BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 13
I - Parabéns pra você


Notas iniciais do capítulo

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—Tem certeza que não tem problema? – perguntou Carter para Scorpius, enquanto eles seguiam para a cozinha.

—É claro que tenho, é só um jogo de Quadribol, o que tem de mais? – perguntou o loiro, abrindo a geladeira quase vazia – Mãe, cadê o suco de abobora?

—As caixas que estavam na geladeira era da sua irmã! – falou Astoria, entrando na cozinha – Deve ter mais na dispensa, mas com esse tempo deve estar parecendo chá!

—Eca. Chá de abóbora – riu Carter.

—Por que Calisto precisa de Cinco caixas de suco de abóbora? – perguntou Scorpius – Ela e Sarah vão encher uma piscina com suco de abóbora?

—Bem... Algo assim – Riu Astoria – Coloca mais algumas caixas pra gelar, tem gelo no congelador se quiserem tomar algo agora. Eu vou me deitar, não façam muita bagunça e fiquem longe do escritório do seu pai.

—Tá – falou Scorpius, enquanto ouvia a mãe se afastar da sala e subir as escadas para o segundo andar.

—Que barulho é esse? – perguntou Carter, olhando em volta.

—Algum vizinho deve estar escutando música alta – Scorpius deu os ombros – Este é o problema em morar em um bairro de troxas.

—Por que vocês não se mudam? – perguntou Carter.

—Por que papai gosta da vida luxuosa que temos aqui – ele grunhiu, fechando a porta da geladeira – Por que fica perto da família da mamãe... E por que Calisto bate o pé cada vez que alguém sugere isso!

—Nossa... – riu Carter. – Acho que tem alguém na porta!

—Deixa eu ver – Scorpius ligou um pequeno monitor no canto da cozinha, onde do lado de fora estavam Albus e James Potter, junto com a irmã mais nova que ele não sabia o nome – É o Albus... E ele trouxe os irmãos.

Scorpius apertou um botão para a porta abrir.

—Maravilha – gemeu Carter – Jogar Quadribol com James, lá se vai a diversão.

—Para com isso – riu Scorpius – Quem sabe vocês dois não ficam no mesmo time?

—Oi – Falou Albus, jogando uma caixa para Scorpius – Feliz aniversário!

—Valeu – riu o loiro – Deixa eu colocar ali na pilha com os outros presentes e... Ah, é, não tem outros presentes!

—E o meu? – grunhiu Carter, apontando para a caixa mais mal embrulhada da história.

—Além do seu e do da Calisto – riu Scorpius.

—Então... – Falou Albus, um pouco envergonhado.

—A gente veio junto! – anunciou James – Sabe como é, mamãe e papai foram viajar e eu tinha que cuidar desses dois, e como meu irmãozinho quase implorou pra sair de casa e vir na festa...

—Isso por que eu queria me ver livre de você! – grunhiu Albus, empurrando o outro – Mas ele veio, e a Lily meio que não pode ficar sozinha, espero que não se importe!

—De jeito nenhum, de qualquer jeito parece que não vai vir muita gente mesmo – Scorpius então fez uma careta e olhou para James – Damon deve estar por aqui em algum lugar, então eu só peço que não jogue nada de valou nele!

—O que é de valor aqui? – perguntou James.

—Ah... Tudo, eu acho – Scorpius deu os ombros.

—E aquele garfo? – James aponto para um garfo perdido sobre a mesa.

—De prata – falou Scorpius – Acho melhor a gente ir lá pra fora logo, antes que meu pai apareça!

—E o resto dos seus colegas? – perguntou Albus.

—Esperem ai – ele levou dois dedos na boca, e assobiou. Um elfo doméstico apareceu, Scorpius falou algo para ele e ele depois sumiu – Pronto. Estranho ter sido 9 a aparecer, ele sempre fica na cozinha...

—9? – perguntou Lily, confusa.

—Sim, temos 12 Elfos domésticos aqui, muitos para lembrar os nomes – Scorpius riu – Então colocamos números neles... Bem, com exceção da Elfo de Calisto, mas essa é outra história!

Os cinco seguiram para fora, para a saída dos fundos num quartinho depois da dispensa quando

—MARCO! – gritou uma voz masculina facilmente reconhecível. Damon.

