Ah Se Você Soubesse escrita por Ágata Arco Íris


Capítulo 6
A estranha novata


Notas iniciais do capítulo

Meus queridíssimos leitores voltei de novo para a felicidade de todos com mais um capitulo.
Perdoem os erros e assassinatos da língua portuguesa e boa leitura!



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Assim que voltei para casa peguei meu celular e liguei no celular da Magda, por sorte ela atendeu na hora.

[Lily]: Alô, Magda?!

[Magda]: Sim Lily, o que houve?

[Lily]: Amiga, diz que a Megan tá aí perto... Quero falar com as duas.

[Megan]: Eeehh.... Eu ouvi meu nome?! Oooiii Lily!

[Lily]: Que bom que as duas estão aí.

[Magda]: O que aconteceu?                         

[Lily]: Eu até agora não sei também, eu vi um bicho esquisito, aquilo não era um ser humano, podia ser qualquer coisa, menos humano.

[Magda]: O que houve? Parece até que você viu uma assombração.

[Lily]: Lembram-se da Dara, a Irmã do Clarck? Pois é, eu a vi essa tarde.

[Megan]: Que bom, como está àquela fofa?

[Lily]: Fofa?! A mulher tem uma cara de psicopata, tipo uma serial killer e você vêm me falar que ela é fofa?

[Megan]: Mas é sim, ela é loirinha, tímida... Ah ela sempre me pareceu um doce de pessoa.

[Lily]: Tudo bem, mas em primeiro lugar acho que a gente não está falando da mesma pessoa.

[Magda e Megan]: Por quê?

[Lily]: A Dara que eu vi não se parece nem um pouco com essa garota que vocês me falaram. Para começo de conversa ela não é loira, seu cabelo é preto azulado, acho que ela provavelmente tem mais piercings no rosto do que dentes e eu nunca vi uma pessoa tão assustadora como ela, essa garota parece ter saído de um dos clipes do Marlin Manson ou algum cantor do gênero.

[Magda]: Você deve estar exagerando um pouco amiga.

[Lily]: Ok, eu posso estar um pouco exaltada, mas vocês irão ver, acho que segunda ou terça-feira ela dever ir à nossa escola.

Dito e feito. Na segunda-feira de manhã eu cheguei cinco minutos antes da aula começar vi a Dara chegando, o irmão dela sempre chega meia hora ou até mais cedo para ficar de conversa com os colegas dele do basquete, se eu a vi chegando era óbvio que ele não havia lhe dado carona. Dara chegou cabisbaixa escutando música em seus fones de ouvidos, hoje não estava com as lentes brancas e sim com uma de olhos de felinos na cor azuis, usava roupa preta da cabeça aos pés e uma touca bege. Eu nunca havia visto alguém como ela e acho que ninguém da minha escola também, todos que cruzavam seu  caminho a olhavam, alguns evidenciavam a estranheza em suas feições e Dara nem se quer os olhava, apenas seguia seu caminho cabisbaixa, olhando apenas para o chão à sua frente.

Apenas duas pessoas demostraram desgosto ao vê-la, a primeira foi seu irmão que parou de rir quando a viu, era possível ver novamente a mesma ira que havia visto em seu olhar aquele dia, neste momento deu para ver que Dara sorria mesmo estando com a cabeça baixa. Sabe, esse lado totalmente irado e agressivo do Clarck eu ainda não havia conhecido, não posso dizer nada, porque em primeiro lugar não tenho nenhum irmão e porque também fico muito nervosa às vezes e já perdi a cabeça por causa disso, ou seja, não posso atirar pedras, pois meu teto também é de vidro. A outra pessoa que eu juro que não esperava ver aquela reação foi a Amanda, ela fez uma cara de desgosto total e a seguiu com os olhos, ela sempre é tão falsa e sorri tão falsamente, mas trata todos com exceção a mim tão bem, não esperava aquela reação da “princesinha”.

