E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 35
Capítulo trinta e quatro




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— Temos pouco tempo... — Hermione olhou para o relógio preso ao seu pulso.

Estavam todos nos fundos da casa, ao redor do chapéu roxo vívido, aguardando apenas por Rony. As malas amarradas para que não se perdessem jaziam aos pés de Draco, que as segurava por uma alça de couro.

Theodore observa tudo a sua volta, despreocupado, enquanto Hermione olhava incansavelmente para o relógio e para a porta. Amaldiçoaria Rony se perdessem aquela chave de portal, queria voltar para Londres logo e recomeçar de onde parou.

Rony apareceu então, arrastava o malão com dificuldade e bufava constantemente, ressaltando a vermelhidão do seu rosto.

—Por que a demora, Weasley? — Draco questionou, parando com o pé insistente.

— Não sei se notou, Malfoy, mas precisei arrumar a mala manualmente, tudo por causa da sua brincadeirinha de criança! — Apontou irritado, aproximando-se do grupo.

— Que brincadeira? — Theo não entendera.

Hermione em sobressalto buscou nos bolsos do casaco pelo objeto.

— Rony, achei sua varinha. Só não entendi o que fazia no meu quarto... — Entregou-a ao ruivo.

Draco arqueara a sobrancelha.

— Pensei que Draco estivesse com... Fui procurar por você, mas tenho certeza de que não tirei a varinha do coldre! — Deu de ombros. — O chapéu está começando a cintilar, vamos logo com isso.

O grupo então se ajeitou ao redor da peça em tom púrpura vibrante que aos poucos começou a tonar-se incandescente e ainda mais chamativo. Hermione foi a primeira a erguer a mão e posicioná-la acima do chapéu, incentivando os outros a fazerem o mesmo.

— No três... — Exclamou Draco. — Um, dois, três!

A sensação de viagem através da chave de portal era como estar no meio de um furacão, o movimento giratório e a força do vento que lançava-os de um lado para o outro de forma inigualável. Não durou mais que cinco minutos, e quando puderam, soltaram o chapéu e seguiram o trajeto até o chão com graça. Exceto Hermione, que desajeitou-se e pisou no chão com brutalidade, perdendo o equilíbrio até cair sentada sobre a neve rala.

— Todos bem? — Draco perguntou, soltando a alça de couro que segurava as malas.

Hermione ajoelhou-se, e quando olhou para cima, aceitou a ajuda que Theodore oferecia.

— Como daquela vez, não é? — Levantou-a com um sorriso brincalhão no rosto.

Theodore conhecera Hermione assim, caída em meio à neve durante uma “missão” que fora designado. E desde então não conseguia ficar um dia longe da garota, quase como se fosse a sua razão para estar ali, e realmente era. Hermione mostrava-se forte, decidida, e a bruxa mais brilhante que conhecia, não podia negar para si mesmo o medo que sentia ao pensar em perdê-la, pois sentia-se insuficiente.

— Há coisas que não mudam... — Hermione esticou-se na ponta dos pés para beijá-lo, e no momento em que chegava aos lábios do rapaz a neve em que pisava afundou, trazendo-a para baixo novamente.

Theodore sorriu e segurando-a pelo rosto, baixou a cabeça e a beijou.

— Já que estão bem, vou para casa. Avisem-me qualquer coisa...

A frase de Draco ficou no ar, sem fim, pois aparatou sem aviso prévio, levando consigo apenas sua mala.

— Será que podemos ir? Não gosto de ficar em desvantagem territorial. — Rony observava as árvores em volta.

— Não seremos atacados aqui, Rony. — Hermione afastou-se e buscou pelo seu malão decorado. — Mas precisamos ir logo. Quero visitar Gina e Harry, devem estar preocupados!

— Vá com o Weasley, levo sua mala e arrumo tudo em casa. — Pegou a mala da mão de Hermione e beijou-a rapidamente. — Tomem cuidado!

Theodore aparatou.

— Vamos lá, Hermione Granger! — Ofereceu a mão e Hermione a segurou.

Aparataram.

Godric’s Hollow estava calma, devia ser hora do almoço ou um pouco mais, pois bruxo algum passava pelas ruas. Apenas os pássaros que flutuavam por cima das casas mostravam-se presentes e aproveitavam o silêncio para exibir seus cânticos.

