Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 2
I- Universidade Pelvenar -I




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I- Universidade Pelvenar -I

“As novidades são muitas, mas não sei se são todas boas.

Pode o mau tornar-se bom?”

Airy não conseguia parar de sorrir e eu ri-a com isso. Ela estava tão feliz, e esperava que isso durasse.

–Olha, Rose! É o rio Nilo!- Airy me abana e sorri-o olhando a água rodeada de areia pelos dois lados.

Pouco depois aterramos no aeroporto. Saímos até ao autocarro dos alunos da Universidade. Um grande autocarro amarelo sem teto. Haviam alunos de todas as culturas ali dentro. Seria um ano interessante.

O autocarro parou nos portões de uma enorme construção de pedra. O rio Nilo atravessava de um lado a Universidade. Era o paraíso!

–Juntem-se aqui, por favor!- Um homem pediu enquanto tirávamos nossas malas.- Boa-tarde, alunos. Eu sou o Sr. Theyler, vosso professor de História. O número do vosso quarto e o horário foi vos entregue no envelope, portanto, se todos sabem onde ficar, vou vos levar até ao prédio dos dormitórios. Arrumem tudo o mais rapidamente possível e encontrem-se comigo aqui mesmo no pátio. Entendido?

Todos assentiram e seguimos Sr. Theyler até aos dormitórios. Meu quarto e de Airy era o 46. A área das raparigas eram toda rosa. Havia uma pequena sala de estar com alguns computadores e sofás.

O quarto continua a ser rosa, com duas camas de colchas brancas, uma mesinha para casa uma, uma janela no meio, dois roupeiros e uma secretária com um computador portátil. Em vista, era bem simples.

–Estou a adorar isto aqui!- Airy grita de entusiasmado desabando na cama e ri-o pelo nariz arrumando minhas malas ao lado da cama.

–Bora. Sr. Theyler está nos esperando.

Ela levanta-se arrumando seu cabelo sempre sorrindo. Saímos do quarto com mais algumas garotas e seguimos até ao ponto de encontro.

–Estão todos? Muito bem. Vamos lá.

Sr. Theyler falava-nos sobre todo o campus. Onde estavam as salas, a cantina, o salão de festas…

–Chegámos. Estão todos esperando por nós.- Sr. Theyler fala entrando no prédio onde ficava o anfiteatro e o escritório do Sr. Pelvenar.

O anfiteatro era uma sala grande. Imensos alunos a preenchiam. Era incrível, e assustador ao mesmo tempo.

Sentei-me com Ary na fila da frente. O anfiteatro reluzia barulho e entusiasmo. Havia uma garota de cabelos castanhos encaracolados e pele negra ao meu lado. Seus olhos estavam fechados e ouvia música pelos fones.

–Silêncio, alunos!- Sr. Theyler pediu conforme um homem alto entrava na sala.

Sua postura era rígida e implacável. Haia uma aura negra naquele homem que me assustava. Seu fato azul-marinho era sob medida. Não havia um fio de cabelo loiro fora do sítio. E então seus olhos azuis gélidos.

–Boa-tarde.- O homem falou. Sua voz áspera e forte me fez tremer.- Para quem não me conhece, sou Baltazar Pelvenar. O diretor da Universidade Pelvenar. Aos novos alunos apenas tenho a dizer que é uma honra recebê-los, mas não se esqueçam. Todos estão sujeitos a perder a candidatura. Deveriam estar orgulhosos por terem o prazer de habitar nas nossas instalações. Aqui dentro, tudo será diferente. Apenas esperamos o melhor de vós. Não temos vagas par medíocres. Quero ver garra! Trabalho! Empenho! Quero falar com orgulho que sois meus alunos. Que estudastes na minha escola. Claro, que todo o vosso trabalho será recompensado. Os alunos antigos vos ajudaram no que poderem. Muitas visitas serão guiadas por eles. E todos vós, não se esqueçam, estão aqui para serem os melhores dos melhores! Apenas aceitaremos o excelente e não o bom! Por isso trabalhem! Lutem!

O anfiteatro foi preenchido de aplausos e ouvi a garota sentada ao meu lado bufar. Olhei-a e reparei que seus olhos já estavam abertos mostrando duas perolas castanhas-escuras.

–Sempre o mesmo discurso inspirador.- A garota revira os olhos com uma expressão de desgosto.

