Cantiga de outro Verão escrita por DezzaRc, A Little Dreamer


Capítulo 10
Discrepância


Notas iniciais do capítulo

Book trailer: https://www.youtube.com/watch?v=tBQn3nYMWH8



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— Panfleto? Eu?

Nina queria sumir. Já aguentara o máximo que seu humor permitia na noite e até que segurara bem a barra dada às circunstâncias. Tudo o que não precisava era um embate de palavras com Hugo Torres, pois temia que ele fosse o pingo d’água que faria o copo transbordar. Às vezes, Nina era taxada de tímida. Às vezes, era apenas a garota antissocial. Havia seus momentos extrovertidos e os reclusos, mas não sabia se era a junção de tudo aquilo ou o reflexo de múltiplas personalidades as quais queria ter na vida. Hoje, Nina era a garota depressiva que precisava desesperadamente fugir para casa e se esconder em seu refúgio.

— Ninguém do prédio sabe que escrevo além de você, e até onde sei, é o único de lá que tem ligação direta com a comunidade do Canarinho.

Hugo a observou, um meio sorriso brincava nos lábios cheios.

— Como sabe disso?

— Dona Silvia. — Ela finamente o olhou nos olhos desde que sentara ao lado do rapaz, por pouco não tropeçou nas próprias palavras. — Fique longe dela caso ame sua privacidade.

— Dona Silvia seria...?

— A esposa do síndico.

— Ah, certo.

Um silêncio incômodo se instalou entre os dois. Mais que correr dali, Nina queria bater na cara cínica do advogado que a fitava com a sobrancelha erguida, como se tudo não passasse de uma grande piada. Provavelmente era.

— E então?

— Então o quê? — Hugo repetiu.

Nina bufou impaciente e Julia a observava na mesa do palestrante, um olho na amiga e o outro na conversa que digitava em seu smartphone. A moça oriental estava realmente assustada com a troca de farpas entre os dois, mas ao mesmo tempo, aquilo a provocava risos. Temia pelo bem estar da ruiva, entretanto, não negava a química que existia com o tal advogado topetudo. Só rezava para que no final aquilo terminasse bem, e que Hugo não fosse o estopim da sanidade de Nina.

— O panfleto — explicou, reunindo toda calma que não mais existia. — Por que o colocou na minha porta?

— Quem disse que fui eu?

— Tenho hora para sair, sabia? — Nina mandou para os ares a relação aluno-professor e enxergou o homem em sua frente como uma pessoa odiosa qualquer, a qual ela queria se ver longe. — Não é porque é o último orientando, que seu tempo não será cronometrado.

— Quais as chances de me ajudar fora daqui?

— Zero.

— Então deveríamos estar discutindo sobre meu personagem, não um pedaço de papel que deixaram debaixo da sua porta.

Hugo sabia que levaria um tapa na cara a qualquer momento, mas não podia negar o quão engraçado era ver o rosto da orientadora ficar da cor do cabelo, tamanha fúria, e a veia saltada no pescoço dela. Por fim, sentiu-se um pouco mal, pois Nina parecia mesmo que explodiria em sua frente, temia que ela tivesse um AVC ou algo assim ali mesmo. Não queria ser o responsável pela morte de ninguém. Ele a agarrou pelo pulso no mesmo instante que Nina levantou da cadeira em um rompante; seu sorriso logo caiu ao notar mais do que raiva no rosto expressivo da ruiva.

Havia dor.

— Ei, só estava brincando, relaxe. Você está bem?

Ele também se levantou, assim como uma Julia preocupada.

— O que houve, amiga?

— Eu só quero ir para casa — Nina murmurou, livrando-se do aperto de Hugo e indo até suas coisas na mesa do palestrante. Com a bolsa em mãos, jogou seus pertences lá dentro, trêmula. — Nada de mais.

Julia tocou o ombro ossudo, mas Nina a afastou.

— Como assim nada de mais? Você está quase chorando! O que fez, seu idiota?! — Julia encarou o advogado com raiva, empurrando-o pelo tronco. Esse apenas observava a cena, confuso, uma pontada de arrependimento na boca do estômago.

— Nada. Estávamos apenas conversando e então ela surtou. Vá atrás da sua amiga, deveria se preocupar com ela, não comigo!

— Deus... — Julia sussurrou, só então se deu conta que Nina disparara porta a fora feito bala perdida. Estava desesperada e não sabia ao certo o que fazer, nunca vira Nina naquele estado antes. Hugo percebeu a paralisia da garota e resolveu consertar o estrago que tinha feito da melhor forma possível.

— Me dê a chave da sala que fecho tudo por aqui e deixo na portaria, não se preocupe. Agora vá — o advogado puxou a chave da mão fria e a empurrou de leve em direção à saída, entregando-lhe a bolsa.

