Survival Instinct escrita por Anieper


Capítulo 15
Capítulo 15




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A minha infância de menina sozinha dê-me duas coisas que parecem negativas, e, foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.

Cecília Meireles

Daryl estava emburrado. Ally estava ganhando dele no bilhar. Todos os sobreviventes estavam ali para ver o jogo. No começo, eles pensaram que ela iria perde, já que errou a primeira tacada, mas depois começou a detonar Daryl. Ela acertava quase todas as tacadas e só faltava encaçapa uma bolinha. Sofia. Mike e Carl estava tão animados que estavam até falando o nome da Ally animadamente. Aos poucos Amy se deixou levar e começou a chamar por ela também. Rick e Daryl tinha apostado no começo do jogo e o caipira não estava nada feliz por estar perdendo. Dale teve que tirar a garrafa de perto dele, para que ele não bebesse mais até acabar o jogo. Até mesmo o Dr foi para a sala assistir o jogo. Disse que podia deixar para ver o resultado dos exames depois.

– Acaba agora? – Ally perguntou se inclinando na mesa.

– Não. – Daryl disse olhando para ela. – Você vai errar.

Ally olhou para ele e depois olhou para a mesa. Depois de respirar fundo, olhou para a bolinha perto da caçapa e deu a tacada. O tempo passou a passar mais lentamente. Daryl mordeu o taco e prendeu a respiração. Ally se arrumou e sorriu. Sua tacada foi certeira.

– Ganhei. – ela disse enquanto Carl, Mike e Sofia gritavam comemorando em volta dela.

– Não acredito. – ele disse com raiva. – Como? Me diga, como você pode me ganha?

– Daryl, eu sou melhor que você em manter a calma. – ela disse dando a volta da mesa. – Você fica com raiva e começa a errar. Eu não. Quanto mais irritado você fica, mas calma eu fico. É fácil ganhar de você assim.

– Cala a boca. – ele disse se afastando dela. – Vamos jogar de novo.

– Não. Estou cansada. Amanhã jogamos. – ela disse piscando para ele.

– Certo.

Ally, Rick e Carl foram para uma sala. Ally colocou Carl para dormi e foi se deita ao lado de Rick. Eles ficaram um tempo em silêncio apenas deitados, abraçados.

– Eu tenho que te conta uma coisa. – Ally disse se virando para ele. – Uma coisa que não contei para ninguém. Apenas Daryl e eu sabemos.

– O que foi? – ele perguntou olhando para ela. – Você parece que está tensa.

– Se lembra quando fomos atrás do Merle e eu disse que era a única que podia passar pelos walkers sem problemas?

– Sim. Por quê?

– Eu falei aquilo por causa de uma coisa que aconteceu quando começou a epidemia. – ela suspirou e se virou para ele. – Eu fui mordida.

– O que? Quando? Onde? – ele se sentou, colocando a mão na testa dela para ver se estava com febre.

– Quando começou. Lembra que eu disse que o primeiro matei com meu celular? Eu estava dormindo e ele veio para meu quarto. Eu acordei quando ele me mordeu na perna. Eu consegui tirar ele de cima de mim e o matei com o celular. Depois me sentei no chão e Daryl entrou. Mandei ele me matar, mas ele não o fez. Disse que ia esperar eu morre, e atiraria em mim antes da transformação. Daryl não contou nada para Merle com medo dele me matar, então ficou apenas entre nós dois. A gente estávamos esperando acontecer alguma coisa. Mas conforme o tempo foi passando e nada aconteceu fomos esquecendo. Dois dias depois da mordia, ainda não tinha me transformado. Foi quando encontramos uma mulher com sua família, ela tinha sido mordia a pouco tempo, morreu e se transformou em menos de duas horas. Naquela noite, eu olhou para a mordia e vi que ela estava quase toda cicatrizada. Foi quando a gente tivemos a certeza que não ia me transforma, que eu era imune.

Os dois ficaram em silêncio. Ally estava tensa, não sabia o que o Rick estava pensando e tinha medo disso. Rick apenas olhava para ela. Ele nunca pensou que encontraria alguém que fosse imune ao vírus ou o que seja isso.

– Por que não me disse isso antes?

– Não sei. Me pareceu uma coisa sem tanta importância. Eu estava pensando nisso no caminho para cá, eu decidi que tinha que te falar. – ela deu de ombros.

– Tudo bem. Amanhã falamos sobre isso com Edwin. – Rick disse se deitado novamente. – Agora está tarde.

– Tudo bem. – ela disse fechando os olhos.

