Any Other Day escrita por Orquídea


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpa! Mais uma vez peço desculpa pela demora, eu fiquei sem PC depois retornaram as aulas e os professores desse período estão desconhecendo a palavra piedade. Bom, gente, no meu raríssimo tempo livre que por sinal é a noite eu fiz esse capítulo e na metade eu não gostei e refiz tanto esse capítulo que tem 12 arquivos diferentes que me fizeram ter esta mesma reação com a graça divina eu consegui terminar esse e espero ter acertado na escolha.



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Uma tempestade descomunal nos recepcionou de volta a Los Angeles, eram tantos trovões, raios e relâmpagos que tinha momentos em que chegava a assustar! Nós decidimos voltar para casa depois de uma observação que minha mãe fez sobre o tanto de gente em cima dele e sobre ele estar estranhando o lugar onde se encontrava, se queremos que ele se familiarize de novo com tudo por que não fazemos em um local onde ele se sinta bem e que o reconheça? Foi por seguir esse raciocínio que voltamos e esse foi um tiro certeiro pois assim que ele pôs os pés dentro de casa um semblante de espanto tomou conta de seu rosto e suas ações a partir dali foram, creio eu, guiadas por suas lembranças.

— Onde ele está? - Tony perguntou ao me ver descer as escadas.
— O aconselhei a tomar um banho para poder dormir melhor e ele foi. Achei que agora você conseguiria entrar no quarto dele.
— Também achei e mesmo sabendo que vocês estavam lá eu não consegui passar da porta do nosso quarto, talvez eu consiga mais pra frente. - eu concordei e juntamente com ele me sentei no sofá. - Se ele quiser voltar para aquele quarto vai ter que mudar a decoração.
— Não acho que ele esteja preocupado com isso, mas certamente teremos de mudar a cama ele não cabe mais naquela.
— Eu sei, já era pra ter outra naquele quarto quando ele chegasse, mas com uma coisa ou outra acabei esquecendo. Por falar em esquecimento o Scooby estranhou ele em algum momento?
— Não, tanto que ficou com ele lá. Acho que a única capaz dessa proeza fui eu.
— Ei, Pep, não diz assim você não esqueceu por que quis. - querendo ou não esqueci do mesmo jeito, pensei, mas não retruquei, fiquei em silêncio e o notei um pouco inquieto.
— Que foi?
— Ele tá em casa.
— É, ele está. - digo apertando sua mão.
— Por varias vezes pensei que esse dia nunca chegaria.
— Mas ele chegou, Tony, ponha nessa sua cabecinha que nosso filho está conosco e seguro. - um riso de lábios selados toma conta de seu rosto e ele abaixa a cabeça. - Tony, me desculpe.
— Pelo o quê? - ele perguntou surpreso e com cenho franzido e eu me levanto e me ponho em sua frente.
— Pela a minha covardia, não sei se existe outra coisa além disso que justifique o que eu fiz, mas eu quero que me desculpe.
— Eu aceito suas desculpas se você der a minha resposta.- que res... ah! Já lembrei, de fato estou devendo essa resposta, graças a volta do John tudo perdeu o sentido e acabei me esquecendo disso, mas se ele quer jogar desta forma eu também jogarei.
