Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 9
II- Verdades ou Mentiras? -II




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II- Verdades ou Mentiras? -II

“Porque ninguém percebe que as mentiras não levam a lado nenhum?

Será que vou ter de bater em alguém para passarem a dizer a verdade?”

–Então. O que queres saber?

Estávamos sentadas na sala enquanto os rapazes tinham ido para a piscina. Eu ainda não sabia o que queria dizer. Eu ainda nem queria acreditar no que estava a acontecer.

–Eu não sei. Como eram eles?

–Bom, Dalila sempre foi uma rapariga muito mexida. Ela adorava correr! Lyon dizia que ela tinha de gastar as energias em alguma coisa. Ela sempre foi muito curiosa, também. Adorava aventuras! Ela atraia as pessoas sem querer. Já Lyon, era um pouco mais calmo mas com um coração enorme. Ele gostou de tua mãe mal a viu. Eles tinham sido amigos antes de se tornarem namorados, sabes? Era ele, Dalila, eu e Baltazar contra o mundo.

–Baltazar?

–Baltazar Pelvenar.

–O dono da Universidade Pelvenar?

–Esse mesmo.

Arregalo meus olhos.

–Uau. Eram assim tão amigos?

–Imenso. Fazíamos tudo juntos. Até que Lyon e Dalila começaram a namorar. Baltazar também gosta de Lila e isso mudou muita coisa entre o grupo. Antes mesmo de acabarmos a Universidade, Baltazar já nem falava mais connosco. Ele tinha ficado furioso com Lyon. Sentiu-se traído, mesmo que Lila nunca tenha gostado dele. Depois as coisas foram correndo. Lyon e Lila se casaram e Baltazar também. Eu casei-me com Eric, depois de andarmos durante 2 anos. Cada um seguiu seu caminho. Mas Baltazar nunca perdoou Lyon e Lila.

–Isso é que é obsessão. Mas agora faz sentido.- Comento em voz alta lembrando-me da conversa que ouvir de Baltazar Pelvenar e Sr. Theyler.

–O que faz sentido?

–Eu ouvi uma conversa entre o Sr. Pelvenar e o Sr. Theyler. O Sr. Pelvenar perguntou-lhe por mim, como eu estava. Ele aprecia bem interessado no meu bem-estar.

–Bom, talvez se tenha arrependido do que fizera a Lyon e Lila.- Judy diz entrelaçando as mãos.- Ele deve ter visto o quão és parecida com Lila e apenas juntou um mais um, assim como eu. Ele pode querer desculpar-se com teus pais, mas como eles estão mortos, ele desculpa-se através de ti. Cuidando e ti dentro da Universidade.

–É uma hipótese.- Assinto.

–Há ainda mais uma coisa que eu te quero contar.- Ela diz antes de se levantar até á estante e pegar numa caixa.

Volta para os sofás e se senta ao meu lado a abrindo.

–Estes são teus pais.- Diz abrindo um álbum e mostrando a rapariga loira da outra foto e um rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis.

Sorri-o acariciando a foto. Podia ser loucura, mas parecia que eu os conhecia de algum lado. Os sorrisos de ambos. Os olhos. Eu os tinha no escuro de minha mente.

–Tens o mesmo sorriso de Lyon.- Judy me diz me sorrindo e mordo meu lábio inferior.- Lila adorava quando ele sorria. Dizia que era um sorriso puro e doce. Sem mal. Sem dor. Apenas amor.

–Ela gostava mesmo dele, hem?

–Amava-o. Eles se amavam profundamente.

Ele passa as folhas do álbum até parar numa onde minha mãe, Dalila, sorria com lágrimas no rosto enquanto pegava num bebé.

–Está é Mila. Tua irmã.

Meu coração para com aquela pequena palavra. Olho a foto uma última vez antes de a olhar a ela.

–Irmã?

–Sim. Mila foi a primeira filha de teus pais. Foi a primeira alegria deles.

–Onde ela está?

O sorriso de carinho no rosto de Judy se vai enquanto passa a folha e acaricia a fotografia onde uma menina de cabelos loiros e olhos azuis sorria juntamente com um rapaz mais pequeno que ela de cabelos negros e olhos âmbares.