Ally demorou um pouco para conseguir dormi, já que os pensamentos estavam a mil. Ally acordou antes de Rick e Carl. Ela se levantou sem fazer barulho e saiu da sala. Ally andou pelas instalações do local, pensando. Laica e Poseidon, que tinham dormido na porta da sala, iam atrás dela. Ally estava apenas com uma faca em uma bainha presa a perna direita e brincava com a arma. Ela entrou em uma sala que aparentemente era de pesquisa. Ela olhou tudo a sua volta e notou que tinha sido incinerada. Tirando a faca da bainha ela entrou na sala. Tinha alguns papeis espalhados pelo chão, assim como alguns vidros quebrados. Ally se abaixou e pegou os papeis, depois foi para uma cadeira que tinha ali e começou a ler. Eram pesquisas sobre a doença, mas nada muito relevante. Apenas pesquisas preliminares. Ela estava quase terminando a terceira folha quando escutou passos. Ela guardou tudo rapidamente e se levantou andando pela sala como se estudasse.

– Oi. – Edwin disse parado na porta. – Está tudo bem?

– Sim. – ela respondeu fazendo carinho na cabeça de Laica. – Sofro de insônia, então não consigo dormi muito. E com as últimas coisas que vi, os sonhos são um pouco assustadores.

– Hum... – ele entrou na sala. – Aqui era onde a maior parte das pesquisas aconteciam. Eu deixei cair um produto e toda minha pesquisa foi pro ralo.

– Sinto muito. – ela disse se encostando na mesa. – Se você quiser podemos te ajudar agora que estamos aqui. Podemos pegar alguns walker para você estudar. É fácil para nós.

– Certo. – ele disse olhando para ela atentamente. – Você me lembra minha esposa. – ele disse suspirando. – Ela tinha a mesma expressão quando analisava algum resultado de exame. A mesma expressão que você faz quando analisava alguém.

– O que aconteceu com ela? – Ally perguntou se sentando.

– Morreu. Ela foi mordi em um dos testes. Ela escolheu se transformar para termos mais informações. Eu tive que tirar nela.

– Sinto muito. – ela disse. – Eu perdi minha família. Bom, sei que tenho uma nova família. Daryl é meu irmão de coração antes mesmo disso começar. Rick é meu marido e Carl é como se fosse meu filho. Mas meus pais e irmãos... Eu não sei nada sobre eles.

– Você está viva. Eles podem estar também.

– Apenas sobrevivi por tanto tempo por causa do Daryl. Ele me ensinou a me defender. Me ensinou a atirar, caçar, escutar os sons a minha volta e a lutar. Se não fosse por ele, eu já teria morrido.

– Vocês todos parecem muito unidos. – ele disse olhando para ela.

– Sim. Somos uma família. E uma família bem estranha. – ela disse rindo.

– Ei. – eles escutaram a voz de Carl na porta. – Eu estou com fome.

– E seu pai? – Ally perguntou se levantando e indo até ele.

– Está dormindo. – ele disse se esticando.

– Tudo bem. Vamos fazer o café. – ela disse colocando a mão no ombro dele e se virou para Edwin. – Nós vermos depois.

– Claro.

– Papai está bem? – Carl perguntou andando ao lado dele. – Ele está roncando.

– Ele bebeu demais. – ela respondeu sorrindo para ele. – Provavelmente vai estar de ressaca.

Ally e Carl foram para a cozinha. Ally preparou um café rápido e se sentou ao lado de Carl. Eles comeram em silêncio até Sofia, Mike e Carol se juntaram a dele. Aos poucos eles foram chegando.

– Bom dia. – Rick disse entrando na cozinha.

– Bom dia. – Ally respondeu bebendo seu suco.

– Você está de ressaca? – Carl perguntou. – Ally disse que você estaria.

– Ela acertou. – ele disse sorrindo.

– Sempre acerto. – ela disse afastando seu prato dela. – Bom, o que vamos fazer hoje?

– Como assim? – Daryl perguntou.

– Vamos ficar aqui o dia todo sem fazer nada?

– Ainda não sei. – Rick disse pegando café.

Nessa hora o doutor entrou na cozinha. Ele estava pálido e com alguns papeis nas mãos. Todos olharam para ele, mas ele unicamente olhou para Ally.

– Como...? Você sabia? – ele perguntou se aproximando dela. – Como é possível?

– Não sei. – ela disse se levantando. – Ia falar sobre isso com você mais tarde.

– Desde de quando você sabe?

– Desde do começo. – ela respondeu calmamente.

– Sobre o que vocês estão falando? – Carol perguntou olhando de um para o outro.

– Eles não...

– Apenas Daryl e Rick sabem.

– Se eu sobresse antes. Agora é tarde demais. – ele disse olhando em volta. – Não posso fazer nada. Deus, se você tivesse dito no começo.

– Do que você está falando? – T-Dog perguntou confuso.

Ally estudou atentamente o rosto do médico e viu quando ele olhou para a sala dos computadores. Foi quando ela se lembrou.

– O cronometro. – ela disse.

– O que? – Daryl perguntou.

– Ai, meu Deus. – ela disse saindo correndo dali sem responder ninguém.

Quando ela chegou lá viu o tempo que estava passando. Um hora. Eles teriam uma hora.

– Desgraçado. – ela disse pegando a faca e levando ao pescoço do médico. – Aquilo é uma contagem regressiva.