Eu entrei na escola sem olhar para ninguém, não dei nem oi para o Clarck e se brincar ele nem me viu, acho que estava nervoso de mais para isso. No corredor vi há certa distância as gêmeas, ambas pararam Dara, a reconheceram, Megan que é a mais sociável e despachada a abraçava. Fiquei com um pouco de dó da menina, Megan costuma estar sempre sorridente, mas sei que aquele sorriso estridente não era bom sinal, pelo menos não para quem recebe o abraço, sei por convivência que ela já quase me esmaga quando me abraça e isso em seu normal (não sei de onde vem aquela força), imagina com aquele nível de animação. Graças a Deus as duas não são iguais, Magda é bem mais séria que sua irmã, ela é muito educada, mas não é o tipo de pessoa que abrace qualquer um, na verdade foram poucas as vezes que recebi um abraço dela até hoje, ela é o tipo de pessoa que um aperto de mão já é mais que o suficiente.

Eu queria conversar com as gêmeas, mas estava na hora da minha primeira aula e se eu não corresse iria me atrasar, no começo do segundo horário recebi uma mensagem da Megan em um grupo que ela fez para mim e a irmã dela, todas nós estávamos em salas diferentes, mas arrumamos um jeito de conversar, por sorte eu estava sentada no fundo da sala e perto da parede, poderia esconder o celular tranquilamente debaixo da carteira.

[Megan]: AAAMIIGAA.... Você estava certa, a Dara está totalmente revoltada, meio gótica ou roqueira, ou seja lá o que for aquele estilo, não sei diferenciar só de cara os góticos e os roqueiros.

[Magda]: Pois é, lembro daquela garota, era totalmente tímida, não creio que isso tenha mudado, mas ela está muito diferente.

[Megan]: Tipo aquele cabelo, que coragem.... Mas ficou muito legal.

[Lily]: Nossa, a garota está totalmente diferente da que você me mostrou na foto e você só fala do cabelo Megan?

[Megan]: Não, mas eu achei legal o cabelo. Eu pensei que você havia exagerado, mas ela está realmente diferente.

[Lily]: Eu disse, mas ela foi meio grossa comigo quando a vi.

[Megan]: Por quê?

[Lily]: Ela disse que eu era só mais uma namoradinha que o irmão dela arrumou. Acho que ela falou aquilo para irritar o irmão dela, mas mesmo assim não precisava dizer na minha cara isso.

[Magda]: Realmente foi um pouco grosseiro. Mas lembra o que eu lhe disse aquele dia?

[Lily]: Não posso mais falar, o professor está basicamente do meu lado.

Eu estava olhando para o celular, quando me dei conta que o professor estava na minha frente me encarando, ele me pediu para desligar e disse que se me visse com o celular de novo iria tomar e não devolveria mais. Tive até sorte, aquele professor não costuma ser bonzinho e já vi tomar vários telefones do mesmo jeito, bônus por ser uma boa aluna.

Na hora do almoço olhei meu celular, tinha 104 mensagens das gêmeas, tudo bobeirinhas que elas ficaram conversando dede o segundo horário até o almoço, não faço ideia de onde elas tiraram tempo para conversar e nem como conseguiram esconder o celular por tanto tempo. Eu estava sentada perto da porta do refeitório e a vi do outro lado, Dara, estava sozinha, isolada dos outros; nada de mais ficar só, mas senti-me mal por isso, eu pelo mesmo detesto ficar sozinha. Pensei em ir lá e dar boas vindas para ela, mas tenho uma leve impressão que ela me trataria mal.

Na quarta eu estava no clube de xadrez, Martin meu colega não parava de queixar-se que havia perdido sua palheta, parece que iria tocar em um evento perto da casa dele, acho que ele toca violão. Enfim, não sei para que ele levou aquele instrumento para a escola, ele poderia muito bem voltar em casa e busca-lo, só sei que ele acabou perdendo a palheta e desconcentrou todo mundo no clube enquanto procurava.