—POLO! – Pelo menos duas dezenas de pessoas gritaram.

—O que está... – Scorpius abriu a porta, vendo a maior bagunça na piscina. A piscina ficava a poucos metros da casa, de forma que seria uma péssima ideia sair de casa pelos fundos em um dia de chuva com sapatos escorregadios. Após ela, era o campo.

—Acho que sua irmã deu uma festa de aniversário também... – Riu James – Mas está bem maior que a sua.

—Calisto... – Scorpius grunhiu, olhando em volta, ele demorou um pouco até reconhecer o cabelo loiro flutuando na água, ela voltou a superfície. – Calisto!

A loira se virou para ele, em um misto de pânico e alegria, encarando seu irmão e os convidados dele.

—Ei, e ai Scorpy – sorriu ela – Oi pessoal!

—Oi – falaram os outros.

—O que você está fazendo? Quem são essas pessoas? – perguntou Scorpius, desviando de um respingo d’água quando a irmã chegou a beira de piscina.

—Numero um, estou dando uma festa de aniversário. Numero dois, meus colegas da Slytherin – ela falou, dando os ombros.

—MALFOY, PEIXE FORA D’ÀGUA! – gritou Damon, mas todos riram, alguns gritando sim, outros não.

—Errou Parkinson! – gritou a loira sobre os ombros.

—Você convidou toda a Slytherin? – grunhiu Scorpius, com os olhos arregalados.

—Claro que não, só a partir do segundo ano – ela pegou um copo de suco de abobora da bandeja de um elfo que passou por ali. – A partir dai, sim, todo mundo!

—Hei, oi James – gritou Molly Weasley, deitada em uma das muitas espreguiçadeiras brancas na borda da piscina – Albus! Lily! Vocês também vieram pra festa?

—Não, eles são convidados do meu irmão! – Calisto falou - já falei Molly, eu só convidei o pessoal da casa!

—Hã... – Molly encarou Calisto e depois olhou para Albus, fazendo a loira perceber a gafe que tinha cometido.

—Ops... – Calisto comprimiu os lábios – Você não recebeu convite? Bem, desculpe. Mas de qualquer forma não é como se fossemos amigos mesmo, não... AI!

Todos olharam confusos enquanto Calisto afundava dentro d’água, e em seguida submergia com Damon logo atrás dela.

—Você podia ter me matado do coração, idiota – ela grunhiu – Que seja, o que eu estava... Ah sim, não é como se fossemos próximos nem nada do tipo, não é mesmo Albus? Espero que não fique magoado!

—Nem precisa se preocupar – falou o garoto.

—Ah, então era esse Potter da lista? – perguntou Damon – Mal ai cara, eu achei que fosse seu irmão ai!

—DAMON! – gritou Calisto, vermelha de raiva – Você não pode ficar mexendo na minha lista! Se eu digo todos os alunos da Slytherin, são todos!

—Desculpe – riu o moreno – Você não pode me culpar por sentir ciúmes, minha linda! Ei cunhado, feliz aniversário.

—Obrigado – Scorpius e Calisto reviraram os olhos.

Damon beijou o ombro de Calisto e voltou para o jogo.

—Desculpem por isso – Calisto riu, olhando para o irmão – Não estava pensando em usar a piscina hoje, estava?

—Não, a quadra – falou ele, olhando para a quadra vazia.

—Ah, então tudo bem – sorriu Calisto – Divirtam-se!

—Espera ai, papai deixou você fazer isso? – perguntou Scorpius.

—Mamãe deixou...

—Você está fugindo. Responde!

—Talvez? – ela sorriu – Tá legal, não deixou. Talvez eu tenha derramado um ou duas gotas de remédio pra dormir no chá dele depois disso... Ou meio vidro...

—Você... Você... Você dopou o papai? – Scorpius gritou. – Ele é o Ministro da Magia Calisto!

—Dopar é uma palavra muito forte – Calisto grunhiu – Eu apenas ajudei ele a ficar menos estressado por algumas horas. Mamãe já resolveu tudo com o ministério, eles estão viajando para comemorar nosso aniversário!

—Eu não acredito que você...