Julia saiu aos tropeços e se esbarrou em algumas cadeiras antes de sumir de suas vistas. Hugo enfim pôde respirar fundo e repassou na mente, nos mínimos detalhes, a conversa que tivera com a ruiva, questionando-se o porquê dela ter reagido daquela forma, quando na verdade não passara de uma brincadeirinha boba que ele de fato não devia ter feito. Nem íntimos eram para isso. Mas mulheres eram criaturas estranhas, ainda mais quando se tratava da sua vizinha cheia de causos.

Organizou as cadeiras em fileiras, desligou os equipamentos eletrônicos e inspecionou as janelas para garantir se estavam devidamente fechadas. Encontrou alguns objetos esquecidos e os juntou para entregar na recepção. Ao sair, apagou a luz. A sorte foi que não havia mais ninguém na sala além deles, senão isso seria um prato cheio para fofocas; isso só pioraria a situação de Nina, seja ela qual fosse. Seu peito se apertava em angústia e não sabia ao certo o motivo. Deu uma olhada rápida no smartphone e pensou até em ligar para o sobrinho, mas notícias ruins tinham serviço especial de entrega.

Estava uma noite quente como a maioria das noites naquela cidade litorânea, logo sentiu falta do ar-condicionado da oficina. Com a maleta em mãos, chegou ao ponto de ônibus em passadas rápidas. Avistou as duas garotas misturadas na multidão que aguardava o transporte público àquela hora. Pensou em ir até lá, mas se escondeu atrás da proteção do ponto, de modo que pudesse enxergar o letreiro do ônibus quando viesse, mas que elas não conseguissem vê-lo ali. Já havia feito demais por hoje, e pelo pouco que viu, Nina parecia mais controlada.

Queria gritar que tudo aquilo não passava de drama de uma patricinha mimada que não aguentava que a contradissessem, mas aquela moça já o surpreendera o suficiente para saber que por trás daquele ataque repentino viria mais. Muito mais. Ele só não queria admitir para si mesmo que estava um tanto quanto ansioso para descobrir o que seria.

O ônibus chegou alguns minutos depois, lotado, e Hugo soltou um suspiro desanimado só de pensar em entrar naquela lata de sardinha humana. Deixou que os apressados corressem na frente, como se ainda houvesse algum mísero lugar para alguém sentar, e notou que Julia e Nina aguardavam na fila. Foi um dos últimos a entrar e preferiu nem passar pela catraca, de tão cheio que estava o veículo. Para seu alívio, dali em diante o número de pessoas que entravam era menor que as que saíam. De onde estava, podia ver as duas garotas de pé no meio do transporte, Nina com fone de ouvido e Julia com o olhar vago observando a paisagem através da janela. A oriental se despediu da amiga quando faltavam alguns pontos para seu destino final, e Nina apenas deu-lhe um sorriso sem graça, concentrando-se na música em seguida.

Julia desceu sem olhar para trás.

O ônibus voltou a sacolejar e Hugo enfim pôde passar pela catraca, mas continuou próximo ao cobrador. Duas paradas depois, escutou os gritos e a correria do lado de fora e, no instante seguinte, dois homens armados pularam dentro do veículo pela porta de saída, para o alarde dos passageiros.

Estavam encurralados.

As pessoas levantaram alarmadas e Hugo viu alguns tentarem pular pela janela, mas o ônibus estava cercado. Os assaltantes gritaram e mandaram todos permanecerem em seus lugares ameaçando atirar, o coração de Hugo gelou e por breves segundos seus olhos se encontraram com os da ruiva. Estranhou a expressão dela, pois a garota parecia mais perturbada ao sair correndo da sala do workshop que com o assalto. Era mesmo louca.

Um a um, os bandidos foram saqueando celulares, dinheiro e o que quer de valor que a pessoa tivesse em mãos. Ninguém ousou reagir. Viu quando um dos encapuzados passou por Nina e descaradamente apertou-lhe os seios, a ruiva apenas engoliu em seco fitando o chão. A vontade de Hugo foi de espancar o verme até a morte. Uma senhora perto dele desmaiou no momento que o outro cara se aproximou dos dois.

— Passa o celular.

O cano frio da arma encostou-se à sua testa, engatilhada. Hugo encarou os olhos do sujeito. Eram duas bolas pútridas negras, refletindo toda a sujeira dos que eram renegados à margem da sociedade. Pessoas que não tiveram boas oportunidades na vida e espalhavam o ódio àqueles que eles apontavam como responsáveis por sua miséria, os apoiadores da meritocracia. Era fácil falar em meritocracia quando sua barriga não doía de fome ou um de seus filhos não estavam na linha da morte apenas por ser de cor. Hugo bem sabia o quanto uma porta aberta salvava vidas. Infelizmente, para aquele homem em sua frente, todas estavam trancadas no momento. Engolindo em seco, retirou o smartphone do bolso da blusa social e entregou. Não seria tolo de renegar nada e correr o risco de não voltar para o sobrinho. Guga precisava dele mais que tudo, era somente o que lhe restava.

