Maya

Meu dia começou uma merda. Na verdade sempre começa, por que eu tenho que acordar as cinco da manhã e cruzar com Mike no corredor. Mas hoje foi pior ainda. Caí de cara no chão.

Bom dia para você também Universo!

Levantei da cama e sentei na frente de meu computador. As coisas pareciam normais, as falsianes mandando indireta no face, fingindo amizades que claramente não existiam, até a cara de Mike aparecer na minha tela.

Mike:Vêm tomar café.

Maya:Me obrigue.

Mike:Tem waffle com Nutella.

Maya: Santa Porra guarda pra mim!

Estava chovendo, então eu nem me preocupei muito com minha roupa. Só coloquei um jeans meus coturnos. Tinha dormindo com um moleton do Bob Esponja - por que sou madura. Fui até cozinha e o que eu encontrei?

A DESGRAÇA DE UMA TIJELA DE CEREAL!

– Não acredito! Você me iludiu! - eu disse brava e lasquei um tapa no braço de Mike que estava deitado no sofá vendo Tv enquanto comia torrada.

– Sinta se feliz só por eu ter guardado leite para você, geral aqui bebe pra cacete.

– Ainda estou chatiada.

– Ooooh que pena.

Olhei pra ele emburrada.

– Se você pegar sua mochila agora, posso te levar para tomar café fora.

– Por que vai fazer isso por mim?

– Maya, querida, você não é a única a gostar de Nutella.

. . . .

– Meu Deus isso é muito bom! - eu falei lambendo a Nutella de cima dos meus Waffles. Mike não respondeu, estava no celular, peguei ele de suas mãos:

– Eita quem é a mina que você ta stalkeando? - rio divertida. A garota era loira de olhos verdes e aparecia sorridente e sempe linda nas fotos.

– Me devolve essa droga! - ele disse bravo.

– Keep Calm Little Brother. Fala! - eu repiti fazendo biquinho - Tia M sabe muito do assunto gartoas! Dãããã sou uma!

– Jura?

– Fala logo Mike! Ou eu vou gritar!

– Ah cala a boca Maya!

– 1.... 2.... 3..... AAAAAAAAAAAAAAH! Ele tapou minha boca:

– Cacete Maya!

– Vai me falar?

– Ok, ok. O nome dela é Katy.

– Acho que ela é da minha turma de Literatura! Ele bufa. Jake aparece, da "oi" leva Mike, me deixando sozinha na cafeteria. Uma garota senta a minha frente.

– Mas você é uma vadia burra mesmo! - Savannah sorriu para mim e mirou seus olhos azuis em minha direção. - Tão tolinha!

– O que você esta fazendo aqui?

– Ah, minha querida. Achou que não te achariam? Fala Sério M, não pode ser assim tão estúpida. -Ela riu e bebeu meu café. Savannah era a garota mais linda que eu já vi, loira, olhos azuis, alta, magra, sorriso encantador. Parecia legal. Mas na verdade era uma vaca louca.

– Nós não fizemos nada, Savannah! Foi você! Você fez aquilo! – eu estava ficando nervosa. As lembranças voltaram em minha mente. Não consegui mais puxar o ar para meus pulmões.

– Não consegue nem ao menos dizer não é mesmo? Não consegue nem se olhar no espelho e não se lembrar!

– PARE! - eu berrei e levantei.

Ela segurou meu braço:

– É só uma questão de temo até todos saberem, M! Seu amiguinhos, seus pais todos saberão que... – ela gargalhou.

– PARE! NÃO ENCOSTA E MIM! - eu sai correndo para longe.

O vento batia em meus cabelos e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Só parei quando comecei a sentir pontadas no tórax. Me agachei atrás de uma grande e velha árvore e levei meus joelhos ao meu peito. Balancei para frente e para trás. Eu podia ouvir a voz de S:

– Todos saberiam que você matou alguém.

Carrie

Eu não consigo dormir a umas duas noites. Minha briga com Amy, nossa briga de verdade, com direito a tapa e tudo mais, fleches daquela noite, da risada de Savannah e de Kimberly, do grito de terror do barulho surdo de um corpo colidindo com o chão. E então, o sangue.

Tome uma pílula, deixe isso para lá.

Peguei o potinho laranja. As pílulas eram redondas e brancas. E claramente não pertenciam a mim. Porém só de pensar nas cenas daquela noite. Prefiro ficar chapada e não sentir nada. Do que sentir isso.

Dois goles d'água, 5 bolinhas brancas. As coisas giraram e de repente o mundo estava mais colorido. Sai de casa. As pessoas pareciam mais felizes, como se a qualquer momento pudessem começar a dançar no meio da rua, que nem naqueles filmes que todo mundo gosta de assistir.

