Coletâneas escrita por Lorena


Capítulo 14
Palavras de um imortal.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630811/chapter/14

E lá se encontravam, novamente reunidos, aquele cálido grupo de fanáticos apaixonados.
Todos ali observavam, com um fascínio claro em seus olhos milenares, o corpo abaixo.
Cada simples movimento, cada inflar de pulmões na busca de oxigênio, cada gota de sangue que corria veloz pelo frágil corpo.
Através da borda do precipício se precipitavam, num instante rápido demais, seres magníficos, magnânimos, donos dos céus.
Através da borda do precipício se precipitavam os chamados seres celestiais alados, ou simplesmente anjos.
Olhavam do alto de suas vigias uma menina, um corpo quase translúcido, linhas azuladas destacando-se, manchas rosadas, um branco opaco tomando-lhe a tez.
Cascateando os ombros madeixas esquias, envolvendo o pescoço delgado como cordas finas ou linhas perigosamente afiadas de uma imprescindível maciez.
Esse simples corpo mortal possuía em si uma complexidade e... um dom?
Uma sorte, um acaso, uma necessidade, para ser de todo uma verdade.
Porque um ser como aquele precisa, sim, de uma sorte como aquela.
Doce menina traz consigo amarrada à vida o azar.
Uma fraqueza característica de todo espírito puro, bom e casto.
Um contraste com sua alma.
Algo que nos lembra, mesmo que de forma vaga, uma geleira ou uma crisálida.
Esconde sob a forma mortal sua real natureza.
Natureza essa onde se faz encantar todos aqueles seres que por sua vida passam, mesmo em momentos breves e simplórios.
Entretanto, apesar de todas essas belas palavras ditas aqui descreverem, sim, essa mortal em especial com um precisão milimétrica, não foi esse o motivo inicial desse relato.
Retornemos então ao nosso grupo cálido do início e o motivo de estarem ali.
Reúnem-se durante seus descansos, breves instantes sortudos em que no mesmo período de tempo repousam mortal e imortais.
Nas noites mortais entre um sonho e outro que agitam a noite daqueles abençoados ou amaldiçoados com o dom da imaginação repousa uma quietude e paz, nessa menina uma raridade.
Desde nova tem consigo, como já dito, a vida cruzada com o azar e como qualquer ser é protegido por motivos que não abrangem seus conhecimentos.
Porém, protege-se um protetor?
Para aqueles com fé no destino nasceu ela para proteger, inspirar.
Um anjo em terra cujo as asas foram arrancadas pela sua simplicidade mortal.
Cuidar desse ser é um trabalho árduo e ao longo desses anos muitos passaram por suas mãos.
Como protegidos ou protetores.
Nunca, até agora, fixou-se nela um guardião mas, aos poucos noto, criou ela uma legião.
Fiéis, leais, corajosos, guerreiros, apaixonados, amantes, fortes.
Seres que superaram com ela inúmeros perigos e desafios.
Mesmo sem intenção tornou-se ela prova e líder.
Fizeste isso com imortais, sou somente capaz de imaginar o que não irá realizar com os mortais e ainda mais.
O que não fará quando a nós se juntar?
Resta-nos apenas esperar e, é claro, guardar.
Afinal é está a função de um protetor, mesmo quando este não é pelo ser responsável.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coletâneas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.