—Não seja tão dramático Scorpy, você tem a sua festa, eu tenho a minha, e o papai perde algumas rugas desnecessárias... Todos saem ganhando – ela sorriu, e olho sobre ele – Acho que eles são convidados seus! Lovegood!

—Oi Calisto – sorriu Evanna, entre os oito alunos da Gryffindor – Feliz aniversário Scorpius!

—Obrigada Evanna – ele pegou o pacote, e dos outros também, entregando a um elfo doméstico – Vamos, o campo é depois da piscina. Cuidado pra não escorregarem.

Scorpius guiou todos até o campo, e enquanto se aqueciam ele olhou para a festa da irmã, pensando no que ela havia feito. Calisto era capaz de tudo, ele sabia disso. Mas aquilo o havia pego do surpresa.

—Hey, Scorpius! – chamou James, parando ao lado dele – Qual é a da sua irmã e do Parkinson?

—Você não ficou sabendo? Eles estão namorando! – falou Scorpius.

—O que? – James arregalou os olhos – Desde quando?

—Não sei, umas semanas depois que a gente voltou de Hogwarts ele chegou aqui com um buque horrível com um cheiro horroroso, e um pedido de namoro – Scorpius revirou os olhos – Eu ainda não sei como Calisto não jogou um Crucio nele!

...

Calisto suspirou, saindo da piscina e se jogando um uma espreguiçadeira branca ao lado de Molly, o sol já havia se posto, mas o calor ainda era maravilhoso. Quando algo chamou sua atenção, um chumaço de cabeço ruivo perto da porta da casa.

—Oi – falou Calisto, andando até a pequenina garota e se abaixando para ficar da altura dela – Você é a irmã do James certo? Lia?

—Lily – falou a menina, rindo.

—Legal, eu sou Calisto – a loira sorriu - Por que você não está lá jogando ?

—Eu não gosto muito de Quadribol – confessou a menina – O Jamie e o Al tentaram me ensinar a jogar uma vez, mas não deu certo.

—Você quer ficar aqui com a gente? – perguntou Calisto, a menina balançou a cabeça negativamente – Ninguém vai te morder, vamos!

—Eu não quero – falou a menina de forma decidida.

—Certo. Então... Você quer entrar e olhar televisão? – Perguntou Calisto e os olhos da menininha brilharam – Certo, depois eu aviso seus irmãos, vamos...

—Sabe, Calisto... Meus irmãos falam muito de você – sorriu Lily – Você é legal.

—Obrigada – sorriu Calisto, subindo as escadas com a pequena – Esse é meu quarto, você pode ficar por aqui, mas não faz barulho certo? Eu tenho que voltar pra festa.

Calisto desceu as escadas, e voltou para a piscina, onde Damon parecia desesperado.

—O que foi Parkinson – riu Calisto, se pendurando no pescoço dele – Com medo de que eu tivesse trocado a festa pelo jogo de quadribol?

—Algo assim – ele riu – Está ficando tarde, o pessoal está começando a se arrumar pra ir embora!

—Então é melhor a gente cantar parabéns! – sorriu Calisto, e os Elfos trouxeram um enorme bolo de três andares.

—Faça um pedido Malfoy! – Gritou Drina de dentro d’água.

Calisto fechou os olhos, respirou fundo e soprou as velas. Um sopro suave, simples, mas poderoso o suficiente para que todas se apagassem de uma única vez.

—Que esse seja um grande ano – Calisto falou, erguendo seu copo de suco e abóbora e tomando.

...

Calisto bufou quando se sentou em frente a Drina e Sarah no trem. Damon havia ido para junto aos outros monitores, o que havia feito ela bufar. Ela ainda não conseguia entender como em sã consciência Damon havia sido escolhido como Monitor. Mas ela estava feliz por ele, assim como estava por Molly e Trevor que agora eram monitores chefes.

—Tédio... – gemeu Calisto, jogando os pés sobre o banco – O que a gente podia fazer?

—Ah, vocês eu não sei, mas eu to morrendo totalmente de sono – gemeu Sarah – E vou dormir!

—Ai, mal ai Calix, mas eu também – falou Drina – A gente se vê depois?

—Tá, tanto faz – Calisto se levantou – Eu vou dar uma volta por ai!

