Quem sabe então assim ? escrita por DCAlexanderRizzles


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

oi gente , eu fui boazinha ,e postei dois capítulos essa madrugada, e mesmo morrendo de sono , passei por aqui, espero que apreciem meu esforço em mostrar respeito à vocês , sei bem como é angustiante a espera .Espero que gostem.Divirtam-se .



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Em sua casa, Maura tenta, ainda sem sucesso, tirar a lembrança da amiga de sua cabeça.

O relógio marcava, poucos minutos além da uma da manhã.

Maura já havia tomado sem nem ao menos dar-se conta, uma garrafa toda de vinho, e decidiu então que era hora de deitar. Por alguns instantes ficou satisfeita por ter excedido sua dose habitual da bebida, acreditando que o excesso a faria adormecer em meio a toda aquela confusão de sentimentos.

Maura decide tomar um banho como faz todas as noites antes de deitar, e após o banho faz sua higiene. Escova seus dentes, prende seu cabelo num rabo de cavalo bem frouxo para não quebrar os fios, e aplica enquanto olha seu reflexo no espelho, cremes por todo o rosto, delicadamente, sempre em movimentos de dentro para fora, de baixo para cima.

O que será que estão fazendo a essa altura? Pensava a loira com um pesar que a incomodava profundamente.

–Será que fizeram amor? Maura pensava tentando não imaginar, mas algo a tirou daquele pensamento.

A loira sentiu sua boca encher-se de saliva salgada, e de imediato soube que iria vomitar, saiu às pressas do lavabo e se pôs diante do vaso sanitário onde não demorou vomitar.

Por reflexo, Maura passou as mãos pela nuca o que fez com que seu cabelo se soltasse do elástico, e sem ter tempo de prendê-lo novamente, se prostrou diante do vaso e tornou a vomitar.

Mesmo ali, naquele mal-estar repentino, Maura sentia falta da amiga, sobretudo agora que notara que seu cabelo acabou se sujando enquanto ela vomitava.

Maura sempre sonhou quando adolescente, no dia que teria uma melhor amiga, uma amiga que a sustentaria, e a carregaria para o banheiro, após uma bebedeira, e que carinhosamente, seguraria seus cabelos enquanto ela juraria nunca mais pôr uma gota de álcool na boca. Porém esse dia nunca chegou, afinal Maura viveu sempre sozinha, nunca teve amigos, nem mesmo nunca foi uma adolescente que passava as noites em festas, e exagerava na bebida, Maura hoje, era uma mulher realizada, não restava dúvidas à quem a via exercendo sua posição e como o prestígio que conquistara no meio da medicina forense , mas às vezes , ela tinha a sensação que ao lado de Jane, de maneira madura e responsável, estava vivendo tudo o que deveria ter vivido pouco mais de uma década atrás.

Jane, cadê você my friend, para segurar meus cabelos e dizer que me avisou que eu estava exagerando? Pensava a loira enquanto curvava os lábios em tristeza.

Quase que de imediato, Maura se sobressalta ao lembrar que só ingeriu uma garrafa de vinho, o que não era muito levando em consideração o seu hábito de pelo menos 2 taças ao dia, e vinho com fermentação mais apurada.

– Não! É impossível! Isso não seria o suficiente para um porre, não foi uma bebedeira, não, ainda não foi hoje que Maura Isles tomou um porre–brincava a loira com sua situação enquanto olhava fixamente novamente para o espelho.

–Mas, se não foi um porre, já que nem dores de cabeça eu sinto, o que terá causado esse vômito repentino?

–Ah, enfim agora não interessa mais, a única coisa que me interessa, é deixar de ter a ideia de Jane nua, nos braços de Dean ...mas, mais uma vez, a loira é tomada pelo vômito, que dessa vez fora tão repentino que nem ao menos deu tempo de sair do lavabo até o vaso sanitário, ela vomitou ali mesmo, na pia.