— Tudo bem, mas quero uma resposta em troca, fechado?- perguntei estendendo a mão e ele a apertou. - Você deveria ter me contado toda a verdade, Tony e não ter criado um mundo pra nós! Eu fiquei com raiva de você, com muita raiva por que não foi por você que eu soube foi pelo os outros e esse "outros" em questão é a pessoa que vai sempre passar na minha cara que você foi pior erro da minha vida.
— Pensei que tinha sido por ciúmes.
— Por isso também, mas tô ciente de que pra ficar com você eu tenho de engolir esse sentimento que eu tenho certeza que será constante em minha vida... E o nosso filho está de volta e ele merece uma chance, nossa família merece uma chance, nós merecemos mais uma... Então, sim, Tony Stark, eu quero mais uma vez começar do zero com você. - ele abriu um sorriso e me puxou pela mão e eu sentei em seu colo, mordi seu lábio e o beijei ternamente. - Não! - repreendo tirando suas mãos inquietas que já procuravam dentro da minha blusa o fecho do meu sutiã. - Minha resposta.
— Prazer primeiro, respostas depois. - ele diz e tenta me beijar, mas eu o paro. - Tá bom, o que quer saber?- ele questiona emburrado.
— Por que você bateu no John? - a pergunta o pega de surpresa e ele se remexe desconfortável.
— É melhor conversamos sobre isso depois.
— Não, eu quero saber o por que, Tony? - eu insisto e ele respira fundo.
— Por que ele atentou contra a própria vida.
— O quê? Como assim?
— Quando eu cheguei...- ele me narrou uma história absurda e mesmo eu custando a aceitar a veracidade dela eu vi em seus olhos sinceridade e principalmente medo.
— Por que não me contou?
— O que você podia fazer, Pepper?
— Te ajudado com ele, Tony! Eu sempre te ajudei, agora não seria diferente e além do mais ele é meu filho. - ele desvia o olhar e acolhendo o seu rosto com minhas mãos eu viro sua cabeça para que ele volte a olhar pra mim. - O que você teme?
— Se você tivesse me perguntando o que eu não temo seria mais fácil de responder. Só te peço um pouco de cautela se você o sentir mais agressivo se afaste, eu ainda não sei do que ele é capaz.
— Nós vamos conseguir resgatar ele sem demonstrar um tico de cautela sequer, Tony, eu te garanto.
— Está falando como uma verdadeira mãe.
— Uma pessoa me disse que se tem uma coisa que uma mulher nunca esquece é de como ser mãe... Só estou me deixando guiar pelo o meu instinto materno. - afago seus cabelos e ele relaxa no sofá, ele precisa descansar, na realidade todos nós precisamos. - Nós precisamos dormir. - disse me levantando e estendendo a mão para ele que se levantou e subiu comigo, nós passamos no quarto do John, que agora é em frente ao seu antigo, e quando abrimos a porta o vimos sentado na cama um tanto quanto desolado e ao lado de Scooby.- Passamos pra dar boa noite. Tenha bons sonhos. - desejo e tenho vontade de tocá-lo, mas me contenho.
— Boa noite, campeão. - Tony diz antes de me acompanhar para fora do quarto, fomos para nosso quarto em silêncio, após nos trocarmos caímos na cama e pelo jeito que Tony está essa vai ser a noite de sono mais tranquila da vida dele, afinal, nosso filho está em casa e a um quarto de distância do nosso.