Calisto saiu antes de ouvir a resposta das amigas, ela olhou para o lado no corredor entre os vagões, miseravelmente deserto. Onde será que Scorpius estava? Não, ela decidiu, péssima ideia, ele deveria estar com os outros garotos e ela já estava cheia do irmão de qualquer jeito.

—Merlin... – Gemeu Calisto, caminhando pelos vagões. Algumas portas abertas, outras fechadas... Algumas pessoas da Slytherin abanavam para ela quando passava, alguns alunos do primeiro ano ainda sem casas também.

—CALISTO! – a voz infantil lhe atingiu antes mesmo que ela olhasse para dentro do vagão com quatro crianças ruivas. Lily Potter abanava lá de dentro.

—Oi baixinha – sorriu Calisto, abanando pra ela, e seguindo reto.

Calisto andou pelos vagões, tropeçando nos pés algumas vezes.

—Hey Malfoy, se perdeu? – Riu Rose Weasley, saindo de um vagão que ela tinha passado a menos de um minuto – Onde estão suas fieis escudeiras?

—Acho que eu dei sono nelas – riu Calisto de canto, dando os ombros. Era bom falar com Rose sem que ela lhe acusasse de seduzir James.

—Entra ai – Sorriu a ruiva, apontando para dentro o vagão.

Outras duas meninas estavam do lado de dentro, Dominique Weasley estava com um cara de choro horrível, mas Calisto ignorou, preferindo não se intrometer. A outra, a qual ela sentou ao lado, era Evanna Lovegood, que segurava uma caixa cheia de furos.

—Tem uma lagarta aqui dentro – falou Evanna, sorrindo – Vai virar uma borboleta em uma semana, eu acho...

—Legal... – Falou Calisto, com a melhor cara de “e dai?”

—Uh, Evanna nos contou da sua festa de aniversário – falou Rose, depois de um minuto de silêncio constrangedor.

—Bem, tecnicamente eu contei pra vocês da festa do Scorpius – falou Evanna, rindo.

—Você sabe que ela nunca ia admitir que estava prestando atenção – riu Dominique, tirando o semblante abatido e rindo. Depois se inclinou na direção de Calisto, como quem conta um segredo – Sabe o que eu acho? Acho que Rose tem uma queda pelo seu irmão!

—Sabe o que eu acho? – Calisto se inclinou para frente – Que meu irmão também tem uma queda por ela!

—Oh Merlin! – gritou Dominique, fingindo surpresa – Quanta conhecidência!

—Eu nunca iria imaginar! – riu Calisto.

—Parem vocês duas – grunhiu Rose – Eu não tenho queda nenhuma por ninguém, muito menos pelo seu irmão.

—Se você diz, eu acredito – Calisto deu os ombros – Mas, ok, essa eu nunca contei pra ninguém, nem mesmo pra Sarah e Drina.

Todas se viraram para a loira, que sorriu e piscou os olhos de forma travessa.

—Quando nos chegamos em casa, depois do fim do ano passado, a gente estava jantando e minha mãe perguntou algo tipo: - ela pigarreou, imitando a voz da mão – Então Scorpius, como está aquela menina que você me falou no Natal? Rosa não é? – Calisto sorriu – E tipo, na hora eu nem me toquei, só uns dias depois que eu percebi de quem eles estavam falando.

—Por favor Calisto – Rose revirou os olhos – Deve ser alguma menina da Ravenclaw, ou, sei lá...

—A coisa mais próxima de Rosa que tem na Ravenclaw é Rosana, e ela é tipo do quinto ano e... Parece uma casa mal assombrada!– Calisto fez uma careta, e todas riram.

—Eu tenho que dar um ponto para você Malfoy – riu Rose – Acho que nenhuma de nós teve sucesso em fazer Dominique sorrir até agora.

—Por que? – perguntou Calisto.

—Ah, os pais dela não assinaram a autorização para ir a Hogsmeade – Evanna falou – Tipo, eles foram visitar a Vic e o Teddy nas férias e não chegaram a tempo.

—Nossa, que pena – falou Calisto, sem se importar muito de verdade – Mas você pode mandar uma carta e pedir pra assinarem!