Levantou seu rosto, e como se estivesse buscando respostas em sua imagem refletida a sua frente, visivelmente abatida, Maura tentava lembrar o que a fazia se sentir mal, refez todo seu dia, toda sua alimentação.

Maura havia tomado café com uma torrada de pão integral, com uma fatia de queijo branco e um copo de suco de laranja antes de Jane chegar como sempre atrasada, e a puxando sem que ela pudesse comer a pêra que havia separado.

Na cantina do Departamento, ela comeu uma das famosas panquecas de coelhinhos da Angela, e seguiu para o necrotério com um generoso copo de cappuccino.

No almoço com Jane, ela comia uma salada como de costume, enquanto Jane se entupia de batatas fritas.

Sem perceber, Maura se transporta totalmente em pensamentos e percorre o dia buscando encontrar as causas daquilo, deveria ter sido algo em sua dieta:

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–Jane, você precisa comer coisas coloridas, você só come besteiras.

–Maur? Você agora é daltônica também? Não está vendo que na minha bandeja temos várias cores, entre o vermelho do catchup, o amarelo da mostarda, o preto da Coca, o verde do orégano e....–Maura a interrompe

Você é impossível Jane !–Maura a repreende mas sorri ...

–Eu sei, mas, você me ama mesmo assim hahaha- diz Jane piscando e sorrindo para ela, aquele sorriso que a fazia esquecer do mundo.

Você tem muita sorte de ter esse físico Jane! - Maur diz naturalmente enquanto olha a satisfação de Jane ao ouvi-la

–Eu sei, sou gostosa pra caramba, hahaha, Aaah Maur mudando de assunto, hoje eu vou jantar com o Dean!

–Jantar com o Dean, que Dean? O Gabriel? Seu ex? Digo, hoje? –Pergunta Maura atordoada com todas as informações que Jane jogava em cima dela.

–Yep ! – Diz Jane sem encará-la, pois, sabia que Maura não era muito fã de Dean, desde o episódio que ele armou para prender o pai dela, que ela reconhecia ser um mafioso, mas mesmo assim não gostou de vê-lo baleado, e mais, ser baleado por Jane, o que causara um intenso mal-estar entre elas, deixando-as inclusive dias sem se falarem, Maura não sabia até então, o quanto Jane já era indispensável em sua vida.

–E você só me diz isso agora? Pergunta a legista com ar de confusão, olhando fixamente a morena.

–Maur , eu achei , aliás, eu acho irrelevante o fato de eu sair pra jantar com ele depois de tanto tempo ! -Jane diz naturalmente, abocanhando em seguida uma porção de batatas.

–Jane, você , vo, você ... não po...ah esquece . Vamos voltar ao Departamento?

Porquê Maur ? Nem comemos a sobremesa ainda.

–Jane, eu perdi o apetite, me dê licença, nos vemos mais tarde ...-Maura faz menção de se retirar da mesa quando Jane a interrompe

–Não Maur, claro que não! Eu prefiro perder a sobremesa a ter que perder sua companhia.Eu sobrevivo sem minha torta de chocolate cheia de caloria, mas não sobreviveria sem a amiga mais cheia de frescura, e sabichona do mundo-dizia enquanto olhava os olhos de Maura brilharem ao ouvir

Maura lembra com um sorriso no rosto, mas logo tenta lembrar o que te fez se sentir tão mal, mas a lembrança de Jane, nos braços de Dean, se entregando a ele a toma de assalto mais uma vez assim como também a saliva salgada e o vômito exageradamente sufocante dessa vez.

–OH MY GOD ! -Grita a legista ao constatar que todas as vezes que o vômito foi inevitável a imagem que a perturbava era a de Jane nua , entregue de corpo e alma a Dean, e mais uma vez ,assim como a constatação veio também o vômito , que dessa vez parecia que cessaria , deixando apenas o amargo em sua boca.

