O encaixe dos lábios delas, era sem igual.

Jane não sabia se era pelo fato de ser um beijo delicado, com amor, ou se por ter a certeza naquele instante que por mais que esse momento tenha sido adiado e anulado sua felicidade, por longos e intermináveis cinco anos, ela sabia, durante aquele beijo que elas eram uma da outra.

Cada movimento era captado pela outra que se entregava aos toques delicados dos lábios da outra.

Era um momento de encantamento para ambas. Até que Maura interrompe o beijo afastando-se de Jane que agora a fita tentando entender o porquê de ela afastá-la quando tudo ia tão bem.

–Jane! O que, o que foi isso?

–Um beijo?

–Jane! Você sabe o que eu quero dizer.

–Maura, foi só um beijo.

–É exatamente esse o problema Jane, foi só um beijo para você, quando para mim foi...-Jane a interrompe, e colocando o dedo indicador estendido nos lábios da médica, ela diz

–Shiii! Não foi só um beijo! O que eu queria dizer, o que eu quero dizer na verdade, é que foi só o primeiro beijo de amor que eu já experimentei na vida, e que é o beijo que eu quero sentir para sempre nos meus lábios.

Maura apenas sorri e abaixa a cabeça, mas Jane segura carinhosamente seu queixo, e ao erguer seu rosto, tocando novamente seus lábios macios e rosados, por um instante, um curto instante visto que logo desvia deles roçando seu nariz ao de Maura, e com a ajuda de suas mãos, que já percorriam seu rosto, ela carinhosamente a segura pela nuca, pressionando seus lábios contra os delas com mais paixão. Pedindo, implorando por mais entrega.

Maura sorri com os lábios dentre os de Jane. Ela enfim, estava entregue aos braços ao qual sentia que sempre pertencera.

Maura se entrega cada vez mais aos estímulos que os lábios de Jane lhe causavam.

Ela por sua vez, mordisca carinhosamente os lábios da morena, que sorri um sorriso encantador, e não resiste ao tentar fazer com que suas línguas enfim se encontrem.

Jane vagarosa e delicadamente, não muito segura ainda, com sua língua, pede passagem, e Maura tão logo concede, suas línguas estão agora em total sincronia.

Embora tudo fosse novo, parecia que seus lábios, e suas línguas foram feitas uma para o deleite da outra. Nenhum movimento, por mais que fossem desconhecidos por elas, causava estranheza, tudo nelas se encaixavam perfeitamente bem. A paixão só aumenta assim como também a necessidade de oxigênio que faz com que Jane muito a contra gosto interrompa o beijo.

Jane afasta-seus corpos, e a uma distância não muito grande, afinal tudo que ela não poderia mais era ficar longe de Maura, ela a contempla, admirada, hipnotizada com o que acabara de sentir entregue aos beijos de Maura

–Isso é tudo detetive? –Pergunta Maura com um sorriso estupidamente sensual, levando em seguida seu polegar à boca, mordendo a pontinha invisível da unha que acabara de quebrar.

–Não sei. Me diga você doutora, o que você tem em mente? Jane perguntava com um sorriso de canto e com a sobrancelha ligeiramente arqueada

–Well , eu pensei que ... Bem, eu pensei que podia compensá-la pelo fato de Dean tê-la deixado na mão mesmo eu não tendo nada a ver com isso .-Maura decididamente , provocava Jane.

Enquanto falava, Maura corria seus dedos, contornando as abas de seu robe, passando por vezes seus dedos entre seus seios, fazendo Jane se perder naquela visão.

–Como não tem nada a ver com isso?

Maura ainda sem entender, franze o cenho e aguarda ansiosamente a explicação de Jane

–Se eu não tivesse falado em você, enquanto Dean me torturava, me fazendo sexo oral, eu não teria ficado na mão- Jane dizia com a típica cara de cachorro que caiu da mudança

–Eu não acredito que você fez isso Jane! –Maura abre a boca em espanto, levando a mão à sua boca, mesmo ainda achando impossível que aquilo tenha algum fundo de verdade

–Acredite nas minhas palavras, afinal, eu não vou ter uma crise de urticárias por dois motivos, um, porque só alguém muito peculiar como você poderia ser capaz de denunciar por reações corporais, quaisquer tipos de mentira, e segundo, porque, ah, porque eu estou falando a verdade poxa! Por qual outro motivo um homem largaria uma beldade dessas? –Jane aponta para o seu próprio corpo, detalhando suas curvas que não passara despercebidas ao olhar de Maur, nem agora, nem nas últimas semanas

Maura não contém o riso, nem tampouco a vontade de beijá-la novamente, afinal, mesmo que involuntariamente, havia contribuído para que o encontro de Jane não desse certo, e isso por si só já era uma vitória, era um homem a menos tocando o corpo que ela tanto desejava aquele momento.

Maura não contém a curiosidade, e interrompendo o beijo rápido, ela ergue o olhar para encontrar os de Jane e pergunta

–Como exatamente foi a minha participação nessa história?

–C’mon Maur , eu vou ter mesmo que falar sobre isso ?

