BLOODLINE escrita por Meewy Wu


Capítulo 11
V - Um Louco Dia de Natal




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“-Feliz Natal Calisto – Lucio Malfoy sorriu para a garotinha – Isso é pra você!

—Obrigada – ela sorriu, jogando os braços sobre os ombros do avô; Ainda era tão cedo. Ela estava com tanto sono. Havia descido apenas para pegar um copo d’água e encontrou o avô no sofá da sala de visitas, com uma caia de madeira antiga nas mãos.

Ela olhou para o item de metal frio em suas mãos, era um broche. Dois S’s um de frente para o outro, entrelaçando-se como cobras, com esmeraldas nas pontas.

Ela se virou novamente para o avô, para perguntar o que significava aquele desenho, mas ele já estava subindo a escada com a caixa nas mãos como se fosse um tesouro muito valioso.

Porém, para Calisto Malfoy, uma garotinha de sete anos, nenhum tesouro parecia tão valioso quanto o broche em suas mãos.”

Na manhã de Natal, quando Calisto acordou, o quarto das meninas já estava vazio, o que deveria significar que Drina e Sarah já deveriam estar no banho. Haviam vário papeis de presentes amassados, e coisas mais diversas possíveis sobre as camas das amigas. Calisto olhou para a pilha de presentes nos pés da própria cama. Deveria haver pelo menos deuas vezes a pilha de Sarah e três a de Drina.

Ela suspirou, olhando para os pacotes. De seu pai; De sua mãe; De sua avó; De Drina; De Damon; De James – isso foi uma surpresa; De Sarah; Quatro de seus tios e seus primos de Xangai; E alguns outros mais embaixo.

Preso no presente de sua avó, em uma carta cuidadosamente feita, escrito com a caligrafia elegante de Scorpius, estava seu nome. Ela ignorou todos os outros presentes da pilha, pegando a carta como se sua vida dependesse disso, rasgando o papel cuidadosamente dobrado e amassando um pouco a carta em si antes de ler.

“Cara Irmã,

Não consegui pensar em nada para comprar para você, e acho que você não ficaria muito feliz com um presente meu no momento – Você é a única garota no mundo que não fica feliz com presentes quando está irritada. Mas escrevi isso para dizer que estou feliz que não esteja aqui hoje.”

Calisto parou, boquiaberta, antes de continuar lendo.

“Não me entenda a mal, só acho que é melhor para você. Mamãe foi para o hospital de novo a alguns dias, e papai está com ela desde então. Estou com a vovó, na casa dela. Nada mudou aqui desde a morte do vovô, Calisto. Imagino se você ia querer estar aqui, mas eu sei que eu não quero você aqui.

Por que eu sei que você ia chorar toda a noite quando ninguém estivesse vendo. E mesmo te odiando um pouquinho você é minha irmã, e eu tenho que ficar feliz por você estar segura dos seus próprios sentimentos ai onde está.

Vovó mandou feliz Natal. Nos vemos em breve. Feliz Natal, Europa.

Do seu irmão: Hyperion.”

—Hyperion... – ela gemeu, segurando as lágrimas enquanto passava os dedos sobre o nome do irmão no fim da carta. Por que aquele idiota não podia estar aqui agora que ela queria abraçar ele?

—Olha só quem acordou – riu Drina, saindo do banheiro com os cabelos negros escorridos pingando água na blusa preta – Feliz Natal!

—Feliz Natal – bocejou Calisto, para impedir que a amiga visse suas lágrimas –Onde está Sarah?

—Aquela? – perguntou Drina, apontando para a menina saindo com uma escova presa no emaranhado de cachos escuros e densos – Vai tomar banho?

—Vou sim, vocês me esperam? – perguntou ela, pegando uma muda de roupa e toalhas.

—É provável que você saia antes que eu termine, de qualquer modo – grunhiu Sarah, puxando a escova com violência e arrancando boa quantia de fios.

Calisto entrou no banheiro, e ligou o chuveiro, entrando embaixo d’água. A água quente bateu em sua nuca, escorrendo pelos cabelos, pelo pescoço e pelas costas. E ali, onde estava protegida pela água, ela se permitiu chorar.

...