Eu já estava para perder a paciência com o Martin, não conseguia pensar em uma só jogada, a ansiedade dele estava me atrapalhando, acho que devo estar mal acostumada com o ambiente sempre calmo de todos do clube e por isso não conseguia me concentrar. Juro que iria falar algo, mas alguém bateu na porta, pelo vidro da porta pude ver que era a Dara, ela havia levado uma palheta nova para Martin. Não sei por que ela o ajudou, mas digo duas coisas, a primeira é que foi algo muito legal da parte dela e que eu agradeço muito por alguém ter feito aquele garoto se acalmar, mas ela fez uma cara de estranheza quando me viu dentro daquela sala. Na verdade nós duas estranhamos, pelo jeito nenhuma de nós esperava se ver. Quando a reunião do clube acabou ela estava no corredor com as costas encostadas na parede e um pé também apoiado na mesma parede, braços cruzados e olhos fechados; falando nisso até agora não tinha reparado nos olhos, mas a lente hoje era totalmente negra... E só para comentar pela milionésima vez... MUITO ASSUTADORA!

—É Lily seu nome, não é? —Perguntou Dara abrindo os olhos.

— Hã?!... É sim

Foi uma enorme surpresa para mim ela ter falado comigo, não sabia o que dizer.

— Olha, eu não mordo se for esse seu medo, apenas quero conversar um pouco—Disse Dara sorrindo um tanto sarcástica.

—Você é sempre assim? —Perguntei meio receosa.

—Depende... Sobre o que especificamente você quer saber?

—Ah esquece.

— Já sei, é sobre minha aparência?!

— Não, realmente não é nada, melhor esquecer.

— Tudo bem então. Não sei se eu posso perguntar, mas o que faz no clube de xadrez?

— Eu sou integrante do clube. Posso saber por que quer saber isso?

Dara deu uma risada um tanto irônica.

— Bem, é porque você não tem cara e nem parece se encaixar nesse clube, parece deslocada, eles são tão inteligentes e você.... Não tem exatamente perfil de jogadora de xadrez.

Achei aquela afronta realmente ridícula, acho que agora sei por que Clarck tem raiva dela, mas mesmo assim não iria trata-la mal, afinal de contas eu nem a conheço direito e não é bom arrumar outra inimiga, isso dá muita dor de cabeça.

— Olha, só porque eu não tenho óculos grandes e uma blusa de moletom quadriculada que diga “sou nerd”, não quer dizer que eu sou burra. Acho ridículo as pessoas que se prendem a estereótipos, aparência não diz nada.

Dara abriu um sorriso extremamente largo ao ouvir aquilo, estranho que eu não a achei sarcástica, muito pelo contrário, eu a achei bem amigável.

— Sabe, se o que diz é verdade, você é uma das poucas dessa escola que pensa assim, já parei para olhar ao redor e... Decepcionei.

— Antes que eu me esqueça, foi muito legal o que fez pelo Martin e se me permite perguntar, como você conseguiu a palheta? Você a encontrou ou tinha uma sobrando?

— Na verdade eu não toco nenhum instrumento, aquela palheta era novinha. E respondendo na mesma calma controlada que você me respondeu agora pouco, eu vi que você queria apelar àquela hora, mas se conteve.... Não lhe interessa onde eu consegui a palheta, eu apenas tinha que entregar para ele.

Dara olhou por cima de meus ombros, acho que deve ter visto alguém e depois me disse friamente “Agora se me der licença eu tenho que ir, foi bom conversar contigo”. Depois disso foi embora e eu fiquei lá, estática com cara de ponto de interrogação, sem entender o que havia acontecido.

As gêmeas podiam estar certas sobre ela não ser tão assustadora quanto parece (ainda acho meio grossa), mas acho que ela não é tímida, pois nos dias seguintes já não estava mais sozinha, estava rodeada de colegas na hora do almoço, ela sorria.  Acho que tenho medo daquela garota, seu sorriso parece tão.... Não sei explicar.... Me assusta mais ainda.


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