E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 34
Capítulo trinta e três




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Os pássaros resolveram cantar naquela manhã assim que o sol começou a despontar por trás das árvores, enchendo o ambiente com sua sinfonia leve e tranquilizadora. Theodore despertou com a música da natureza, movimentou-se na cama e sentiu aquele aroma que somente a pele de Hermione sabia exalar.

Ambos estavam nus sob o lençol de malha que delineava a curva de seus corpos. Theodore aproximou-se de Hermione, deitando a cabeça por cima de seu braço que brincava com o cabelo empalhado pelo travesseiro, enquanto com a mão livre acariciava a pele do braço da mulher. Aproveitava o momento para sentir o calor e o perfume, mal conseguia acreditar que estava com ela ao seu lado novamente.

Não tinha noção de quanto tempo ficou naquela posição, era confortável tê-la em seus braços, e se pudesse permaneceria assim para sempre. Mas lenta e gradativamente Hermione começou a mexer-se, no inicio parecia apenas tiques nervosos, mas depois começou a esticar as pernas, movimentar o pescoço. Até que abriu os olhos castanhos e focou-os no rosto de Theo, abrindo um sorriso largo e sincero.

— Estava me perguntando que horas você acordaria. — Comentou sorridente e depositou um beijo na testa de Hermione. — Como está se sentindo?

Reprimiu um bocejo e encolheu-se um pouco mais contra o rapaz.

— Minha cabeça dói um pouco. — Murmurou e ganhou outro beijo.

— Vou falar com Draco, talvez ele tenha alguma poção. — Hermione movimentou-se, prendendo-o junto ao seu corpo. — Talvez eu possa fazer isso mais tarde!

— Com certeza.

Continuaram deitados, juntos, até que o sol se posicionasse perfeitamente no céu. Vez ou outra ouviam passos do lado de fora do quarto, e até mesmo sombras pela fresta de baixo da porta. Draco e Rony pareciam impacientes, pois subiam e desciam a todo o momento, gritavam um com o outro também, contudo, o casal ouvia apenas as frases desconexas.

— Não é possível que tenha perdido...

— A... É sua, não sei onde guardou!

— Malfoy!

— Weasley!

Durante um beijo Hermione abafou a risada contra os lábios de Theodore e afastou-se dos braços firmes.

— Não ficaria surpresa se encontrasse a casa arruinada, posso ouvir os dois daqui. — Gargalhou.

— Vamos descer, então. Vou adorar vê-la dando uma bronca naqueles dois! — Beijou-a rapidamente e levantou-se, deixando o lençol para trás.

Enquanto buscava suas roupas dentro do malão posicionado sobre a cadeira, Hermione o observava. As costas marcadas sempre lhe chamaram a atenção, deslizava os dedos por cima de cada uma das cicatrizes, mapeando o corpo de Theo.

Levantou-se então, juntando do chão suas roupas e vestindo-as lentamente.

— Quer que eu busque alguma roupa limpa para você? — Perguntou a Hermione que ainda vestia-se.

—Não precisa, eu mesma vou. — Ajeitava o cabelo com os dedos. — Vou descer em alguns minutos!

Beijou-o e saiu do quarto, caminhando vagarosamente em direção ao seu. Mudou de roupa e ajeitou a mala que os amigos trouxeram com apenas um movimento da varinha, a qual reconheceu sendo de Rony, guardando tudo o que precisava com um feitiço de expansão. Terminava de fechar quando Theodore colocou a cabeça para dentro do quarto.

— Vamos?

Juntos, durante uma conversa descontraída, desceram as escadas. Rony e Draco estavam na cozinha, olhavam-se com raiva enquanto comiam qualquer coisa sobre a bancada.

— Pensei que estavam cansados demais para levantar. — Draco bufou, nada satisfeito. — Potter enviou uma carta, parece que já reuniu um grupo para a nova missão, quer uma resposta!

Esticou a mão, entregando o envelope já aberto para Hermione.

— Então vamos pessoalmente responde-lo!

Rony demorou um pouco, mas Draco assim que ouviu aquela frase ergueu o rosto e sorriu ladino.

— Então quer dizer que vamos voltar? Quando decidiu isso? — Perguntou, voltando-se para a amiga e olhando-a com curiosidade.

Rony havia parado de mastigar, e olhava-a da mesma forma que Draco.

— Eu apenas decidi que quero e vou participar dessa missão, e preciso voltar. Rony, por favor, peça ao Ministério uma chave de Portal, sim? Para hoje.

O ruivo levantou-se com vontade, saltando animado. Queria voltar, sentia falta de Londres e claramente do trabalho, passou correndo por Hermione e Theodore sem nem pensar duas vezes. Já Draco, sorria com sarcasmo. Observava o casal como se soubesse exatamente o que fazia quando os deixou a sós durante a madrugada.

