E de repente... escrita por Amanda


Capítulo 33
Capítulo trinta e dois




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A paisagem estava escura, nenhum carro passava pelas ruas vazias, apenas as luzes dos postes iluminavam o caminho. Hermione e Draco caminhavam cambaleantes, a garota gargalhava e encolhia-se quando a barriga contraía-se. Havia caído no meio do trajeto, e até o momento não conseguira controlar as risadas.

— Faça silêncio, vamos acordar a casa toda se continuar rindo. — Draco pediu com seriedade, mas lutava para não rir.

Fechou a porta e empurrou a amiga para dentro. A árvore de natal ainda estava montada no canto da sala, mas as luzes já não iluminavam a noite fazia algum tempo e Hermione focou o olhar na decoração.

— Nenhuma árvore supera as de Hogwarts! — Murmurou e soluçou, voltando a rir exageradamente.

— Você devia falar baixo, vai acordar...

— Já acordou! — Theodore descia as escadas cuidadosamente, enquanto coçava os olhos inchados. — Não acredito que ficaram até agora bebendo.

Hermione sorria, não tinha motivos aparentes para estar tão feliz, mas estava. Desde que Theodore segurara a sua mão após o velório tudo mudara. As cores já pareciam um pouco mais normais e seu humor começava a melhorar gradativamente. Vê-lo ali com o rosto inchado de quem fora acordado no meio da noite, os olhos escuros vidrados e provavelmente embaçados, o cabelo negro como ébano tão bagunçado quando uma floresta durante o vendaval lhe deixava boquiaberta.

— Tudo bem, Hermione? — Perguntou Theo, ao notar a movimentação da garota.

— Gosto do seu cabelo assim, bagunçado. — Levantou a mão para tocá-lo, mas parou. — Parece sempre que recém saiu da cama, e é uma visão que eu...

Hermione hesitou e baixou a mão, falara demais. À suas costas Draco sinalizava para Theo que subiria, ou seja, passava a responsabilidade de cuidar da garota para o amigo.

— Hermione, podemos conversar amanhã quando estiver sóbria!

— Se eu estiver sóbria não conversaremos, e sabe tão bem disso quanto eu. — Fez menção de sair, chegou a passar pelo rapaz, mas Theo segurou-a delicadamente pelo pulso.

Virou-se lentamente, fitando minunciosamente o rosto de Theodore. Havia um misto de contradição e hesitação em seu olhar, os lábios comprimidos numa linha fina buscavam as palavras certas.

— Tudo bem, vamos conversar!

Hermione girou o pulso até conseguir segurar a mão do rapaz, e acariciou-o delicadamente, puxando-o para sentar-se ao seu lado no sofá extremamente macio. O peso fez com que afundassem no tecido estampado.

— Como está se sentindo? — Perguntou a Theodore, não era exatamente aquilo que queria, mas não tinha pensado naquilo.

— Chateado por ter gritado com você mais cedo, eu não devia ter dito aquilo. Não daquele jeito. — Confessou. — Você é capaz de fazer o que quiser, e não sou eu quem dirá o contrário!

— Obrigada, por entender.

Theodore aproximou-se minimamente. Havia pensado tanto no assunto que agora mal tinha certeza se expressara-se como pretendia, sentia-se confuso perto de Hermione e o jeito que ela o olhava lhe desconcertava um pouco mais. Não corava, mas tentava disfarçar o tremor de suas mãos que ansiavam tocar em algo, tocar em Hermione.

— Eu entenderia de um jeito ou de outro, não é? Você faria qualquer coisa para capturar meu pai. — Acariciou a bochecha de Hermione. — Do nosso lado ao menos sei que estará segura!

Hermione cobriu a mão do rapaz com a sua, sorriu brevemente.

— Sinto muito por ter feito aquilo, eu só queria...

— Você queria ajudar, sei disso. — Theodore interrompeu, acariciando-a um pouco mais. — É só que... Naquele momento você me deixou tão preocupado... Eu queria gritar com você, te abraçar e nunca mais soltar. Fiquei louco quando soube que tinha ido encontra-lo, Potter tirou minha varinha até que tivéssemos um plano.

— Encontraram o mapa que deixei?

— Sim, ele foi crucial para que te encontrássemos! — Desde o inicio da conversa estava completamente sério, mas com essa frase levantou brevemente o canto dos lábios. — A brilhante Hermione Granger não desapareceria sem deixar uma pista, Draco foi o primeiro a pensar nisso.

Hermione sorriu, ao menos tinha ajudado. Mas Theodore mudou de expressão e soltou seu rosto, levantando-se como se buscasse distância. As mãos agitadas mexiam-se incontrolavelmente, e Hermione levantou-se.

— Ele te conhece, bem demais. Sabia que deixaria alguma pista, e todo o momento soube onde você morava. — Evidentemente magoado com a situação. — Ele sempre te defendeu, e duelaria com qualquer um se fosse necessário!

Tocou a mão de Theodore.

— Draco é meu amigo. — Disse baixinho. — Nós estávamos com problemas naquela época e foi isso que nos juntou. Passamos por muitas coisas e quando ele precisou o convidei para passar um tempo comigo aqui na França.

Apenas sorriu.

— Eu faria isso por qualquer amigo meu, e principalmente por você! — Instantaneamente Theodore a olhou. — Somos amigos agora.

Theo bufou.

— Eu preferia outra classificação...

Girou o pulso e entrelaçou seus dedos aos de Hermione, aproximou-se um pouco mais e procurou no seu rosto qualquer sinal de desaprovação.

— Nunca me perdoei por ter lhe deixado ir sem me desculpar. — Suspirou profundamente. — Se depois de tudo o que aconteceu você ainda estiver disposta a tentar, saiba que meus sentimentos não mudaram!

Hermione, porém, não respondeu. Soltou-se e abraçou Theodore, juntando seus lábios com força e sem delicadeza alguma. Sentia falta daquilo e queria beijá-lo desde o momento em que o vira na sua sala, queria abraça-lo quando foi consolada, mas hesitou.

Mas naquele momento não importava, abandonava o orgulho e qualquer medo. Beijou-o como se não fosse viver o suficiente para aproveitar aquele momento, era apenas o movimento de suas bocas que importava. O relógio que indicava o meio da madrugada não significava absolutamente nada.

— Literatura trouxa sempre funciona! — Murmurou entre os lábios de Hermione.

— Funciona mesmo! — Riu e beijou-o novamente.

Theodore beijou-lhe a testa carinhosamente.

— Só me diga, por favor, que não está bêbada a ponto de esquecer tudo o que conversamos essa noite. — Ambos sorriram.

— Acho que isso não é algo que eu esqueceria tão facilmente. — Comentou. — Vamos dormir? Estou morrendo de cansaço e voltaremos para Londres amanhã mesmo...

— Sabe que se quiser podemos voltar mais tarde, não é? — Perguntou, abraçando-a. Hermione anuiu, em resposta. — Certo.

Juntos, começaram a subir as escadas, mas Theo comentou:

— Não sei você, mas não estou com sono. Tenho outras ideias...


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas. Como estão?? O que estão achando??
Até breve!



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