Somnia et Circe escrita por Mare Noleto


Capítulo 3
03. Pain is not everything


Notas iniciais do capítulo

espero que curtam ♥



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Fecho a porta e me encosto nela, levemente ofegante ­­­­­­— os ombros caídos. Me sinto como se estivesse na droga de uma montanha russa, nem eu consigo entender a mim mesma. Bastou um único olhar — um único gesto — e tudo desmoronou, mais uma vez, promessa quebrada. Há uma mistura caótica dentro de mim que implora para ser liberta — mágoa, raiva, medo — e quero desesperadamente conter todos eles. Sou como uma bomba, mas não posso explodir. Não quero explodir. Porém sinto que vai acontecer em algum momento e meu maior medo é que acabe por machucar alguém no processo, mais do que somente a mim.

Um certo desespero me invade, me inquieta. Me faz ter vontade de levantar e sair correndo porta afora nesse exato instante — a mesma porta pela qual acabei de entrar — e ir para qualquer lugar, para fazer qualquer coisa. Qualquer coisa.

Ficar sozinha — sem nenhuma distração — leva minha mente diretamente para ele, como um inseto atraído pela luz, e traz junto essas malditas sensações que me comprimem o peito. Sinto como se pudesse hiperventilar a qualquer instante.

Não quero ficar sozinha.

Paro por um momento, e então me dou conta do quão rápida minha respiração realmente está — uou — é mais do que o aconselhável, com toda certeza. Sinto as batidas do coração soando como tambores em meus ouvidos, extremamente alto, quase como se pudesse sair pela minha boca a qualquer instante.

 Forço minha mente a se acalmar — exijo controle próprio — antes que acabe por cair dura no chão. Me sinto quase sufocando —  pela própria força dos meus pensamentos — e isso é insano.

Através da névoa em que se encontra minha mente demoro alguns instantes para entender o que se passa, então reconheço os sintomas que indicam o princípio de um ataque de pânico. Em questão de segundos minha visão desfoca, ainda que minimamente. Cores e sons se misturam na minha mente.

Inspira; expira; inspira; expira.

Consigo retomar o controle depois de alguns minutos — tenho uma certa familiaridade em lidar com essas crises, uma vez que tive uma série dessas quando menor, assim como meu irmão, na época em que perdemos mamãe, mas é algo que não acontece há muito tempo.

Sinto-me melhor quando minha respiração reestabelece o compasso e finalmente consigo respirar normalmente.

Atiro a mochila no sofá de qualquer jeito, apenas parando para tirar o celular da mesma — junto com os fones — e saio pela porta.

Preciso de ar puro. Preciso estar no controle.

Com os fones no ouvido, ponho uma lista de músicas qualquer e sigo na direção da floresta — pouco longe de casa — com passos longos, numa corrida lenta. Esvazio a mente ao me distrair com a paisagem, que apesar de repetitiva — convenhamos que quando se está em meio a centenas delas, as árvores se parecem todas iguais — tem seu próprio charme.

Me sinto mais relaxada.

Um pássaro — não muito longe dali — canta alegremente, em meio a galhos e folhas, que deduzo ser seu ninho. Sorrio com a cena. Há centena de pequenos animais trabalhando a todo vapor por ali.

Foco minha atenção no caminho por onde ando, e procuro evitar os troncos e galhos quebrados que invadem a trilha. Mantenho o ritmo por algum tempo, e ainda corro por cerca de meia hora quando — por fim — decido que já estou no controle.

Relaxada o suficiente.

Volto quando a noite começa a cair, e junto com ela a chuva. Solto um grito — uma mistura de surpresa e diversão — quando gotas de água me acertam a cabeça. Está gelada. E o que começa com uma garoa se transforma, em questão de segundos, em uma chuva torrencial. Acelero o passo para chegar logo em casa.

Logo estou completamente encharcada, tremo dos pés à cabeça, e estou apenas na metade do caminho. Péssimo dia, definitivamente. Tento tirar os fios de cabelo que escorrem pelo meu rosto, mas eles caem em seguida novamente. Desisto e mantenho o foco total na corrida. Tomando o máximo de cuidado para não dar de cara com uma das centenas de árvores que há no caminho.

Arregalo os olhos quando um som — tão familiar quanto estranho — ecoa pela floresta. Paro por alguns instantes, confusa, esperando ouvi-lo novamente. A floresta está estranhamente silenciosa — apesar de toda a chuva — mas ainda assim espero ouvi-lo novamente. Nada. Em meio a chuva, e trêmula de frio, me viro para continuar o caminho. Então o escuto novamente.

Um uivo.

Imediatamente um arrepio percorre meu corpo. Prendo a respiração. Me vem à mente os olhos vermelhos que me observaram, naquele mesmo dia, naquela mesma floresta — mesmo que mais adiante. Sinto-me presa ao chão por alguns instantes, quase que paralisada. Como pude esquecer aquilo? Céus.

