da filha.

– Eu agradeço todo dia por isso. Quando vi Carl chegando com ela no colo, cheio de sangue, pensei que tinha te perdido. Depois Daryl chegou com você e disse que achava que você parou de respirar. O tempo que levaram para te examinar, para ver que você ficaria bem, foi ateroriante. Quando acordou, mesmo quando estava no chão, mais preocupada com a nossa filha, do que com você mesma. Estava tão feliz que podia sair dançando que nem um louco por ai.

– Sou mãe. – ela disse dando de ombros. – Estou bem, e estava, mas não sabia nada sobre meu bebê. Estava preocupada com ela. Eu estava viva, não sabia se ela estava.

– Eu sei como você se sente. Eu preferia ter levado aquele tiro no lugar do Carl. – Rick olhou para ela e deu um sorriso triste.

– A culpa não foi sua, Rick. – ela disse passando a mão no rosto dele.

– Eu sei.

Rick colocou a filha no berço e eles saíram de mãos dadas. Eles chegaram na cozinha onde Carol estava dando café para as crianças. Ally notou quando Michonne olhou para eles e desviou os olhos rapidamente. Ally se sentou ao lado de Carl e começou a tomar café. Quando terminou eles foram lá para fora. Rick e Ally saíram de mãos dadas para dá uma volta ao redor da prisão. Eles passaram a manhã assim. Na parte de trás tinha um muro tombado. Ally e Rick voltaram conversando sobre o que fariam. Eles voltaram para a prisão comeram e foram até dentro da prisão. Ao contrário do que eles pensavam, não tinha tantos walkers assim. Perto do fim da tarde eles decidiram voltar para o bloco de cela deles.

Assim que chegaram foram até a cela deles, onde Carl estava com Judith no colo e tentava dá mamadeira para ela.

– Ei. – Rick disse rindo enquanto pegava a filha no colo.

– Ela não deixar eu colocar a mamadeira na boca dela. – Carl disse emburrado.

– Tudo bem, filho. – Rick disse se sentando na cama e colocando a mamadeira na boca de filha.

– Ela se enjoa ás vezes. – Ally disse arrumando o chapéu na cabeça do filho. – Por que não fica de guarda com a Sofia?

– Pode deixar. – Carl beijou a bochecha da mãe e saiu da cela.

– O que vamos fazer?

– Como eu te disse, acho que ele vai tentar entrar por aquele muro caído. Tenho quase certeza disso. – ela disse olhando para ele. – Eu faria isso.

– Ally, tem um minuto? – Daryl perguntou parando na porta da cela.

– Tenho. – ela respondeu se afastando da cela.

Eles desceram as escadas e passaram por Michonne que estava de cabeça baixa. Ally seguiu o irmão até o lado de fora. Eles pararam perto do portão.

– O que foi? – ela quebrou o silêncio.

– Merle morreu. – ele disse sem olhar para ela. – Ele pegou Michonne e ia levar ela para o Governador. Achou que assim ele fosse nós deixar em paz. Segundo Michonne me disse, ele queria fazer alguma coisa pelo grupo. Escutou sua conversa com Rick e decidiu agir. Ele a deixou ir e ela veio me dizer assim que chegou aqui. Quando cheguei lá...

– Sinto muito, Daryl. – ela disse abraçando ele. – Sinto muito mesmo.

– Sei que ele não prestava, não era bom. Mas mesmo assim ainda era meu irmão mais velho. De seu jeito torto tentava me defender.

– Eu sei. – ela disse passando a mão nas costas dele. – Você vai ficar bem. Ainda estou aqui.

– Eu sei. – ele disse a apertando contra ele.

Eles ficaram um tempo assim. Apenas abraçados. Ally sabia que Daryl queria chora, mas não o faria. Afinal, ele era um Dixon. E um Dixon nunca demostra dor. Nunca se mostra fraco. E, principalmente, nunca chorava.

– Daryl, Michonne acabou de me contar. – Rick disse se aproximando deles. – Achou ele?

– Tinha se transformado. Eu o matei. – ele respondeu se afastando da irmã. – Do modo errado, ele estava tentando fazer o certo.

– Eu sei. E estou aqui caso queira conversa.

– Obrigado, mas preciso apenas de um cigarro e quem sabe encher a cara. E é claro matar aquele desgraçado.

– Vamos conversa sobre isso. – Rick disse antes de abraça a esposa. – Não precisa se preocupar com isso agora. Vamos falar na hora do jantar, tudo bem?

– Claro. Vou deitar um pouco. Preciso colocar as ideias no lugar. – Daryl acenou para a irmã e saiu de perto deles, indo para dentro da prisão.

– Ele vai ficar bem. – Rick disse para ela.

– Eu sei. – ela respondeu. – Ele sempre fica.

– Venha. Temos muito o que conversar.