Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 1
I- O Envelope Vermelho - I




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I- O Envelope Vermelho- I

A Luz brilha mais que a Escuridão.

Assim como o Destino sempre vence a Razão.”

-Rose!

-Vou já!- Grito descendo a escada correndo.

Eu vi o carteiro chegar. Vi minha mãe caminhar até ele, apressada. Vi o envelope vermelho que o carteiro carregava. Vi o carteiro acenar e ir-se embora. Eu vi tudo. Mas não tive coragem de descer, até á pouco tempo.

-E então?- Pergunto parando na escada e olhando minha mãe que me olhava sorridente.

-Chegou! Toma. Abre-o.

Pego o envelope e a olho, receosa. Ela estava tão animada, se eu não entrasse seria um sacrilégio. Principalmente, porque eu queria MUITO entrar!

Inspiro e abro o envelope vermelho. As primeiras palavras eram desnecessárias. Uma breve apresentação da Universidade. A mesma apresentação que li inúmeras vezes no site.

“A Universidade Pelvenar fora criada em 1957 pelo jovem Anthor Lorenzo Pelvenar, de 27 anos, com o objetivo de providenciar aos mais jovens a possibilidade de se tornarem grandes Arqueólogos. Seu sonho sempre fora descobrir pedaços dos nossos antepassados e com a ajuda dos melhores cientistas e arqueólogos, Anthor Perlvenar construiu seu maior sonho em pé até aos dias de hoje.

A Universidade Pelvenar é a melhor a nível mundial e com os requisitos mais elevados. Se o seu desejo é ser o maior arqueólogo dos tempos, inscreva-se e lhe prometemos experiências épicas no deserto escaldante da Índia.”

-E então? E então?- Minha mãe pergunta saltitando ansiosa e inspiro antes de começar a ler em voz alta o que importava.

-A Universidade Pelvenar, com o prazer e honra de seu criador, Anthor Pelvenar, aceita com admiração sua candidatura às suas instalações. Devemos recordar, que apenas os melhores dos melhores entram em nossas instalações. Esperamos a sua presença no dia 16 de Setembro… Ah, eu entrei!- Grito a última parte saltitando e minha mãe ri me abraçando.

-Parabéns, querida. Estou tão orgulhosa de ti.- Beija meu rosto.- Já sei! E se celebrássemos? Vou preparar um jantar especial.

-Ok, mãe. Vou ligar á Airy. Se precisares de ajuda grita.

Subo as escadas de volta e pego me celular da mesa da cabeceira. Deito-me na cama sorrindo de felicidade. Mas ainda precisava saber uma coisa antes de minha felicidade ser completa.

-Rosita!- Airy canta feliz e ri-o.

-Deixa-me adivinhar…

-Entrei!- Minha amiga grita impedindo-me de continuar e ri-o ainda mais.- Não acredito nisto, Rose. Eu consegui! Eu! Acreditas mesmo nisto? Ainda estou a sonhar.- Suspira.

-Sei como é. Eu também entrei!

-Sim, mas isso eu já esperava. Seu eu entro tu entras numa boa, Rô. Tu és a melhor nessas coisas eu então, desenrasco-me. Mas, o que importa é, que daqui a uma semana estaremos na índia! Na índia, Rose! Finalmente vamos embora desde fim de mundo!

Ri-o com o drama de minha louca melhor amiga. Conhecia Airy desde… sempre. Era minha melhor amiga, como uma irmã visto que nenhuma de nós tinha irmãos e nos sentíamos um pouco sós. Mas sempre compensava o tempo quando estava com ela. Mesmo que ela seja louca e que eu desconfie que a tia Brooke a tenha perdido no manicómio antes de a trazer para casa.

-Minha mãe vai fazer um jantar especial e estás convidada. A tia Brooke e o tio Lucas também.

-Ok, nós aparecemos, descansa garota. Vais convidar o praga do teu namorado?- Pergunta depois e um tempo.

-Ele não é uma praga, Airy!

-Rose, eu adoro-te, tu sabes que sim, mas ele é uma seca! Aquele garoto consegue ser mais aborrecido que as histórias de minha avó!

-Airy… Ele …- Suspiro quando não tenho argumentos.

-Vês?! Ele não é para ti, Rose. Tu és divertida, alegre, bem-disposta e ele um bebé que mal acabou de sair das fraldas. Francamente, nunca vi o que viste nele.

-Airy, ele é um bom cara.

-Tá, tá.- Sorri sabendo que ela tinha revirado os olhos.- Ele já sabe que vais embora?

-Não. Ia contar-lhe hoje depois do jantar.

-Como achas que ele vai reagir?

-Não faço ideia. Apenas espero que ele compreenda. Por mais que eu goste dele, eu preciso de um pouco de liberdade e … nunca desistira disto por ele.

-Exatamente! Manda-o ir catar charme em algum lado.- Minha amiga diz e reviro os olhos.

-Ok, Airy. Eu desisto. Vou ligar-lhe e convidá-lo.

-Tá. Falamos daqui a nada. Beijos, garota.

-Beijos.

Desligo e marco o número de Billy. Só esperava que pelo menos ele entendesse.

-Rose.

-Ei, Billy.

-Passa-se alguma coisa?

-Podias vir a minha casa hoje? Minha mãe vai fazer um jantar especial e precisava falar contigo sobre uma coisa.