Desperto com um barulho muito próximo a mim, provavelmente um galho despencando com a força da chuva — que havia aumentado consideravelmente. Mal consigo ver o caminho por onde passo, mas disparo a correr pela floresta, completamente assustada. Estou tão encharcada que sequer sinto frio agora, ou mesmo a maior parte das gotas de chuvas — que eu podia ver, açoitavam quase como pequenas balas de Nerf direto no chão — e agradeço mentalmente por isso. Mais tarde, porém, provavelmente me arrependeria.

Eu não estava nem um pouco satisfeita com a possibilidade de pegar um resfriado por causa de uma chuva idiota.

Estou ofegante quando finalmente alcanço minha casa. Constato que fiz todo o caminho em metade do tempo previsto — estava correndo como uma louca afinal, — e me permito sorrir aliviada.

Minha mente volta para o que aconteceu há pouco, e minha reação — exagerada, por sinal — me incomoda imensamente, é como se ultimamente eu estivesse em constante estado de alerta, e sem nenhuma razão aparente. Não havia realmente um motivo para me assustar com o uivo — fora um choque inicial — já que ele me deu a certeza de que se tratava somente de um animal qualquer. Bem distante de mim por sinal.

Na certa era um lobo. O que me intriga, porém, era o que um lobo fazia vagando por aquelas bandas. Não se vê nenhum deles, mesmo ômegas, em Beacon Hills há mais de décadas — o mesmo acontece nos arredores da cidade.

Anoto mentalmente um lembrete para falar sobre isso com papai mais tarde. Afinal, lobos são perigosos, e se realmente houver um deles por ali — ou pior, uma alcateia — é necessário avisar aos outros, para que sejam tomadas as devidas precauções.

Me esforço para deixar a maior parte da água para trás, mas não tenho muito sucesso. Estou molhada da cabeça aos pés. Sem chance de entrar sem molhar toda a casa no processo. Tiro os sapatos e a blusa de frio, e atiro ambos ao pé da escada de entrada.

Vou o mais rápido que consigo, sem cair no chão, na direção do banheiro mais próximo — no andar de baixo.

Escuto o tilintar de talheres vindo da cozinha, indicando a presença de mais alguém na casa. Papai ainda não chegou — não vi nenhuma viatura do lado de fora —, como somos só papai, stiles e eu, só resta Stiles, uma vez que não adquiri a habilidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Tenho a confirmação em seguida.

—Desirée? — Grita Stiles, sua voz vinda do único cômodo habitado da casa, por hora — com minha exceção.

—No Banho — Grito de volta, em resposta.

Retiro a blusa por cima da cabeça, com ela grudando em tudo, o tempo todo, e dificultando as coisas. O mesmo acontece com as calças, que já são normalmente justas em meu corpo.

Tiro com uma das mãos os cabelos grudados do rosto e ligo o chuveiro. Deixo no ponto em que está quase fervendo — fumaça toma conta do banheiro rapidamente e não duvido que quem olhasse de fora achasse que a casa estivesse sendo incendiada. Imediatamente me aqueço. Sinto como se pudesse simplesmente morar ali. Para sempre.

Infelizmente, parece que nem mesmo a eternidade é muito longa, já que logo tenho que sair do banheiro, e com os gritos do meu irmão ao fundo.

— Pretende morar aí dentro? Porque que há pessoas que querem tomar banho também.

Tenho vontade de esfregar sua cara irritante e cara de pau no chão quando cruzo com ele — no fim do corredor — mas me contento em apenas lhe lançar um olhar mortal, balbuciando xingamentos e constatações óbvias do tipo “Hey, tem um banheiro no seu quarto. Use-o”.

Reviro os olhos quando o mesmo ri na minha cara, na certa, feliz por me importunar.

Ponto para ele.

Subo para o quarto e coloco uma roupa qualquer. Seco os cabelos. Corro para o quarto do Stiles — que fica ao lado do meu — e pego um de seus blusões espalhados pelo quarto. Faço careta pela bagunça e saio rapidamente.

Visto a blusa durante o caminho, tentando não tropeçar nas coisas que Stiles jogou por ali. E quando termino de descer as escadas, estou perfeitamente vestida.

Ponto para mim.

Quando alcanço a cozinha, desato a rir — logo após o choque inicial — com a cena que presencio. Stiles estende uma das tampas de panela — uma das maiores — frente ao corpo como um escudo, enquanto a panela espirra óleo quente por toda a cozinha — seja o que for que ele esteja tentando fazer, não parece estar dando muito certo. Há não ser que esteja tentando botar fogo na casa. Se for isso, está fazendo muito bem.