Eu corri e gargalhei, até que vomitei:

– Nossa, você está bem ,princesinha?

Cabelo espetado, olhos azuis, jaqueta de couro, moto. Phillip. Um dos macacos que andavam com Maya.

– Eu sou um princesa! Me de uma coroa! - eu disse saltitando e rindo, então cai pra trás e ele me segurou.

– Meu Deus garota o que você tomou?

– Ah sabe como é! As pílulas de felicidade! - eu ri.

– Venha, vou te dar uma carona. –

– Sim! Me leve no seu cavalo para longe disso! – eu me sentei na frente dele e coloquei o capacete.

– Vamos lá! – falei e batuquei no capacete dele.

Phillip sorriu. E deu partida na moto.

Eu estava totalmente fora de mim. Mas foi bom.

Durante aquele passeio de moto eu não senti nada além do vento batendo em meus cabelos, sem sentimento de culpa algum. Era apenas eu, uma moto, o vento e...Phillip.

Estendi meus braços. Eu sentia que podia voar. Não pulei é claro, por que acho que uma parte de mim ainda um pouco sã me fez Lembrar:

Se pular, é tchau tchau vida.

A moto parou. Estávamos em frente ao colégio:

– Podemos ir para outro lugar? – perguntei e fiz biquinho.

– Que lugar ? – ele perguntou.

Eu não conhecia ele. Só sabia que era amigo de Maya, o que não era exatamente algo atraente para mim. Mas ele estava lá, ele era incrível. E eu estava cansada. Não queria pensar em Cromos ou qualquer outra coisa que fossem dar na aula de Quimica:

– Qualquer um.

. . .

– Vai me dizer o que está acontecendo, princesinha?

Estávamos em um café. Ele era meio fora da cidade, era aconchegante, mesas de madeira, bebidas quentes e comidas doces. Prateleiras d e livros e músicas tocando baixo, mas suficientemente alto para você notar que quem quer que escolhesse as múscias, tinha bom gosto:

– Pra começar meu nome é Carrie e não princesa! – eu disse e bebi um gole do meu café. O liquido quente me deu uma sensação de acordar. O efeito passou.

– Eu sei disso, princesinha – ele comentou depois de morder um pedaço do croissant de chocolate que tinha pedido – Mas achei que era mais apropriado de chamar disso.

– Ah...você quem sabe...

– Então? Vai me contar o que esta acontecendo na vida de Carrie Scodelario?

– Por que eu deveria te contar os detalhes sórdidos de minha vida pessoal? – sorri.

– Por que não deveria? Te dei carona na moto, se eu fosse um assassino, você não estaria mais aqui. – eu ri.

– Ainda dá pra me matar e arrastar o corpo pra floresta!

– Droga! Como descobriu o plano inicial? – ele disse fingindo raiva.

– Ok, eu te conto.

Afundei no banco acolchoado.

– Eu briguei com minha melhor amiga, quero dizer...ex-melhor amiga. E foi feia mesmo...você...acho que você viu... – ele ascentiu. – é que eu tenho me sentido uma merda nesses últimos meses...e...lembranças...

Respirei fundo e contei. Com todas as palavras que eu conhecia. As sensações daquela noite, as risadas, a culpa e o medo tomando conta de mim.

Contei tudo que eu nunca tinha nem mesmo admitido para mim mesma, para um estranho.

Não um estranho qualquer! Para Phillip...

Ele me abraçou:

– Acho que você precisa contar para eles de uma vez. Eles merecem saber. – seus braços me envolveram. Sim, eu faria aquilo. Não agüentava mais.

– Me leva de volta? Tenho uma coisa para contar.

Maya

Carrie: Vamos contar td. Vc estava certa.

Maya: Tem certeza?

Carrie: S

Maya: C, Savannah me encontrou hj...

Carrie: OQ?

Maya: Acho que ela pode estar querendo algo...

Carrie: Puta que pariu! Lembra da ultima vez que aquela vaca quis algo?

Maya: Claro que SS

Da ultima vez. Uma garota perdeu a vida.

Autora

Maya e Carrie juntaram seus amigos, e ex-amigos, de certa forma todos lá ainda se importavam muito com os outros, por mais que negassem:

– Bom, o que foi? – Clary perguntou.

– O que é tão urgente assim? – Mike disse. Amy também estava lá. E carrie. Então a porra era séria por que as duas nem se olhavam desde a briga.

– Vamos contar para vocês uma coisa. E é por que confiamos em vocês. – Maya falou.

– Em todos vocês. – Carrie deu ênfase. A ex-melhor amiga levantou seus olhos para ela.

– Conte.