–Mila morreu no mesmo dia em que desapareceste. Ela tinha 8 anos na altura. Ela e Lucas, meu filho mais velho, eram grandes amigos, mesmo Lucas sendo mais novo. Teus pais ficaram destruídos nesse dia. Perderam suas duas joias preciosas. Dois dias depois, eles morreram.

Minha irmã morreu. Uma irmã que eu nem conheci.

Sinto uma mão em meu rosto e olho Judy que me sorria triste limpando minha cara. Lágrimas caiam seu eu ter dado conta.

–Mila era louca por ti. Quando nasceste, ela vivia te olhando. Era tão lindo de ver. O amor que tua irmã tinha por ti.

–Como… Como ela morreu?- Minha voz falha e sinto mais uma lágrima quente escorrer por meu rosto.

–Quem te pode dizer melhor o que aconteceu é Anthor. Ele é que sabe de tudo. A única coisa que ele me disse, foi que assaltaram vossa casa naquele dia e apanharam Mila. Mas que a pessoa que te levou, foi uma diferente. Não teve nada a ver com o assalto. Quando teus pais foram para te salvar, tu já não estavas lá.

–E meus pais? Como morreram?

–Eles desapareceram, um dia depois de tudo o que aconteceu. No dia seguinte, Anthor bateu á minha porta e disse que eles tinham morrido. Perguntei-lhe como e ele apenas me disse que fora num acidente de carro. Mas não acredito bem nisso.- Suspira virando a folha do álbum.

–Porque não?

–Lila e Lyon tinham muitos segredos com Anthor. Eles viviam cheios de segredos com aquele homem. Nunca entendi como podiam confiar em alguém como Anthor.

–Ele … fez algo contra eles?

–Não, querida. Anthor nunca lhes fez nada. Ele simplesmente era pai de um ser terrível.

–Quem?

–Baltazar Pelvenar.

Baltazar… Pelvenar. Então… se Baltazar estava de mal com meus pais, porque eles tinham segredos com o pai dele? Não faz sentido.

–Que confusão.- Digo e Judy assente olhando a foto á sua frente.

Eram ela, Eric, meus pais, Lucas, Mila uma criança de 1 anos e um bebé recém nascido.

–Nunca confiei no que Anthor me dissera. Sempre achei que havia algo mais. Então mandei Dave á procura de algo suspeito que cercasse seus netos e seu filho.

–Então porque vai chamá-lo para ele falar comigo, se não confia no que ele diz?

–Porque pode ser que a ti ele diga algo mais. Custa acreditar, mas Anthor via Lyon e Lila como filhos. Talvez se ele te reconhecer, ele diga a verdade sobre a morte de Mila, Lila e Lyon.

Ficamos em silêncio olhando as fotos. Ela sorria olhando as fotos de seus filhos. Havia algumas onde estava Mila pegando em mim com Lucas ao lado e o outro bebé que descobri ser Dave.

–Eu quero descobrir o que aconteceu com minha melhor amiga, Rose.- Diz quebrando o silêncio e a olho.- Quero descobrir a verdade e cuidar de ti como prometi no funeral de teus pais. Mas preciso de tua ajuda para isso.

–Pode contar comigo, Judy. Eu ainda… estou um pouco chocada com todas essas notícias mas… eu quero saber a verdade. Estou farta de mentiras. Nunca gostei delas.

–Muito bem.- Sorri abraçando-me e beija minha cabeça.- Mas primeiro, eu aconselho-te a falares com teus pais adotivos. Talvez eles tenham alguma informação sobre o teu desaparecimento e tu precisas de justificações.

–Sim. Preciso muito!

Voltei com Dave para a Universidade. O caminho foi mais longo que a ida para casa dele. Dave permanecia em silêncio, o que agradeci. Não queria falar. Tinha muito que pensar.

–Estás bem?- Dave pergunta enquanto caminhamos pelo recinto.

–Não estou morta.- Dou de ombros.

–Ouve.- Ele para e segura minha mão me fazendo parar também.- Sei que deve estar a ser difícil tudo isto sobre teus pais mas…pensa positivo.

–E qual é essa parte?

–Bom… tu sabes!- Diz esfregando a cabeça sem saber o que dizer e ri-o um pouco.- A parte positiva é que… tens outra família? Ou tinhas porque… sabes que mais, eu não sou bom nisto!

Ri-o e dou de ombros o olhando.

