Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 10
Sonho III- Amon


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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Sonho III- Amon

Tess me olhava com um sorriso bobo nos lábios. Era perturbador vê-la me olhar assim. E sabia que aquele sorriso tinha um motivo … e um nome.

–Tess, importas-te de parar com isso? Estás a assustar-me.

–O príncipe Dimbe Raz é bem bonito, não acha Princesa?

–Sim, e?

–Ele trata-a muito bem. Parece que gosta mesmo de si.

–Já chega, Tess! Não me interessam teus comentários absurdos sobre o quão belo é Dimbe Raz. Agora vamos. Dimbe está á minha espera.

Levanto-me da cama ouvindo imitar a minha voz com a última frase que dissera. Reviro os olhos sorrindo e caminho até ao salão grande.

Os faraós e Dimbe conversavam sérios na grande mesa de pedra. Haviam dois homens de pé atentos a tudo o que estes diziam. Parecia sério, e por alguma razão me preocupou.

–Venho em má hora?- Pergunto e todos se viram para mim.

Dimbe Raz é o único que deixa um sorriso escapar enquanto os outros se mantêm sérios e sem expressão.

–Tu nunca vens em má hora, minha querida.- Dimbe fala caminhando até mim e pegando minha mão a beijando de seguida.

–Estás ocupado? Podemos mudar o nosso passeio para mais tarde.

–Ora esta!- Seu pai se fez presente antes do filho poder falar algo.- Ide ao vosso passeio. Está um lindo dia para arejar. Precisais espairecer. Conhecer-vos.

–Mas se Dimbe Raz quiser, se achar inconveniente, ele pode ficar. Temos muito tempo para passear e o assunto que tratais parece ser sério.

–Não é nada que deveis vos preocupar, minha princesa.- Faraó, meu pai, me diz.- Dimbe Raz, está livre para ir se assim o desejar.

–Não desejo nada mais que passear ao lado de minha noiva.- Dimbe diz me olhando sorrindo.

–Se assim o deseja.- Sorri-o de volta.

Saímos da sala num silêncio quase mortal. Dimbe olhava cada pormenor ao seu redor com as mãos atrás das costas e a postura reta e perfeita. Digna de um rei. Mas eu não conseguia estar tão calma. Meu estomago borbulhava por saber mais.

–Dimbe, o que tratáveis ali dentro?

–Nada que devas preocupar essa tua cabecinha linda.

–É sobre as mortes?

Seu rosto se vira para mim, chocado.

–Como sabes das mortes?!

–Eu tomo atenção, Dimbe. Ontem falei com uma vendedora de tecidos e ela chorou pelo seu marido que tinha morrido sem ninguém saber como.

–Há sempre doenças nos ares.

–Fora esfaqueado até á morte. Isso não foi trabalho de uma doença! E Tess comentou comigo que uma família inteira foi vítima de esfaqueamento na aldeia. Alguém anda a esfaquear meus súbditos, Dimbe Raz. Eu quero saber quem!

–Princesa, eu sugiro que não fale de seus escravos tão intimamente, não cai bem.

Não cai bem?

–E o que acontece fora das paredes do palácio, deve ficar fora do palácio e de sua cabeça.

–Isso é um absurdo! Eu tenho direito de saber o que se passa! É meu povo! Minha função! Meu dever! Eles contam comigo para os proteger.

–Estamos fazendo os possíveis para os manter a salvo, Princesa. Você não tem o que se preocupar. Deixe seu pai e o meu tratar de tudo. Você é apenas a Princesa.

–Sou apenas a Princesa?- Pergunto parando de andar e o olhando chocada.- Sou a herdeira deste reino, Dimbe!

–É certo. Mas sou eu que comandarei tudo. Todas as ordens serão minhas.

Fecho meus olhos por um instante sentindo a raiva me preencher. Quando os abri, Dimbe Raz me olhava sem expressão alguma. Aquela velha regra de que apenas os homens podem governar me deixavam furiosa. Eu tinha tanto direito quanto ele! De meu povo, cuidava eu!

–Príncipe!

Não pode falar tudo o que queria a Dimbe, porque uma voz nos interrompeu. Olhei para trás de mim vendo um soldado caminhar até nós apressado.

–O que deseja, soldado? Não vê que estamos conversando?- Dimbe Raz fala ríspido e reviro os olhos cruzando os braços.

–Desculpe, Senhor. Mas está um homem lá fora pedindo clemência.

–Clemência para quê?

–Ele trás o filho nos braços. Está morto. Foi esfaqueado.

O soldado parecia lutar para dizer aquilo. Devia ser um dos soldados de Dimbe Raz, porque nunca o vira antes.

–E? O que esse homem quer que eu faça? Está morto. Não posso traze-lo de volta.

Olho Dimbe Raz em choque. Onde fora parar aquele homem amoro que tinha conhecido á uma semana?

–Pudemos não conseguir trazer a vida de volta àquele corpo, mas pelo menos a família dele merece uma explicação do que aconteceu. Pudemos realizar o funeral que merece. Alguma coisa! Nunca diminuiremos a dor que aquela família deve estar a sentir, mas honraremos a alma daquele ser.- Digo a Dimbe que me olha atento a tudo o que dizia.

Mas parecia que nada entrava naquela cabeça. Ao contrário do soldado que pareceu dar-se conta pela primeira vez que eu estava ali.

–Não devemos perder tempo com um mero audião, Princesa. É apenas um de muitos. Daqui a pouco teremos todo o reino á nossa porta para lhe fazermos um funeral!

–E então? Faremos os funerais que forem necessários! Há mortes a acontecerem, Dimbe Raz! E não estamos a protege-los!

–Estamos a fazer os possíveis para…

–E enquanto vocês ficais trancados discutindo o mundo lá fora não para. Quando ides fazer alguma coisa? Quando todo o reino estiver morto? E então? Governaremos o quê?!

–Lillistha, eu sugiro que vás para teu quarto. Continuamos o nosso passeio mais logo.- Ele vira-se para sair mas falo mesmo assim.

–E eu sugiro que faças alguma coisa quanto ás mortes, Dimbe Raz, ou não perderás só o teu povo, como também me perderás a mim.

O vejo parar mas me viro para o soldado que me olhava com a testa franzida.

–Leve-me até ao homem.

O soldado assentiu e o segui. Até sermos parados pela voz de Dimbe Raz.

–Não te atrevas a ir até àquele homem! Soldado, o expulse daqui imediatamente.

–Não!- Intervenho quando vi o Soldado hesitar.

–É uma ordem direta, Soldado!- Dimbe diz irritado olhando o homem ao meu lado que me olhou esperando ordens.

Sorri com isso.

–Estás no meu palácio, Dimbe Raz. Aqui quem diz as ordens, sou eu. Vamos, Soldado.

Seguimos nosso caminho deixando um Príncipe muito irritado para trás. Conseguia ver o Soldado me olhar como se tentasse ver alguma coisa.

–Diga-me o seu nome, Soldado.

–Amon Fourain, Princesa.- Diz lentamente como se esperasse que eu fosse rir a seguir.

–Muito bem, Amon. Conte-me tudo acerca das mortes.

–Com certeza, Princesa.


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