Gina abriu a porta assim que Rony puxou a sineta.

— Oh, Hermione! — Abraçou a amiga com força. — Sinto muito por tudo que aconteceu, você não devia passar por isso. Preparei chá agora mesmo, com açúcar?

— Por favor! — Gentilmente sorriu e deixou o casaco no cabideiro ao lado.

— O meu também. — Rony comunicou, para que Gina soubesse que estava ali e também queria a bebida.

A ruiva voltou para a sala com uma bandeja nas mãos, a varinha jogada de qualquer jeito no bolso da calça jeans. Aqueceram-se e compartilharam todas as novidades possíveis, tudo o que ocorrera.

Harry chegou após uma hora e meia de conversa entre as mulheres.

— Finalmente. — Rony exclamou assim que o amigo passou pela porta, afastando os flocos de neve do cabelo. — Preciso de companhia masculina, Harry!

O rapaz apenas riu e apressou-se em abraçar Hermione com força, um ato para mostrar que tudo estava e ficaria bem. Entre os dois nunca foi preciso muitas palavras, a compreensão de qualquer movimento era rápida e ambos agradeciam pela distância e os setes anos afastados não terem mudado em nada essa comunicação única.

— Eu sei, Harry. Obrigada! — Murmurou abafado pelo ombro do rapaz.

O rapaz sorriu discretamente, ajeitando os óculos no nariz.

— Vou buscar tudo que precisa. — E dito isso, beijou Gina e desapareceu pelas escadas.

Enquanto isso Gina levantou-se, levando as xícaras e tudo mais de volta para a cozinha.

— Espero que consigamos prendê-lo logo. — Comentou Rony, como quem cumprimenta alguém na rua.

Eu também, pensou Hermione enquanto torcia os dedos.

— Você não está gorda! — Hermione repetiu quando Gina parou em frente ao vidro da janela para observar-se. — Pare com isso, aposto que Harry vai lhe achar linda até o último mês da gravidez!

— Ele não teria coragem de dizer o contrário! — Replicou a ruiva, exibindo um sorriso divertido nos lábios.

Harry voltou para a sala, segurava uma pasta roxa e espessa que deixava as pontas dos pergaminhos desalinhados para todos os lados, ultrapassando as margens.

— Tudo isso sobre Nott? — Perguntou surpresa. — Quantos delitos ele cometeu enquanto estive fora?

— Muitos se comparado ao tempo que ficou na França! — Apontou Harry, entendendo-lhe a pasta abarrotada de novas informações. — Se antes ele queria anonimato, agora decidiu mostrar do que é capaz.

A primeira página começava com fotografias de uma casa destruída, cacos de vidros de uma janela quebrada e um elfo ensanguentado com o olhar vidrado. Virou a página e leu trechos de jornais que comentavam sobre agressões à bruxos, lojas trouxas queimadas e o aumento no uso da maldição proibida de tortura: Crucio.

Passou os olhos por cada pedacinho de papel e levantou-os até encontrar Harry, de braços cruzados e com expressão cansada.

— Nada sobre o paradeiro dele? — Questionou.

Harry negou com a cabeça.

— O lugar, aquela ilha onde ficou presa, foi revistada e está sob guarda de alguns aurors. — Comentou. — A antiga casa de Nott também, nós não sabemos mais onde procurar. Lemos suas anotações, mas por incrível que pareça, não tem muita coisa.

Hermione deu de ombros.

— Não tínhamos base alguma antes do meu sequestro, agora tenho informações o suficiente para mais de uma acusação. — Sorriu triunfante, abraçando a pasta. — Meus pais terão justiça, Harry.

O rapaz sacudiu a cabeça, e deixou que a amiga saísse de sua casa com um sorriso animado no rosto. O primeiro que vi em muito tempo, Rony concordou quanto ao vê-la sorrir, aquilo faria bem para Hermione. A justiça finalmente seria feita.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal atrasado!!
Mil desculpas pela demora, tive problemas com minha internet e só tive assistência hoje pela manhã. Então, espero que gostem e me perdoem!!!
Até breve



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