Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 5
II- Fuga pela cerca- II




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II- Fuga pela cerca- II
“Uma arma pode ajudar a resolver teus problemas,
mas nada melhor que uma cerca cortada para fugir deles.”

Airy ficou com as fãs de James e eu segui para o quarto. Estava cansada. Minhas pernas doíam. Deitei-me na cama mal entrei no quarto. Mas logo me sentei quando uma dor acertou minha coxa.
–Que porra?- Digo tirando o objeto que provocara tal dor.- O quê?!
Meus olhos se arregalaram vendo a pequena pedra brilhar.
–Como é que…
“-Ficarei ofendida se assim o fizer. É de coração que lho ofereço.
–Desculpe, mas não posso mesmo aceitar.
–Ei!- Olho para o meu lado e vejo Ryo.- Vais ficar aqui a fazer compras ou vens connosco?”
Será que foi ela? Mas não me ouviu a recusar? Tenho que falar com aquela mulher.
–Rosinha! Estás aí?- Oiço Airy perguntar e a porta se abre.
Olho para ela entrando com James Pelvenar atrás de si. Sento-me na cama com a pequena rosa ainda nas mãos.
–Tão bonita! Compraste-a?- Airy pergunta sentando-se ao meu lado contemplado a pequena rosa negra.
–Hmm… sim, foi…mais ou menos isso.- Murmuro olhando a rosa negra.
–Rose, quero apresentar-te o James Pelvenar, James, esta é a Rose Keith, minha melhor amiga de infância.
–Prazer conhecê-la, Rose.
–Hmm? Sim, pois. Airy, e vou ter de sair. Tenho uma coisa para resolver.- Digo levantando-me depressa e andando até á porta.- Não esperes por mim.
–O quê? Rose!
Fecho a porta e corro até ao portão principal. Mas estava trancado.
–Droga!
–Ainda mal começou e já a querer fugir?- Uma voz ri e olho para o lado.
Um rapaz estava sentado debaixo de uma árvore fumando. Seus cabelos negros brilhavam com a lua e seus olhos castanhos me olhavam divertidos.
–Hem?
–Não estás a tentar sair?
–Sim mas… eu não quero fugir! Apenas preciso sair por um pouco.
–Vens em má altura. Os portões já foram fechados e apenas abrem de manhã.
–É., já percebi isso.
–Mas, eu posso ajudar.- Acrescenta e o olho.- Se, e eu disse se, me fizeres algo em troca.
–E o que seria?
–Apenas uma coisinha. Mas digno-te depois. Queres sair? Eu tenho uma saída.
–Ok. Temos acordo.
Ele sorri e levanta-se deitando o cigarro ao chão e pisando-o. Aproxima-se de mim e estende-me a mão.
–Sou o Dave.
–Rose.- Digo aceitando sua mão.
–Prazer conhecer-te, Rosy. Vamos lá. Há! Só mais uma coisa. Se contares a alguém sobre a minha passagem, estás lixada comigo.
–Porque eu faria isso? Estás a ajudar-me!- Digo perplexa e ele sorri um pouco continuando a andar com as mãos nos bolsos.
–Vamos lá então.
O sigo pelo jardim escuro, mal vendo o caminho, apenas conseguia ver seu casaco branco. Estava tão concentrada no chão, para não cair, que nem reparei que ele parou e acabei trombando com ele.
–Au. Desculpa.- Murmuro esfregando minha cabeça e o oiço rir um pouco.
–Tudo bem. É aqui.- Ele aponta com a cabeça para um arbusto e o olho como se ele fosse louco.
–É um arbusto.
–Sim, mas atrás do arbusto…
Ele arreda as folhas e encontro uma parte da grade cortada. Sorri-o com entusiasmo.
–Espera.- Digo tirando o sorriso no rosto.- Isto não tem câmaras?
–Tem, mas esta parte daqui não. Eu verifiquei as câmaras de segurança antes de fazer isto.- Explica e assinto.
–E como tu conseguiste ter acesso às câmaras?
–Rosy, isso é uma coisa que nunca descobrirás e nem queres, acredita.
–Ok. Tu é que sabes.
–Vais demorar muito?
–Não sei bem. Vais esperar por mim?
Ele dá de ombros tirando mais um cigarro.
–Não tenho muito que fazer.
–Ok. Eu vou tentar não demorar muito.