Maura enxágua a boca, ainda tentando entender o que acabara de acontecer, escova os dentes novamente, passa fio dental, nunca parando de encarar a si própria no espelho como se a imagem dela ali refletida fosse mais coerente que ela própria.

Não fazia sentido todo esse nojo que a legista sentia agora.

A amiga sempre acabava entrando em detalhes sobre suas aventuras, e com Dean não era diferente, afinal eles foram namorados por algumas semanas, e Maura sempre foi a confidente de Jane.

Maura dirige-se ao seu quarto, e as lembranças continuam a lhe visitar.

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Maur !!! O Dean é tão bom na hora do sexo, você tem que ver, sério– dizia Jane toda animada parecendo uma adolescente que acabara de se entregar ao seu amado pela primeira vez.

Maura ainda sem reação, interrompe:

–Jane! Eu não sou adepta do Voyeurismo! -Diz a legista de maneira calma, e não contendo o riso ao ver a empolgação até então desconhecida por ela em Jane.

–Ah, o', oque? Quem disse que você só iria ver? Hipoteticamente falando é claro, e outra doutora, para você ser um voyeur nós teríamos que ser um casal, e nós não somos, ou seja, já desclassifica suas intenções de me observar em ação!

Jane vê na frase a oportunidade de provocar a amiga, e se insinua para ela com um sorriso malicioso no rosto, a morena se diverte em conversas desse tipo.

–Jane? Você por acaso já dormiu com uma mulher? -Pergunta a legista deixando Jane sem saber direito onde ela queria chegar.

Oq ,o oque ?Não Maur ! Claro que não!

Jane não esconde a surpresa ao ser indagada de maneira tão natural pela amiga.

–Então porque eu sinto que você está me convidando para um Ménage?

Maura joga a cabeça sobre o esquerdo, delicadamente, onde fica esperando por uma resposta da amiga.

–Ah, because , because , você não me tocaria, TOCARIA ? -Pergunta Jane confusa ao ver que a legista não reagiu a sua desculpa.

Jane ?! Tecnicamente um ménage exige interação total entre o grupo portan....-mas Maura é interrompida por Jane :

–Maura Dorthea Isles .... Você quer meu corpo? -Pergunta Jane assustada.

Well , seu corpo é muito atraente Jane !

Jane a observa com os olhos arregalados, enquanto Maura continua calmamente:

–Sua estrutura óssea é realmente interessante, e seu ...-Mas Maura é interrompida pelo celular de Jane, que sai correndo após atender, sem nada dizer, privando Maura de poder dizer o que realmente gostaria de dizer naquela noite.

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Maura não evita expressão de surpresa ao contatar que...

–Meu Deus! Eu toparia transar com Dean, aquele ogro, só para poder tocar Jane da maneira que eu gostaria.

Ah , mas isso não é nada , todo mundo já sentiu vontade ou curiosidade de experimentar coisas novas , e aquele sem dúvidas foi um fato isolado !

Maura repetia essa frase, tentando acreditar em cada palavra.

Maura percebe que parou no meio do quarto enquanto lembrava disso, e seguiu para sua cama, na intenção de calar seus pensamentos, suas lembranças.

Maura tira o robe, a única peça de roupa que a cobre desde que saíra do banho e deita-se na cama grande e confortável, deixando seu celular ao lado, em um criado mudo, onde avista e toma em suas mãos, uma cópia das chaves do apartamento de Jane, que está preso a um chaveiro do Red Sox, time do coração de Jane.

Maura devolve o objeto ao móvel e apaga o abajur, fecha os olhos à espera do sono, mas a solidão daquela noite a faz abraçar o travesseiro que já tem o cheiro de Jane, afinal aquela era a roupa de cama que a morena usava todas as sextas feiras, provavelmente, Maura não sentia de fato, mas a lembrança olfativa a fazia sentir tão real quanto se não tivesse lavado as fronhas.