Acordei cedo hoje, no entanto, me sinto muito bem e bastante descansada, faço a minha higiene matinal e antes de sair do quarto eu ordenei a Jarvis que não acordasse Tony, me surpreendi ao descer e encontrar John já desperto, ele estava sentado no sofá fitando a televisão desligada como se ela pudesse lhe mostrar a solução para aquilo que lhe atormenta.

— John? - eu o chamei, mas não obtive sua atenção e precisei chamá-lo duas vezes para que ele desse um sinal de que despertou de seu transe. - Você está bem? - como de costume ele não responde e eu me sento ao lado dele. - Cadê o Scooby tá comendo ou tá dormindo?- ele permaneceu calado. - Dormiu bem? Já comeu alguma coisa? - ele continuou em silêncio, mas fez menção em se levantar e eu em um ato de reflexo pus a minha mão para impedi-lo, eu respirei fundo e sem ter nada formulado em minha mente desatinei a falar. - John, eu não sei se você soube, mas eu fui atropelada e nesse acidente eu perdi a memória. - o que eu disse capturou sua atenção e ele parou de encarar a tevê desligada para olhar para mim. - Quando eu acordei achei que estava em novembro de 1995, para mim a pessoa com quem eu mantinha um relacionamento amoroso se chamava Paul, o meu emprego era em uma multinacional que começava a reconhecer meu trabalho, meus pais estavam juntos, Tony estava na Europa vivendo o seu amor com ele mesmo, com todo rabo de saia que passava e com a Bethany... Enfim, para mim estava tudo como deveria estar e mesmo assim eu não conseguia entender por que diabos eu sentia tanto aperto no meu peito, até que eu soube que a minha realidade não era mais aquela, que eu tinha perdido 17 anos da minha vida e, pior, descobri que tinha perdido meu filho, e foi a partir daquele momento que eu percebi o por que de ter aquele sentimento amargoso no meu peito desde o segundo em que acordei no hospital, eu tava sentindo aquilo por que mesmo não tendo a total consciência da sua existência eu fui capaz de sentir a tua falta e me doeu tanto não te ter aqui, me doeu tanto ver que eu falhei como mãe, que não te protegi, que agora estou com medo de ser ou melhor de não saber ser... Você pode até não acreditar, mas eu fui capaz de sentir que você estava em perigo e até mesmo que algo tinha te acontecido, achei que ia criar um buraco no meu peito de tanto que eu o massageei na tentativa de me acalmar, mas a calmaria só veio pouco depois não pela massagem, mas por um súbito alívio que me tomou o coração, sem perceber e de alguma forma misteriosa eu soube que você estava bem... Eu sei que você não encontrou a mãe que esperava, que eu não posso te animar com alguma lembrança de algum momento seu ou nosso, mas isso não significa que não possamos criar novas e eu só te peço uma chance para te mostrar que eu estou aqui, que eu sempre estarei aqui para o que você precisar. - arrisquei erguer a mão pra tocar em seu rosto e o vi ficar tenso, mas mesmo assim não parei, acariciei a sua bochecha e ele fechou os olhos. - Você é tão lindo. - digo admirando-o e ele abre os olhos, a beleza dele é incontestável assim como a aparência com o pai, ele é alto e apesar de tudo tem porte atlético, seu cabelo é liso e tem um corte curto, seus olhos azuis são lindos e brilhantes, a meu ver ele é perfeito, a melhor coisa que eu poderia ter feito na minha vida, quando volto a focar meu olhar no dele percebo um certo incômodo e confesso que também ficaria se tivesse sendo encarada desta forma, por isso lhe dei um tímido sorriso e me levantei do sofá.- Vou fazer o nosso café da manhã. - aviso lhe dando um beijo no topo de sua cabeça e me afasto para lhe dar o espaço que ele certamente precisa.

Após o meu desabafo, lá no fundo, eu tinha a esperança de que ele mudasse, mas ele continuou o mesmo, silêncio ainda continua sendo a palavra que o descreve, seu fiel escudeiro continua sendo o Scooby e mesmo com as visitas da Lis, Rhodes e de seu filho Andrew que era o melhor amigo dele, dos pais de Tony e das ligações da minha família ele não se permite criar qualquer vínculo, às vezes a seriedade dele tira Tony do sério, mas nós sabemos que ele tem motivos de sobra para agir desta forma, este é o terceiro dia dele nessa casa e o primeiro dele apenas comigo, pois Tony saiu hoje cedo em uma missão sem hora para retorno.

— Vou fazer o jantar, quer me sugerir algo? - fico na esperança de que ele responda, mas obtenho o mesmo silêncio de sempre, suspiro frustrada e me encaminho para a cozinha, pego alguns ingredientes necessários para a comida que escolhi fazer e quando pego as verduras na geladeira eu me sinto um pouco tonta, mas na mesma rapidez que a tontura aparece ela some, e eu volto a pensar na preparação da comida, estava tudo bem até que a tontura de antes voltou com tudo e eu perdi o equilíbrio, na tentativa falha de me segurar eu arrastei tudo o que estava próximo e depois a última coisa que sinto é meu corpo se chocando contra o chão.


Enquanto Jarvis guia a minha armadura em um voo de volta pra casa eu relaxava o máximo que podia dentro dela, as coisas não estão mais fáceis, mas estão sob meu controle e de certa forma isso me alivia, agora que Pepper e eu estamos mais estabilizados vou tirar um tempo pra ficar em casa e colocar tudo nos eixos, ela nem sabe que eu achei aquele presente e muito menos que eu o joguei no lixo, bom, eu acredito que ela nem se lembra mais daquilo e essa é uma coisa que eu faço questão que permaneça esquecida.