Scorpius gemeu quando se levantou da cama, sem conseguir dormir com o cheiro do café da manhã que sua avó estava preparando. Não que o cheiro fosse ruim, longe disso, o problema era que depois de passar quase a noite inteira em claro, de estômago vazio, ele estava com fome demais para dormir com aquele cheiro em volta dele.

Ele olhou para a porta do banheiro do seu quarto, mas ignorou a peça e seguiu de pijama mesmo para a cozinha, onde a mesa já estava montada.

—Você acordou – sua avó sorriu, mostrando as linhas de expressão nos cantos dos olhos – Pode se servir querido, só estou acabando meu chá. Sua mãe voltou para casa, vamos para lá depois de você arrumar suas coisas, certo?

—Certo – ele assentiu, sem demonstrar o quão feliz estava em ir para casa. Toda a vez que virava um corredor na casa de sua avó, parecia que ia ver seu avô lá, parado. Era irracional pensar assim, ter esse medo insano, ele sabia, mas também era irracional passar a noite em claro escrevendo uma carta que provavelmente Calisto jogaria no lixo antes mesmo de ler, mas isso não o impediu.

“Talvez no fundo” ele pensou consigo mesmo, enquanto mordia uma torrada “bem lá no fundo, eu tenha uma um pouco do convencimento insano da Slytherin” ele deu outra mordida “Com certeza eu não sou o melhor aluno que a Ravenclaw já teve notícias...”

Claro, isso não tinha a ver com as notas, ou com o comportamento, longe disso. Mas ele sabia que tinha algo diferente em sua mente. O chapéu seletor por pouco não lhe colocará na outra casa... Calisto tinha lhe acusado de ser como seu pai. Ele não podia dizer que era muito diferente dela em certos momentos. Ele sempre tinha algo com que implicar entre os membros de sua casa, até mesmo pequenos debates com Evanna pareciam as vezes sair do seu controle.

Ele acabou o café da manhã, rapidamente, e arrumou suas coisas, cada minuto mais ansioso para voltar para casa. Aquele lugar com as sombras invisíveis de seu avô em todos os lados, com sua avó chorando a noite em silêncio sem dormir no próprio quarto. Aquilo estava lhe deixando louco.

Com certeza não seria o melhor Natal de todos, não seria feliz, nem animado. Seu pai provavelmente ia se trancar no escritório, e ele ficaria a noite sentado ao lado da cama da mãe, para ter certeza que ela estava bem. Mas pelo menos ele estaria em casa. Não era um lar, não sem Calisto para reclamar. Não sem seu pai fazendo um brinde. Não sem o delicioso pudim de sua mãe. Mas era melhor do que estava agora.

...

Quando Rose desceu a escada da casa dos Potter, junto com Dominique, todos já estavam na sala reunidos. Victoire e Teddy estavam sentados em um sofá levemente afastado, meio escondido atrás da arvore de Natal, aninhados. Todos estavam felizes com a vinda deles, já que, ambos estavam dando duro em seus ensinos pós-escola.

Tradicionalmente, Fred, James e Albus estavam sentados ao pé da árvore comparando presentes e brigando para decidir quem tinha ganhado mais naquele ano. Garotos...

Jullie e Roxanne estavam sentadas confortavelmente em um grande sofá vermelho, com alguns presentes em cima, embora aparentemente ainda tivessem abrido apenas um ou dois cada, olhando furtivamente para Teddy e Victoire e sussurrando entre si.

Lucy e Louis estavam sentados no chão atrás do sofá, aparentemente jogando um jogo de tabuleiro sem permitir que Lily e Hugo, que assistiam carrancudos, entrassem na brincadeira.

—Típico dia de Natal – sussurrou Dominique para Rose, e as duas riram, seguindo para a cozinha. A cozinha estava realmente apertada, Rose percebeu. Estavam quase todos lá, com exceção dos seus avós, que deveriam chegar a qualquer momento. Molly também não tinha ido para casa esse ano, como boa parte dos alunos da Slytherin resolveram permanecer na escola, ela ficou também com o namorado.

Harry e Gina estavam conversando com seus pais em um canto, ao passo que os outros estavam sentados em volta da mesa tomando café. Angelina e Fleur estavam falando abobrinhas como sempre que se encontravam. Seus tios, Gui, George e Parcy discutiam sobre as eleições para ministro da magia.

—Bom dia meninas – sorriu Gina, se afastando da conversa e se aproximando delas – Querem alguma coisa?