Naquele dia, naquela sexta-feira, como em todas as outras nos últimos anos Maura teve o cuidado que tinha sempre naquele mesmo dia, deixando o quarto pronto para melhor acomodar a amiga logo mais à noite.

E como só ficara sabendo durante o almoço que a amiga não fazia planos de dormir com ela, já era tarde, tudo já estava pronto para acomodá-la, mas hoje só a solidão faria companhia à legista.

Maura caiu em lágrimas, pois o aperto em seu peito era tanto que ela precisava dar vazão de alguma forma, e ela achou que chorando, melhoraria, mas mesmo que não melhorasse, as lágrimas eram inevitáveis naquele instante.

Maura levantou-se, caminhou até seu closet e pegou uma camiseta de Jane, uma do Red Sox , e abraçando-a , levou com ela pra sua cama .

Maura se surpreende ao lembrar desde quando estava em poder daquela peça.

–Meu Deus, essa blusa está aqui há semanas, desde... desde aquele último jogo do Red Sox.

Aquele que ....

Maura mergulha mais uma vez em seus pensamentos, em suas recordações.

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Era uma sexta-feira, e como de costume, Jane estava lá para noite das garotas, mas hoje a programação havia sido estrategicamente modificada por Jane, à contragosto de Maura, naquele dia, a comédia romântica daria lugar ao jogo decisivo do Red Sox.

–MAUR !!-Gritou Jane chamando atenção de Maura.

–Sim Jane?

–No meu próximo aniversário, você pode me dar uma televisão dessas mas olha, eu não quero abusar–diz a morena -Nem precisa ser assim tão grande como a sua, uma de 60 polegadas está ótimo para mim!

Jane termina o pedido inusitado com um sorriso encantador que não passa despercebido aos olhares sempre tão atentos de Maura.

–Não Jane! Eu não vou te dar uma televisão asssim!

C'mon Maur ! Nem vai fazer falta na sua conta bancária! Diz Jane em protesto, mas mesmo assim, achando que foi indiscreta ao insinuar isso.

–O dinheiro de fato não me fará falta, mas eu não perderia qualquer oportunidade, por menor que ela fosse, de tê-la aqui em minha casa, mesmo que para isso eu tenha que ver um esporte do qual eu não entendo nada, absolutamente nada!

Jane sorri ao ver quão doce era sorriso que Maura lhe mandava enquanto dizia isso.

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–Oh My God! Eu me insinuei, eu flertei com a minha melhor amiga! Observava a loira sobre suas ações naquele dia.

A loira fica perplexa, mas a perplexidade dá lugar à tristeza ao lembrar da reação da amiga….

– Maura Dorothea Isles! Se eu não a conhecesse, eu diria que você está tentando me seduzir! -Disse a morena rindo, tentando disfarçar o desconforto.

–E.. e .. Está funcionando Detetive?

Maura pergunta com um sorriso sapeca e incrivelmente sexy no rosto enquanto encara Jane, tentando decifrar sua linguagem corporal.

–Ahn ? .. O , que ? Maur !... P***@ !!! Somos Campeões Maur ! -Jane gritava em polvorosa:

–É CAMPEÃO! É CAMPEÃO TAN NAN NAN , É CAMPEÃO !!!

Jane havia perdido o lance que dera a vitória ao Red Sox , mas a comemoração era indispensável .

Maura por sua vez, ficara frustrada, e se odiou por ter deixado a televisão ligada quando talvez ali fosse a oportunidade que ela esperou por tanto tempo de só ali iniciar o assunto com Jane. Talvez, agora, ela jamais saberia se despertava ou não o interesse da morena.

Triste, e dada por vencida, enquanto Jane comemora, Maura pega sua taça de vinho que descansava sobre a mesa de centro, toma um gole, e aprecia o sabor que o decantamento trouxera, mas se assusta ao sentir seus pés serem tirados do chão.

–Jane, cuidado! Eu estou ... eu estava tomando vinho –completa Maura a notar que entornou o líquido sobre o colo da Morena que vestia o tão amado manto, sua camiseta do Red Sox.