–Cala a boca, Ketbane.- Um garoto resmungou no banco de cima.

–Ele é pai do rapaz mais lindo da escola- Airy sussurra ao meu lado tirando-me da conversa do outro lado.- O nome dele é James. Á boatos de que ele chegará hoje para falar com o pai. E eu quero vê-lo!

–Porquê?

–Como assim porquê, Rose?! É o gato mais gato dos gatos. Não vou perder esse gatinho nunca! E tu vens comigo.

–Airy…

–Nem venhas! Tu vais e acabou-se. És minha amiga e as amigas apoiam-se.

–Tá.- Resmungo abaixando-me no banco.

Depois do discurso do Sr. Pelvenar fomos libertados. Airy me puxou para o quarto para se preparar para o “encontro” com o tal do James.

–O que achas que levo?- Pergunta-me deitando toda a roupa de sua mala ao chão.

–Sei lá. O que queres levar? Um vestido?

–Sim! É isso! Tenho o vestido perfeito.

Ela fica aprontando-se enquanto eu arrumo minhas roupas no armário. Assim que acabo me deito na cama ouvindo música. Airy aparece completamente pronta e maquilhada da casa de banho que ficava umas portas á nossa direita no corredor.

–O que achas?

Ela dá um volta mostrando seu vestido amarelo brilhante. Seus pés foram calçados com sandálias de salto laranjas e seu cabelo vermelho preso numa trança deitada pro lado.

–Estás linda.

–Obrigado, Rosita! Anda. James deve estar a chegar. Quero ser a primeira!

Ela segura meu pulso e me puxa com força. Assim que chegámos o helicóptero já ali se encontrava rodeado por garotas aos gritos.

–Lá se vai a ideia de ser a primeira.- Murmuro e olho Airy que cerra o maxilar.

–Tenho que chegar lá á frente.

–Boa ideia! Porque não fazes isso enquanto eu vou comer?

Viro-me para ir embora mas ela segura meu braço me impedindo.

–Nem penses. Tu vens comigo.

Reviro os olhos e a deixo puxar-me por entre aquelas garotas assassinas de ouvidos. Sinto a mão de Airy largar meu braço com força e olho para a frente não vendo seus cabelos vermelhos.

–Airy? Airy!

–É o James! É o James!- Uma garota grita emocionada ao meu lado e a olho estranhamente.

Garotas malucas.

Vendo bem, Airy estava com pessoas iguais a ela.

Afasto-me dali levando cotoveladas até finalmente conseguir estar livre. Suspiro aliviada e tento encontrar Airy, mas nada daquela desmiolada.

–Ela fica bem.- Sussurro dando as costas para o grupo e saindo dali o mais depressa possível. Minha sorte era tanta, mas tanta, que ao contornar o prédio vou contra alguém e acabo caindo ao chão.

–Estás a ir para o sítio contrário, garota.- Uma voz resmunga áspera e levanto meus olhos para o cara de cabelos loiros e olhos verdes.

–Não, eu não me magoei. Obrigado pela preocupação.- Digo sarcástica levantando-me e limpando minhas calças.

O oiço bufar e continua a andar batendo-me com força no ombro. Garoto idiota!

–Idiota!- Grito para as suas costas e continuo meu caminho até á cantina.

Pego um tabuleiro e o encho antes de me sentar numa mesa livre. A cantina estava praticamente vazia. A maior parte estava á volta do… Jason? Á que se lixe!

Olhava para a porta sempre que ela se abri-a. E nada de Airy aparecer. Uma sombra paira ao meu lado e olho para cima vendo a garota do anfiteatro.

–Posso?

–Claro.

Ela sorri e senta-se deitando uma revista na mesa.

–Eu vi-te no anfiteatro. Estavas ao meu lado, certo?- Pergunta e assinto.- Sou a Tassmira. Ou Tass. Como queiras.

–Rose.

–Prazer, Rose. Estás perdida?- Ego minhas sobrancelhas confusa.- Não estás atrás do James Pelvenar. Todas as grotas lá estão, e até rapazes. Vá-se lá entender o que aquele garoto tem. Quer dizer, para além do dinheiro.

–Minha amiga ficou por lá. Não me interessou muito. Apenas sobe da existência dele hoje.