-Jantar especial? Sobre quê?

-É exatamente por isso que te vou falar. Podes vir?

-Claro. Aí estarei.

-Ok.

Suspirei olhando meu quarto. Não havia muito ali. A maior parte das coisas já estavam embaladas, tudo porque Airy disse que tinha a certeza que iriamos passar e ordenou-me para começar. Assim poupamos tempo, segundo ela.

Agora, tempo? Tempo para quê? Ainda tínhamos uma semana para a viagem. Vai-se lá entender a cabeça daquela louca.

A única coisa que ainda estava na minha mesinha de cabeceira era uma fotografia comigo e com Billy.

Eu gostava de Billy. Ele era calmo. Um bom amigo… mas acho que não passava disso. Acho que confundi a amizade com amor. Acontece!

Á hora do jantar, eu já estava pronta. Meu pai cantarolava com minha mãe no andar de baixo me fazendo sorrir. Acabei de pentear meus cabelos e desci quando a campainha soou.

Sorri e logo fui abraçada por Airy e seu longo cabelo vermelho em chamas.

-Rosita, ainda não estou em mim!

-E alguma vez estiveste?- Pergunto rindo com seus pais e ela me empurra com o quadril.- Tia Brooke! Tio Lucas!

-Rosita, minha pequenita!- Tio Lucas diz me abraçando com força.- Como vai a minha flor predileta?

-Bem. Muito bem, aliás.

-Parabéns pela aceitação, Rose. Tu mereces.- Tia Brooke me diz com carinho e então olha de mim para Airy com um olhar de orgulho.- Merecem as duas.

-Lucas, Brooke! Entrem.- Meu pai aparece sorrindo e de braços abertos.- Hoje é dia de celebração.

-Assim é que se fala, homem!- Tio Lucas fala rindo.

Fico com Airy num canto a vê-los conversarem rindo. Eles eram grandes amigos, nisso não havia dúvidas. Assim como eram uns grandes malucos. Olho Airy que me olha de volta e então rimos nos abraçando.

Íamos para a Índia!

A campainha tocou minutos depois e minha mãe atendeu. Apareceu na sala com Billy e olhei Airy que me sorriu encorajando-me.

-Boa-noite.- Billy deseja cordialmente e recebe o comprimento de volta.

Levanto-me e pego sua mão o conduzindo até ao jardim. Sento-me num dos bancos do jardim e ele me segue.

-Então? Sobre o que é a celebração?

-Eu e a Airy inscrevemo-nos para a Universidade e fomos aceites.

-Sério? Isso é incrível!- Diz sorrindo apertando minha mão e sorri-o assentindo.

-Sim, mas Billy? A Universidade fica um pouco longe.

-Não há problema. Tenho carro.

-Sim, mas é que não conseguirás ir de carro.- O olho atenta á sua expressão e vejo seu rosto ficar confuso.

-Onde fica a Universidade?

-Bem… na Índia.

-Índia?!- Exclama chocado.

-Agra, basicamente.

-Estás a brincar comigo, Rose? Só pode né?- Ri nervoso e mordo meu lábio inferior.- Rose?

-Não estou a brincar contigo, Billy.

-Vais para a Índia?!

-Agra, basicamente.- Murmuro.

-Com tantas universidades pertos e incríveis, porquê escolher uma na Índia?

-Agra.- Corrijo e então suspiro.- Porque lá tem a melhor universidade de arqueologia do mundo.

-Não sabia que te interessavas por arqueologia.- Diz e abaixo minha cabeça.

Claro que ele não sabia. Afinal, o que Billy sabia sobre mim?

-Mas existem muitas universidades de arqueologia. Não precisas da índia!

-Preciso sim! É a melhor das melhores, Billy. Poucos lá conseguem entrar e eu consegui! Não vou perder esta oportunidade.

-Então vais? Assim, sem mais nem menos?

-Sim. Não vou mudar de ideias, Billy.

-Então para que me chamas-te aqui?- Pergunta levantando-se.- Se vais, porque não te limitavas a acabar comigo e a ir?

-Billy…- Sussurro suspirando.

-Eu vou indo. Preciso pensar.- Fala e entra em minha casa, nervoso.

Suspiro e o sigo sem muita vontade.

-Billy, já vais?- Oiço minha mãe perguntar mas Billy passa sem dar importância.

Chego á porta antes de ele a fechar.

-Billy, não vás assim!- Chamo e o vejo parar.

Ele suspira antes de se virar para mim.

-Se eu te pedir, tu ficas? Comigo?

Ele não entendia. Ele não entendia o quão importante aquilo era para mim. Era o meu sonho. E, por mais que goste de Billy, não o perderia por ninguém.

-Não.

-Então boa sorte na índia!- Fala antes de se virar e seguir pela rua.

-É em Agra.- Sussurro sem muito entusiasmo.

Sinto braços pequenos nos meus ombros e olho vendo os olhos castanhos de minha amiga. Ela me sorria um pouco e eu retribui instantaneamente.

-Ele é um idiota. E para além disso, vamos para a índia! Deserto. Calor. E, espero eu, muitos gatinhos se t-shirt. Não precisas daquele sem sal para nada.

-É. Talvez tenhas razão. E nós vamos para Agra.


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