Jane ficou sem reação. O vinho que estava na temperatura ideal, era suficiente pra arrepiar cada pelo de seu corpo, quando entrou em contato com seus seios, mas, ao contrário disso, uma onda de calor percorreu cada centímetro do corpo de Jane naquele momento.

Ali, naquele instante, parecia que o tempo havia parado.

O rosto de Jane estava muito próximo ao baixo ventre de Maura que ainda sem reação estava suspensa por ela, com as mãos cravadas nos ombros da mesma, enquanto apenas estudava acima dela, toda e qualquer reação da morena.

Maura sentia a respiração ofegante, carregada de Jane contra sua pele e sabia que era o contato entre seus corpos que fizera a morena ficar assim.

Mas, são abruptamente tiradas do transe, quando sua celular toca.

Jane rapidamente, e sem estabelecer contato visual com a loira, a coloca de volta no chão e atende o celular:

–Rizzoli!

–( ...............)

–Está tudo bem Ma !

–(...............)

–Eu não estou ofegante Ma! - Diz a detetive na defensiva.

–Não Ma! Você não me atrapalhou em nada!

–(................)

–O que? Eu não estou com o Casey ! Ele é um idiota, eu demorei tempo demais para perceber, mas agora não quero vê-lo nem pintado de ouro!

– (................)

Eu estou na casa da Maur, Ma! Satisfeita agora? E só para constar, ao menos que eu estivesse bêbada, você estaria atrapalhando alguma coisa entre nós.

Jane olha a reação de Maura ao ouvi-la dizer isso, e se surpreende ao ver que a loira não se abateu.

–Okay Ma! Eu dou seu beijo nela, tchau Ma!

Jane desliga o telefone mas mantem a postura e não faz contato visual com Maura.

Mesmo sem muita certeza, decide quebrar o silêncio:

–Ah, bom , você deve ter ouvido , a Ma te mandou um beijo!

Sim,eu ouvi , vocês Italianos não são muito discretos ao falar , falam sempre gritando–Maura provoca -a rindo da cara que Jane faz ao encará-la por fim.

Jane a encara, mas nada diz, e presta atenção as palavras seguintes de Maura:

Então Jane?

–Então o que? Maura? -Jane desconversa.

O que você está esperando?

–Para quê? Eu não estou esperando nada!

Maura a observa em silêncio e nota seu desconforto.

Droga, minha camiseta está encharcada! Diz Jane visivelmente irritada e tentando mudar o foco da conversa.

Jane! Não desconverse, você me deve um beijo.

–Não! A Ma lhe deve um beijo!

–Vamos Jane, você está suando em bicas, ruborizando como eu nunca a vi ruborizar antes, e evitando contato visual, e você assim como eu sabe o motivo.

–Não! Eu não sei, mas creio que a empolgação pelo meu time ser campeão é uma boa justificativa.

–Não Jane! Você sabe! Antes do seu celular tocar, você ia ... você ia me beijar Jane!

Não adianta você negar, seu corpo a traiu, você sabe, mas você não tem coragem de aceitar que sente, ou pelo menos há alguns minutos atrás, você se viu atraída por mim!

–Maura? Quanto de vinho você bebeu? Do que você está falando?

–Vinho nunca foi uma válvula de escape para mim Jane, eu sempre bebi, quantidades até maiores, e nem por isso sai do meu normal, eu estou cônscia de cada palavra.

– Okay Maur, vá deitar, eu vou para o meu apartamento, hoje o dia reservou grandes emoções, nem todas foram agradáveis, temos que concordar, ficarmos afastadas essa sexta-feira nos fará bem.

–Jane! ?

–Sim Maur ?

–Não fuja do que você sente, não fuja de mim.

–Maur .. eu , não tô .. , eu só , eu só ...

Maura presta atenção, mas Jane não finaliza a frase, apenas tira a camiseta encharcada de vinho e suor e a joga na mesa de centro.

