Ah Se Você Soubesse escrita por Ágata Arco Íris


Capítulo 7
Parem Tudo!


Notas iniciais do capítulo

Oi meus queridíssimos leitores!

Perdão os erros e assassinatos da língua portuguesa, e bora ler povo bonito.



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Hoje é quinta, estou um tanto triste porque sei que nos próximos três dias eu posso esperar morrer de cansaço, ou melhor, já estou cansada em demasia. Essa noite fui dormir já era de madrugada, era mais de 2:30 da manhã quando fui deitar, hoje iria ser final de temporada da minha série de tv favorita e teria dois episódios inéditos, a parte ruim era que iria passar lindamente às 0:30 da madrugada. Foi difícil, mas valeu a pena esperar, foi o final de temporada mais épico que eu já vi, fugiu totalmente das minhas expectativas e foi além do esperado. A parte ruim foi que custei a dormir depois, minha cabeça estava cheia de expectativas para a próxima temporada e acabei ficando agitada demais para conseguir dormir. O resultado disso tudo foi simples, custei a acordar hoje e ir para a escola, invejo aqueles que dormem só um pouquinho e já está bom para seu dia correr bem, eu não consigo isso nunca.

 Para minha alegria a treinadora marcou um treino a mais nesse sábado e todos os treinos dessa semana serão de duas horas, acho que tem gente que não gosta da felicidade dos outros. Sabe, tem uma viagem planejada desde o começo do ano para o Acampamento Vale do Sol há 170 quilômetros da minha cidade, nós alunos do segundo ano fomos ganhadores de uma gincana oferecida pela prefeitura da cidade, ninguém além de nós nessa escola teve interesse algum de participar então nada mais justo irmos só nós passar um final de semana no acampamento, pessoalmente eu nem gosto de acampamentos, mas já que ganhei vou aproveitar.

Acho que a treinadora deve ter ficado com raiva, escolhemos cinco professores para serem nossos tutores na viagem e não a escolhemos, na verdade são acompanhantes nossos, os termos para podermos viajar dizia que precisávamos do acompanhamento de professores, não reclamo, não vai me atrapalhar em nada mesmo. Eu já havia nadado uma hora sem se quer respirar naquele ritmo doentio que ela impôs a nós, quando deu uma hora de treino ela simplesmente virou-se para nós e disse que tínhamos cinco minutos para tomar água, custei a sair da piscina, minhas pernas e braço tremiam em espasmos musculares, sai andando parecendo um zumbi e fui beber água.

Eu estava passando pelo corredor, o bebedouro estava no final dele, detrás de uma pilastra vi Clarck escorado na parede, assim que me viu ele me puxou para seus braços. Meu namorado estava vestido com seu uniforme do time de basquete, devia ter acabado o treino naquele momento mesmo, estava pingando de tanto suor, sua roupa estava toda grudada em sua pele.

— Me larga Clarck, você está todo suado.

— Shh!! Se não a treinadora vai me expulsar daqui. E só para constar, você está toda molhada também, então não faz muita diferença, não acha?

— Clarck o que você quer?

— Conversar com você e se possível não quero ver sua treinadora, ela parece ter acordado com o pé esquerdo hoje, dei bom dia para ela e ela simplesmente disse vai tomar no.... Ela está o cão hoje.

—Eu quem diga, não estou sentindo meus pés até agora, estão formigando. Tpm é um elogio para esse mal humor dela.

— Eu queria te perguntar isso mais cedo, mas não te achei... Por que você está me evitando?

— Eu não estou te evitando, o que está acontecendo é que essa semana sempre que eu conseguia te ver você estava ou com raiva da sua irmã ou com o time de basquete, só não quis te perturbar mais ainda nos dois casos.

— De jeito algum você é um incomodo para mim. Então não é nada que eu tenha feito, é só isso?

— Claro, o que eu poderia dizer a mais que isso?

— Sei lá, vai que eu fiz alguma coisa que você não gostou e por isso está me evitando.

— Acho isso ridículo, aliás, se fosse o caso eu falaria na hora.

— Então está tudo bem?!

—Óbvio que sim.                     

—Sábado meus pais vão dar uma reunião de família lá em casa, você não quer ir me fazer companhia? É muito difícil suportar tudo aquilo sozinho, eu não tenho paciência para passar mais de três horas com minha família.

— Hum.... Vou pensar.... Tem comida?

— Claro que sim.

—Opa!! Já pensei então, se tiver comida eu vou sem dúvida.

Clark e eu rimos juntos da minha resposta, ele levantou meu queixo e me beijou, era impossível ver a mesma pessoa que eu via quando ele estava enfurecido, aquilo me deixou feliz.

— Então tchau gulosa.

Depois daquele pequeno momento de descontração voltei para a piscina e para a maratona daquela doida, assim que acabou eu saí da água e me joguei no chão, quando estava me levantando para ir para os vestiários a treinadora me parou e falou comigo sem olhar em meus olhos:

— Você vai fechar aqui para mim hoje.

—Professora, hoje eu não posso.

—Não é um pedido, é uma ordem. Não posso ficar nem mais um minuto nessa escola, hoje você terá de fazer isso por mim.

— Mas pro...Profe...Professora!!!

—Sem mais, você não vai morrer por isso, sabia?

Assim que a treinadora saiu de perto eu me joguei de novo no chão. Droga!Droga!Droga! Essa mulher só pode estar de brincadeira comigo, ela pediu isso mais que intencionalmente, só pode, isso é tudo conspiração do universo para que eu não descanse. Fiquei quase meia hora debaixo do chuveiro, doía tudo em mim, pode ser que o problema era e que estava fraca, mas o que ela fez com a turma foi maldade.