Quanto a John, pouco a pouco vou descobrindo ou teorizando algo, a minha principal teoria maligna no momento é a de que ele é um espião que me trará muitas dores de cabeça, a teoria benigna e a que eu quero acreditar com todas as forças é a que eu dei sorte em encontrá-lo e trazê-lo de volta pra casa vivo, não sei com ajudá-lo ao certo, talvez uma viagem para um lugar distante nos ajude, irei sugerir a ideia após o aniversário dele no sábado, de todo o jeito eu já decidi que farei uma pequena pausa como o Homem de Ferro por que assim posso vigiá-lo e proteger Pepper caso os meus maus pensamentos estejam certos.

Fechei os olhos por um tempo e só tornei a abri-los quando Jarvis me disse que já estávamos a poucos metros da mansão, dispensei o serviço dele como piloto e pousei a Mark 12 sem dificuldades.

— Eu juro que ainda não sei por que não te desmontei, cabeçudo. - digo ao ver Dum-e em "curto" por ter quebrado a minha caneca. - Quero o chão limpo e se eu voltar e ver algo sujo eu te desmonto e ponho a tua placa na minha máquina de café expresso, tá avisado! - eu sempre falo isso, mas nunca dou fim a ele, esse tapado me faz rir de vez em quando e mesmo não tendo uma total consciência e a capacidade de fala eu gosto da companhia dele, deixo ele de lado e saio do meu covil como Pepper chama, quando chego lá em cima me deparo com uma cena um tanto incomum Scooby estava dormindo no sofá enquanto Pepper e John estavam no tapete da sala, o único conforto que os dois tinham era os travesseiros, mas eles não pareciam se incomodar com isso, ela tinha braço e perna envolto dele que dormia quase em posição fetal. - Pep? - chamei baixo e ela ergueu o indicador pedindo silêncio, eu fiquei quieto e aos poucos ela foi se saindo e se levantou. - O que foi isso? - perguntei no mesmo tom de antes e ela repetiu o mesmo gesto de antes só que dessa vez ela também apontou pra cima e eu a segui para o nosso quarto. - Será que dá pra explicar ou você vai pedir silêncio de novo?
— Ontem a noite eu passei mal e ele me ajudou, pela primeira vez ele falou.
— Pera aí, você passou mal e ele falou? O que você teve e o que ele disse?
— Não se importe comigo já estou bem e graças ele devo ressaltar, ele se sentou comigo e conversou, apesar de tudo ele é um doce. Antes que você pergunte, não, ele não me contou muita coisa só disse que não falava por que não gostava e que o silêncio o ajuda a pensar, também disse que sabe que você o teme, mas ele disse que se quisesse fazer algo ruim já teria feito... Tony, ele não dorme mais na cama só consegue dormir no chão e treme tanto enquanto está dormindo que eu cheguei a me assustar e por isso o abracei queria que ele se sentisse seguro e acho que funcionou por que ele foi parando até que parou de vez.
— Jarvis, esses tremores que John tem enquanto dorme é constante?
— É senhor, ele também se acorda frequentemente no meio da noite por conta de pesadelos.
— Por que não me avisou, Jay?
— Ele me proibiu de alertá-lo desde quando vocês estavam na torre dos vingadores em Nova Iorque.
— Essa ordem e qualquer outra que possa vir a prejudicá-lo você não deve obedecer, Jay, mas não o avise sobre isso deixe-o pensar que você não me dirá.
— Sim senhor.
— Tony...
— Sei o que eu tô fazendo, Pepper. - ela balançou a cabeça negativamente e me lançou um olhar de reprovação. - O que foi?
— Nosso filho não é nenhum maníaco homicida ou qualquer coisa ruim que você pensou e está pensando ele só tá perdido e cismado com todos por conta de tudo o que passou. - eu revirei os olhos impaciente e bufei.
— Eu nunca disse que ele era um maníaco homicida e eu só tô querendo ajudar, mas pra isso preciso entendê-lo. - ela não retrucou só ficou tendo um embate visual comigo e isso me fez rir. - Qual é, vai ficar com raiva? Olha, ele tá no topo da minha lista de prioridades assim como você eu só quero ter certeza de que posso confiar plenamente nele, tá?
— Não é ele que tem que merecer a sua confiança é você que tem que merecer a dele.
— Tudo bem, eu vou fazer por onde merecer, mas desfaz essa tromba e para de brigar comigo através do olhar, pode ser? - ela mordeu o lábio inferior e relaxou os ombros, ótimo isso é sinal de que baixou a guarda. - Agora me diz, o que foi que aconteceu com você?
— Nada de mais.
— Jarvis!
— A Sra. Stark, sofreu um desmaio enquanto cozinhava, creio eu que por conta da displicência dela para com os remédios.
— Sério, Pepper? Isso era aceitável da minha parte, mas de você não.
— Não me repreenda como se eu fosse uma criança.
— Por que não? Você me repreende por tudo o que eu faço.
— É diferente, você é você.
— Nossa, que argumento. Um dia o presidente pode usar esse argumento tão bem fundamentado em qualquer causa que ele queira defender. - ela fez careta e me mostrou o dedo do meio. - Olha, eu adoro sua obscenidade, mas eu prefiro ela quando estamos na cama.
— Anthony Edward Stark, você é um idiota.
— Eu faço o meu melhor. - eu puxo sua mão e colo o corpo dela no meu.- Nada de parar com os remédios, entendeu? - ela assentiu. - Algo mais a dizer, Sra. Stark?
— Não.
— E a mostrar?
— Isso, eu tenho de sobra. - ela sorri com malicia, me empurra até a cama e monta em mim. - Espero que seus super amigos não tenham lhe cansado. - ela sussurra em meu ouvido e em seguida me ataca com volúpia.

