Capítulo 8

...

Clarissa

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Estava nervosa e aquele som irritante do aparelho não ajudava em nada e sem contar das ataduras que estavam no meu tórax me incomodava de mais.

– Então podemos conversar little girl. – Repetiu mais uma vez a ruiva em seu tom irônico.

– Você poderia parar de me chamar de little girl primeiro. – Me assustei com minha própria voz ao perceber a quão rouca a mesma estava.

– Acho que não.

– Dá para parar Fênix que droga! – Pela primeira vez aquele que se chamava Mason se pronunciou e então eu fui flagrada pelos seus olhos fulminantes. – E você qual é sua relação com Jonathan Starck.

Sobressaltei-me ao ouvir aquele nome e então tudo que eu passei horas atrás veio em minha cabeça como um filme. Depois de um tempo calada resolvi me pronunciar para acabar com aquele silêncio agoniante.

– Faço-lhe a mesma pergunta, Mason não.

– Lhe garanto que você não está em condições de fazer perguntas. – Mas uma vez aquela ruiva falou ela pareceu pensar em alguma coisa para em seguida falar de novo. – Droga Mason temos que tirar ela logo daqui, eles vão querer recolher os dados dela.

– Merda, ok vamos logo com isso. – Falou se aproximando da minha cama e em seguida me pegando no colo, podia sentir seus músculos pelo tecido da T-shirt preta que ele usava e apesar de não ser tão definido isso só o deixava mais bonito “Mas que droga Clarissa oque você está pensando eles vão te raptar”.

Comecei me mover tentando sair de seu colo, isso não poderia acontecer eu nem sequer conhecia essas pessoas.

– Dá para você ficar quieta.

– Desculpa se isso te incomoda, mas vocês estão me raptando.

– Oque, cala boca estamos te salvando sua idiota. – Resmungou, ele parecia estar indignado pelo oque eu disse.

– Desculpa! Mas isso para mim é um sequestro. – O rebati mais uma vez.

Senti seus músculos tencionarem e a ruiva a frente que eu descobri que é apelidada de Fênix soltou um pequeno riso.

– Oque você diria quando buscassem seus dados e não achassem nada Clarissa Farchild e então tudo estaria acabado e o Starck te acharia em menos de um dia. – Suas palavras saíram cortantes, mas oque me surpreendeu foi ele saber meu nome e sobrenome.

Me remexi desconfortável em seu colo como ele sabia daquilo.

– Como você sabe...

– Isso não interessa agora quando sairmos desse hospital eu lhe explico tudo.

– Ok.

– Mas que merda de hospital grande cara. – Ouvi Fênix resmungar mais a frente.

Assim que saímos do hospital entramos em um mustang de 97 oque era bom, pois não chamava muita atenção em meio aqueles carros luxuosos.

– Próxima parada Manhattan. – A voz animada de Fênix se pronunciou mostrando o quanto ela estava feliz com aquilo.

Só ouvi isso antes de apagar no colo de uma pessoa totalmente desconhecida, mas que parecia exalar segurança pelo menos para mim.

Acordei com o ronco do motor do carro parando, estávamos em frente uma casa revestida com uma madeira tão polida que chegava a brilhar em frente havia uma pequena varanda com três degraus que davam acesso a ela e com duas colunas sustentando-a.

– Bem vinda à residência dos Lancaster little girl.

Ela provavelmente gostava mesmo de me irritar com aquele apelido ridículo, bufei assim que a ouvi falando aquilo. O nervosismo ocupava meu corpo de novo, tudo bem que aquele Mason passava um pouco de segurança e que seu ódio pelo Starck é evidente, mas não quer dizer que ele deixou de ser um completo desconhecido.

– Vai realmente ficar parada aí? – Sua era grave e ao mesmo tempo rouca daquelas que você acabou de acordar, mas continua bonita e isso me causava sensações que eu não poderia nem imaginar e muito menos sentir.

– Já estou indo.

Quando paramos em frente à porta de madeira ouvi uma voz muito familiar.

– Oque Liv está fazendo aqui, que droga ela não tem nada haver com isso. – Comecei a socar seu peito inutilmente, pois sabia que aquilo não fazia nem cócegas.