Dominique olhou para Rose – Por que você não pensou nisso antes? Achei que você fosse a inteligente!

—Só por que eu tenho boas notas não quer dizer que eu seja a única que tem que pensar – Grunhiu Rose – Você podia muito bem ter pensado nisso sozinha também!

—Mas nenhuma as duas pensou, então parem – Falou Evanna.

—Agora que eu notei... Onde estão Jullie e Roxanne? – perguntou Dominique – Elas sumiram quando a gente entrou no trem...

—Jullie foi junto com os outros monitores, ela deve estar com Molly – Rose deu os ombros – E a Rox deve estar com o James, é claro. Ela seguiu ele pelas férias inteiras!

—Sério? – Riu Evanna – Eu achei que isso já tinha passado!

—O que? – perguntou Calisto, confusa.

—Roxanne tem uma queda pelo James – Riu Rose – Tipo, desde o ano passado.

—Não, ela teve três quedas por ele no ano passado, é diferente – falou Dominique – Roxanne muda de paixão platônica como quem muda de roupa...

Isso fez todas gargalharem.

—É verdade, provavelmente ela vai esquecer o James e se atirar em, sei lá, Dylan da HufflePuff, assim que entrarmos na escola de volta – riu Dominique, e mais uma onda de gargalhadas seguiu o comentário.

Calisto riu, ela maravilhoso estar ali rindo e falando de garotos com aquelas meninas que ela mal havia conversado antes. Era quase tão bom quanto as brincadeiras e piadinhas com seus colegas de classe. Quase.

—Com licença, monitor bonitão entrando – Falou Damon, abrindo a porta do vagão – Ah, eu sabia que tinha ouvido a sua voz! Eu te procurei pelo trem inteiro!

—Nossa, ou essa reunião foi muito rápida ou eu andei pelo trem tempo demais – riu Calisto.

—Vamos, Sarah e Drina estão preocupadas com você – falou ele, pegando ele pelo pulso. Ela puxou – Calisto...

—Diz pra elas que eu to bem, daqui a pouco eu volto pra lá com vocês – Sorriu Calisto – Por enquanto, acho que eu vou ficar aqui com essas meninas estranhas.

As quatro riram enquanto Damon saia com a melhor cara de paisagem de todos os tempos.

—Estranhas é? – Riu Evanna, empurrando Calisto.

...

A Escolha de casas aquele ano foi especialmente chata, achou Albus, havia uma quantidade menor que o usual de alunos. Lily havia sido, surpresa, selecionada para a Gryffindor, e James passou metade do jantar com a irmã nos ombros. Hugo havia ido para a Ravenclaw, o que realmente havia sido uma surpresa, mas nem tanta assim. Ele ainda era filho da tia Hermione.

Depois do jantar ele seguiu o grupo de alunos da sua casa até o salão comunal, atrás dele Malfoy brigava com Goyle e Damore.

—Parem de drama vocês duas – grunhiu Calisto atrás dele – Eu me sento com quem eu bem entender, não é como se eu fosse exclusiva para vocês e Damon, sabiam?

—Sério? Então agora você é exclusiva para Weasley’s e Lovegood’s? – grunhiu Sarah.

—Vocês lembram que foram vocês que me deixaram no vácuo? – a outra revidou – Queriam o que, que eu ficasse velando o sono de vocês?

—Nessa ela te pegou – riu Drina.

—Seria preferível – Sarah Bufou – Sinceramente, Damon não entendeu nada do que aconteceu.

—Deixa que com o Damon eu me resolvo – falou Calisto desinteressada.

—Por desfazer tanto das pessoas, você vai acabar sozinha – Sarah Murmurou.

—Tem horas que é mesmo melhor ficar sozinha – suspirou Calisto – Do que com algumas companhias.

—Como a do seu namorado? – Sarah a encarou.

—Exatamente, o meu namorado – Calisto tinha um riso na voz – Não é da sua conta, é?

—Afinal, o que você estava fazendo com aquelas três? – perguntou Drina, de forma calma.

—Elas estavam falando de... Coisas do meu interesse – Calisto colocou calmamente, sem admitir que na verdade queria ouvir mais sobre Roxanne e James. – Nada muito relevante para vocês, apenas... Algumas notícias que eu não fiquei sabendo.

