Por João Lucas

Ontem pela manha o medico da Du me falou que ela estava respondendo bem aos medicamentos, mas até agora, praticamente as 23:00 do dia seguinte nada aconteceu, ela ainda não acordou, os médicos só falam que tenho que esperar, isso é normal, mas não sei, tenho medo e se ela ficar semanas ou meses assim?

Meus bebes ainda sem nomes, estão muito bem, já ganharam algumas gramas nesses dois dias e se continuarem assim logo receberam alta, meu menininho ainda chora bastante durantes os períodos que está acordado.
Hoje mais cedo fui para casa para tomar um banho descansei um pouco mas não consigo ficar muito tempo longe da minha família.

Estou ajudando a alimentar meus pequenos, eles mamam de três em três horas e eu sempre que permitido dou de mama para eles.

EF: Eles são muito lindos, tenho que falar que são uns dos bebes mais lindos que eu já vi, geralmente são todos iguais mas os seus... São as coisinhas mais linda - Diz a simpática enfermeira que está me ajudando, ela deve ter a idade da minha mãe e pelo que conversamos já tem muita experiência, estou virando amigo dos funcionários do hospital já.

JL: Obrigada.

Ela sorri de leve e continuamos a alimenta-los.

Quando termino e estou voltando para onde eu ficava todos os dias, vejo que uma enfermeira e doutor Carlos estavam indo correndo para a direção da UTI, a Du não era a única paciente de lá, pois em um quarto ao lado havia um velho senhor, então logo me liguei que algo tinha acontecido com um dos dois, decido ir atrás deles, estou a alguns metros de distancia mas posso ver que o quarto que eles entram era o que Eduarda estava, corro ate lá e quando olho para dentro do vidro vejo que ela está com os olhos abertos, sem pensar duas vezes já invado a sala, mas sou convidado a me retirar pela enfermeira.

Ela acordou, está acordada, como estou feliz... Fico a observando pelo vidro de novo e percebo que ela estava falando algo. O medico sai de lá de dentro e me fala.

Dr. C: Como pode perceber ela enfim acordou, vou permitir sua entrada pois ela está perguntando muito por você, como essa área é um pouco perigosa, acompanhe a enfermeira que ela vai te dar uma roupa adequada para colocar. Faço o que ele pede, coloco uma espécie de capa verde que parece tnt, sei lá, isso não importava agora, o que realmente me importava era estar podendo ir vê-la. Passo álcool em gel em minhas mãos e entro lá, ela olhava para o teto e estava com a mão na barriga, a primeira coisa que faço ao entrar lá é ir ate ela e lhe deposita um beijo bem demorado na testa e logo em seguida falo.

JL: Meu amor, que medo que eu fiquei de nunca mais poder fazer isso. -

Ela sorri para mim, parece meio cansada, não sei bem e então fala.

DU: Cadê eles Lucas, eles estão bem?

JL: Eles estão bem sim, estão no berçário.

DU: Me conta tudo, como eles são, tudinho, - Ela está falando com certa dificuldade.

JL: Bem, eles são perfeitos, a menina parece tanto com você, - Prefiro não falar nada sobre nosso filho estar chorando muito, temos quase certeza que é por querer a mãe e ela ficaria triste. - Todos do hospital os acham lindos. Eles são saudáveis só estão aqui ainda porque nasceram um pouquinho abaixo do peso e, você na o estaria em casa conosco também, para dar de mama seria difícil.

DU: A quantos dias eu estou assim?

JL: Praticamente 3 dias... - Estou conversando com ela com as mãos sobre as dela. - Fiquei com medo de você demorar a acordar.

DU: Eu estava consciente de tudo, percebia quando tinha alguém aqui, quando falavam, mas era como se estivessem meio distantes sabe?! Eu queria abrir meus olhos, mas, era como se eu tivesse a necessidade de deixa-los fechados, como se não pudesse abrir ainda...

JL: Agora isso já passou, tudo já passou, os riscos, os bebes já estão ai, agora é só você se recuperar direitinho e voltarmos para casa, juntos.

DU: Queria tanto poder vê-los, pegar, amamentar, - Ela olha para baixo por um tempo e depois fala. - Vou me esforçar para melhorar o mais rápido possível

Eu ia falar alguma coisa mas o medico dela volta e fala:

Dr. C: Bom, você já o viu né Eduarda, agora ele terá que sair, para você descansar.

Dou um beijo na testa de Eduarda e o medico me olha com cara feia, acho que não era para eu estar fazendo isso.

Saiu do quarto feliz e viu para a recepção, estou tão mais tranquilo que encostando em um sofá dali mesmo acabo dormindo.
Percebo que ainda estou dormindo no sofá do hospital quando sinto que ha alguém me cutucando, então acabo acordando. Abro meus olhos e vejo que é uma enfermeira.

EF: Desculpe ter te acordado, mas é que o senhor virou a noite ai, vai ficar dolorido e, além disso, pensei que você gostaria de saber que a Eduarda está no quarto normal.

JL: Já serio?!

EF: Pois é. Durante a noite ela teve uma melhora surpreendente, estão acabando de transferi-la de quarto agora.

JL: Posso ir lá?

EF: Agora pode, se quiser pode passar o dia lá.

JL: Ai que bom.

Por Eduarda

A vontade que eu estava de ver meus filhos com certeza me ajudou, tive grandes melhoras nas ultimas horas e me colocaram em um quarto normal, estou me sentindo muito fraca ainda, mas já estava melhor do que ontem quando acordei.