Ele sorri e sai-o pela grade até ao deserto. Limpo meus joelhos e corro até ao mercado. Claro que a barraquinha não estaria ali, mas tinha esperança disso.
–E agora, hem, Rose? Não pensas-te nisto sua idiota.- Reclamo comigo suspirando.
–Precisa de ajuda, senhorita?
Olho para o lado e vejo uma mulher me olhando sorrindo. Usava uma túnica na cabeça apenas me deixando ver seus olhos e sua boca. Ela arrumava umas coisas da sua barraca.
–Sim. Sabe onde vive a senhora desta barraca?
–A Nahy? Sei, sim. Ela vive numa casinha aqui perto. Siga sempre em frente e vire á direita. E logo a primeira casa.
–Obrigado.
Corro até á bendita casa. Era apenas uma pequena construção. Uma espécie de apartamento, mas mais pequeno e todo desarrumado. A porta da entrada… bom, não havia. Segui pelo corredor escuro até á primeira porta e bati.
–Vou já!- Uma vozinha gritou e a porta se abriu revelando uma menininha de aproximadamente 8 anos.
–Olá.
–Olá.
–Não queria incomodar. Podes só dar-me uma indicação?- Ela assente e sorri-o.- Sabes onde vive uma mulher chamada Nahy?
–A vovó Nahy? Sei, sim. Todos sabem onde ela vive. São duas portas depois desta.
–Obrigado.
–Jalyu, quem é?- Uma mulher pergunta lá de dentro.
–Uma moça perguntando pela vovó Nahy!- Jalyu grita e aceno á menina antes de seguir até á porta indicada.
Bato á porta e demora um pouco, mas ela é aberta por um garoto de pele negra. Ele me olha confuso.
–Sim?
–Ah, a senhora Nahy vive aqui?
–Sim, algum problema?
–Não, apenas gostaria de falar com ela.
–Ela saiu, não faço ideia para onde foi. Ainda deve demorar.- Fala sonolento.
–Oh. Podias entregar-lhe isto por mim? Diz-lhe que agradeço, mas eu não posso mesmo aceitar.
Entrego-lhe a rosa e ele assente olhando o pequeno objeto.
–Posso fazer isso.
–Obrigado.
Despeço-me do garoto e sai-o o mais rapidamente possível dali. Precisava chegar á Universidade e rápido. Quando passo pela cerca vejo Dave sentado debaixo da árvore próxima.
Assim que me vê levanta-se deitando o cigarro fora.
–Fizeste tudo?
–Sim, obrigado, Dave.
–De nada, Rosy. Agora, quanto ao nosso acordo, preciso que apareças amanhã de manhã na biblioteca.
–Para?
–Saberás amanhã.- Me pisca o olho e vai me deixando confusa e curiosa ali especada.
Sai-o do jardim e caminho até ao dormitório. Assim que fecho a porta do grande prédio oiço vozes no lado de fora.
–Estás tudo resolvido?
–Sim, não há nada com que se preocupar, Senhor.
–Espero bem que não. Nada pode dar para o torto. Seria o desperdício de anos de busca.- Ouve uma pausa e espreitei pela vesga da porta.- E como está Rose Keith?
Eu?
–A Senhorita Rose? Bem. Não dá problemas e parece dar-se bem com as instalações. Algum problema que deva saber, Senhor?
–Não, nenhuma. Apenas mantenha a garota debaixo de olho e me diga se houver algo com ela.
–Com certeza. Senhor Pelvenar, posso perguntar-lhe algo?
–Diga, Theyler.
–Porquê o interesse com essa garota? É apenas uma garota.
–Uma garota. Ela é de facto apenas uma garota. – Fala como se relembrasse algo.- Mas isso é problema meu, meu caro.
–Com certeza. Desculpe, Senhor.
Eles continuam o caminho deles pelo pátio e eu entro por completo pensando. O que o Sr. Pelvenar queria comigo? Eu nunca dei muitos problemas para ele me colocar “debaixo de olho”.
Enfim.
Subi para o quarto. Airy dormia no sétimo sonho alheia a todos os problemas na minha cabeça. Pego meu pijama e vou até ao banheiro. Quando estou pronta volto para o quarto e deito-me na cama.
O sono não queria aparecer.
Aquela rosa negra ainda brilhava em minha cabeça e agora o Sr. Pelvenar preocupado comigo? Se é que ele estava preocupado.
Querem saber? Que se lixe.
Eu vou mas é dormir.


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