–Jane

–Eu não sinto nada Maur , okay ?Digo, eu te amo , sim , eu te amo muito , mas eu tenho que te amar , você é minha melhor amiga certo , você é da família Maur ...

Eu te amo! -Diz a morena com a voz tão carregada de emoção que a rouquidão causa estranheza à Maura .

Jane sai, sem acreditar nas suas próprias palavras, pois ela sabe que tudo o que Maura lhe dissera era verdade, ela fugia, fugia de amar, pois sabia que o amor dela era tanto, era tão forte dentro dela, que se ela o soltasse para o mundo ver, ela jamais o conseguiria trazer para dentro de seu peito caso Maura a rejeitasse.

Vai ser melhor manter esse amor só para si, a Maura merecia alguém melhor. Ela já estava conformada desde que percebera que os sentimentos que nutria pela legista já não eram os mesmo de antes.

Jane bate a porta atrás de si, deixando Maura sozinha, com o vestido encharcado de vinho na parte inferior, na altura de seu ventre.

Ainda sem entender, o medo que Jane, que sempre fora tão determinada sentia, em apenas experimentar uma aventura que fosse, um beijo apenas, era algo tão banal.

Nenhuma delas já havia estado com uma mulher antes, seria novo para ambas, deveria ser assustador, ou tentador, para ambas na mesma proporção, mas por algum motivo, Jane temia, Jane a rejeitou. E tudo o que Maura precisava era esquecer aquele dia para sempre.

Tentando esquecer cada segundo daquela última hora Maura decide tomar um banho, mas antes, passa pela lavanderia e já coloca seu vestido na lavadora seguindo envolta em uma toalha para o banho.

Maura demora mais do que planejara em seu banho, ela se esvaia em lágrimas, pela dor de saber que um sentimento inesperado, tomava conta de seu ser, mas que esse sentimento, não era correspondido pela amiga. Maura chorava, como se a lágrima, assim como a água do chuveiro, pudesse levar com elas ralo à baixo, toda aquela dor. Ela decidira então, que mataria aquilo dentro dela, como se jamais existira, assim como Jane ela rejeitaria seus sentimentos e seguiria em frente, e assim foi pelas últimas semanas.

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De volta à sua realidade, ali em sua cama, Maura se assusta com seu celular que a tira dos pensamentos que julgara ter deixado seus sentimentos dormir pela eternidade , mas que agora , ao que tudo indica , despertara .

–Doutora Isles!

–(....)

–Jane?!

–(....)

Jane, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? São 2 horas da manhã!

–(....)

–Jane! Você sabe que não precisa se desculpar, você sabe que para você eu estarei sempre disponível!

Maura fala com um tom tão afável que Jane podia jurar ter sentido suas mãos lhe acariciar o rosto enquanto dizia.

–(.....)

Sim Jane, claro que eu lembrei que hoje, aliás, ontem era o dia das garotas, mas tudo bem, nós teremos muitas outras sextas-feiras para passarmos juntas.

–(....)

–Eu também te amo my friend!

–(....)

Um silêncio e uma tristeza tomou conta de Jane, que sem pensar duas vezes desligou o celular.

My Friend! ............

Era isso que elas eram amigas, uma da outra, embora Maura tenha certeza que todo aquele sentimento, aquela explosão de sentimentos que tiveram há semanas atrás, só dormiu dentro dela, por algumas semanas, mas que na última noite, resolveu despertar, sedento de ser correspondido.

Maura tinha certeza. Sobretudo agora depois dessa noite, dessas últimas horas.

–Eu estou, ou melhor, eu acho que eu sempre estive apaixonada pela minha melhor amiga.


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Notas finais do capítulo

Te vejo no próximo ? Espero que sim , mas se for me abandonar , deixe antes sua crítica , para caso um dia eu escreva uma nova , eu saber onde devo melhorar , não custa nada vai ...bjos.