Acordei sozinho na cama e matei um pouco de tempo até ter coragem de levantar, tomei um banho demorado e quando saí estava me sentindo mais desperto, percebo que já é noite e ao chegar no topo da escadaria eu ouço o som do piano, enquanto descia percebi que se tratava de uma música de Beethoven a moonlight sonata para ser mais exato, essa é a música preferida da minha mãe eu sempre a achei melancólica e nunca demorei muito na sala quando ela tava tocando, mas agora surpreendentemente tive a capacidade de ficar quieto observando John tocá-la até o fim.

— Sua vó ia gostar de te ouvir tocar de novo. - digo e ele se vira para me encarar o contato visual que ele mantém comigo é intenso e isso me faz lembrar do John que eu encontrei. - Por que fez aquilo, John? - a pergunta sai e eu não paro. - Por que está aí calado? Por que não me diz o que aconteceu, o que fizeram a você? Por que não me faz ir atrás de quem te prendeu, de quem te machucou?! Hein?! - ele ficou calado e isso me fez avançar pra cima dele. - Fala garoto, me deixa te entender!
— O que tá acontecendo aqui? - ouço Pepper perguntar e sendo tão rápida quanto um piscar de olhos ela se põe entre nós. - De novo não, Tony, eu não irei permitir. - a luta agora era entre eu e ela que estava disposta a brigar comigo com unhas e dentes, graças um dos meus raros momentos de bom senso eu resolvi desistir de insistir e me afastar dos dois.
— Que clima tenso, muchachos. - é a voz da Lis eu nem sabia que ela estava aqui, mas eu não me importo em cumprimentá-la ou olhá-la, desço diretamente para a oficina e me trancafio lá dentro pelo o resto da noite.

A semana voou depois daquele dia e durante esse tempo que estou em casa eu pude perceber a proximidade entre John e Pepper, ele parece conversar com ela até quando se olham, eu não sei o que ela fez para isso, mas deu certo, já entre nós ainda existe uma certa distância a falta de confiança talvez seja o principal problema ou talvez seja pelo fato de que eu não consigo aceitar que eu tenha perdido tanto tempo e nem que ele tenha se tornado um desconhecido para mim.