JL: Posso entrar? - Era Lucas entrando no quarto.

DU: Sempre pode.

JL: Como é bom te ver assim mais rosadinha.

Dou um sorriso para ele e falo.

DU: Lucas, será que agora que estou neste quarto já posso ver nossos filhos? Não aguento mais esperar. Quero poder sentir eles.

JL: Eu quero muito também que você os veje logo. Posso falar uma coisa?

DU: Fala...

JL: Não quis falar ontem para não te preocupar, mas agora que você está aqui e já já vai poder vê-los, o menino, sente sua falta, ele chora de mais e ninguém consegue acalma-lo. - Meus olhos se enchem de lagrimas.

DU: É serio? - Limpo minhas lagrimas e falo. - Tadinho do meu pequeno. Lucas pede para traze-los aqui.

JL: Não precisa ficar assim não. Só falei para você saber como seus filhos te amam já. - Dou uma risada. - Eu vou lá pedir.

Ele sai do quarto, provavelmente foi à procura do medico para a sua autorização.

Depois de bastante tempo Lucas bate na porta e ao entrar ele fala.

JL: Preparada?

DU: Oh meu Deus, eles puderam vir?

JL: Aham. - Ele fala isso e termina de abrir a porta. Duas enfermeiras carregam meus bebes no colo, esperei muito por esse momento. O menininho está realmente choramingando elas trazem eles e ficam ao meu lado e então perguntam.

EF: Qual você quer pegar primeiro? - Não penso nem duas vezes e falo.

DU: Os dois, me de os dois aqui. - Não iria escolher entre eles.

Elas os colocam em meus braços, um de cada lado e apesar de não estar com minha força normal e os braços não totalmente fortes os seguro como se já tivesse pratica nisso, a sensação é inexplicável, nunca em minha vida senti tanto amor. Lucas está emocionado e eu também.

DU: Você também sentiu isso? - Ele me responde como tivesse lendo meus pensamentos

JL: Igualzinho. É genuinamente incrível.

DU: Sim. Lucas, eles são tão perfeitos.

JL: Eu não te falei?! Du, olha parra isso, ele não está chorando, ele só queria você!

Dou um beijo nas pequeninas cabeça de meus filhos.

DU: Parece ate que vão quebrar de tão frágeis.

JL: Eu morro de medo de segurar. - Diz ele entre risos.

EF: Bem Eduarda, chegou a hora de você amamentar seus bebes.

DU: Ai, eu não sei fazer isso.

EF: Nós iremos te ajudar. Vamos por partes, um por um. A menina mamou faz mais tempo então vamos dar preferencia sempre ao que se alimentou primeiro, depois você pega a pratica e conseguira dar de mama aos dois.

DU: Tá bom.

Ela pega o menino do meu colo e me ajuda a ajeitar a menina. Logo estou amamentando minha filha pela primeira vez, esse momento é magico.

Vejo Lucas pegar o celular e colocar em minha direção então reclamo.

DU: O que você tá fazendo? Quer dizer, o que pensa que vai fazer?

JL: Vou gravar esse momento incrível.

DU: Nada disso!

JL: Ah, só uma fotinho então vai?!

DU: Ai, tá bom vai.

Termino de dar de mama para minha pequena e troco de bebe. Assim que ele também termina, as enfermeiras falam.

EF: Nós vamos leva-los, mas logo mais colocaremos os bercinhos aqui no seu quarto.

Assim que elas saem Lucas fala.

JL: Sabe, durante o parto seu medico veio falar comigo.

DU: Sobre o que?

JL: Ele levantou a possibilidade de... - Ele faz uma pequena pausa - Algo dar errado e ternos que escolher dar preferencia na verdade, pela vida sua ou a dos bebes.

DU: É serio isso? E o que você falou na hora?

JL: Na verdade eu fiquei louco, minha mãe que respondeu.

DU: E o que ela falou?

JL: Que dessem preferencia a eles, na hora eu quase surtei, mas depois, ela conversou comigo e...

DU: Ela fez o certo, fez o que eu faria.

JL: Mesmo?

DU: É claro Lucas. - Neste momento tenho uma ideia. - Lucas, o nome deles? Você não chama eles pelos nomes. Ainda não escolheu?

JL: Não. Estava te esperando para escolhermos juntos.

DU: Acho que eu sei qual nome quero dar a menina.

JL: Já sabe? Qual?

DU: Quero que ela tenha o nome da sua mãe, pelo que ela vez por eles quando você não conseguiu se decidir e apesar da chatice, - dou risada e ele também. - ela se fez muito presente durante a gravidez, nos apoiou, ela teve nesse tempo a preocupação que minha mãe não tem comigo.

JL: Poxa, fico muito feliz com isso, mostra que vocês estão se entendendo melhor. - Ele vem ate mim e me da um rápido beijo e como isso é bom, depois pergunta. - E o menino? Vai se chamar como?

DU: Você escolhe.

JL: Ah, se é assim, quero que tenha o nome do meu pai, pode?

DU: Mas é Claro. Então nossos bebes já tem nome, Martinha e Alfredinho, serão pessoas de personalidade.

JL: Se depender dos nomes, serão mesmo.

Apos um tempo as enfermeiras trazem nossos bebes de volta com seus berços.
Agora iremos nos recuperar juntos e logo estaremos em casa.