—Bolo! – saltou Dominique, olhando para o grande e ainda intocado bolo fumegante em cima da mesa, e recebendo uma cotovelada de Rose – Ai...

—Está tudo bem, podem pegar – Gina riu – Avisem os outros que se eles estiverem com fome, podem vir comer também, certo? E me avisem se a vovó Weasley, ou Luna e a família dela chegarem, certo?

—Certo! – as duas falaram animadamente, correndo de volta para a sala.

...

—Vamos Evanna! – gritou seu pai, do andar de baixo – Estamos só esperando por você!

—Só um minuto – ela gritou de volta, enquanto tentava achar o par de algum sapato na confusão que estava seu quarto. Ela se perguntou por um minuto por que tinha pendurado todos os sapatos no teto, isso não tornava nem um pouco mais fácil que ela achasse algo assim – e ela já tinha dois galos na cabeça.

—Evanna, o que é isso na sua cabeça? – gritou Luna, correndo em direção a filha assim que ela desceu as escadas – Algum animal lhe picou? Isso parece uma picada de...

—Eu só bati a cabeça, mãe, sério! – ela falou rapidamente, antes que sua mãe, que já estava com os olhos mais arregalados do que o normal, pirasse. – É melhor a gente ir, não?

—Acho que sim – concordou Rolf, rindo um pouco das duas – Afinal, seria muita falta de educação chegar muito perto da hora do almoço, não?

—Lorcan, Lisandro, estamos saindo! – Gritou Luna, e ouviu os dois garotos grunhirem algo do andar de cima. Esses dois precisavam mesmo tirar umas férias dos livros, pensou Evanna enquanto segurava a mão dos pais, esperando pela sensação de vertigem da aparatação.

...

—UHUUU! – gritou James, assustando todos na sala. Até mesmo Teddy e Vic saíram de onde estavam para ver se ele estava bem, mas voltaram para o sofá em seguida. – Quem é melhor? Quem é o melhor? James Potter é melhor!

—Ele precisa mesmo fazer isso? – perguntou Albus para Fred, que revirava os olhos.

—Não seria o James se não fizesse, seria? – perguntou o outro – Pode parar, por favor? Você ganhou por três presentes apenas.

—E foram cartas de meninas da sua turma – falou Albus, jogando os papeis de presente pro lado para se sentar direito – Eu nem sei se isso conta.

—Se você não fosse tão carrancudo – riu James, puxando um fio do cabelo do irmão – As pessoas também iam gostar de você.

—E quando ele diz pessoas, quer dizer garotas – Riu Fred.

—Vocês são nojentos – Jullie grunhiu, fazendo os três se virarem para ela e Roxanne no sofá.

—Nojento, minha cara prima, é aquele seu namorado que não tem modos a mesa – falou Fred, de maneira crítica – O resto, é a vida!

—Essa você mereceu – riu Roxanne, levando um almofada na cara – Hein!

Os meninos riram.

—Ah é? Tem pra vocês também – gritou Jullie, jogando outra almofada em James.

—Sua... – ele jogou a almofada de volta, mas as meninas se abaixaram, e ela voou por cima do sofá, batendo em Rose que por sua vez derrubou Dominique sem querer.

—Quem foi? – perguntou Rose, se levantando e segurando a almofada com força.

—Foi o James – os quatro apontaram prontamente, e Rose atirou a almofada de volta na cara de James, mas ele desviou e ela quase acertou Albus, que desviou por um tris fazendo a almofada bater na árvore de Natal, que caiu de lado por cima de Victoire e Teddy.

—Guerra de Almofadas? – riu Teddy, encarando todos – Como vocês são infantis...

—Meu Vestido! – gritou Victoire, que tinha manchado o vestido com bolo. Ela agarrou uma almofada e olhou de um jeito assassino para os outros – Agora vocês vão ver!

—Você não vai... – Teddy começou a falar, mas a garota já tinha jogado uma almofada em Fred.

A guerra estava travada, ninguém mais tinha certeza de quem estava jogando em quem, Lucy e Louis atrás do sofá seguiam seu jogo como se nada tivesse acontecendo, ao passo que Lily e Hugo esqueceram dos primos e ficaram olhando a confusão sobre o encosto do sofá.