—A filha do ministro da magia precisa de um par de Weasley’s para se informar? – riu Sarah.

—Ela pelo menos são bem mais simpáticas que você – Calisto falou, irritada, cruzando entre os alunos e esbarrando em Albus no caminho – Desculpe.

“Desculpe” ecoou Incubus, sobre os ombros da loira.

—Ela é tão... – Sara bufou atrás dele, e em seguida – Calix, volta aqui... A gente só tava brincando!

As duas passaram por ele correndo atrás da loira.

Meninas. Ele temia nunca entender o que se passava com elas. De qualquer forma, ele não poderia deixar de se perguntar o que de tão interessante suas primas estavam falando com Evanna para prender até mesmo a atenção de Calisto.

...

Rose sorriu enquanto Lily atropelava as palavras, falando sobre como ficou nervosa na hora que o chapéu estava decidindo a sua casa.

—Eu queria ir para a Slytherin com o Albus, assim ele não ficaria mais sozinho, mas a verdade é que eu também queria ficar aqui com vocês, então deu um nó na minha cabeça – gemeu a menina – Mas ai, o Chapéu quase me colocou na HufflePuff, não que eu não fosse gostar, mas eu sei que não daria certo como uma Lufana, então...

—Nós já entendemos, Lily, você repassou essa história três vezes – riu James, se jogando sobre o sofá e sentando ao lado de Rose, encarando a irmã. Em frente a eles, Jullie, Roxanne e Dominique riam – Mas ainda bem que você veio pra cá, dois irmãos na Slytherin seria demais para meu coração.

—Nunca fale isso perto do Albus – falou Rose, gemendo.

—Você é tão superprotetora com nós dois que parece a nossa mãe... Ou a sua... Nem sei quem é pior – ele olhou para a irmã – Mas o que importa é que ano que vem teremos uma nova artilheira, não é?

—Nem vem – gemeu Lily – Torcer por você. É o máximo que eu faço, você sabe.

—Imagino que se eu jogar contra o Albus você não vai mudar de lado, vai? – riu James.

—Não. Essa é a minha casa. Albus tem quem torça por ele – falou a pequena.

—Bem, está tarde – Jullie se levantou – E todos temos longos anos pela frente, é melhor ir dormir.

—Acho que eu vou ficar mais um pouco, quero escrever pra mamãe e por papai e contar a novidade – sorriu James – Vocês podem ir na frente meninas.

—Eu fico com você – falou Roxanne, sorrindo, assumindo o lugar de Rose ao lado de James.

—Não precisa, provavelmente eu vou demorar – falou ele, se afastando um pouco no sofá, e jogando um olhar desesperado para as outras, que riram.

—James, está tarde. A única coisa que você vai fazer é babar todo o pergaminho – falou Jullie – Vai dormir, amanha você faz isso.

—Tá, tanto faz – ele se levantou, seguindo em direção ao dormitório. Eis ai uma divida eterna que ele teria com Jullie, pensou Rose enquanto seguia até seu quarto.

Apenas quando ela deitou no travesseiro foi que ela começou a pensar na viagem. Malfoy indo com elas no vagão foi realmente estranho, ainda mais quando ela recusou voltar para junto com os outros da sua casa. O que será que lhe chamará tanta atenção na conversa?

Mas algo prendeu ainda mais o pensamento de Rose o que a dúvida, ela começou a pensa nas palavras de Calisto sobre o irmão e a mãe, e por fim adormeceu tentando lembrar a aparência de Astoria Malfoy.

...

Estava amanhecendo. Os raios de sol refletiam no fundo do lago quando Albus acordou. Como a noite havia passado tão rápido assim? Ele não fazia ideia de quanto tempo estava dormindo. Uma hora? Duas? Não mais que isso, com certeza.

