Por Eduarda

Ha exatamente uma semana atrás nasciam as duas coisinhas mais lindas da minha vida. Hoje nós recebemos alta e assim que eu terminar de me arrumar voltaremos para casa. Alfredinho e Martinha já pegaram o peso necessário e eu estou quase cem por cento recuperada, ainda sinto algumas leves tonturas quando levanto rápido e os pontos da cesariana doem, mas logo isso passará.

DU: Pronto, terminei, já podemos ir.

JL: Calma Mores, o medico tem que entregar sua alta.

DU: Ai que enrolação, quero ir para casa.

JL: Só mais um pouquinho.

DU: Só vou parar de reclamar porque estou muito feliz de estar podendo ir para casa com minha família completa.

Pego Martinha no colo e me sento com ela, o medico já havia me alertado sobre ficar os pegando e andando muito, como eu ainda tenho algumas tonturas. Apesar de eu já me sinto muito melhor.

Estou distraída com Lucas e meus filhos quando meu medico entra.

Dr. C: Com licença.

DU: Toda.

Dr. C: E então, preparada para ir para casa?

DU: Você não sabe quanto.

Dr. C: Vim para avisar que você já está liberada. Fique sabendo Eduarda que fiquei muito feliz pela sua recuperação. Acompanhei sua gravidez desde o começo e sei o quanto foi difícil.

DU: É... Mas estamos todos bem agora, muito obrigada doutor.

Ele faz um sinal com a cabeça e depois fala.

Dr. C: Só mais uma coisa, as partes chatas sempre ficam para nós médicos avisarmos, mas, Eduarda teve uma cesariana, não se esqueçam de sua quarentena! Já faz uma semana que eles nasceram então, mais trinta e poucos dias e você poderá voltar para suas atividades normalmente, antes disso é recomendado que não.

JL: Tudo que for necessário para que ela tenha uma excelente recuperação será feito.

Dr. C: Que bom! Então é isso

DU: Ai como eu não via a hora de voltar para minha casa. - Nós rimos e logo após continuo. - Tchau doutor.

Dr.C: Tchau!

Com a ajuda de Lucas colocamos nossos filhos no bebe conforto e vamos para nosso carro. Eu queria ajuda-lo, mas ele não deixou, pegou as bolsas e as pendurou nos ombros e as cadeirinhas de Alfredinho e Martinha levou uma em cada mão. Ele tinha pensado em tudo, lembrou das cadeirinhas, ele estava muito responsável.

Assim que entramos no carro falo.

DU: Nós mudamos tanto né?! Criamos responsabilidades, passamos por tantas, até esqueço que somos tão novos.

JL: É verdade né Du? Nós somos tão novos e olha, estamos casados, temos dois filhos lindos. A meses atrás nunca acreditaria nisso se alguém me falasse que iria acontecer.

DU: Nem eu... Nem eu!

No caminho nossos filhos acabaram adormecendo, logo chegamos em casa, ele sai do carro primeiro e pede para Rosa vir nos ajudar. Assim que ela vem me da um abraço e fala.

RO: Que bom que está de volta. - Temos uma relação muito boa.

DU: Senti saudades!

Ela pega as bolsas e eu e Lucas entramos com os bebes. Era muito engraçado o jeito que Lucas segurava nossos filhos, parecia que ele morria de medo de deixa-los cair.

Assim que entramos me sento no sofá e Rosa fala

RO: Bem que o seu Lucas falou, eles são muito lindos, dois anjinhos.

DU: São mesmo. - Ela fica os observando um pouco e depois fala.

RO: Posso segurar um pouquinho?

DU: Mas é claro!

Ela segura um pouco Alfredinho e depois Martinha. Quando os devolve, Rosa sobe com nossas coisas e Lucas fala.

JL: Du ainda não está na hora deles mamarem?

DU: Já está sim, vamos lá comigo? No quarto deles?

JL: Ah então, eu resolvi colocar o berço deles lá, para pelo menos no começo, não termos que ficar acordando no meio da noite e ir ate lá.

DU: Os dois berços couberam lá?

JL: Até caberia, nosso quarto é enorme, mas daria muito trabalho, foi eu e a Rosa quem o montou lá imagina?! E se eles dividiram até a placenta vão poder dividir o berço um pouco. - Dou risada e depois falo levantando e indo até ele.

DU: Esse meu marido pensa em tudo! - Ia dar um beijo nele, mas Martinha que estava em seu colo começa a chorar. Rimos e continuo. - Acho melhor irmos logo, eles não gostam de esperar.

Subimos, alguns pontos em minha barriga incomodaram enquanto eu subia, mas não é nada insuportável. Assim que entramos em nosso quarto me sento em uma poltrona e começo a alimenta-la, depois de pouquíssimo tempo que ela mamava Alfredinho dessa vez passa a chorar.

DU: Ele deve estar com fome também. E agora? Me de ele aqui. - Eu já ia tirar Martinha, fico desesperada ao ver algum deles chorar mas Lucas fala.

JL: Ela também vai chorar, não mamou o suficiente. Vou pegar uma mamadeira.

DU: Não tem leite tirado Lucas, como vai dar mamadeira?

JL: Ah... E a gente faz o que?

DU: Me da ele, vou dar para os dois juntos.

JL: E da para fazer isso?

DU: Vamos conseguir. Me ajuda aqui.

JL: Tá.

Ele vem e me ajuda e então consigo amamentar meus dois filhos ao mesmo tempo.

JL: Du, estou vendo que você será uma super mãe.

DU: Ah, quem dera. Se eu for uma boa mãe já ficarei muito feliz. Sabe Lucas, às vezes tenho medo de fazer tudo errado.