— Se levanta daí e sobe comigo. - ela ordena mandona como sempre ao entrar na oficina, mas de costas pra ela eu estava e de costas permaneci. - Tô falando com você, Tony.
— E eu ouvi.
— Então se levanta. - eu rolo os olhos, viro a cadeira e a vejo segurando uma sacola.
— O que é isso?
— Você esqueceu? - eu neguei com um aceno e ela tirou da sacola uma maleta aparentemente de madeira com uma fita vermelha em cima e eu arqueio a sobrancelha. - Será que você pode subir comigo? - eu assinto e antes que ela me dê as costas eu pego em sua mão.
— Você ainda está com raiva por conta daquele dia, não é? Eu não ia bater nele, Pepper, só queria explicações.
— Não é no grito que você vai ter, tenha paciência, Tony.
— Eu já perdi tempo demais pra ter paciência.
— E vai continuar perdendo se não tiver nem que seja um pouco, converse com ele mesmo que só você fale, mas converse e eu te garanto que aos poucos ele vai se chegar. Vamos. - nós subimos em silêncio e ela me levou até a aréa da piscina ele estava sentado quase na ponta da espreguiçadeira e acariciava Scooby que estava ao seu lado. - Hum hum. - Pep pigarreia e ele olha para nós ela sorri largamente e estica os braços para ele. - Feliz aniversário, meu amor. - ela o aperta fortemente e ele retribui o abraço todo sem jeito. - Você não sabe o quanto eu sinto o meu coração aliviado por ter você aqui hoje e todos os dias. - ela acaricia seu rosto e ele da um meio sorriso pra ela que se derrete toda. - Olha, eu fui no seu quarto encontrei umas coisas acabei conversando com o seu pai e ele me deu uma ótima sugestão de presente. - eu? Mas eu nem sabia que ela tinha comprado presente até poucos minutos atrás! De todo o jeito eu não disse nada apenas maneei a cabeça.
— Não sei se chega nos pés de ótima, mas acredito que foi boa, eu espero que você goste. - sigo a deixa e ela entrega o presente a ele que abre a maleta e se surpreende assim como eu em encontrar material para desenho. - Ham... Feliz aniversário, John. - digo meio surpreso e quando Pepper pega a mala dele eu o abraço para tentar disfarçar o espanto, ele ficou sem jeito ao tentar retribuir o abraço e o máximo que sinto é sua mão em minhas costas.
— Veio caderno de desenho e mais uma coisinha que eu não sei o nome, tá lá no seu quarto em cima da sua cama. - ele pareceu gostar do presente, na verdade desde o nosso reencontro que eu vejo expressar algum tipo de sentimento ele leva consigo a maleta e Scooby o segue deixando só nós. - Ele sabe desenhar e muito bem, vi em seu quarto. - ela respondeu prevendo minha pergunta.- E como eu não sei tanto sobre ele achei que seria uma boa comprar, e antes que você pergunte eu comprei com a Lis no dia que vocês estavam disputando pra vê quem tinha mais testosterona. Eu vou subir pra ver se ele gostou mesmo do presente. Ah! Tá todo mundo vindo aí e quando eu digo todo mundo também me refiro ao meu pai, por favor, evite bater de frente com ele.
— Por que eu?
— Por que eu tô te pedindo.- eu reviro os olhos e ela fica me olhando com aquela cara de: ''posso contar com você?"
— Tá, Pepper, eu vou fazer o máximo pra não brigar com o seu pai. - ela sorri e até volta pra me beijar.- Ei. -eu chamo e ela volta. - Eu disse que não existiria melhor mãe pra ele que você. - ela sorriu largamente e caminhou para dentro de casa e eu fiquei aqui fora perambulando e pensando que graças a presença do Brian o dia ganhou 24 horas a mais.


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Notas finais do capítulo

Quando postei estava prestes a sair e por isso a falta de notas finais, mas aqui estão elas.
*Infelizmente eu não tenho um dia certo pra postar então vou ter de contar com a paciência de vocês.
*Ainda deixei pontas soltas sobre John, mas quis explorar um pouco a interação entre Pepper e ele.
Espero que tenham gostado ;)



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