Mesmo depois de tomar banho e vesti o uniforme, nenhum de seus colegas de quarto havia acordado ainda, e, mesmo que não fosse tão cedo, pensou Albus, ele não fazia a menor questão de acorda-los

Em vez disso ele seguiu em direção ao Salão Comunal, disposto a ir para a cozinha tentar conseguir algo para comer antes do café da manha, que demoraria um bom tempo pelas suas contas. Ele estava quase saindo do salão comunal quando ouviu um grunhido

Calisto Malfoy estava deitada em um longo sofá, os cabelos loiros caindo soltos em volta da cabeça, o corpo encolhido confortavelmente e os sapatos jogados longe. Incubus estava no encosto do sofá, parecia estar adormecida também, sem notar a expressão atormentada da loira

Albus se perguntou por um momento se até mesmo Calisto tinha que encontrar um jeito de fugir dos pesadelos de vez em quando. Não parecia estar dando muito certo. Mas isso, de qualquer forma, não era da conta dele. Ele se virou e saiu do salão antes que a garota – Ou a cobra – tivesse a chance de acordar.

Os corredores de Hogwarts estavam estranhamente quietos, era estranho passar por eles assim, o sol pálido entrava pelas janelas, mas não fornecia nenhum calor. Ainda sim, havia uma certa paz em tudo aquilo.

Quando ele chegou a cozinha, viu Carter sentado em um canto rindo com alguns elfos domésticos simpáticos, e se aproximou.

—Olha só quem caiu da cama – riu Carter, bebendo um gole de algum tipo de suco – Esses, senhores, é o grande Albus Severus Potter... Famosos por... Ser o melhor goleiro da Slytherin desde que eu me entendo por gente!

—Qualquer um é melhor que o Parkinson – falou Albus, rindo e se sentando – O que você está fazendo aqui?

—Ah, eu sempre acordo cedo... Até nas férias – riu Carter – É difícil dormir quando se tem um monte de sapos no seu quarto.

Os dois riram.

—Na verdade, estou surpreso de você estar aqui – falou Carter – A última vez que dormi na sua casa você e James acordaram na hora do almoço.

—Como você disse, caí da cama – sorriu Albus, enquanto passos se aproximavam. Os dois se viraram – Evanna!

—E ai? – sorriu a menina, já com seu uniforme – Aceitam companhia?

Os dois deram os ombros.

—Eu realmente não gosto de fofocas, mas eu tenho que dizer... – ela suspirou – As meninas do meu quarto conseguem roncar mais altos que meus irmãos nos piores dias.

Os três riram.

—Talvez devêssemos juntar elas com os meninos do meu quarto – riu Carter – Ia ser uma festa do pijama divertida!

—Desde que ninguém pegasse no sono – riu a loira.

Albus se levantou e se afastou aos poucos. Se tinha uma coisa que aprenderá com seu irmão era quando você estava servindo de vela. E aquele era um desses momentos.

...

Calisto sentia as costas doerem enquanto andava para o Grande Salão. Se ela continuasse a passar até tarde no salão comunal, e, consequentemente dormir por lá, ela ia acabar que nem uma velha.

Scorpius estava entrando no Salão a alguns metros dela, ela passou por duas segundanistas e se apoiou nos ombros dele.

—Desembucha – gemeu Scorpius, se afastando da irmã.

—Quais as aulas que você escolheu? – perguntou ela, sem rodeios.

—Não é da sua conta – ele grunhiu, e em seguida suspirou –Trato das Criaturas Mágicas e Runas Antigas. E Adivinhação, de última hora na verdade. – ele encarou a irmã – Ah não, eu conheço essa cara. Você não escolheu as mesmas matérias, não é?

—Quase – ela sorriu – Na verdade, eu troquei Trato de Criaturas por Artimância depois de pensar bem.

—Artimância? Mas você odeia números – ele falou, arregalando os olhos. -Confesse que você não queria ter aula de Trato das Criaturas por causa do professor – Scorpius a encarou, mas sorria. – E estudo dos trouxas, nem preciso falar...

—Com certeza – sorriu Calisto, fazendo uma careta ao olhar para a mesa da própria casa – A gente se vê na aula.

Scorpius riu, olhando para a irmã seguindo para a própria mesa. Cada dia ela ficava mais estranha, ele pensou, imaginando se isso acontecia com ele também.


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Notas finais do capítulo

Mais um ano começando em Hogwarts...

Com certeza Scopy, ninguém é mais estranho que a Calisto. Exceto, talvez, o Albus? Difícil decisão, o que acham? Comentem, e até mais!



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