—AI! – gritou alguém atrás das crianças, Luna Lovegood havia acabado de entrar pela porta, e sido atingida por uma almofada cor de abobora na barriga – Bem, com certeza chegamos a casa dos Potter!

—Desculpe – falou Rose, pegando a almofada e deixando que Rolf e Evanna entrassem também.

—Lilly, avisa pra mamãe que a dona Luna chegou – falou James, para a menina empoleirada no sofá.

—MÃE VEM AQUI! – gritou ela, enquanto todos tapavam os ouvidos.

—Merlin, Lilly... – Gemeu Gina, saindo correndo da cozinha – Você está bem?

—Chegou mais gente – ela falou, apontando para a porta.

—Luna! – Gina sorriu, abraçando a velha amiga e esquecendo o pequeno escândalo da filha.

—Gina! – Luna a abraçou também, e as duas começaram a conversar.

—Onde a gente parou? – perguntou Fred.

—GUERRRRRRRA! - Rugiu James, jogando uma almofada em Teddy.

Evanna sorriu enquanto Rose a puxava para se juntar a eles. Era tão bom se sentir incluída para variar.

...

Scorpius se sentou ao lado da cama da mãe enquanto os dois almoçavam. Não havia visto o pai desde que chegará em casa, e a avó havia ido dormir um pouco.

—E então, como está indo a escola? – perguntou Astoria, sorrindo delicadamente para o filho.

—Bem... – ele sorriu – A maioria das coisas a gente já estudou antes, então só agora estão aparecendo assuntos novos.

—Eu disse pro seu pai que era bobagem dar tanto estudo pra vocês fora do tempo – ela sorriu – Sinceramente, por que alguém precisa aprender a falar Latim? Ou Alemão? Ou Português? Não é como se vocês fossem usar isso alguma vez na vida.

—Calisto gostava disso – ele sorriu.

—Sua irmã é meio louca, se quer minha opinião – os dois riram – E seus colegas, como são?

—Hummmm, é difícil dizer... – ele mordeu o interior da bochecha – Eu não tenho muitos amigos mãe...

—Ninguém da Ravenclaw tem... Foi o que eu ouvi falar nos meus tempos, pelo menos – ela deu os ombros – Não que eu particularmente tivesse muitos, eu passava a maior parte do tempo com minhas irmãs... Mas, voltando aos seus amigos.

—Bem, tem alguns garotos da minha casa que estão na mesma turma que eu, mas a gente só conversa sobre a matéria. Evanna, filha da Luna Lovegood, ela é a única pessoa que consegue me aguentar falando por horas a fio sobre alguma coisa – ele riu – Tem o Carter, ele é da HufflePuff mas é mais inteligente que a maioria dos alunos da classe, ele é filho do professor Longbotton.

—Aquele pobre menino... – suspirou Astoria – Ele perdeu a mãe tão cedo, ela estudou comigo sabia?

—Não... – ele falou, olhando as lágrimas se formando nos olhos da mãe.

—Continue filho – ela falou.

—Tem o Albus, ele é meio fechado e tal... Deve ser difícil por filho do grande Harry Potter ir para a Slytherin, mas ele tenta lidar com isso da melhor forma – ele sorriu depois – Não podemos dizer que as outras crianças facilitem para ele, Calisto, Sarah, Damon... Eles...

—Não precisa explicar, conheço sua irmã e esses dois como a palma da minha mão... Típicos alunos na casa – ela sorriu um pouco orgulhosa um pouco aborrecida – Apenas estes?

—Acho que sim, as vezes eu passo um tempo com a Calisto e os outros, mas a gente briga demais... – ele fez uma careta – Tem a Rose também, ela almoça com a gente, na maioria das vezes... Mas acho que ela não gosta muito de mim...

—Pela sua cara, eu diria que ela tem seus motivos – Astoria sorriu astutamente – Me conte mais sobre essa Rose.

—Ela é da Gryffindor. Rose Weasley, filha de Rony Weasley. O cabelo dela é igual aquelas árvores no início do outono, quando as árvores ficam laranjas antes das folhas caírem. Ela é a terceira do nosso ano, atrás de mim e da Calisto. Acha que tem razão sempre, e as vezes até que ela tem... Não que um dia eu vá admitir isso, claro. – ele riu – A gente sempre acaba se esbarrando na biblioteca, mas nunca chegamos a conversar direito... Bem, nenhuma conversa civilizada, de qualquer forma.