Corro em seu socorro, mesmo que esteja praticamente me desfazendo em risos. Tampo a panela, deixando apenas uma fresta, e abaixo o fogo.

Quando a situação fica sobre controle, sinto os músculos da bochecha doloridos. É uma sensação bem-vinda. Me viro para Stiles, que tem um sorriso no rosto.

—Pretendia colocar fogo na casa ou o que? — Mecho nas panelas restantes, conferindo se há um risco de real de incêndio. Nunca se sabe.

—Eu só queria fazer batas fritas — Gargalha, percebendo a bagunça que deixou por toda a cozinha.

Por onde Stiles passa, caos fica para trás. É um dom. Odiável e irritante, mas um dom.

O mesmo fecha a cara quando finalmente percebe o que estou vestindo. Melhor, de quem é o que estou vestindo. Semicerra os olhos, abre e fecha a boca várias vezes, mas desiste de falar qualquer coisa. Ele sabe que não vai adiantar.

—Gostou? É nova — Resolvo provocar, afinal, a graça é a reação do mesmo. Sempre é.

—Você não presta — balança a cabeça em negação, um sorriso voltando ao rosto. Concordo aos risos, me apoiando na bancada da cozinha.

— Achei que já tinha parado com essa mania, seu namorado pegou as blusas dele de volta? — Alfineta risonho. É uma réplica comum em nossas brigas, mas nunca doeu tanto quanto dói agora. Arregalo os olhos.

Simplesmente paro por alguns instantes, tensa. Sinto as lágrimas se formando no canto dos meus olhos e desvio o olhar. Seu sorriso se esvanece assim que percebe que há algo errado — eu juro que tentei esconder — e avança em minha direção, preocupado. Está confuso, talvez culpado, mas não sabe o que falou de errado.

Ele acha que ainda estamos juntos. E talvez ainda estejamos, não sei. Mas é como se houvesse alguém esmagando meu coração.

—Desirée? — Me puxa para seus braços. Tenta levantar minha cabeça, para que encare seus olhos, mas me recuso. Murmura desculpas, mesmo que não saiba pelo que, e o gesto alivia um pouco a dor. Ele está ali por mim.

Me abraça com cuidado e retribuo com força. Deixo que as lágrimas escorram, mas escondo em sua camisa. Estou exposta, é como se suas palavras tivessem derrubado todas as barreiras que acabei de reconstruir.

Quero explicar o que aconteceu, mas não consigo, e sinto que dizer em voz alta vai me despedaçar de vez. Encontro seus olhos e torço para que o que encontre ali seja o suficiente para que entenda. Sem que eu precise dizer realmente.

Compreensão brilha em seus olhos, e me sinto grata pela conexão que temos. É algo natural para nós, talvez para todos os irmãos, mas para gêmeos é incrivelmente mais forte. Quase palpável. Me aperta mais em seus braços, me oferendo conforto e me sinto imensamente grata.

Não sei quanto tempo ficamos naquela posição, em silêncio, mas é tempo suficiente para que as lágrimas sequem, e consiga me recompor. Me sinto melhor. Stiles se afasta, me olha nos olhos e sorri de canto, cauteloso.

— O que aconteceu? — Pergunta, quase num sussurro, como se estivesse com medo de que eu pudesse voltar a chorar.

— Ele vai se mudar — Dizer em voz alta faz com que me sinta ridícula, parece algo tão simples — para Nova York — Acrescento, em parte para não me sentir tão idiota, mas principalmente para que entenda a importância daquilo. Não é um lugar qualquer.

Stiles me entende — mesmo que eu veja em seus olhos que não concorda, ao menos não totalmente, de que isso seja motivo para terminar — e me conforta. É o que basta. Decido que era isso que eu precisava, contar para alguém — ou quase isso. A dor não vai embora, mas não sinto mais como se fosse explodir. Talvez eu só precisasse de alguém que me entendesse. E quem melhor que meu próprio irmão.

Passamos o resto da noite juntos, como não fazíamos há um bom tempo — a batata e sua bagunça esquecida. Nós nos jogamos no sofá, de baixo do cobertor, com direito a filme piegas e chocolate. Tudo.

São por momentos como esse que decido que tenho o melhor irmão do mundo, sem dúvidas. Em meio a piadinhas e comentários típicos de Stiles, passamos tranquilamente o resto da noite — e me sinto bem com isso.

Risos e mais risos preenchem durante horas o espaço, e o que era para ser uma noite silenciosa e depressiva se torna uma noite para “lamber” as feridas.

Acabamos por adormecer na sala mesmo, como quando éramos crianças.