–Vamos Jane, não custa nada, vai! –Maura sorri, e em seguida dá um beliscão na barriga de Jane, o que provavelmente não sentiu, pois, a toalha que envolvia seu corpo era bem grossa, mas Jane mesmo assim fizera cena

–Ouch ! Qual é Maur? Isso dói! Jane faz o biquinho que sempre comovia Maura e dessa vez não foi diferente exceto pelo fato que a desculpa veio em forma de um selinho.

–Tá ,tá! Okay ! Você venceu , pode me beliscar sempre a partir de agora , mas nunca se esqueça de se desculpar!

Maura sorri, mas mesmo assim insiste em saber o que aconteceu pra Dean deixa-la a ver navios.

–Vamos Jane, me conta, estou curiosa!

–Sério? Se você não fala nunca me passaria pela cabeça que você é um ser curioso Senhorita Isles.

–Jane! Reprende a médica.

–Okay , Okay! -Jane diz se dando por vencida-Você se lembra quando você me disse uma vez, logo assim que nos conhecemos, e que você mais do que hoje falava ainda mais coisas que eram irrelevantes ao momento?

Maura a olha com um olhar que a repreendia, e Jane logo captura o significado daquilo.

–Então, você lembra que você me disse uma vez, que o clitóris é mapeado por oito mil terminações nervosas?

–Lembro! Só não lembro de você ter prestado atenção –diz Maura não escondendo a surpresa

–Pois bem, o fato é que, eu acabei dando essa aulinha de anatomia feminina ao Dean, e foi o que bastou para ele me largar lá, sozinha, nua, no chão da cozinha, e o pior, excitada!

–Jane! Você pensou em mim na hora do sexo? -Maura pergunta de maneira insinuante que faz Jane perder a linha de raciocínio

–Não Maur! Quero dizer, não voluntariamente, mas acho que o perfume que roubei da sua suíte, me fez sentir o cheiro que provavelmente você exala na hora do sexo, e talvez eu tenha, sei lá, Maur, fantasiado um pouquinho talvez?– Jane diz as últimas palavras com um constrangimento que Maura nunca havia notado antes nela.

–Jane Clementine Rizzoli! Você roubou meu perfume?

–Sério que você só se ateve à esse fato Maur ? Você nem deve ter sentido falta, o que não falta no seu toucador são frascos e mais frascos de perfumes! Hum? Você já tinha dado falta dele?

–Claro, que sim. Era meu perfume favorito, e leva semanas até chegar o próximo que eu encomendei –Maura diz fazendo bico o que faz com que Jane se sinta mal por tê-lo pegado, mas mesmo assim a morena não perde a chance de provoca-la

–E além da mais doutora, a senhora também me roubou algo, ou a senhora pensa que eu não sinto falta da minha camiseta do Red Sox? Hein, porque eu não posso roubar algo seu?

–Jane? Já não é o bastante você ser dona dos meus pensamentos, dos meus mais sinceros sorrisos, e dona de todo amor que tenho dentro de mim, amor esse que jamais pensei que pudesse suportar? –Maura pergunta com a voz afável, que só faz Jane sorrir com um brilho sem igual no olhar–Você ainda precisa de um perfume meu? Me diga, hun ? Onde ele está, ainda tem? Maura pergunta tão ansiosa pela resposta que Jane não segura o riso.

–Claro que sim, até porque eu uso água para tomar banho, não perfumes –Jane ri novamente, e deixa suas covinhas evidentes, desmontando a linha de raciocínio de Maura.

–Jane! Onde está?

–Meu Deus Maur, é só um perfume, não o último copo d’água potável do planeta, ele está ali, no meu quarto –Jane aponta o caminho tão conhecido por ela e segue junto dela, entrando no quarto

Maura olha ao redor olhando cada lugar possível para o perfume estar, e quando não o encontra, vira-se pra Jane e mais uma vez pergunta

–Aonde Jane?

–Ali! Naquela gaveta –Jane aponta a gaveta no móvel, mas Maura abre a gaveta errada

–Não Maur, não está nessa, está na gaveta de baixo, na minha gaveta de lingeries- Jane aponta, mas fica extremamente constrangida ao ver que ela vai abrir sua gaveta de roupas íntimas, e desvia o olhar

Maura segue em busca do mesmo, e após tê-lo em suas mãos, borrifa em seu pescoço uma pequena quantidade, gira nos calcanhares, e após dar dois passos em direção de Jane que a observa sem dizer nada ela a tira do transe

–Jane?

–Sim Maur?

Maura borrifa o líquido por seu colo.

Jane acompanha cada movimento, até que é surpreendida quando Maura desata seu robe, ficando agora, pela primeira vez completamente nua diante dela.

–Jane, você por um acaso, ainda estaria curiosa para descobrir qual o cheiro que eu de fato exalo na hora do sexo?

–Jane morde os lábios e respira fundo, e antes que pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, Maura chama sua atenção para um fato

–Se bem que, o cheiro que você vai sentir, claro se quiser fazer amor comigo, vai ser diferente do que você exalou quando estava excitada por Dean, afinal, os feromônios são únicos e variam de acordo com o grau de excita...-Mas Maura é interrompida por Jane que a beija, descendo em seguida seus lábios quentes pelo pescoço da legista .....