– Sim, isso já está...

– Calado. Eu sei o que aquilo quer dizer. Quando chegar ao zero isso aqui vai explodi, não é? – perguntou colocando a faca mais perto do pescoço dele.

– Sim.

– Temos que sair daqui. – Rick disse. – Agora.

– Não tem como sair. – Edwin disse se esticando tentando escapa da faca. – As portas não vão se abri novamente. Se você tivesse me contado no começo, eu teria falado para vocês e poderíamos ir para outro lugar. Mas não... Você é única.

– Rick, temos que ir. – ela disse soltando o médico.

– Sim. – ele concordou. – Peguem suas coisas.

Todos saíram correndo, menos Ally, Jacque, Carlo, Rick e Edwin.

– O que acontece se ficamos aqui? – Jacqui disse.

– Vamos virar pó. Sem dor, sem nem mesmo perceber. – o médico respondeu.

– Nós vamos sair daqui. – Ally disse indo para a porta. – Vou ajudar Carl.

Ally correu em direção a sala que tinha dormido. Quando chegou lá ela viu que Carl colocava as coisas correndo nas bolsas. Ally o ajudou e saiu com ele. Quando chegou a sala onde os outros estavam correu para o lado do marido.

– Vamos. – ela disse pegando a mão dele.

– Eu quero ir com vocês. – Edwin disse. – Talvez você seja a cura.

– Eu? Por quê?

– Era o que minha esposa acreditava. Por isso fomos atacados. Chegou uma pessoa falando que era imune. Ela disse que foi mordida e não tinha sido transformada. – ele disse agitando as mãos. – Eu tentei falar para ela, mas não consegui. Os outros deixaram eles entra, mas algumas horas depois as coisas foram para o espaço. Eu juro, juro mesmo, que tentei salvar as pessoas, mas não deu. Eu tentei fazer com que as coisas certas, mas não deu. A mulher que afirmou se imune, foi mordida e morreu dois minutos depois entra. Os exames dela nada tinha de diferente dos nossos, mas o seu não. O seu é diferente. Se conseguimos conseguir sair daqui, vamos conseguir descobri a cura. Eu acredito que com você podemos conseguir a cura.

– Não temos tempo. Se quiser vim, que venha. – ela disse pegando mão de Carl com a mão livre e começou a ir em direção a saída.

– Eu vou ficar. – Jacque disse. – Sem dor, sem mordida, sem medo.

– Tem certeza? – Rick perguntou parando olhando para ele.

– Sim. Eu nunca serei um deles. – ela disse.

– Eu vou ficar também. – Carlo disse. – Sem dor.

Rick concordou e começou a correr para a saída. Todos entraram no elevador e esperaram chegar em cima. Assim que isso aconteceu. Os homens saíram correndo na frente. Eles tentaram abrir as portas, as janelas, mas nada dava resultados.

– Não vamos consegui. Isso foi feito para ser indestrutível. – Edwin disse olhando para todos.

– Rick, eu tenho uma coisa que pode ser útil. – Carol disse mexendo na bolsa.

– Carol, acho que uma lixa de unha não vai nos ajudar agora. – Daryl disse pegando a arma.

– Em sua primeira manhã no acampamento lavei seu uniforme. – ela continuou falando sem dá atenção a Daryl. – Achei isso.

Ela tirou uma granada da bolsa e entregou nas mãos do xerife.

– Obrigado. – ele disse olhando para os outros.

Ally correu e fez Carl se deitar no chão ao lado dela e usou seu corpo com escudo para o dele. Os outros fizeram o mesmo. Rick destravou a granada e começou a correr.

– Oh, merda. – ele gritou.

Ele não chegou a tempo, a granada explodiu o fazendo voar.

– Rick, você está bem? – Ally perguntou se levantando.

– Sim. Vamos. – ele disse pegando uma bolsa e correndo para a janela.

Ally foi a primeira a passar junto com Carl. Os outros veio logo atrás. Ally esperou Rick passar na frente e foi com Carl. Ela pegou sua espada e se preparou, mas os homens estavam cuidando dos walkers. Ela correu para o trailer que estava mais perto e fez Carl entra. Rick foi o último a entrar depois dos cachorros. Ele fechou a porta e correu para o volante.

– Espera, olhe. Andrea e Dale. – Ally disse apontando para a janela destruída. – Não vai dá tempo.

– Para trás. Todos. Vão. Se abaixem, todos para baixo. – Rick gritou apontando para eles.

Ally empurrou Carl e fez o que Rick mandou. Eles ficaram parados e esperaram a explosão. Foi alta e rápida. Assim que o prédio começou a cair, eles levantaram. Ally se sentou no chão e apenas olhou para o reflexo da explosão. Com certeza ela não queria ver aquilo. Naquela hora, Andrea e Dale correram para o trailer. Glenn abriu a porta e começou a gritar para eles irem rápido. Rick ligou o trailer e eles saíram de lá.


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