– Ó sim lhe garanto que ela tem muito haver com isso minha cara little girl ou se não por que ela invadiria a conta do Starck.

– Dá para parar de falar a merda desse apelido cara, ela invadiu porque eu pedi ok.

– Eu sei disso, mas isso quer dizer que ela tem potencial para coisa e então não podemos desperdiçar esse talento little girl. – Após terminar de falar isso ela abriu a porta de uma vez que chegou até fazer um grande barulho. – Zeke cheguei.

– Até que enfim. – Um cara alto apareceu na porta, ele deveria ter uns 1,89 alguma coisa assim, ele era moreno e seus cabelos ao contrário de Mason eram curtos precisamente raspados nos lados e com uma franja que provavelmente ele fazia um topete, além de seus olhos serem azuis e em seu lábio inferior possuía um pequeno piercing preto.

– Clary!

Após ouvir a voz de Liv, só senti seus braços me rodeando em um abraço apertado de mais para o estado que eu me encontrava.

– Liv...

– Ata me desculpa. – Percebi que ela ficou envergonha pela coloração vermelha que seu rosto ficou.

– Iremos conversar sim, mas primeiro vamos ajeitar as coisas de vocês. – Mais uma vez Mason interrompeu.

– Por que eu falaria alguma coisa para você?

– Simples o nosso ódio pelo Starck é igual e ambos queremos sua cabeça. – Fora a primeira vez que o moreno Zeke para ser mais exata havia se pronunciado.

– Oque me garante que vocês não são iguais ou pior que ele. – A ironia estava evidente em minha voz, quando aquela ruiva veio para cima de mim.

– Olha só little girl, eu sinceramente gostei de você ter enfrentado o Starck, mas isso não dá o direito de você nos julgar antes de nos conhecer porque de nosso passado só nós sabemos. – E já estava vendo o momento em que ela iria partir para cima de mim, quando Mason interrompeu tudo isso.

– Já chega! Fênix.

– Mimada. – Talvez aquele sussurro dela não devesse ter doido tanto como doeu, mas eu estava errada ao julgá-los e ela também ao dizer isso.

– Vem Clary eu vou te mostrar os quartos, eu posso te chamar assim né porque a Liv só te chama assim aproposito meu nome é Zeke. – Talvez Zeke seja o mais gentil dali.

Eu havia escolhido um quarto vermelho e branco, ele era simples, mas confortável possuía um guarda- roupa grande de madeira, uma cama king que era coberta por uma colcha vermelha com detalhes brancos com dois gabinetes um em cada lado da cama, além de possuir um banheiro.

– Ao terminar de se ajeitar dessa, Liv vai te ajudar.

– OK obrigado.

– Como você está Clary? Eu fiquei preocupada.

– Hey tá tudo bem, senti sua falta. – A abracei bem apertado, Liv não merecia estar nisso ela era uma boa pessoa. – Onde está Cristha?

– Fica calma ela está no quarto ao lado, estava muito cansada e apagou antes de você chegar.

– Tudo bem. – Murmurei pelo menos Cristha estava bem e sã e salva. – Eu vou tomar banho você pode descer que eu já vou.

– Tudo bem te espero lá embaixo.

Quando entrei de baixo do chuveiro e senti a água gelada cair em minha nuca para depois escorrer pelo meu corpo, eu percebi que no fim sempre estaria só.

Eu machuco tudo que eu amo, não posso envolver Cristha e Liv nisso elas são minhas “irmãs” não pode acontecer a mesma coisa com elas. Quando me dei conta lágrimas quentes e grossas caiam em meu rosto e eram disfarçadas pela água que caia.

– Clary iremos morar em uma casa bem grande né, bem grandona assim. – Abria os pequenos braços para enfatizar oque falava.

– Lógico Sas e seremos uma grande família a cima de tudo, agora vem tomar banho.

Quando eu ficava só era impossível não pensar nela, e em seus sonhos tão infantis, depois daquilo tudo eu não conseguia ver mais a vida em meus olhos e tudo que eu queria era vingança, Liv e Cristha amenizaram isso, mas não quer dizer que eu desisti.

Ao terminar o banho e sabia que tinha que enfrentar eles, era hora de conversar e saber oque eles queriam...