–Tudo bem, Dave. Não importa. Obrigado pela tentativa. E por teres feito com que eu soubesse a verdade. Se não fosses tu e os teus pais, eu nunca saberia de nada.

–Sem problemas, Rosy.- Diz sorrindo de lado tocando meu queixo.

–Aqui estais vós!- Ryo aparece e cruza os braços olhando de mim para Dave.- Estive á vossa procura o dia todo.

–Parece que nos encontraste!- Dave diz abrindo os braços com um sorriso enorme.- Parabéns, RyRy.

–Cala-te, Punckman.- Ryo ordena e Dave abaixa os braços com um beicinho que me faz rir. Mas calo-me quando Ryo me olha com os olhos cerrados.- Quero o meu livro.

–Livro? Que livro?- Dave pergunta sorrindo e reviro os olhos.

Rapazes mais idiotas.

–O meu livro, Dave. Dá-mo!- Ryo exige.

–Eu até te o dava, Ryozinho, mas acontece que eu não o tenho comigo então eu e a Rosy vamos continuar nossa caminho.

Dave põe o braço nos meus ombros e tenta puxar-me de volta para o caminho mas Ryo segura meu braço nos parando.

–Por falar nisso. Tu sabes que ela consegue ler o livro.

Franzo a testa. Eu consigo ler o livro? Eu consigo ler desde os 6 anos. Qual a novidade?

–Eu sei.- Dave assente sorrindo.

–Porquê?

–Queres que te diga o porquê?- Dave ri.- E se não me apetecer dizer-to?

–Sabes o que eu acho?- Ryo pergunta aproximando-se mais de nós me deixando no meio deles.- Acho que tu não sabes nem do que se trata aquele livro. Assim como não sabes o porquê de ela conseguir lê-lo.

–Oh sim? E como tens tanta certeza disso?

–Porque eu conheço-te, Dave. Tu não sabes no que te estás a meter e vais acabar por magoar os outros. Dá-me o livro e fica fora disto.

Eu olhava de um para o outro sentindo-me deslocada ali. A conversa deles era mais confusa que um teste de matemática. Tudo isto por causa de um livro?

–Sabes Ryo, eu admiro-te. A forma como parece que não te importas com nada. A forma como manténs esse ar de durão que não tem sentimentos. Mas parece que não é bem assim, não é?- Dave sorri.- Tu preocupaste até demais. O que achas desse sentimento? Preocupação. É lixado de lidar com ele, hem? Mas não é pior que o …

–Cala-te!- Ryo ordena furioso apertando mais meu braço.- Tu não sabes de nada então cala-te! Deixa os outros fora disto e mete-te na tua vida. Dá-me a porcaria do livro e desaparece!

–Ahm, eu estou aqui a mais? Eu posso ir se quiséreis.- Digo mas nenhum deles me olha sequer.

–Ela está aqui a mais, Ryo?- Dave sorri ainda mais.- Está?

–Cala-te.

Ryo aperta mais meu braço e gemo tentando livrar-me dele.

–Estás a magoar-me.

Ryo me olha e olha meu braço o largando logo de seguida. Ele me olha e olho em seus olhos. Tento ver algo neles mas não consigo. Dave ri e me puxa para fora dali quase me fazendo cair mas me segura antes de essa desgraça acontecer.

–Vamos, Rosy. O Ryo precisa acalmar-se um pouco.

Andamos um pouco e Dave não deixa aquele sorriso idiota e estranho do rosto.

–O que aconteceu ali?

–Não, Rosy.- Sorri mais verdadeiramente abraçando-me pelos ombros.- Não é nada com que tenhas de te preocupar por enquanto.

Dou de ombros ignorando-o a ele e seus pensamentos e vou para meu quarto. Sento-me na cama segurando meu celular. Inspiro e suspiro 3 vezes antes de mandar a mensagem a meus pais.

“Oi mãe. Oi pai.

Eu não sei bem como falar tudo isto mas eu preciso saber por vós que é verdade. Que tudo o que me disseram, é verdade. Que não estão me mentido. Vocês sabeis como odeio mentiras, então por isso mesmo, preciso de saber. Sois meus pais de verdade? Que sou adotada?

Se sim, eu quero que sabeis que vos amo na mesma de qualquer maneira. Apenas preciso que me digais a verdade. Por favor. Eu acho que mereço a verdade, certo?

Amo-vos, Rose.”

Agora, basta esperar.


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