JL: Eu sei que não vai fazer.

Fazemos nossos filhos dormirem, o que alias eles adoram fazer, e depois disso Lucas vem por trás de mim e fala me agarrando.

JL: Eu esta com tanta saudade de te abraçar, te beijar. - Ele fala isso passando seus lábios pelo meu pescoço.

DU: Eu também. Não conseguíamos dar um beijo que entrava alguém naquele quarto.

JL: É verdade, mas aqui não entra ninguém!

Ele me vira para ele, pois ate então eu estava conversando de costas para ele olhando nossos bebes. Damos vários beijos rápidos ate que ele me surpreende com um beijo que a muito tempo eu não ganhava. Assim que desgrudamos nossos lábios falo.

DU: Lucas olha lá em?! Quarentena lembra?

JL: Claro que eu lembro, não esqueço coisas chatas assim. - Nós rimos e ele prossegue - Só quero dar uma namoradinha. Sem safadezas. - Diz ele entre risos. - Ficar agarradinho...

Depois de mais alguns beijos vamos para a cama e ficamos lá trocando algumas caricias.

Ficamos um bom tempo assim, agarradinhos e, só saímos desse momento, pois nossos filhos acordam e nós levantamos para pega-los.

JL: Será fome de novo?

DU: Acredito que não, Mores, se eles comeram eles tem que soltar né?!

JL: Putz, é mesmo. - Fala entre risos.

Nos levantamos e constatamos o obvio, eles estavam todos sujinhos. Começo a troca-los enquanto Lucas observa, ele não faz direito isso, tem que aprender.

Assim que ele senti o cheirinho das fraudas dos bebes ele fala.

JL: Nossa nunca tinha percebido que essas criaturinhas tao lindas eram capazes de produzir coisas tao fedorentas assim.

DU: Também ne, lá no hospital quem trocava eles eram as enfermeiras, agora que vamos sentir.

JL: Ta ai a parte ruim de ser pai.

DU: A parte ruim e que infelizmente você mais vai ajudar. - Dou risada e ele também.

JL: Não faz mal, só por ser deles vou amar esse fadozinho.

DU: Não é pra tanto também.

Termino de troca-los e com a ajuda do Lucas fazemos eles dormirem novamente. O Lucas me ajuda muito e, isso é ótimo.

O dia passa rápido e entre algumas amamentações e trocas de fraudas a noite chega, estamos aguardando o jantar ficar pronto sentados na sala, na TV passa algum programa gastronômico que mal presto atenção.

DU: Acho que vou lá dar uma olhadinha neles, vai que acordaram, ou estão chorando.

JL: Relaxa, nós trocamos eles já agora a noite e, se chorarem vamos saber, a babá eletrônica está ligada.

DU: É, você tem razão, é que eu fico preocupada.

JL: Não tem... - Ele ia falar mais alguma coisa quando seu celular toca e ao olhar no visor fala. - Calma ai, é a dona Marta.

Ele atende e não presto muito atenção no que ele diz, só sei que confirmou algo para ela. Quando ele desliga fala.

JL: Ela vai vir jantar aqui, quer ver os netinhos.

DU: Já tá com saudade? - Falo fazendo graça.

JL: Pois é, esses dois viraram os xodós dela.

DU: Eu fico não feliz em saber que eles são amados por tanta gente.

JL: Ah, eu também.

Ficamos a espera de Marta que não tarda muito e logo chega.

Quando ela toca a campainha Lucas vai atendê-la.

MM: Olá meu filho. - Eles se cumprimentam com um abraço, eles se aproximaram muito nesses tempos. Assim que entra e Lucas fecha a porta ela fala. - Como está minha querida? Como foi a volta?

DU: Estou bem, mal sinto incômodos nos pontos da cesariana.

MM: Já se acostumaram com essa vida de trocas de fraudas?

JL: Acho cedo para dizermos isso. - Lucas fala risonho.

DU: Mais uns dias e vou troca-las de olhos vendados.

JL: Quem trocava eles lá no hospital eram as enfermeiras né?! Agora que estamos sentindo o drama.

MM: Eu achava ideal vocês passarem os primeiros meses lá em casa, para que pudéssemos ajudar vocês.

JL: Mãe, já falei que não tem chances disso acontecer.

MM: Tá, eu sei, só falei que achava, - Ela enfatiza essa palavra. - ideal, mas vocês se recusam. Mas, acho que vocês devem contratar babas, já ate falei com algumas que conheço. - A mais ela não perde essa mania de querer ter o controle de tudo.

DU: Não quero babá, eu dou conta deles!

MM: Você depois vai trabalhar como vai ser?

DU: Eu não vou trabalhar por um tempo, assim que a licença acabar vou pedir demissão.

JL: Vai? - Pergunta Lucas animado.

DU: Vou. Quero cuidar dos meus filhos pelo menos por um certo tempo, só eu, quero fazer com e por eles tudo que não fizeram por mim. Não vou contratar babás, fora que tem o Lucas, a Rosa...

MM: O Lucas vai voltar a trabalhar daqui pouco mais que um mês.

DU: Mesmo assim! - Falo já um pouco mais brava.

MM: Se é assim né?! - Ficamos alguns segundos em silencio e ela logo o quebra dizendo. - Cadê eles? Quero ver meus anjinhos, minha Martinha.

JL: Estão lá em cima, vamos lá.

Uma coisa era certa, ela tinha ficado muito feliz com os nomes dos bebes, quando contamos a ela, foi nítido sua alegria e ela gostava muito dos dois!

Ela vai ver meus filhos junto de mim e de Lucas, depois jantamos os três juntos, em um clima mais amigável e após isso ela vai embora e é desse jeito que nosso dia acaba.