Sua família.

Em um solavanco, o celular foi retirado de sua mão.

— O relógio também. E esse paletó aí granfino. — O advogado olhou para seus pertences e, com pesar, fez o que foi pedido. — Todo engomadinho se achando melhor que gente da baixada. Tá achando que é quem, parceiro? Você não é melhor que ninguém por usar terninho por aí, não. Seu monte de merda.

Cada palavra Hugo sentia a pistola bater contra sua testa suada, assim como a saliva ácida daquele abutre. Com as narinas infladas, engoliu em seco mais uma vez, cerrando os punhos. Antes de ir para a próxima vítima, porém, o assaltante bateu com força o cabo da arma na cabeça dele. Hugo teria lhe dado um soco se não tivesse escutado o som seco da bala zunindo perto de sua cabeça e indo direto para a câmera de segurança acima do cobrador, estilhaçando o vidro de proteção imediatamente.

Houve gritaria depois disso e a situação saiu de controle. Foi a deixa perfeita para que pulasse a catraca e saísse pela porta de entrada do ônibus. Do lado de fora, constatou que era um arrastão. Vários vagabundos depredavam equipamentos urbanos, chutavam lixeiras e atiravam nas vitrines, roubando qualquer um que aparecesse em seu caminho. O som da sirene da polícia distante anunciava o tiroteio que se iniciaria logo em seguida. A essa altura, várias pessoas além dele desciam do ônibus desesperadas e corriam sem nem saber para onde estavam indo. Avistou a cabeleira ruiva entre elas.

— Marina! — gritou em vão.

Ela não corria, estava simplesmente sendo arrastada pela manada. Hugo então notou que a ruiva tinha saído de órbita novamente e era bem provável que sofria um ataque de pânico. Ele empurrou as pessoas e foi atrás dela, desviando pelo caminho as pedras que os vândalos atiravam contra o ônibus.

— Marina! — tentou mais uma vez, a voz falhando no percurso.

Quando enfim conseguiu se aproximar, agarrou a ponta do casaco dela e puxou-a para longe do pandemônio. Notou que ela balbuciava “pai” sem parar e que tremia freneticamente. Nina tropeçava nos próprios pés e mais parecia um peso morto sendo arrastado no chão. Desgastado com toda a situação, Hugo a tirou do chão e a carregou facilmente, a maleta equilibrada debaixo do corpo leve da garota. Estava fria como um cadáver. Arrepiou-se com o olhar da moça, frio e morto, vidrado para um ponto além de si.

Ele voltou a correr.

— Meu pai... Num assal... to.

— Nós vamos sair dessa, Marina. Acredite em mim.

Hugo entrou em uma ruela que dava a rua principal perto do prédio deles. Alguns pedestres o acompanharam nessa direção, os vândalos estavam concentrados na zona comercial do bairro. Era complicado correr com o peso extra a tira colo, mas acreditava que a adrenalina presente em seu corpo estava dando conta do recado. Não ousaria largá-la para os leões. Não no estado crítico que se encontrava, e muito menos depois de um deles mostrar mais interesse que o devido no corpo frágil da ruiva.

— Meu pai... — Nina sussurrou novamente. — Morreu... Num assalto...

O moreno por pouco não entortou o tornozelo no buraco da calçada depois daquela declaração. Não sabia o que dizer.

— Disse que ia comprar pão... e voltaria. — Aos poucos, os olhos vidrados da garota davam lugar a uma poça lacrimejante e salgada de dor, soluços engasgados rompiam de sua garganta quase fechada. — Ele nunca voltou. Eu li... liguei... Ninguém atendeu. E-Ele disse que voltaria e não voltou.

Quando distinguiu a silhueta do seu prédio das demais, Hugo soltou a respiração que até então não notara estar presa. Nina não estava bem, ele não conhecia ninguém que a pudesse socorrê-la e pensou se não seria o caso de levá-la à emergência. Talvez, uma dose de calmante em sua veia fosse tudo que a ruiva precisava no momento. Temia o que pudesse acontecer com ela caso continuasse revivendo a história que contava.

Nina achava ser o pai dela.

Depois, tudo ficou em silêncio.