— E então, a noite foi boa, não acham? — Comentou, reprimindo uma risada.

Hermione constrangida com o comentário ruborizou e encolheu-se, Theodore estufou o peito, orgulhoso. E não era para menos, Draco notou no segundo em que a garota havia partido que o estado do amigo não era dos melhores, e simplesmente piorou quando chegaram na França. A separação fazia mal e pela primeira vez viu que Theodore realmente nutria sentimentos fortes por Hermione.

— Vamos voltar antes do almoço! — Rony voltou segurando um chapéu. — O Ministério Francês é realmente rápido.

— E isso vai ser o nosso passaporte pra casa? — Draco pegou o chapéu roxo e analisou.

— Exatamente. — Rony bocejou. — Alguém mais ouviu uma porta rangendo durante a madrugada?

Hermione enrubescida foi abraçado por Theodore que reprimiu a risada em seu cabelo, enquanto Draco gargalhava copiosamente. E Rony que compreendeu a origem do ruído que atrapalhou seu sono ficou tão vermelho quanto seu cabelo.

— Acho que deveríamos arrumar as malas, não é? — Hermione girou nos calcanhares, desvencilhou-se de Theodore e caminhou em passou rápidos para o andar de cima.

— Deixamos sua namorada constrangida.

Theodore olhou por onde Hermione havia passado recentemente.

— Parece que sim... — Sussurrou e sorriu, a palavra namorada era música para seus ouvidos.

No quarto, Hermione resolveu ajeitar a bagunça. A mala já estava pronta, mas não significava que o cômodo estivesse organizado, e se sua avó estivesse ali, já teria mandado-a ajeitar tudo como sempre fazia. Livros estavam jogados ao lado da cama, sob a escrivaninha estavam pergaminhos e penas velhas, já inutilizáveis. Um verdadeiro caos.

Depois de alguns minutos, limpando tudo manualmente, girou nos calcanhares buscando com o olhar a varinha perdida, não podia simplesmente ter desaparecido e dado lugar a de Rony misteriosamente.

— Que m...

— Procurando por isso? — Theodore entrava no quarto, brincava com sua varinha entre os dedos. Hermione sorriu e pousou a mão sobre a testa, afastando a franja. — Estava no meu quarto, deixou lá na noite passada.

— Não me lembro de tê-la tirada do bolso... — Aproximou-se vagarosamente e capturou o objeto das mãos de Theo.

— Eu me lembro. — Abraçou-a e escorou-se na parede, colando seus corpos. — Ela caiu quando estávamos tirando a roupa um do outro...

— Ah, claro! — Sorriu e esticou-se para beijá-lo.

Theodore puxou-a, erguendo-a do chão alguns centímetros, para que seus lábios tivessem mais acesso uns aos outros. Para que sentissem sem pressa alguma cada linha dos lábios e a temperatura que emanavam. Não parariam se fosse possível, mas precisavam.

— Quer ajuda para arrumar suas malas?

Hermione espalmou as mãos no peito de Theo, voltando a tocar o chão com a planta do pé.

— Já terminei, na verdade. Eu tinha a minha varinha, e a sua é claro! — Respondeu e beijou-lhe a testa. — Agora, que tal me mostrar o motivo de ficar sentada naquela janela ali.

Hermione olhou para onde Theo apontava.

— Como você...?

— Quando chegamos você estava sentada ali, sua expressão era indecifrável. Mais ninguém te viu, apenas eu. Acho que eu veria mesmo se não quisesse...

Hermione que observava a janela, lembrando da noite que passou sentada ali, virou-se.

— O que quer dizer?

Theodore aproximou-se, pegou sua mão e posicionou-a sobre seu peito, sobrepondo-a com a própria.

— Eu conseguiria lhe encontrar numa multidão, porque é você de quem preciso. É você que eu quero, Hermione. E isso, que está sentindo sob a sua palma é a mais pura verdade! — Disse baixinho, como se o mundo pudesse ouvi-los. — E se notar, a sua falta de palavras está fazendo com que as batidas fiquem mais fortes, então se puder dizer qualquer coisa, eu agradeceria!

Hermione apenas riu e sacudiu a cabeça.

— O que quer que eu diga, Theo? — Segurou suas mãos e posicionou-as sobre o seu peito, da mesma forma que Theodore fizera. — Está sentindo? O mesmo ritmo do seu.

Não precisaram de mais nenhuma palavra, a declaração fora feita somente pelo saltitar dos batimentos cardíacos. Theo beijou-a com intensidade, segurando-a pelo rosto como se pudesse perde-la a qualquer instante, e não soltaria com facilidade.


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Notas finais do capítulo

Olá, pra quem já está de férias! Nesse caso, eu ainda não. :/
Gostaram do capítulo? Da declaração? Mas e aí?? Preparadas para as emoções que vêm a seguir??
Até... Mais breve do que imaginam!



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