Black Rose escrita por Cyn


Capítulo 11
I- A história -I




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I- A história -I

“Era uma vez a história da Confusão que se apaixonou pelo Não-Entendi-Mada.”

Acordei cedo nessa manhã. Quando voltei para o quarto vi a rosa em cima da mesinha de cabeceira e peguei nela. Ia levá-la só porque sim. Prendi-a em volta de meu pescoço e peguei meu casaco. Antes de sair, Airy acordou e me chamou.

–Onde vais?

–A casa de um amigo. Ele vive aqui perto.

–Demoras muito?

–Não sei.

–Ontem passaste o dia todo fora. Hoje também! Quase não estamos juntas, Rose!

–Bom, tu passas a maior parte do tempo atrás de James. Pensei que nem darias conta.

–Não sejas idiota. És minha melhor amiga, Rosinha.- Boceja esfregando os olhos.- Vê se voltas cedo. Quero matar saudades tuas.

–Combinado. Fazemos uma festa do pijama, que tal?- Ela sorri assentindo.- Também tenho coisas para contar. Nem vais acreditar. Bom, vou indo. Xau.

–Xau, Rosita.

Dave esperava-me ao lado de seu carro, fumando. Estava tão distraído olhando em frente que nem me viu aproximar.

–Pensando na morte da bezerra?- Pergunto e ele se vira para mim deitando fora o cigarro.

–Rosy! Bom-dia.

–Bom-dia. Vamos?

–Bora lá. Algo me diz que hoje promete.

Em vez de conduzir para casa, o que pensei que ele faria, ele conduziu até a uma mansão enorme. Os portões se abriram assim que Dave se apresentou e arregalei os olhos enquanto passávamos por um corredor de pinheiros.

Saímos do carro e quase parti o pescoço olhando o topo da mansão.

–De quem é esta casa?

–Anthor Pelvenar.- Dave fala ao meu lado e suspira me olhando.- Estás pronta?

–Não sei. Mas já não dá para voltar para trás.

–Bem-visto. Vamos lá.

Ele bateu á porta e um mordomo a abriu. Dave não teve tempo de dizer nada, pois logo ele abriu mais a porta apontando para uma porta. Dave dá de ombros e seguimos até á grande porta castanha.

–Chegámos!- Dave gritou abrindo a porta e arregalei os olhos rindo para a sua falta de educação.

Entrámos na sala e logo meu olhar caiu sobre as 5 pessoas sentadas nos sofás. Franzi a testa quando vi Ryo se levantando nos olhando com a mesma confusão.

–O que se passa?- Ele pergunta olhando o homem velho sentando na poltrona vermelha.

O mesmo sorri me olhando de uma maneira carinhosa e cheia de reconhecimento. Ele tragava o cachimbo a cada passo que dava com Dave.

–Sentem-se, meus jovens.- A mulher idosa nos fala sorrindo doce e olho Dave antes de me sentar ao lado de Judy que me pega na mão sorrindo.

–Parece que já cá estamos todos.- A mulherzinha diz pegando na mão de Ryo o mandando sentar-se ao seu lado.

Ele o faz, mas não deixa o olhar curioso e confuso sobre mim e Dave.

–Algo me diz que os pequenos já se conhecem.- A mulherzinha continua.- Sou Ludmila Pelvenar e este é meu marido, Anthor.

–Nós viemos aqui, porque queremos saber toda a verdade.- Judy diz.- Eu sei que me encheu de mentiras quanto á morte de Dalila e Lyon, Anthor. E quero saber o porquê. Não por mim, mas acho que Rose merece sabê-lo melhor que ninguém, como seus pais morreram.

Anthor deita a fumaça fora e me olha. Seu olhar era tão calmo que me admirava ele ser pai e avô de Baltazar e James.

–Concordo.- Anthor fala pela primeira vez. Sua voz forte mas fraca diferencia o silêncio estranho da sala.- Mas primeiro quero saber uns pequenos detalhes.- Ele dobra os cotovelos e os coloca nos joelhos.- Com quem viveste este tempo todo, Pequena Rose?

–Meus pais.- Digo sem pensar, mas logo me arrependo. Não eram meus pais, eu ainda os sentia como tal mas…

–Teus pais?

–Marcie e Daniel Keith.

Ele assente pensativo.

–Keith. Não conheço esse sobrenome. Nem ninguém que o use.

–Eles podem não ter nada a ver com o sequestro, Anthor.- Ludmila fala e seu marido assente.

–Talvez. Diz-me pequena, os Keith nunca te disseram que eras adotada?

–Nâo.

–Seria bom poder falar com eles.

–Anthor, não queremos que nos enrole. Caso os pais adotivos de Rose estejam ou não ligados ao sequestro dela, não explica como Dalila, Lyon e Mila morreram.- Judy entrevem.

–Muito pelo contrário, Judy. O principal objetivo disto tudo, é saber quem sequestrou a Pequena Rose. Temos de saber se foi a mesma pessoa que matou Mila ou se foi outra. Mas estou mais apto a aceitar que foi outra. Porque mataria uma e sequestraria a outra?

–Não assaltaram a casa deles, pois não?- Judy pergunta e Anthor a olha atentamente antes de suspirar.

–Vou contar-vos uma história, meus amigos. Mas primeiro quero que abram a mente. Principalmente tu, Rose. Afinal, são teus pais. Bom, Lyon descobriu uma gruta numa das suas investigações com a Universidade. Dalila, Lyon e Baltazar ficaram animados e passaram meses a revirar aquela gruta. Até que descobriram um pergaminho que explica que aquela gruta fora feita pela Princesa egípcia Lillistha para guardar todo o tesouro de seu reino e o seu poder. Baltazar queria esse tesouro e esse poder de todas as maneiras, mas estavam escrito no pergaminho que esse tesouro teria uma maldição. Dalila e Lyon desistiram de tudo e tentaram fazer com que meu filho também desistisse, mas foi em vão. Baltazar sempre foi ganancioso.