♦♦♦

O porteiro nada disse quando o viu carregando a moça desmaiada no colo. Era assim que garantia a segurança de seus moradores, pensou. Por sorte, o elevador voltara a funcionar, e na curta viagem até seu andar, refletiu o que deveria fazer com a ruiva. Ela claramente não estava em condições de ficar só. Decidiu, então, levá-la para o seu apartamento a contragosto. Já pagaria o favor que fez por cuidar de seu sobrinho, e os dois estariam quites. Com um pouco de dificuldade pelas mãos ocupadas, conseguiu colocar a chave na fechadura e destrancou a porta.

Agradeceu aos céus por apenas o porteiro ter sido testemunha da cena inusitada, imagine se Silvia estivesse caminhando por aí. Seria um escândalo. Não que se importasse com o que velhas fofoqueiras comentavam, no entanto. Mas algo o dizia que a mulher em seus braços sim.

Mulher.

Ela mais parecia uma boneca de porcelana. Um bibelô.

Não se deu ao trabalho de acender as luzes. O apartamento estava parcialmente iluminado pela luz cálida da lua, já conhecia cada centímetro daquele lugar. Ele jogou a maleta em cima do sofá, assim como a bolsa dela que quase caía do ombro ossudo, e ponderou se a depositava ali mesmo ou levava para o quarto. O único quarto do apartamento. O seu quarto. Ela com certeza iria querer matá-lo quando acordasse, isso se não surtasse novamente quando não reconhecesse o lugar. Estava fazendo até demais por uma pessoa que ele nem ao menos simpatizava.

Ignorando a inclinação romântica da situação, optou pelo quarto. Esperava que a primeira mulher que entrasse ali não estivesse quase morta, mas a vida tinha dessas, infelizmente. Hugo a acomodou em seu colchão com uma gentileza até estranha para uma pessoa como ele, porém, de alguma forma, sentia-se responsável por aquela garota esta noite. Nina nem ao menos se mexeu. Continuava mortalmente pálida, apenas a pele abaixo de seus olhos escura. Havia uma ruga fixa na testa pequena, o que a deixava com a expressão atormentada, não parecia estar tendo bons sonhos.

A realidade realmente era um pesadelo.

Ele a observou por alguns instantes. Optou por não cobri-la, pois logo estaria suando com a noite abafada. Retirou o all star branco para que ela se sentisse mais confortável. Tocou levemente a pele franzida de sua testa com a ponta dos dedos trêmulos, a fim de relaxá-la. Se possível, sua face fechou-se mais ainda. Hugo rapidamente se afastou e parou de perturbá-la. Já tinha feito o suficiente por uma vida inteira.

Encostando levemente a porta, retornou à sala. Agora que a adrenalina escorria de seu corpo, a realidade o atingira de supetão. Sentia os músculos protestarem sob a roupa quente e empapada de suor. A cabeça latejava, não só pela noite longa, mas pela coronhada que recebera do assaltante. Ainda podia escutar o som abafado de tiros não muito longe dali e, de repente, aquele lugar se parecera familiar até demais.

Seu antigo lar.

Questionou-se quando aquele tipo de situação não seria mais uma realidade em sua vida. Quando enfim teria paz e se sentiria seguro em algum lugar.

Precisava de um cigarro.

Uma bebida forte também.

E aspirina.

A noite seria longa.


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Notas finais do capítulo

Eu poderia escrever um textão enorme pedindo desculpas por ter passado dois anos sem postar neste livro, mas nada do que dissesse redimiria minha culpa. Somente digo que sinto muito. Como diria o Hugo, a vida tem dessas. E como ela gosta de aprontar com a minha! Não digo que estou 100% de volta, mas agora estou disposta a tentar mais que antes. Também não me espantaria se não tivesse mais leitores... Tudo bem. Aos que permaneceram, sinto de verdade por terem que reler o livro para lembrar as coisas desse capítulo. Mas enfim, olá novamente! Senti muita saudade disso aqui. ♥
Ps.: já assistiram o trailer que a linda da Cib fez para a história? Ficou maravilhoso, não é mesmo? Aqui o link caso não tenha visto no início do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=tBQn3nYMWH8 Me emociono toda vez que vejo, ficou do jeitinho que eu imaginei! Quem segue o tumblr de Cantiga já assistiu ele há muuuuito tempo. Lá inclusive a gente pode bater um papo e vocês podem ter acesso aos extras dessa história. É só acessar: http://cantigadeoutroverao.tumblr.com/, não precisa ter conta para mandar mensagem!
Eu ainda gostaria de saber o que vocês acham da história, seja lá quem estiver por aí, hahaha. Deixem seus comentários aí embaixo, podem ser até xingamentos pelo meu sumiço, sei que mereço. :P
Mas eu voltei, não voltei? Pois bem!
Um beijo e até o próximo capítulo que espero que não seja daqui a dois anos (brincadeirinha, hahaha).



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