Astória não falou nada, ela olhou para o filho, sorriu e voltou a comer em silêncio.

...

—Broche legal - falou Drina, olhando para o enfeite no casaco da loira.

—Obrigada - Calisto sorriu, parecia comovida com aquele simples comentário - Meu avô que me deu.

Depois do almoço, Calisto seguiu Drina, Damon e Sarah para o jardim da escola. O chão estava coberto de neve branca e macia, e todos pareciam extremamente excitados com as possibilidades de brincadeiras naquela tarde de Natal.

—E se a gente andar de treno? – perguntou Drina, animada.

—Treno? Que coisa mais infantil... – gemeu Calisto.

—Você só fala isso por que não sabe andar – Sarah contradisse.

—Você não sabe andar de treno? – Damon perguntou, incrédulo, e depois começou a gargalhar.

—Não tem graça – grunhiu Calisto, formando uma bola de neve e jogando no cabelo dele.

—Malfoy... – ele falou lentamente, se abaixando para pegar neve, mas sendo acertado por duas bolas de neve, uma se Sarah e outra de Drina – Isso é trapaça!

—Acho que ser tão alto tem suas desvantagens, não Parkinson? – perguntou Calisto, jogando uma bola em Drina e desviando de outra de Sarah.

—No enche – ele falou, se aproximando mais dela e ajudando bombardear as outras duas.

—Ai – gemeu Calisto, quando Drina lhe acertou a barriga com uma bola de neve particularmente grande, e ela perdeu o equilíbrio. Ela segurou o braço de Damon, tentando se equilibrar, mas ele foi pego de surpresa e os dois saíram rolando na neve.

Damon parou antes de Calisto, enfiando as mãos na neve para frear, a garota não teve a mesma sorte, e saiu girando por mais três ou quatro metros, até colidir com uma árvore e bater a cabeça.

—Você tá bem? – perguntou Damon, que já estava de pé e recuperado, andando até ela.

—Eu to le... Ai... Não – ela gemeu, colocando a mão na testa – Isso com certeza vai formar um galo.

—Deixa eu dar uma olhada – ele pediu, tirando o cabelo dela por lado e apalpando sua testa, ela gemeu de dor – Vai ficar bem feio isso ai.

Ela choramingou alguma coisa baixinho, e Damon riu, recebendo um olhar furioso dela. E então ele fez o que nenhum deles esperava. Ele a beijou.

Não foi nada mágico. Não foi um grande beijo, cheio de emoção e romantismo, como nos filmes. Ele simplesmente colou a boca na dela, movendo os lábios lentamente. Depois se levantou e caminhou de volta para a escola, passando reto por Sarah e Drina, que assistiam a cena a distância.

Em outras circunstancia, circunstancias normais, onde não tivesse batido a cabeça, Calisto disse a si mesma, ela provavelmente estaria gritando e correndo atrás de Damon. Mas tudo que ela fez foi fitar paralisada um pequeno inseto sair da neve e entrar de volta, levar a mão aos lábios e ficar lá, paralisada.

Ela ouviu as outras duas se aproximarem, correndo, despertou do transe, balançando a cabeça. O que tinha sido aquilo? Ela não sabia ao certo se era uma boa ideia de descobrir. Ela passou a língua nos lábios, Damon tinha gosto de almoço, suco de laranja e de chocolate com menta que sua mãe havia lhe mandado de Natal. Ela sabia que não conseguiria, mesmo que tentasse por infinitos dias, esquecer aquele gosto. O gosto do seu primeiro beijo.

—Eu vi mesmo o que eu acho que acabei de ver? – perguntou Sarah, ajudando Calisto a se levantar.

—O que aconteceu? – perguntou Drina.

Calisto respirou fundo, aceitando a ajuda das duas para se levantar e colocando a melhor expressão superior e entediada no rosto, antes de dizer:

—Acho que Parkinson perdeu alguns parafusos ultimamente – ela suspirou furiosamente – Está muito frio, vamos entrar?


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Notas finais do capítulo

Barraco, gritaria e confusão = A casa dos Potter no Natal, é claro.
Scorpius super fofo ♥
Quem ai é DalistoForever? Será que é dessa vez que o Damon se dá bem, hein?

Não se esqueçam de comentar, e até mais! Bjs, Meewy!



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