–Eu conheço-o desde que vim para cá e ainda nem o conheço.- Fala descontraída pegando a revista.- Apenas o vi… o quê? Umas 3 vezes? Tento manter-me o mais longe possível da confusão. E aquele garoto apenas trás confusão.

–Há quanto tempo estás cá?

–3 Anos.

–E apenas o viste 3 vezes?- Sorri-o e ela dá de ombros.

–Sei tudo o que quero saber pelas revistas. E adivinha, não quero saber nada. Ele é apenas mais um playboy, rico e metido a mimado. Ele não é o único assim por aqui. Toma cuidado. Nem tudo são flores.

Fico conversando com Tass até ambas acabarmos de comer. Ela me mostra os locais mais uma vez, pois eu já me tinha esquecido, e voltamos para o dormitório.

Sento-me na cama com o pc e sorri-o vendo uma mensagem de meus pais.

“Ei, querida

Como estás tudo? Chegaste bem? Como é a Universidade? Estás a gostar?

Eu e teu pai estamos muito felizes por ti, não te esqueças disso, mas se quiseres voltar basta avisares que mandamos-te a passagem logo.

Só mais uma coisa, o Billy passou por cá hoje. Ele pediu-me para te dizer que quer falar contigo. Aconteceu alguma coisa entre vós? Ele não sabia que já te tinhas ido embora. Pensei que lhe tinhas contado.

Bom, isso é entre vós. Não te esqueças que te amamos muitos, meu amor.

Beijos,

Mãe e pai.”

“Oi, mãe. Oi, pai.

Eu estou bem. Correu tudo muito bem. A Universidade é ENORME, tínheis de ver. Estou a adorar tudo aqui, mas não pudemos mostrar muito entusiasmo, é apenas o primeiro dia.

Acho que por enquanto, eu vou ficar. Não me deitarei abaixo tão facilmente depois do trabalho que tive para conseguir este curso. Amanhã teremos a primeira visita. É só para conhecer os cantos, segundo o Sr. Theyler, meu professor de história.

A paisagem é linda. Queria tanto que aqui estivésseis.

Obrigado pelo recado do Billy. Vou falar com ele. Não aconteceu nada de mais, simplesmente acabámos e não consegui dizer-lhe quando me iria embora.”

E ele nem se interessou muito em ouvir-me.

“Eu também vos amo muito!!!

Não tenham muitas saudades,

Beijos,

Rose.”

Desligo o pc e Airy entra toda sorridente. Coloco o pc na cama e cruzo minhas pernas a olhando.

–Isto são horas de se aparecer dona Airelle?

–Desculpa, Rosinha, mas estive com James.- Canta desabando na minha cama.- Nem imaginas como foi! No meio da confusão, soltei tua mão e perdi-te. Fiquei desesperada a gritar por ti. Alguém me empurrou e cai no chão, bem na frente do James. Queria morrer! Mas aí, ele ajoelhou-se e ajudou-me a levantar. Perguntou-me se estavas bem e disse que sim. Ele disse que ainda bem, porque seria uma tristeza alguém tão bonito se magoar.- Suspira apaixonada.- As outras garotas ficaram me olhando com tanta raiva que eu queria desmaiar nos braços dele. Rose, ele levou-me a jantar com ele! Acreditas?! Eu jantei com o James! E foi tão romântico. Jantámos no quarto dele, que aliás, é muito maior que o nosso. Depois caminhámos pelo campus e ele me trouxe ao quarto. Foi um sonho!

Ri-o com sua cara de boba e lhe mando uma almofada.

–E nesse sonho esqueceste-te de tua melhor amiga. Obrigadinha, hem?

–Desculpa, Rose. Estava tão perdida nos olhos azuis do James que me esqueci de tudo por completo.

–Tudo bem. Desta vez passa. Vou vestir meu pijama. Estou cansada.

–Sim. Eu também. Quero sonhar com o James!- Canta correndo até ao roupeiro e ri-o a seguindo.

Pegamos nossos pijamas e saímos até ao banheiro com as outras garotas. Lavamos os dentes e voltamos para o quarto. Airy sorria com o olhar de raiva que as outras lhe deitavam. Eu não entendia minha melhor amiga às vezes. Como ela podia ficar feliz com aquilo? Primeiro dia e já com inimigas? Eu não conseguia!

Deito-me na cama e fecho meus olhos, deixando o cansado e a ansiedade me dominar.


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