–E eu que o diga.- Ryo bufou e todos o olharam.

O que ele está a fazer aqui, mesmo?

–Baltazar fez de tudo para conseguir encontrar a porta da gruta, mas sozinho não conseguia. Lyon era quem tinha a sabedoria para ler os pergaminhos. Ele enfrentou Lyon e Dalila, mas ele se negaram. Baltazar insistiu tanto que Dalila e Lyon tiveram de vir até mim para parar meu filho com aquelas ameaças absurdas. Consegui pará-lo por 3 meses, mas depois ele voltou a ficar… louco.- Anthor suspira cansado passando a mãos pelos cabelos brancos.- Meu filho estava louco pelo tesouro. Um dia, eu, Lyon e Dalila fomos até á gruta para ver os progressos de meu filho enquanto Ludmila ficava com a pequena Mily, tua irmã. Se Baltazar queria sofrer as consequências da maldição, então assim o faríamos. Teus pais apenas queriam paz, Rose. Mily era pequena e tua mãe estava grávida de ti. Ela precisava descansar. Já tinha sofrido dois abortos antes de ti, e eles queriam muito que nascesses. Lyon conseguiu abrir a porta mas apenas chegámos a um corredor sem saída. Uma enorme porta de ouro se estendia á nossa frente nos impedindo de passar. Não sei bem como aconteceu, mas num momento eramos apenas três e depois …ela apareceu.

–Ela?- Dave pergunta confuso.

–Ela. Princesa Lillistha.

–A tal dos pergaminhos? Mas ela não devia estar, tipo, morta ou assim?- Dave interrompe de novo.

–Devia e estava meu rapaz.- Anthor concorda.- Foi o espirito dela que nos apareceu. A alma da Princesa nunca conseguiu ter paz. Ninguém sabe ao certo a história. E apenas houve uma pessoa a quem Lillistha confiou toda a verdade. Verdade essa escrita no livro. O livro que tu tens segundo Richard, Dave.

Olho Dave que revira os olhos e tira o livro da mochila que trazia.

–Tá, tá. Eu o tenho. Mas o que isso tem a ver com Rose? Ela é a única que o consegue ler. E quem diabos é Richard?

–Eu.- Ryo diz olhando-o com raiva e tanto eu quanto Dave assentimos compreendendo.

–Eu vou explicar tudo, Dave. Tudo a seu tempo. A Princesa nos avisou que se avançássemos mais seriamos mortos. Explicámos-lhe tudo acerca de Baltazar e a loucura dele em querer entrar na gruta. Ela nos fez prometer que nunca mais ali entraríamos ou seriamos mortos, então nos deixou ir. Mas antes disso olhou para Dalila e para o bebé que carregava no ventre. Lill sabia que o seu tesouro iria acabar por ser descoberto, e para que isso não acontecesse, pediu a Dalila se podia abençoar a criança que nascia do seu ventre. Dalila aceitou, desde que sua menina ficasse protegida de tudo. Com essa garantia, nós nos fomos. E a gruta desapareceu. Nessa mesma noite tu nasceste, Rose. No dia do Sol. Baltazar de alguma forma soube que nós conseguimos entrar e enfim, ficou louco.

–Meu filho mais novo estava destabilizado.- Ludmila diz triste.- Estávamos todos jantando em casa de Dalila e Lyon. Festejávamos o natal e o teu nascimento, Rose. Então, Baltazar entrou pelas portas com 5 homens atrás.

–Aquilo ficou uma confusão.- Anthor continuou.- Lyon pedia-lhe para se ir embora, mas Baltazar queria que o levássemos á gruta desaparecida. No meio de tudo isso disparos foram dados e Mily…- O velho homem suspira e me olha cheio de pena.- Lamento, Rose. Mila apenas foi levada no meio da confusão. Foi um acidente.

–Acidente?!- July exclama incrédula levantando-se.- Seu filho matou uma criança de 8 anos!

–Judy, calma.- Eric pede segurando sua mão.

–Não foi Baltazar que a matou.- Ludmila intervém.- Foi um dos seus homens. E ele foi punido por isso.

–Mas Baltazar foi o culpado!- Ryo retruca e o olho.

–Pela primeira vez concordo com o Richard.- Dave fala sem perder tempo de zoar Ryo.

–Baltazar é um homem influente. Nada lhe aconteceu.- Anthor diz.- Mas vou continuar a história. Lila correu para o andar de cima para ver de ti, Pequena Rose. E tu não estavas. Baltazar aproveitou isso e disse que, ou te levaríamos á gruta, ou nunca mais te voltaríamos a ver. Eu pedi-lhe que esperasse um dia, mas eles foram seu que eu me apercebesse. Quando fui atrás deles, Baltazar estava no lado de fora e a gruta toda destruída…com Lila e Lyon lá dentro.

–Foi Baltazar os matou! Matou Mila! Que mais? Também foi ele que levou Rose embora?- Judy grita.

–Não. Baltazar jurou que não tinha tocado em Rose.

–Mas ela desapareceu.- Ryo fala baixo e Anthor assente me olhando.- Então como está ela aqui?

–Isso eu queria que Rose me explicasse. Ao que parece teus pais são boas pessoas e não têm nada a ver com teu desaparecimento. Mas alguém te tirou daquela casa e te levou só Deus sabe para onde.

É, mas quem?


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