Quando saí do vestiário era quase cinco horas, eu olhei ao redor e só de pensar em ter que fechar todos as janelas, guardar todo material que os outros grupos haviam deixado de fora e depois ainda ter que ir a pé para casa (mesmo que perto) era desanimador.

Eu estava recolhendo alguns utensílios que o pessoal do Polo aquático usou e deixou jogado pelas escadarias (acho que foram eles mesmos), foi quando ouvi passos e vinham do corredor, parei de fazer o que fazia na hora na hora, logo depois ouvi uma risadinha feminina, desci para ver se não era uma de minhas colegas. Quando estava descendo as escadas esbarrei com Dara que vinha correndo enquanto olhava para trás, momentos antes do choque ela virou-se e olhou assustada para mim. Ela até tentou parar, eu tentei esquivar (com meus músculos já totalmente travados), mas acabamos trombando, ela caiu no chão e eu na escadaria. Dara levantou-se rapidamente, eu por lado não queria nem levantar, não tinha mais forças e estava com muita fome, por bondade a garota esticou o braço e me ajudou a levantar.

—Ai droga! O que você faz aqui Lily?!

—Eu te pergunto o mesmo, eu estava limpando aqui.

—Não sabia que você era faxineira.

—Mas eu não sou, foi a treinadora que me pediu para fazer isso.

— Eu estava esperando a piscina desocupar para poder nadar um pouco.

—Sinto muito, já vou fechar.

—Eita, já mudou de profissão, você agora virou porteira?

—Não, eu sou apenas uma aluna, mas a treinadora me pediu para fechar este lugar e eu não consigo sair deixando um lugar tão bagunçado assim.

Dara virou-se, olhou em volta e depois disse:

—Tem certeza que isso pode ser chamado de bagunça?

—Claro, está tudo jogado e fora do lugar.

—Ok maníaca por limpeza.... Se me dá licença eu vou nadar.

—Não vai, já disse que vou fechar.

— Eu iria dizer “Quero ver me impedir”, mas olhando bem para sua cara já vi que você deve estar morta de cansaço.  Por acaso não quer uma ajuda?

— Hã?! Não entendi.

— O que não entendeu? Eu só quero te ajudar.

Isso é algo raro de se ver hoje em dia, eu mesma não estava acreditando, mas ela estava dizendo a verdade. Passou por mim e foi recolher aqueles materiais que eu não havia recolhido, me ajudou a aguardar os materiais, a fechar as janelas, quando vi já havíamos basicamente acabado.

— Sabe, se quiser nadar eu te espero— Disse me sentando na arquibancada.

— Não obrigada, perdi a vontade e não quero ter que tirar todo esse metal do meu rosto, muito menos a lente, não quero que veja meus olhos.

—Ok, pode ir se quiser então. Eu termino sozinha agora.

—De boa, eu te espero. Já estou aqui mesmo, não custa esperar mais um pouco.

Fechei tudo e estávamos saindo quando Dara parou e ficou olhando estática para um armário com uma pichação onde estava escrito “ Amanda gatinha”.

—Lily, você estuda aqui há mais tempo, me responde uma coisa... Esse é o armário da Amanda Kittel?

— Sim, da princesinha em pessoa.

Eu fiz uma cara de desgosto quando disse o nome dela, Dara riu. Não sei o que ela iria fazer, só sei que pegou sua pasta e estava procurando algo. Dara ficou alguns minutos procurando algo e olhando desconfiada ao seu redor, ela pegou seu corretor ou errorex como eu conheço e pichou embaixo de “Amanda gatinha” a seguinte fase “ E daí?! Vai se fuder”.

—Sem câmeras, não há ninguém nessa escola. A menos que você me denuncie esse será um crime perfeito.

— Ha Ha Ha... Não tenho motivo algum para defender essa garota.

— O povo dessa escola é até legal, mas essa menina é uma praga, uma peste que caiu sobre mim.

PAARAA TUUDOO!! Eu acho que eu sei quem é a nova detestada da Princesinha mimada da escola, só pode ser a novata, olhando por esse ângulo tudo parece se encaixar. Nooosaa Seenhooraa! A Amanda estava com o olho esquerdo roxo hoje, certeza que foi briga.... Não acredito!!

 Ainda na quarta feira, ontem para ser mais exata (foi um dia longo), depois que saí do clube de xadrez fui para a diretoria entregar uma papelada que um professor havia me pedido, meu professor pode não ter me tomado o celular, mas me fez entregar uma pilha de folhas com pelo menos um metro de altura na secretaria, parece simples, mas demorou um pouco. Quando saí vi a Dara olhando as mãos e mexendo no queixo, como se tivesse fora do lugar e hoje de manhã apesar de ter chegado super atrasada eu vi a Amanda bufando de raiva e com olho roxo. Nada fazia sentido até agora pouco, mas as duas brigaram e isso é quase certeza.

—Foi você quem bateu na Amanda?

— Hã?!... O que isso lhe interessa?

— Tudo, aquela vaca me odeia e eu odeio ela.

— Foi sim, não sei por que ela me odeia, desde que a conheço só tentei ajudar, mas mesmo assim ela virou a cara para mim. Ontem a doida tentou me bater, mas acabou se dando mal.

— Não.... Acredito.... Nisso.

—Nem eu, mas é a vida e eu estou pouco me importando se ela é uma hipócrita e me odeia.

Depois daquilo não conversamos mais, quando chegamos à portaria nos despedimos e fomos cada uma para um lado diferente. Eu até pensei em contar aquilo para as gêmeas, mas para que? Além do mais, eu estava um bagaço e não conseguia pensar em outra coisa a não ser dormir, chegar em casa e dormir.


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