Acordo no dia seguinte com Stiles me descobrindo. Atira os cobertores ao chão e escancara as janelas — nada silenciosamente. A luz invade todo o quarto — não me lembro de como cheguei ali, mas não acho que tenha vindo andando. Talvez eu só seja uma espécie de sonâmbula —, e me obrigo a semicerrar os olhos para conseguir visualizar qualquer coisa, me sentindo cega por alguns segundos. Faço careta para meu irmão enquanto me esforço para arrastar os cobertores de volta, tentando me cobrir. Antes, porém, Stiles me alcança. Me puxando pelas pernas e me arrastando para fora da cama — comigo aos berros e risos.

Seu rosto sorridente ocupa toda minha visão e não consigo não sorrir de volta. A semelhança entre nós é absurda – fora alguns detalhes como cabelos mais longos, traços mais femininos – mas apenas em questão de aparência, já em personalidade é outra história. Somos complementares, como peças de um quebra cabeça.

Desisto — sem forças devido aos risos — e deixo que me carregue até o banheiro. Fecho a porta assim que o mesmo sai e me apoio na pia, ainda com um sorriso no rosto.

Levanto o olhar para o espelho, que está a minha frente, e os vejo brilhar. Felicidade reflete neles, apesar de tudo.

A decisão de deixar Matt livre se fortalece ainda mais dentro de mim. Não é justo deixa-lo longe da pessoa que mais ama, ainda mais quando se considera toda a influência que pessoas assim têm sobre nós. Penso em como Stiles conseguiu me alegrar, me fez sentir melhor, mesmo sem realmente ter feito muita coisa.

Pessoas assim não se acham em qualquer lugar e não se pode substitui-las. Sorrio novamente.

Encontro com Stiles no andar de baixo — após o banho — e me junto a ele no café da manhã. Olho em volta — procurando por papai, quando ele desce as escadas por fim. Suas roupas estão todas amassadas, a estrela de xerife está torta em sua camisa e ele tenta colocar o cinto das calças enquanto corre escada abaixo. É uma cena hilária, admito.

Acabo por rir e chamo a atenção do meu irmão para a cena. Stiles ri sem se conter e espalha por toda a mesa migalhas do que está comendo. Nojento. O recrimino com o olhar, o que só arranca mais gargalhadas da parte dele. Reviro os olhos e volto o olhar para o papai que, ao que parece, conseguiu colocar o cinto.

—Atrasado? — Pergunto retoricamente. Sua resposta vem em forma de aceno com a cabeça.

Papai se dirige na direção da porta, agitado. Alcança as chaves e seu grito em despedida ecoa pela casa enquanto sai porta afora. “Vejo vocês mais tarde”. Encontro o olhar de Stiles e dou de ombros. Papai atrasado é novidade.

Pego a mochila e alcanço as chaves, que estão na lateral, aceno na direção de Stiles e logo entramos no Jeep.

Questiono Stiles sobre passar na casa de Scott para pega-lo — como fazemos ás vezes — mas ele despensa com um aceno. Só aceito.

Frente a escola procuro olhar tudo por um novo ângulo. Não é tão ruim. Não pode ser tão ruim. Olho para Stiles e respiro fundo, o mesmo aperta uma de minhas mãos em apoio e abre um sorriso no rosto.

Passamos no armário — que ficam lado a lado — para pegar os livros do primeiro período. Não escondo a surpresa ao ver que Scott já está ali — apoiado em seu armário, com o olhar distante. Dou de ombros e o cumprimento, que responde logo, apesar de distraído.

Papai atrasado, Scott chegando cedo. Hoje o dia está anormalmente diferente.

Allison surge no corredor e nossos olhos se encontram. Sorrio ao perceber como a mesma fica corada ao constatar a presença de mais uma pessoa além de Stiles ao meu lado. Scott. Acho sua reação extremamente adorável, e pelo canto do olho, vejo que Scott tem a mesma opinião.

Deixo que ela se aproxime — ao invés de mim mesma tomar a frente — e cumprimente a todos nós. Faço as devidas apresentações esperando que o pequeno empurrão seja o suficiente para que ambos se aproximem, mas qual não é minha surpresa ao saber que ambos já se conheceram, eles são rápidos.

Os dois trocam olhares intensos por alguns minutos, e a situação se torna um pouco constrangedora para Stiles e eu. Troco olhares com meu irmão e resolvo intervir. Eles que se resolvam sozinhos, depois de preferência.

— Qual sua primeira aula? — Questiono, chamando sua atenção.

— Física — responde ao colocar alguns fios de cabelo atrás da orelha.

Imito o gesto involuntariamente, como um reflexo, ao murmurar “a minha também” e ambas rimos quando percebemos. Aceno para Stiles e Scott — confusos por não entenderem o motivo das risadas — e me afasto com Allison na direção da sala de aula.

Lydia já está na sala quando entramos, sentamos ao seu lado, logo iniciando um debate sobre um assunto qualquer.

Não vejo Matt pelo resto do dia. E não sei exatamente como me sinto sobre isso.


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