E de repente... escrita por Amanda
Theodore esperara Hermione em frente à casa, não se daria ao luxo de arriscar um ataque bem de baixo do seu nariz. A neve ainda estava alta, escolhera aquele lugar para morar justamente por causa da baixa temperatura que tanto lhe agradava.
Assim que o som típico da aparatação chegou em seus ouvidos levantou-se da pedra em que estava sentado e apanhou a varinha.
— Por que está na rua? Aqui está congelando! — Pontuou Hermione enquanto abraçava a si mesma, tentando afastar o frio.
Theo aproximou-se com um sorriso discreto e abraçou-a, estava agitado e o frio nem lhe passara pela cabeça.
— Estou bem, vamos entrar. — Puxou-a para perto de seu corpo, abrigando-a de todo o frio ao redor.
No calor que emanava da lareira, retirou a pasta de arquivos da mão de Hermione e levou-a para o escritório. Não tinha motivos para remexer naquilo agora, precisavam de um tempo fora daquele problema.
Cobertos por uma manta azul aqueciam-se lado a lado sobre o sofá. Dividiam carícias e beijos, mantendo sempre os braços ao redor um do outro. O espaço entre seus corpos era mínimo, e faziam questão de diminuir ainda mais a cada beijo.
— Quero que vá a um lugar comigo. — Murmurou Hermione durante um beijo. — Significaria muito...
— A qualquer lugar, Hermione. Sempre! — Concordou avidamente.
O sol começava a se pôr, a luz rosada passava pelos galhos nus das árvores criando sombras e formas inusitadas. Hermione caminhava ao lado de Theodore, segurava sua mão enluvada com firmeza, mantendo-se calma com o toque.
Estavam num cemitério, ficara bastante óbvio assim que Hermione aparatou. As lápides misturavam-se a estátuas de anjos lamentadores e flores murchas e melancólicas espalhadas em frente às pedras. Theodore observa tudo em silêncio, seguindo Hermione que caminhava decidida.
O percurso não durou mais de cinco minutos.
— Seus pais... — Theodore não havia entendido até ler os nomes nas lápides: Granger. Os pais de Hermione.
— É, eu não os venho visitar faz algum tempo. — Explicou sem tirar os olhos dos nomes.
— Você os vinha visitar?
— Ao menos uma vez por mês!
Theo preferiu não questionar, e deixou que Hermione se ajoelhasse em frente às lápides. Sentia-se desconfortável por estar ali, querendo ou não seu pai fora o responsável, e sentia-se igualmente culpado. Portanto, permaneceu em sua posição ereta, afastado, com as mãos enterradas nos bolsos da calça.
— Eles teriam gostado de você! — Comentou, aproveitando para desviar o olhar momentaneamente e olhar Theo sobre o ombro. — Minha vó também, se quer saber.
Uma calma atravessou seu corpo do mesmo modo que uma flecha faria, foi rápido, mas conseguiu lhe relaxar de tal maneira que sentiu-se seguro para aproximar-se e ajoelhar-se ao lado de Hermione.
— Tem certeza disso? Eu ria da filha deles na época da escola! — Lembrava-se vagamente daquela época, mas arrependia-se.
Hermione o olhou com ternura, não estava irritada, longe disso. Sorriu brevemente e voltou a encarar as lápides e apenas desviou o olhar para buscar a varinha perdida entre as camadas de roupas.
— Tenho certeza. — Balbuciou enquanto conjurava flores em tons que variavam do rosa ao laranja.
Theodore a abraçou e beijou-lhe a testa com delicadeza.
Sentia-se bobo por pensar daquela maneira, mas saber que receberia a devida aprovação deixara-o mais feliz e aliviado. Nunca se questionou se era uma boa pessoa para com suas namoradas, se as merecia realmente, mas queria ser bom para Hermione. Fazê-la sorrir era prioridade, assim como mantê-la segura de tudo e todos.
Não entendia exatamente como acontecera, mas Hermione entrou na sua vida como um furacão, lhe lançado para todos os lados e exterminando sua zona de conforto. Não sentia-se seguro de si ao lado daquela mulher, sua confiança caía alguns degraus e no inicio tinha dificuldade para articular as palavras.
Quando beijou-a pela primeira vez foi como se nunca o tivesse feito e imediatamente ficou viciado. Hermione era o tipo de garota que esperou a sua vida toda, não que fosse um solteirão, muito pelo contrário. Tinha relacionamentos, e muitos deles duravam apenas uma noite...
— Gostaria de saber no que está pensando. — Hermione já havia levantado e o observava com os braços cruzados e um sorriso sugestivo nos lábios.
— Não queira, estava apenas divagando. — Apoiou-se no joelho e pôs-se de pé. — Mas me diga, o que quer fazer agora?
Hermione sorriu e entrelaçou seus dedos, tinha muitas ideias para pôr em prática.
...
Um toc toc incessante começou no meio da madrugada, gradativamente foi ficando mais alto e incomodativo. Hermione se moveu na cama e Theo apertou-a, beijando-lhe o topo de cabeça.
— O que é isso? — Perguntou com a voz embargada.
— Vou descobrir, fique aqui. — Theo jogou os pés para fora da cama e levantou-se, juntando no caminho até a porta, uma calça de moletom.
Hermione, no entanto, esticou-se como um gato sobre a cama e soltou um gemido conforme seu corpo alcançava outras extremidades do colchão. Parecia frio e desagradável fora da cama e não sairia do conforto tão cedo.
As batidas tornaram-se ainda mais fortes quando Theodore aproximou-se da sala, não podia ser visita àquela hora, portanto, apressou-se até a porta e abriu-a. A varinha em mãos, caso fosse necessária.
— Que feitiço você usa na porta? — Rony perguntou e pela expressão parecia ter tentado todos os contrafeitiços que conhecia.
— Hermione... — Não tinha a necessidade de explicar, apenas o nome já era o suficiente.
Rony estava acompanhado por Harry e Blásio, que usavam os uniformes e as insígnias do Ministério, havia algo errado.
— Theo, algum problema? — Hermione descia as escadas segurando a varinha. Vestia apenas uma camiseta de Quadribol grande demais para ser sua. — Oh, o que...
Blásio abriu um sorriso largo e divertido.
— Parece que atrapalhamos algo! — Mas no mesmo instante que comentou, apanhou a manta em cima do sofá e alcançou para Hermione que agradeceu com um movimento delicado.
— O que aconteceu? — Theo juntou-se à Hermione sentada no braço do sofá, abraçando-a.
— Nott voltou e mandou uma equipe inteira para o St. Mungos. Precisamos pegá-lo, Hermione, e acho que você sabe como fazer isso! — Apontou Harry, com pesar na voz.
Havia algo na entonação de Harry que preocupou Theodore, jamais entenderia a relação entre os dois. Eram amigos, sabia disso, mas havia aquela intimidade que o incomodava, pois queria compartilhar da mesma com Hermione.
— Do que exatamente estamos falando? — Quis saber.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Demorei e acabei não desejando um feliz ano novo para vocês, mas sintam-se felicitadas. Ansiosas para o próximo? Alguém arrisca dizer o que vai acontecer??
Ah, obrigada pelos comentários, adorei todos eles!
Ate